Recuso-me a aplicar o AO90. Primeiro, porque não sou obrigada, uma vez que não faço parte da máquina estatal. Só esses serão (não são) obrigados a tal, porque se tiverem coragem e brio não o aplicam.
Segundo, ainda que fosse, usaria do meu direito à desobediência civil. Portanto, jamais usarei este acordo ortográfico, que não passa de uma falta de respeito para com a Língua Portuguesa.
Uma coisa é a evolução natural de uma Língua. Outra coisa é transformá-la num aborto ortográfico, sem o mínimo nexo, a partir de uma negociata política, que envolve os subservientes governantes portugueses e os governantes brasileiros, que andam a lutar pela vidinha deles.
E querem impor-nos, à força de uma casmurrice sem precedentes, esta aberração ortográfica, mal concebida e altamente lesiva da Língua Portuguesa.
Eu recuso-me, terminantemente, a escrever MAL a Língua Mãe de Portugal, de Camões e de Fernando Pessoa. E também minha Língua.
A única coisa que neste texto está desactualizada é o facto de os ministros serem inteligentes (*), escreverem BEM e discursarem com cortesia e pura dicção… Os actuais ministrio falham nestes três pontos.
(*) Ser inteligente implica tomar decisões inteligentes, o que em Portugal é algo raríssimo.
O resto está intocável desde 1867, altura em que este texto foi escrito, por um Homem que soube HONRAR a Língua Portuguesa.
Isabel A. Ferreira
Shame on you, José Fonseca e Costa.
Bullfight is a barbarian costume. It is not culture.
(A tourada é um costume bárbaro. Não é cultura.)
It is ignorance. It is the black spot of Lisbon.
(É ignorância. É a nódoa negra de Lisboa.)
The barbarians torture bulls in name of stupidity.
(Os bárbaros torturam touros em nome da estupidez).
Please don't put Fernando Pessoa and campo pequeno (a bloody place of torture) at the same level.
(Por favor, não coloque Fernando Pessoa e campo pequeno - um lugar sangrento de tortura - ao mesmo nível).
Be civilized.
(Seja civilizado).
Don't fool the tourists.
(Não engane os turistas)
Recebi de alguém que dá pelo nome de Miguel Pereira o seguinte comentário, que passo a transcrever tal e qual me chegou:
Miguel Pereira disse sobre "prótoiro", basta de tanta estupidez! Façam as malas e desandem para uma ilha deserta! na Quarta-feira, 24 de Outubro de 2012 às 09:50:
«Isabel após leitura deste seu texto fiquei com a seguinte duvida a Isabel tem mesmo um filho deficiente mental?
É que se é verdade que tem um filho deficiente mental a senhora por aquilo que escreveu demonstra que não tem capacidades mentais e morais para sêr mãe.
A Rita Silva dizer as anormalidades que diz é normal pois a Rita Silva além de sêr uma pessoa completamente básica não é mãe portanto há certos sentimentos que a Rita Silva desconhece mas a Isabel como pessoa que se diz tão cheia de compaixão e sensibilidade e ainda por ser mãe de um deficiente mental achar seja em que contexto for que um touro e uma criança com qualquer deficiência sejam a mesma coisa das duas uma a Isabel é mentirosa e não tem nenhum filho deficiente ou a Isabel é uma pessoa má e trata o seu filho como um animal irracional».
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Este comentário, pelo modo como foi “elaborado”, não me merece nenhuma consideração, portanto não irei responder.
Gostaria apenas de aqui deixar um texto muito interessante (tirando o raciocínio que está no último ponto: «é racional a crença em um ser que...» com o qual absolutamente discordo), que talvez explique os motivos do irracional miguel pereira, para escrever o que escreveu,
Só lamento que o Miguel Pereira NÃO VÁ ENTENDER o raciocínio do autor.
«Animal racional? Tem certeza?»
Por Daniel Bohn Donada
«Aristóteles disse, no século 4 a.C., que o ser humano é um animal racional. Será mesmo? Particularmente eu discordo, eu considero que o ser humano é um animal igual a qualquer outro.
Sim, o homem é um animal! O Homo Sapiens (nome científico da espécie humana) é um animal, pertencente ao grupo dos mamíferos e à família dos primatas. O que diferencia o homo sapiens dos outros animais é que o seu raciocínio não se baseia exclusivamente os seus instintos. Isso possibilitou que a espécie evoluísse e prosperasse, desenvolvendo as diversas áreas do conhecimento, ciência, filosofia, agricultura, geografia, matemática e etc…
Mas isso não faz do homem racional? Não! Pelo menos não automaticamente. Afinal, se o homem é tão racional assim, por que então vemos tanta gente, a esmagadora maioria da população, diria eu, agindo contra a razão? Discordam? Então respondam-me:
- É racional destruir o meio ambiente?
- Excepto para os fins de sobrevivência, protecção do seu território e dos seus filhotes, é racional matar?
- É racional discriminar os seus semelhantes, por qualquer motivo que seja?
- É racional promover guerras por ambição, religião, nacionalidade e política?
- É racional dirigir bêbado?
- É racional espezinhar os seus semelhantes, apenas para dar a si mesmo a impressão de ser superior a eles?
- É racional fomentar o ódio?
- Quando se está doente, é racional esperar por curas milagrosas em vez de fazer um tratamento médico?
- É racional atribuir a causa daquilo que não compreendemos a coisas sobrenaturais, igualmente desconhecidas e não compreendidas?
- É racional a crença num ser que provavelmente não existe, mas que vai mandar-te para o inferno por que te ama?
Acredito que a maioria das pessoas vai responder não, à maioria destas perguntas. Mas a pergunta mais importante é: algum animal que não seja o animal humano faz alguma destas coisas? Posso estar errado, mas o homem é o único animal que faz este tipo de coisa.
Reparem que os animais “irracionais” não perdem tempo com este tipo de coisa, eles apenas se preocupam em fazer a sua moradia (toca, ninho ou seja lá o que for), conseguir alimento, reproduzir, cuidar dos seus filhotes até que estejam crescidos, enfim… viver em harmonia com a natureza e com o seu ambiente.
Por que motivo, então, o Homo Sapiens se considera melhor ou mais racional do que os outros animais? Se alguém souber a resposta, por favor diga-me.
Como disse anteriormente, eu discordo da definição de ser humano proposta por Aristóteles… prefiro a definição de ser humano de Fernando Pessoa:
“O ser humano é um cadáver adiado”.
Fonte: http://livrespensadores.net/artigos/animal-racional-tem-certeza/
Copyright © Isabel A. Ferreira 2008
De como Portugal tem o dever de defender a sua Honra e a sua História
Prefaciado pelo Dr. Mendo Castro Henriques, Professor de Filosofia Política na Universidade Católica Portuguesa, Presidente do Instituto da Democracia Portuguesa e Biógrafo oficial e membro do conselho privado de S. A. R. D. Duarte Pio de Bragança; e de João Gomes, editor de política, da Chiado Editora (a minha editora), este livro contesta o modo como a história de D. João VI foi apresentada pelo jornalista brasileiro Laurentino Gomes, no seu livro «1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil», cuja narrativa amesquinha Portugal, a Monarquia Portuguesa e os Portugueses.
Esta CONTESTAÇÃO pretende repor o período da História contada no livro «1808», e que é altamente desprestigiante para Portugal e para os Portugueses, essencialmente para D. João VI, que apesar de não ter sido “talhado” para reinar, reinou o melhor que pôde, conservando a dinastia de Bragança e o império português, com dignidade, não se vergando ao grande e poderoso Napoleão Bonaparte, que subjugou praticamente todos os monarcas europeus da época. Tento integrar as circunstâncias dos acontecimentos históricos apresentados no «1808», no contexto da época; analiso, sem preconceitos, as acções e consequências dos actos assinalados; e realço as virtudes da alma grande portuguesa.
Para Laurentino Gomes, D. João VI era um rei covarde.
Para mim (e para muitos historiadores), um rei corajoso, que deixou uma obra notável no Brasil.
Ao ler-se o livro de Laurentino Gomes chega-se ao final com a ideia de que os Portugueses foram (e ainda são) Feios, Porcos, Maus e Ignorantes. Os factos que o Laurentino narrou, fora do seu contexto, soam a preconceito. Logo, defender a Honra e a História de Portugal foi um dever que se me impôs.
ÍNDICE
PREFÁCIO
NOTA INTRODUTÓRIA
1 – DE COMO D. JOÃO, PRÍNCIPE REGENTE DE PORTUGAL, TEVE A CORAGEM DE NÃO SE VERGAR AOS PÉS DE NAPOLEÃO BONAPARTE
2 – DE COMO OS FACTOS HISTÓRICOS FORAM “DESVIADOS”
3 – DE COMO UM PEQUENO REINO SE FEZ IMPÉRIO, E DE COMO DETERMINADAS CIRCUNSTÂNCIAS FAZEM TODA A DIFERENÇA
4 – DE COMO A MÁ UTILIZAÇÃO DAS PALAVRAS PODE DISTORCER A REALIDADE
5 – DE COMO UM IMPÉRIO DITO DECADENTE CONSEGUE SOBREVIVER E IMPOR-SE ENTRE IMPÉRIOS PODEROSOS
6 – DE COMO SE DIZ QUE TUDO ESTAVA MAL NO REINO DE PORTUGAL SEM SE TEREM EM CONTA AS CIRCUNSTÂNCIAS
7 – DE COMO VIAJAR EM 1808 NÃO ERA PROPRIAMENTE CRUZAR OS MARES EM PAQUETES DE LUXO
8 – DE COMO A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ENGRANDECEU O IMPÉRIO BRITÂNICO À CUSTA DA EXPLORAÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO INFANTIL E DAS MULHERES
9 – DE COMO PODEMOS CONFIAR NUM REPÓRTER IMPROVISADO MAIS DO QUE EM FONTES FACCIOSAS
10 – DE COMO SE “FABRICAM” MONSTROS COM BASE NO PRECONCEITO
11 – DE COMO A INGLATERRA DEVE A UMA RAINHA PORTUGUESA O REQUINTADO COSTUME DO «FIVE O’CLOCK TEA»
12 – DE COMO A ESCRAVATURA FOI A NÓDOA NEGRA NA SEDA BRANCA DE TODOS OS POVOS COLONIZADORES
13 – DE COMO NÃO PODE HAVER REQUINTE LONGE DA CIVILIZAÇÃO
14 – DE COMO PORTUGAL NÃO PERDEU A HONRA NEM ESTEVE NUNCA ABANDONADO
15 – DE COMO D. JOÃO VI NÃO SE LIVROU DE SER HUMILHADO
16 – DE COMO OS BRASILEIROS DEVERIAM ORGULHAR-SE DAS SUAS ORIGENS
ESCLARECIMENTO
***
Prefácio ao livro “Contestação”
Temos por certo que o estudo e a interpretação da nossa história, são duas tarefas fundamentais para a nossa definição enquanto povo e, mais do que isso, para a nossa afirmação actual enquanto país. Com identidade, o que é próprio de qualquer nação, mas acima de tudo com uma história riquíssima, do que nem todas se podem gabar.
Gabamos, no entanto, o trabalho de investigação de Laurentino Gomes que trouxe a público a importância da transferência da Corte para o Brasil, evento cujo Bicentenário comemoramos em 2008. Reconhecemos o Brasil como um país amigo e os brasileiros como um povo irmão onde João Ubaldo Ribeiro acaba de ganhar o Prémio Camões. E vemos na língua portuguesa a marca distintiva da Lusoesfera, passo evolutivo da Lusofonia, numa época em que Portugal pode ter influência para além dos países de língua portuguesa. Exemplo disso são as recentes aproximações à Comunidade de Países de Língua Portuguesa por parte de Galiza, Croácia, Venezuela, Ucrânia, Guiné Equatorial, Marrocos e Ilhas Maurícias, povos e Estados que a história aproximou de Portugal.
Como portugueses, temos um compromisso com a história, que nos leva a defender as aproximações à verdade e contestar os desvios da mesma. Por esse motivo, aceitámos prefaciar o livro da jornalista Isabel A. Ferreira. Assertivo e forte, patriótico e escrito com muita limpidez e, acima de tudo, um exemplo “de como Portugal tem o dever de defender a sua honra e a sua História”.
O livro de Laurentino Gomes é interessantíssimo do ponto de vista hermenêutico porque acumula quase todos os erros possíveis ao interpretar figuras históricas: falta de contextualização, acumulação de informação não tratada, confusão nos critérios de relevância, teoria explicativa deficiente, etc., etc. Sabemos hoje que D. João VI, ao contrário do que Laurentino Gomes nos afirma, não era um monarca cobarde, tendo sido um dos únicos príncipes europeus que não se vergou perante Napoleão Bonaparte. Poucos reis, durante a nossa história, foram tão perseguidos por motivos pessoais, como D. João VI. Quer pela loucura de sua mãe, quer pelo seu casamento infeliz e as conspirações de sua mulher e de fidalgos visando a sua abdicação. E contudo, poucos reis, na nossa história, foram tão consistentemente vencedores nos projectos a que se abalançaram, de mãos dadas com o seu povo e dirigentes. A sua permanência por treze anos no Brasil, permitiu-lhe ser o governante que garantiu a unidade do Estado, a que o Povo Brasileiro justamente acrescentou a independência.
Concluamos, pois, que a lenda negra que pairou sobre o monarca português que nos trouxe ao “Portugal Contemporâneo” é muito bem contestada neste livro, deixando à opinião dos leitores avaliar onde está a verdade. Por este motivo, elogiamos o trabalho de Isabel A. Ferreira. Que esta obra ajude a clarificar o legado de D. João VI, o monarca luso-brasileiro!
Mendo Henriques
João Gomes
(Pintura de Debret)
Nota Introdutória
A presente crónica «De como Portugal tem o dever de defender a sua Honra e a sua História» nasceu da indignação de ver o meu país amesquinhado no livro, apesar de tudo, interessante, «1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil», da autoria do muito ilustre jornalista brasileiro Laurentino Gomes.
Uma vez mais, Portugal e os Portugueses foram expostos ao ridículo, publicamente. Recentemente, na série televisiva «Os Tudors», apresentada num canal de televisão estatal, a corte portuguesa foi retratada com enorme desprestígio e leviandade. Há bem pouco tempo, e a propósito do caso do desaparecimento de Madeleine McCann, no Algarve, Portugal foi extremamente enxovalhado pela imprensa britânica. Isto apenas para falar de casos mais recentes.
Basta!
Portugal é um país territorialmente pequeno, mas não deve deixar que o amesquinhem deste modo tão acintoso, porque a sua alma é grande. Um povo deve celebrar os valores do seu país mais do que gritar ao mundo as suas desvirtudes. Estas devem ser redimidas na intimidade da sua auto-estima.
E porque tudo vale a pena quando a alma não é pequena (citando Fernando Pessoa), este é o meu contributo no sentido de resgatar o bom-nome de Portugal.
Todos os povos têm virtudes e defeitos. Portugal não foge à regra. Contudo, o maior defeito do povo Português é o de não acreditar nas suas virtudes, e encolher-se perante os juízos menores que dele fazem os que desconhecem a grandeza do seu percurso histórico, e de como sempre conseguiu manter-se na corda bamba, sem nunca perder completamente o equilíbrio.
E isso não é coisa pouca!
São essas virtudes que pretendo realçar nesta crónica.
Isabel A. Ferreira
(Esgotado)