A verdade é só uma: a tourada está podre, mas para que pareça de boa saúde, usam artimanhas, que todos conhecem, e depois dizem que a “casa esgotou”.
É a ilusão dos decadentes.
A revista Flash contribui para as borlas, daquela gente de plástico de má qualidade, que nem sequer sabe para onde vai.
De resto, a tourada foi um autêntico fiasco, segundo rezam as crónicas tauromáquicas.
Origem das fotos: http://farpasblogue.blogspot.pt/2014/06/famosos-ontem-no-campo-pequeno-i.html
Para cúmulo, por muito que se tenha escrito sobre a matéria, os responsáveis políticos, autoridades e comissões de protecção a menores fazem letra morta da legislação existente e do mais comum bom senso (é que isto nem precisava de leis) e permitem que crianças menores de idade assistam a espectáculos de violência, como se o colo das procriadoras (mães não serão) tornasse menos violentos os actos sanguinários que se cometem na arena.
Por muito menos já vi retirarem os filhos aos pais.
Não são os procriadores os responsáveis por esta inconsciência, mas sim as autoridades que, negligentemente, não fazem cumprir as leis do País.
E não se escudem na ambiguidade dessas leis, feitas já com esse propósito.
Existe uma lei maior do que as que cestão no papel, a lei da consciência, e é essa de deve prevalecer.
O que estão a fazer às crianças portuguesas que vivem no meio tauromáquico, sem lhes darem opções educativas válidas e evoluídas?
A prepará-las para serem os futuros biocidas?
Pela enésima vez aqui deixo este alerta:
"A Tauromaquia é a terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraídos por estes espectáculos. Desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura" (UNESCO, 1980)
O que é que as autoridades portuguesas ainda não entenderam?
Esta publicação mostra toda a monstruosidade das touradas. Foi escrito por quem sabe da matéria por experiência in loco, além de ser Médico-Veterinário, e, portanto, e sabe o que é um animal, coisa que a maioria dos governantes portugueses não sabe, e muito menos a minoria inculta que essa maioria protege desavergonhadamente.
A tourada, património? Só se for património da mais monumental estupidez!
Um ser vivo no maior sofrimento
Por Dr. Vasco Reis (Médico-Veterinário)
Um exemplo:
Vive uns 4 anos na campina na boa companhia de outros da mesma espécie em espaço largo e com boas condições.
Desenvolve-se.
Um dia é escolhido para a lide numa tourada. Enxotam-no, com ou sem medicação, para uma manga e enfiam-no numa caixa apertada onde mal se pode mexer.
O stress da claustrofobia é tremendo, ao passar da liberdade e tranquilidade da campina para o caixote onde fica confinado, brutalmente afastado da companhia importante dos outros bovinos.
A seguir cresce a ansiedade/pânico provocados pelo transporte. Depois a espera, provavelmente, com pouco ou nenhum alimento e bebida. Talvez sendo injectado, a ponta dos cornos será cortada até ao extremo vivo e muito enervado, ficando extrema e dolorosamente sensível ao contacto.
Consta que sofre outras acções destinadas a fatigá-lo, debilitá-lo, retirar-lhe capacidade para a lide. Mais tarde, a condução ao curro da praça de touros. Empurrado depois para a arena = beco cruel sem saída, suportando logo o enorme alarido, que ainda o assusta mais.
Depois a provocação, o engano, o cravar dos ferros, que o ferem e magoam terrivelmente, através da pele, de aponevroses, de mais ou menos músculos, atingindo tendões e, por vezes até pleura e pulmão (meu testemunho) e o fazem sangrar e sofrer.
Tudo isto o enfurece, magoa, deprime e esgota. Depois é retirado com as “chocas”. Brutalmente, tal como foram cravados, os ferros são agora retirados sem anestesia, arrancados ou por corte do couro. Depois o sofrimento cresce pela dor provocadas pelos ferimentos, infectando e provocando-lhe febre, ficando animicamente derrotado, até que o abate o liberte de tamanho sofrer.
Desgraçada vítima dos chamados humanos, “corrido” e torturado unicamente para diversão de aficionados, alimentar de vaidades, de negócios de tauromáquicos e no prosseguimento de uma cruel tradição.
É, portanto, uma aberração, comprovativa da maior hipocrisia, quando tauromáquicos e ganadeiros afirmam serem as pessoas que mais gostam dos touros.
Deixam-nos viver eventualmente bastante bem durante cerca de 4 anos, para que então sejam torturados na tourada e abatidos em sofrimento uns dias a seguir, em vez de viverem no seu meio natural os 20 anos em média da sua expectativa de vida.
Revoltante e vergonhoso é que tal crueldade seja permitida legalmente, feita espectáculo e publicitada.
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Desconfiança, medo e dor são essenciais e condição de sobrevivência para o indivíduo e para a espécie
Repare-se na extrema violência desta imagem
Plantas não têm sistema nervoso, não têm sensibilidade à dor, não têm consciência.
Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem uma herança genética instintiva e sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa e de fuga para poderem sobreviver.
Sem essas capacidades não poderiam sobreviver individualmente e enquanto espécie.
Portanto, desconfiança, medo e dor são essenciais e condição de sobrevivência para o indivíduo e para a espécie.
A ciência revela que a constituição anatómica, a fisiologia e a neurologia do touro, do cavalo e do homem e de outros mamíferos são extremamente semelhantes.
As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto, o ferimento.
O senso comum apreende isto e a ciência confirma.
Mas nesta “arte” não são somente touros e cavalos que sofrem.
São muitas as pessoas conscientes e compassivas, que por esta prática de violência e de crueldade se sentem extremamente preocupadas e indignadas e sofrem solidariamente e a consideram anti educativa, fonte de enorme vergonha para o país, atentório de reputação internacional, obstáculo de dissuasão do turismo de pessoas conscientes, que se negam a visitar um país onde tais práticas, que consideram "bárbaras", acontecem!
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Resumindo o percurso do Cavalo usado no toureio à portuguesa
O cavalo Xelim estripado numa tourada à portuguesa, acabou por morrer
Como animal veloz que é, procuraria a segurança pondo-se à distância daquilo que lhe pareça estranho ou que considere ser perigoso.
Mas, no treino e na lide montada, ele é dominado pelo cavaleiro, seja pelo “Hackamore”/ serreta / serrilha, “jaquima” em espanhol, actuando contra o chanfro e provocando maior ou menor incómodo, seja pelos ferros na boca, puxados pelas rédeas e actuando sobre a língua e as gengivas (bridão - com acção de alavanca - e freio, ambos apertados contra as gengivas por uma corrente de metal à volta do maxilar inferior, a barbela), artefactos susceptíveis de se tornarem muito castigadores.
É incitado pela voz do cavaleiro e por outras acções, chamadas de “ajudas”, como sejam as esporas que são cravadas no ventre, provocando dor e, frequentemente, feridas sangrentas.
É impelido para a frente pela acção das esporas, devido à dor que elas lhe provocam, e a voltar-se ou parar pela tracção das rédeas, devido ao incómodo ou dor que provocam, seja no chanfro, ou na boca e, também, pelo inclinar do corpo do cavaleiro.
Ao ser utilizado pelo cavaleiro como veículo para combater e vencer o touro, o cavalo é submetido a enorme ansiedade e esforço, o que até lhe pode causar a morte por colapso dos aparelhos respiratório e circulatório.
Resumindo: o cavalo é obrigado a enfrentar o touro pelo respeito/receio que tem do cavaleiro, que o domina e o castiga, até cravando-lhe esporas no ventre e provocando-lhe dor e desequilíbrio na boca. Isso transtorna-o de tal maneira, que o desconcentra do perigo que o touro para ele representa de ferimento e de morte e quase o faz abstrair disso.
Portanto, a afirmação de cavaleiros tauromáquicos de que gostam dos seus cavalos e que lhes querem proporcionar bem-estar, soa estranha e hipócrita.
A lei é omissa quanto ao controlo de dopagem, o que permite manipulações e abusos para serem mascaradas situações dolorosas e problemas de saúde, especialmente dos membros do cavalo.
Revoltante e vergonhoso é que tal crueldade seja permitida legalmente, feita espectáculo e publicitada.
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"Espectáculos" com Touros
Retirada das bandarilhas a sangue frio e com o auxílio de uma faca que corta as carnes, já maceradas, do bovino.
Meias soluções não servem, porque, todos os espectáculos com touros (incluindo as touradas com velcro e com "bandarilhas" sem arpão, mas com ventosas) exigem a captura violenta do touro ao ser retirado do campo e da companhia dos bovinos, passando a sofrer ansiedade, claustrofobia, pânico, fúria, risco de contusão e esgotamento em luta por se libertar, metido e apertado em caixa de transporte e assim transportado, posto em curro, depois na tourada ou outro espectáculo.
Tudo isso representa agressão, risco e sofrimento intenso emotivo, psicológico, físico para o touro. O cavalo continua obrigado a sofrer e a arriscar, se for obrigado a intervir.
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(Pormenor importante)
«O touro perde 15% do seu peso durante o transporte para a praça.
Chegado à praça, é brutalizado, física e psicologicamente, durante 24 horas, com o propósito de o enfraquecer, para facilitar a sua lide na arena.
E entre os actos brutais de que o touro é vítima durante os dois dias anteriores à corrida, está o corte dos seus chifres. O corte dos chifres do touro retira-lhe 80% da sua visão periférica. E essa é a razão pela qual cortam os chifres do touro.
O touro quando, ao fim de mais de 2 dias, em que foi vítima de cruéis actos para o desgastar, física e psicologicamente, quando entra na arena, entra 80% diminuído, física e psicologicamente »
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Ler mais aqui:
Percurso do Touro usado para toureio (II)
Alguma vez olhaste para um camião carregado de touros assassinados no final de uma tourada?
Quanto a touradas, caímos mais uma vez na definição do “sofrimento” dos animais, espectáculo cruel que põe a palavra “Humanidade” em segundo plano.
Espectáculos de morte e sofrimento que por vezes passam despercebidas ao comum dos mortais, tal e qual como passaram as carruagens nas linhas a caminho de Auschwitz e se reparares todas essas mortes, foram praticadas por humanos tal e qual como tu e eu. Touradas e outros espectáculos que envolvem animais, são sempre do ponto de vista Humano, bárbaros, degradantes, cruéis e dependendo por onde traças a tua linha mental, são indefensáveis.
Somos livres de concordar com o que quer que seja mas a dificuldade reside onde traçar a linha de “non passarán!”. E é essa que nos define como seres humanos, sensatos e dignos de nós próprios.
Alguma vez olhaste para um camião carregado de touros assassinados no final de uma tourada?
Fonte:
Todas as sondagens, todos os inquéritos, todas as abordagens realizadas em Portugal (e por todo o mundo, aliás) foram unânimes: mais de 94% dos cidadãos civilizados REJEITAM AS TOURADAS.
Por isso, elas foram já oficiosamente abolidas, ou seja, o povo aboliu as touradas, seguindo um instinto natural.
Para quando a Abolição Oficial, para que os governantes portugueses não façam má figura perante o mundo?
BOAS NOTÍCIAS!
DADOS OFICIAIS CONFIRMAM QUE AS TOURADAS PERDERAM QUASE 40% DE PÚBLICO NOS ÚLTIMOS 10 ANOS!
Os últimos dados oficiais, publicados pela Inspecção Geral das Actividades Culturais, confirmam uma tendência clara para uma diminuição significativa do interesse dos portugueses por estes eventos. Além de um decréscimo no número de touradas realizadas, há uma forte diminuição de público nas praças de touros entre 2003 e 2013.
Fonte:
«Acentuado Decréscimo das Touradas na Televisão – Um Contributo para a Abolição
Numa fase em que a tauromaquia só vai sobrevivendo com apoios como a emissão televisiva de touradas, é muito bom verificarmos que no espaço de dois anos se assistiu a uma quebra de 80% na quantidade de touradas televisionadas. De 15 touradas transmitidas em 2011, passámos para 3 em 2013. A TVI esteve muito bem, pois pela primeira vez em muitos anos não emitiu qualquer tourada. Excelentes sinais»
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Lemos que as corridas de touros continuam a ser o principal espectáculo realizado no país, representando mais de dois terços dos eventos taurinos realizados… As novilhadas populares têm expressão muito reduzida no conjunto dos “espectáculos”.
Não será bem assim… Há leituras e LEITURAS.
Mas ainda que fosse… Realizam-se corridas de touros para uma bancada de gente: família dos torcionários e um ou outro aficionado, daqueles que não têm a mínima hipótese de evoluírem… e para os “convidados” , as borlas dos organizadores… Só assim…
As arenas estiveram praticamente vazias em 80 e tal % das tais “corridas”, no ano de 2013. Por todo o mundo, arenas encerraram. Cidades tornaram-se anti-taurinas. O povo diz um grande NÃO ao acto bárbaro de torturar bovinos.
Além disso, a tauromaquia é uma actividade SUBSIDIADA com DINHEIROS PÚBLICOS. Não fosse isso, já tinha sido enterrada definitivamente.
E então, o que há para esta actividade sanguinária, NÃO HÁ para o Teatro, para o Cinema, para o Bailado, para as Artes Plásticas, para a Literatura, enfim, para a VERDADEIRA CULTURA.
Todos os artistas se queixam da falta de apoios para as iniciativas que dão o pão ao espírito.
Reformados, doentes, famintos, idosos, enfim… são tantas as queixas… Não há dinheiro… Cortam-se salários, pensões… Mas para a tauromaquia esbanjam-se milhares de Euros.
E é como se deitassem esse dinheiro ao lixo, porque é no LIXO TAUROMÁQUICO que o dinheiro é gasto.
Mas os nossos governantes optam por apoiar a vulgaridade, a mediocridade, a estupidez, o biocídio, e nós sabemos muito bem porquê…
Também lemos que o número de espectáculos tauromáquicos realizados no ano passado em Portugal foi o mais baixo desde o ano 2000, segundo dados da Inspecção-geral das Actividades Culturais (IGAC), que registou em 2013 um total de 241 eventos.
Eventos? A carnificina de bovinos para divertir sádicos será um evento?
Continuando…
De acordo ainda com o Relatório da Actividade Taurina 2013, também o número de espectadores*** que assistem a “espectáculos” com touros foi o mais baixo em 14 anos, passando de 620 mil registados em 2000 para 441 mil no ano passado.
Ora este número também não corresponderá bem à verdade.
Serão 441 mil, contando sempre com os mesmos, nos vários “espectáculos”, pois as camionetas vão e vêm com o mesmo povo, daqui para ali… Algo muito mal contado…
Dizem também que a redução mais significativa ocorreu entre 2011 e 2012, com uma diminuição de quase 130 mil espectadores***, uma queda de 21%. O número será maior… Depende da objectividade.
***
*** Espectadores – No texto original, que segue o novo acordo ortográfico, lê-se ESPETADORES. Ora, ainda que se utilize o novo acordo ortográfico, nunca um “espectador” (pronuncia-se o C) seria um “espetador”, a não ser que quisessem referir-se aos espetadores de bandarilhas, o que condiz com a carnificina.
Enfim… em todo este mundinho tauromáquico, carniceiro e de baixo nível moral e social, nada se aproveita…
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O certo, certo, é que a esmagadora maioria do povo civilizado rejeita todas as modalidades da tauromaquia, que já está morta (só os envolvidos não querem ver, preferem andar com um cadáver de lábios pintados, às costas… por aí… coitadinhos!, por isso o número destas actividades degradantes baixou consideravelmente, e continuará a baixar vertiginosamente… agora que as autoridades portuguesas, para não passarem vergonha perante o mundo, terão de rever a sua posição em relação às “escolas de tortura” e à menoridade (que vai até aos 18 anos) para se ingressar ou assistir à violência das touradas, ADMITIDA pela ONU.
Fontes:
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/numero-touradas-portugal-foi-mais-baixo-sempre-2013
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Na verdade, a tourada “à portuguesa” constitui um dos espectáculos legalmente permitidos, mais cruéis em todo o mundo civilizado, tendo em conta os processos a que são sujeitos os touros antes e depois da corrida.
Poucas horas antes do espectáculo os touros, depois de separados do resto da manada, são imobilizados e com uma serra são-lhe cortados os cornos que depois são revestidos com as chamadas “embolas” de ferro forradas a couro, processo doloroso e stressante para o animal.
Depois de terminada a corrida não recebem qualquer tipo de assistência veterinária. Em vez disso, ainda vivos, são novamente imobilizados para que lhes sejam arrancadas as múltiplas bandarilhas e ferros que têm espetados no dorso.
Para retirar as lâminas é necessário efectuar alguns cortes com uma navalha (sem qualquer tipo de anestesia). Os touros são depois transportados para o matadouro, gravemente feridos, onde aguardam o abate, geralmente à segunda-feira…
Os animais são acondicionados em condições degradantes, dentro de um pequeno contentor do veículo de transporte onde não se conseguem movimentar, nem sequer deitar.
São obrigados a permanecer nestas condições até ao momento do abate, sem água, nem alimento. Alguns morrem antes de entrar no matadouro, numa agonia lenta.
Fonte:
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Exigimos a abolição das touradas já!
Isabel A. Ferreira
É a Lei do Retorno a funcionar em pleno. Por vezes demora… Mas nunca falha.
“El Cordobés” teve o que mereceu. O Touro apenas se defendeu do seu carrasco.
Se ao Touro não dói (não é o que dizem?) ao torcionário também não. Afinal… são ambos animais com a mesma morfologia…
Toureiro El Cordobés é atingido por touro. Foto: Mirror.UK
Por Patricia Tai
«O popular toureiro espanhol chamado Manuel Díaz, conhecido como “El Cordobés”, foi atingido por um touro durante o Festival de Pilar em Zaragoza, na Espanha. As informações são do Mirror do Reino Unido e do MundoToro.
Segundo a reportagem, a multidão gritou horrorizada quando o enorme touro negro voltou-se “sem aviso” contra o toureiro.
El Cordobés não teve tempo para fugir e os chifres do touro furaram o seu abdómen, girando-o e batendo-o de volta ao chão. Os espectadores assistiram assustados enquanto o homem foi repetidamente chifrado na região abaixo do estômago, próximo à virilha.
Ele foi levado às pressas para fora da arena e encaminhado à enfermaria do local assim que touro parou de lhe atacar e seu rosto pálido “mostrava agonia”.
Apesar da gravidade dos ferimentos, o mesmo não corre risco de morte, de acordo com informações do site “MundoToro”, que também divulgou que o toureiro já havia sido atingido de raspão na axila em sua primeira apresentação no evento.
Situações como essa são relativamente comuns e esperadas. Animais não-humanos apenas atacam para se defender. O touro já estava com várias “bandarilhas” espetadas em seu dorso quando atacou o toureiro.
Os touros são submetidos a verdadeiras torturas durante esses vergonhosos eventos chamados “espectáculos” de entretenimento humano. Para saber detalhes sobre isso, veja a imagem muito divulgada na Internet chamada “Anatomia do sofrimento de um touro… »
Por Rui Nicolau
«A tourada “à portuguesa” constitui um dos espectáculos legalmente permitidos, mais cruéis em todo o mundo civilizado tendo em conta os processos a que são sujeitos os touros antes e depois da corrida.
Poucas horas antes do espectáculo os touros, depois de separados do resto da manada, são imobilizados e com uma serra são-lhe cortados os cornos que depois são revestidos com as chamadas “embolas” de ferro forradas a couro, processo doloroso e stressante para o animal.
Depois de terminada a corrida não recebem qualquer tipo de assistência veterinária. Em vez disso, ainda vivos, são novamente imobilizados para que lhes sejam arrancadas as múltiplas bandarilhas e ferros que têm espetados no dorso.
Para retirar as lâminas é necessário efectuar alguns cortes com uma navalha. Os touros são depois transportados para o matadouro, gravemente feridos e sem alimento, onde aguardam o abate, geralmente à segunda-feira. »
Fonte:
«O eventual carácter económico de uma actividade destrutiva não a legitima. Pelo contrário, demonstra como valores fundamentais se subvertem em função do dinheiro.
Mas o que é mais grave é que a tauromaquia, como actividade económica, prejudica o país. Suga subsídios europeus, estatais e municipais que podiam e deviam ser aplicados em actividades construtivas, em vez de serem esbanjados em rituais que nada criam e que exortam a violência e o embrutecimento.
Será justo continuar a subsidiar uma indústria de mero entretenimento, que promove a violência, em nome dos postos de trabalho que garante? Nós temos a agricultura de rastos, não seria antes de aplicar o esforço nessa área, transferindo essa mão de obra para onde ela é mais necessária? Essas tais pessoas que tanto amam o mundo rural não seriam bem mais úteis na produção agrícola do que na área dos espectáculos?
O tráfico de droga, as lutas de cães e de galos são também setores económicos a considerar e no entanto nenhum de nós pensaria sequer em reabilitar e regulamentar uma prática que passou a ser proscrita por razões de ordem ética.
A tauromaquia prejudica o turismo. Várias sondagens e estudos elaborados no âmbito deste tema corroboram esse prejuízo. No estudo “Valores e Atitudes face à Protecção dos Animais em Portugal”, de 2007 – levado a cabo pela Metris GfK, em associação com o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) – foi feita a pergunta, “Em que medida pensa que, em Portugal, os animais são protegidos por lei?”, os resultados foram:
Um total de 87,1% dos consultados considera que a protecção legal dada aos animais é deficiente.
À pergunta, “Considera que a tourada deveria ser proibida por lei em Portugal?”:
50,5% dos entrevistados respondeu “Sim”
39,5% respondeu “Não”.
À pergunta, “Gostaria que o Município da cidade onde reside a declarasse uma cidade onde as actividades relacionadas com tourada não são autorizadas?”
52,4% dos entrevistados respondeu “Sim”.
36,8% respondeu “Não”
(Hoje somos mais de 80%).
Em Março de 2007, a Associação Animal encomendou uma sondagem à CIES/ISCTE/ MetrisGfk, que foi levada a cabo no norte do país. Essa sondagem foi utilizada pelas Câmaras Municipais de Braga, Viana do Castelo, Cascais e Sintra para conhecerem a posição actual dos portugueses em relação às actividades tauromáquicas.
Os respectivos autarcas procederam ao cancelamento de vários eventos tauromáquicos em função dos resultados dessa sondagem. Nela, 61,1% dos habitantes do norte do país declaram querer que as touradas sejam proibidas por lei em todo o país e 64,5% declaram querer que as cidades e vilas em que residem sejam declaradas cidades e vilas anti-touradas.
Pela Europa, num estudo realizado em 2003 em diversos países europeus, 93% dos alemães, 81% dos belgas e 82% dos suíços afirmaram ser contra a tourada.
89% dos britânicos afirma que nunca visitaria uma tourada quando estivesse em férias. (TNS Sofres, sondagem encarregada pela Franz Weber Foundation).
76% dos europeus inquiridos afirma que é errado a indústria do turismo promover uma tourada de qualquer forma. (sondagem ComRes, de Abril de 2007).
Estes dados revelam de forma objectiva que a tourada não beneficia o turismo nacional, nem a imagem de Portugal no estrangeiro. Pelo contrário, desperta o antagonismo de povos evoluídos que não desejam visitar países promotores de rituais macabros.»
Fonte:
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O que é preciso mais para que os governantes portugueses usem da inteligência (se é que a têm) para acabar com este ritual macabro, de gente completamente insana, que põe Portugal no rol dos países civilizacionalmente atrasadinhos? (Isabel A. Ferreira)