Qual crise? Onde está a crise?
Em Portugal, nas terrinhas mais atrasadas, como Extremoz, onde o povo ainda se diverte a torturar Touros, as crianças podem passar fome, o povo pode viver mal, mas para a ESTUPIDEZ não falta dinheiro.
Luís Mourinha, Presidente da Câmara Municipal de Extremoz. Inteligente, este homenzinho!
«Depois de ter gasto mais de um milhão e setecentos mil euros nas obras de requalificação da praça de touros de Estremoz, e não nos esqueçamos que parte deste montante é proveniente de fundos comunitários, serão gastos mais 76 mil euros em trabalhos imprevistos.
Estes trabalhos imprevistos, de acordo com o presidente da autarquia, referem-se ao reforço das bancadas com betão.
Em comunicado, a Secção de Estremoz do PS considerou “intolerável, injustificado e vergonhoso” o comportamento da gestão da câmara municipal em relação a esta obra.
“Depois de ter decidido gastar mais de um milhão e 700 mil euros na praça de touros de Estremoz, Luís Mourinha veio agora forçar o pagamento de trabalhos a mais no dito recinto”, acrescenta o documento.
O comunicado refere ainda que, “com tantas carências na rede de águas, no saneamento básico, na rede viária e no parque habitacional do concelho, o presidente da câmara prefere continuar a gastar dinheiro num imóvel, que nem sequer é propriedade da autarquia”.
Saneamento básico e etc, que se lixe, o importante é esbanjar o dinheiro dos contribuintes nacionais e europeus em touradas. Afinal, para os aficionados, as touradas inducam e colturalizam.
Prótouro
Pelos touros em liberdade»
Fonte:
http://protouro.wordpress.com/2013/06/24/estremoz-e-la-vao-mais-76-mil-euros-para-a-praca-de-touros/
«O eventual carácter económico de uma actividade destrutiva não a legitima. Pelo contrário, demonstra como valores fundamentais se subvertem em função do dinheiro.
Mas o que é mais grave é que a tauromaquia, como actividade económica, prejudica o país. Suga subsídios europeus, estatais e municipais que podiam e deviam ser aplicados em actividades construtivas, em vez de serem esbanjados em rituais que nada criam e que exortam a violência e o embrutecimento.
Será justo continuar a subsidiar uma indústria de mero entretenimento, que promove a violência, em nome dos postos de trabalho que garante? Nós temos a agricultura de rastos, não seria antes de aplicar o esforço nessa área, transferindo essa mão de obra para onde ela é mais necessária? Essas tais pessoas que tanto amam o mundo rural não seriam bem mais úteis na produção agrícola do que na área dos espectáculos?
O tráfico de droga, as lutas de cães e de galos são também setores económicos a considerar e no entanto nenhum de nós pensaria sequer em reabilitar e regulamentar uma prática que passou a ser proscrita por razões de ordem ética.
A tauromaquia prejudica o turismo. Várias sondagens e estudos elaborados no âmbito deste tema corroboram esse prejuízo. No estudo “Valores e Atitudes face à Protecção dos Animais em Portugal”, de 2007 – levado a cabo pela Metris GfK, em associação com o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) – foi feita a pergunta, “Em que medida pensa que, em Portugal, os animais são protegidos por lei?”, os resultados foram:
Um total de 87,1% dos consultados considera que a protecção legal dada aos animais é deficiente.
À pergunta, “Considera que a tourada deveria ser proibida por lei em Portugal?”:
50,5% dos entrevistados respondeu “Sim”
39,5% respondeu “Não”.
À pergunta, “Gostaria que o Município da cidade onde reside a declarasse uma cidade onde as actividades relacionadas com tourada não são autorizadas?”
52,4% dos entrevistados respondeu “Sim”.
36,8% respondeu “Não”
(Hoje somos mais de 80%).
Em Março de 2007, a Associação Animal encomendou uma sondagem à CIES/ISCTE/ MetrisGfk, que foi levada a cabo no norte do país. Essa sondagem foi utilizada pelas Câmaras Municipais de Braga, Viana do Castelo, Cascais e Sintra para conhecerem a posição actual dos portugueses em relação às actividades tauromáquicas.
Os respectivos autarcas procederam ao cancelamento de vários eventos tauromáquicos em função dos resultados dessa sondagem. Nela, 61,1% dos habitantes do norte do país declaram querer que as touradas sejam proibidas por lei em todo o país e 64,5% declaram querer que as cidades e vilas em que residem sejam declaradas cidades e vilas anti-touradas.
Pela Europa, num estudo realizado em 2003 em diversos países europeus, 93% dos alemães, 81% dos belgas e 82% dos suíços afirmaram ser contra a tourada.
89% dos britânicos afirma que nunca visitaria uma tourada quando estivesse em férias. (TNS Sofres, sondagem encarregada pela Franz Weber Foundation).
76% dos europeus inquiridos afirma que é errado a indústria do turismo promover uma tourada de qualquer forma. (sondagem ComRes, de Abril de 2007).
Estes dados revelam de forma objectiva que a tourada não beneficia o turismo nacional, nem a imagem de Portugal no estrangeiro. Pelo contrário, desperta o antagonismo de povos evoluídos que não desejam visitar países promotores de rituais macabros.»
Fonte:
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O que é preciso mais para que os governantes portugueses usem da inteligência (se é que a têm) para acabar com este ritual macabro, de gente completamente insana, que põe Portugal no rol dos países civilizacionalmente atrasadinhos? (Isabel A. Ferreira)
Quando penso que já não há mais nada para saber sobre os tauricidas eis que surge este decálogo que é a “cara” de gente que não está no seu juízo perfeito.
Como é possível serem tão mentecaptos?
«Por incrível que pareça, os tauricidas têm uma espécie de 10 mandamentos que apelidam de decálogo tauromáquico:»
«Eis uma prova mais que esta gente necessita a todo o custo justificar o seu vício doentio em torturar e matar animais.
Somente pessoas mentalmente doentes poderiam produzir semelhante decálogo. Somente pessoas que não têm valores morais e éticos e que não respeitam a vida de outros seres, poderiam escrever semelhante barbaridade.
Se não fossem doentes, o seu decálogo seria:
1. O tauricida ama o dinheiro que recebe por torturar e matar animais;
2. Para o tauricida a lide do touro é ética porque lhe dá dinheiro;
3. As touradas mantêm um animal manufacturado porque dá dinheiro;
4. Certos “génios” da humanidade defendem a tauromaquia porque tal se traduziu e traduz em cifrões;
5. A criação de touros é uma fonte de subsídios;
6. As touradas não garantem trabalho mas sim subsídios;
7. O tauricida ama matar o touro;
8. O tauricida não respeita o touro respeita sim o dinheiro que lhe advêm da tortura e morte deste;
9. Ser tauricida: não morremos por nada porque não arriscamos nada e essa é a excelência suprema;
10. O tauricida respeita a tradição porque ela lhe enche os bolsos.
As touradas não são arte, cultura ou tradição, as touradas são $$$. Essa é a realidade.
Prótouro
Pelos touros em liberdade»
Fonte:http://protouro.wordpress.com/2013/05/13/a-sandice-dos-tauricidas/
Algo que se passou no ano passado… mas é actual…
«PONTE DE LIMA, para mim, perdeu muito. Uma terra cheia de cultura, uma terra cheia de história, uma terra de grande festividade, que defende boas causas e como é que é possível apoiar as touradas?
Mas as touradas são cultura? O sofrimento dos animais é algo de diversão?
Será que poderiam trocar os lugares do touro com o senhor responsável?
Ah já sei agora CULTURA É TUDO QUE POSSA DAR DINHEIRO! Pois bem, pessoal de Ponte de Lima, que seja contra touradas, vamos fazer partilha da foto e dar a nossa opinião, para ver se sensibilizamos alguma coisa e o resto do pessoal também o pode fazer. Quero opiniões!
ANDRÉ QUINTELA»
Fonte:
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Então limianos? O que têm a dizer?
Haverá alguém em Ponte de Lima que seja contra esta “coisa” primitiva?
Manifestem-se.
Até agora todos os que se manifestaram são a FAVOR da IGNORÂNCIA.
Não haverá ninguém contra?
O André Quintela quer opiniões.
Ao que parece, o Nuno saiu da arena carregado por gente não especializada, o que poderia ter provocado o agravamento da sua situação clínica. Nestes casos, pode ser fatal o modo como se transporta o ferido. E não nos parece que nenhuma equipa médica fosse chamada à arena, para imobilizar adequadamente o Nuno (como devia ser) para depois o retirar do local onde foi colhido pelo Touro, Touro esse que apenas se defendeu da investida cobarde do forcado.
Os textos que escrevi, sobre esta matéria, colocavam o Nuno PARAPLÉGICO, até porque as notícias que iam saindo nos jornais, ora referiam “paraplégico”, ora referiam “tetraplégico”.
Como eu não podia acreditar que um jovem que ficou TETRAPLÉGICO num jogo estúpido como o da forcadagem, pudesse dizer que FARIA TUDO OUTRA VEZ (pareceu-me um tanto irracional, esta afirmação) fiquei-me no “paraplégico” pois seria mais razoável.
Até que recebi o seguinte comentário ao texto: «O Ex-forcado Nuno Carvalho-Mata vendeu-se por cem mil euros».
«De Maria do Carmo Silva a 16 de Março de 2013 às 12:57
Realmente não ajuda nada a causa anti -tourada este tipo de posts em que nem se procura confirmar informações. O Nuno está TETRAplégico. Não mexe os braços e pernas. Respira sozinho assim parece, tem mobilidade dos ombros.
Não sei qual a vértebra partida mas parece ter sido umas das cervicais, claramente. A colhida também mostra isso. Tem sorte de ainda estar vido ou não. Respeito pela desgraça alheia é um princípio que não abandonarei só porque o jovem cresceu no meio de tarados que nem sentem que o touro sofre e tornou-se num deles, infelizmente.»
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Ora fiquei deveras perplexa.
E respondi, o seguinte, à senhora:
Se o Nuno está tetraplégico, ainda é pior do que o que se diz por aí, e do que eu pensava. Obrigada pela informação. É que circulam as duas versões. EU tinha esperança de que fosse apenas paraplégico.
Mas se a Maria do Carmo Silva diz que é TETRAPLÉGICO, passarei a usar este termo (muito mais triste, muito pior).
E o Nuno não aprendeu NADA.
Continua a contribuir para que outros possam ficar tetraplégicos ou mesmo morrer.
Eu não aplaudo o que aconteceu ao Nuno, como os sádicos fazem quando aplaudem os toureiros e forcados feridos e mortos nas arenas, tal como aplaudem o que acontece aos TOUROS, QUE SÃO TÃO ANIMAIS COMO EU OU COMO O NUNO, E SOFREM DE IGUAL MODO.
Eu apenas LAMENTO que um governo permita que jovens fiquem nesse estado, por interesses económicos obscuros.
Eu LAMENTO que o Nuno tivesse ficado TETRAPLÉGICO, e que esse FACTO não tivesse EFEITO ALGUM na sua mente.
Eu LAMENTO que ele diga que se pudesse FARIA TUDO OUTRA VEZ.
Eu LAMENTO que o Nuno depois de ter ficado TETRAPLÉGICO diga alto que se pudesse candidatava-se novamente a FICAR TETRAPLÉGICO.
É esta mente distorcida que EU LAMENTO no Nuno. Entende Maria do Carmo Silva?
Não estou no rol dos sádicos para aplaudir o que de mal aconteceu ao Nuno, ainda que por livre e espontânea vontade dele.
Lamento o que acontece aos Touros, que vão para a arena FORÇADOS por energúmenos trogloditas.
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E a Maria do Carmo Silva respondeu-me:
«De Maria do Carmo Silva a 18 de Março de 2013 às 19:40
Estamos de acordo em tudo. A minha informação sobre o estado do Nuno vem de ter visto um documentário da TVI, salvo erro, uma reportagem feita no Alcoitão onde estavam a fazer a recuperação para lhe proporcionar maior autonomia.
Tudo isto é muito triste, mas há muita vida à frente do Nuno. Daqui a uns anos, depois de verificar quem está ainda com ele, quando entrar no esquecimento dos media, talvez mude de opinião e se junte àqueles que não querem torturar animais. Tenho esperança, com a experiência que teve, vindo de meios pró tourada ou seja pró tortura, a opinião dele seria decisiva, ele poderia salvar vidas, as de toureiros e as dos touros e cavalos.»
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Eis a minha resposta:
Exactamente, Maria do Carmo Silva.
É triste, muito triste, tudo o que aconteceu com o Nuno, e o que acontece com os desventurados animais, que sofrem tanto como nós, e como o Nuno sofreu. Os Touros só não ficam tetraplégicos, porque os MATAM a sangue frio, depois de barbaramente torturados.
É bem verdade que quem nasce nestes meios não conhece mais nada. Mas se tentamos mostrar-lhes outro caminho, se tentamos mostrar-lhes a verdade, não aceitam. E isso é muito lamentável.
Um dia, talvez, quando se vir só, o Nuno caia em si. Mas entretanto, para ganhar dinheiro, permite que seres magníficos sejam torturados, e outros jovens como ele, se candidatem a ficar tetraplégicos também.
Tudo isto me incomoda, Maria do Carmo Silva.
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Tristemente, já rectifiquei o que estava mal nos meus textos:
O Nuno, afinal, está TETRAPLÉGICO, e não paraplégico, mas se ficasse bom, voltaria a candidatar-se ao mesmo.
E é que ser tetraplégico é muito, muito mais grave do que ser paraplégico. Muito mais triste. Muito mais penoso.
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Para terminar, deixo-vos com uma reflexão do Carlos Ricardo, que me chegou hoje, para o texto «Amanhã vai haver festival taurino…»
«De Carlos Ricardo a 19 de Março de 2013 às 04:10
O aproveitamento dum "infeliz" aleijado (por culpa própria) feito pelos aficionados é de revoltar, REVOLTAR qualquer um !!! Menos os facínoras aficionados que não olham a meios para encher os bolsos!! E o Nuno não vê isso!! Ou por outro lado, NÃO QUER VER !! Porque a sua sede de sangue que já lhe custou a normalidade física, é superior ao seu amor-próprio...!!!
O "acidente" do Nuno deve ter sido, para os aficionados e promotores de touradas, como uma mina de ouro da qual, em nome da solidariedade e caridade (a que o povinho ignorante, cheiinho de pena, adere), continuam a facturar sem dó nem piedade por um animal que apenas pede para viver em paz.»
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E deixar que os Touros e Cavalos vivam em paz é só o que pedimos
Isabel A. Ferreira
Será uma rosa negra como esta, que colocaremos na lápide que, brevemente, perpetuará a morte da tauromaquia, que a protóiro tem ajudado a destruir.
A prótoiro (federação portuguesa das associações taurinas) pretende passar cá para fora uma imagem de "poder", mas todos nós sabemos que eles, todos juntos, não valem um tostão furado.
Há quem diga que são mafiosos, um polvo que estende os seus tentáculos e exerce influência no covarde governo português, e entre os nossos autarcas medrosos.
Dizem que são perigosos...
Perigosos? Os covardes nunca são perigosos diante dos que não têm medo e lhes fazem frente.
São perigosos sim, para os seres inocentes e inofensivos. Mas são incapazes de enfrentar um gigante.
Bem podem tentar estender os "tentáculos", pois quanto mais os estenderem mais frouxos ficarão e, tal como um fio de teia de aranha, acabarão por romper. Inevitavelmente.
Esta sempre foi a Lei, desde os primeiros tempos da vida do “humano” no Planeta Terra.
A prótoiro está acabada. Rasgada. Velha. Mofosa.
A Razão sempre se sobrepôs à ignorância, e brevemente toda essa prótoirada estará a rastejar no chão que eles próprios estão a enlamear.
Podem ter dinheiro, mas não têm inteligência. E é preciso inteligência para se vencer.
E têm também um ponto fraco, um calcanhar de Aquiles, que nós conhecemos, mas eles nem sonham.
E será por aí que cairão como frutos apodrecidos.
Podem crer.
(Com a devida vénia,faço minhas as palavras do Tiago Mesquita)
Por TIAGO MESQUITA
O que se passa neste país falido, de pessoas falidas, de empresas falidas, com um Estado falido e com Câmaras Municipais falidas relativamente ao apoio que se dá ao massacre de touros (peço perdão - dizem os aficionados que é uma nobre arte - digo eu "vão dar sangue" e não o tirem a quem não se pode defender) para regozijo e beneficio de meia dúzia é uma pouca-vergonha. E não me venham com a história da tradição, do retorno, da treta que dá emprego a muita gente porque estamos a falar de valores pornográficos numa época de vacas magras. Querem ver, ou melhor, ler?
Estremoz vai gastar 2,5 milhões de euros para remodelar a praça de touros, 80% deste dinheiro provem de fundos europeus do programa FEDER. Repito: DOIS VIRGULA CINCO MILHÕES! Pergunta: não existirão necessidades prementes, sociais quiçá!, em Estremoz para além desta empreitada? E a existirem não deveriam ter, no mínimo, igual consideração?
A C.M da Azambuja gasta 600 mil euros para renovar praça de touros. A C.M. de Vila Franca de Xira só em 2011 gastou em tauromaquia a quantia de 4.447.271 euros! Imagino o que não terá sido gasto ao longo de vários anos. Será possível que ninguém fale disto? Ninguém questiona a utilização de verbas de valor astronómico? Andamos nós a tapar os buracos financeiros da Câmaras que devem dinheiro a tudo o que é fornecedor levando milhares de empresas à falência e milhares de pessoas ao desemprego, para estes senhores andarem a gastar no pagode?
A C.M de Santarém ao longo de vários anos tem gasto milhares de euros na compra de bilhetes para touradas, 150 mil euros só em 2009. O mesmo aconteceu em 2010 e 2011. Também em 2009 a mesma Câmara gastou nove mil euros na compra de 200 exemplares do livro "João Patinhas - Um forcado". Tudo feito através de ajustes diretos. Nove mil euros em João Patinhas? Chamem o Tio Patinhas para gerir estas Câmaras por amor de Deus.
Outro exemplo asqueroso: entre 2004 e 2010 o Governo Regional do Açores, o Município de Angra do Heroísmo e a empresa municipal "Culturanga" gastaram mais de 2.600.000,00 euros em apoios à tauromaquia.
Já em 2012 a Direção Regional do Turismo subsidiou o II Fórum Mundial Taurino com 75.000,00 euros. Sim - 2012 - o annus horribilis da nossa economia, com milhares de pessoas a passarem dificuldades extremas, desempregadas, a perderem a casa, os bens e a esperança, atoladas em dividas num desespero asfixiante. Mas para as touradas não pode faltar, não. Nunca.
Mas o escândalo continua a nível europeu com os contribuintes de todos os estados membros a pagarem subsídios aos ganadeiros de touros de lide. São milhões todos os anos e sempre os mesmos a receber. Famílias inteiras de ganadeiros e toureiros recebem subsídios entre os quais se encontram os Telles, os Núncios, por exemplo, ganadeiros como os Palhas, Infante da Câmara, Murteira Grave, etc. Neste último caso - Murteira Grave - recebe como ganadeiro e também recebe como uma empresa denominada Grave Empresa Unipessoal, Lda.
Estes dados, embora disponíveis em diversos websites governamentais, camarários e europeus são do total desconhecimento do comum dos mortais, ou da larga maioria. Sou anti-touradas. Abomino-as. Causa-me repúdio saber que em 2012 ainda habita neste planeta alguém capaz de aplaudir de pé o sofrimento de um animal. Mas isto que acabei de relatar não tem nada a ver com touradas.
Isto é uma tourada.
http://expresso.sapo.pt/andam-a-brincar-as-touradas-com-o-nosso-dinheiro=f710326
Um estudo assente numa troca de palavras com tauricidas, quando, certa vez, decidi tomar-lhes o pulso, nas páginas deles, no Facebook, não estava ainda bloqueada. Depois disto, bloquearam-me, mas o estudo ficou feito. E o resultado é o que aqui apresento.
Cena do filme «Matador», de Almodovar
Por vezes deambulo pelas páginas dos tauricidas, no Facebook, para lhes “tomar o pulso”.
Quando me permitem, provoco-os, porque “a alma não tem segredo que a conduta não revele”, e é precisamente nessa revelação que podemos conferir o carácter dos tauricidas e dos aficionados.
É que é extremamente importante conhecer a mente deles, para avaliarmos da legitimidade que dizem ter para cometer o tauricídio, e aquilatarmos da permissividade e cumplicidade dos estéreis intelectos das autoridades deste nosso País.
Quase sempre sou bloqueada nessas páginas, talvez pelo modo nu e cru como digo as coisas que os outros também dizem sob uma capa dourada e bem cozinhadas. Ou apenas porque o que digo é dito por uma mulher. E os machistas torcionários odeiam que as mulheres os afrontem.
Ser bloqueada não é coisa que me incomode, nem pouco mais ou menos.
Contudo, desta vez, talvez por ser a página de um evento («Eu vou defender a festa», da "prótoiro"), e não poder bloquear-se ninguém (não sei se é possível, o facto é que não fui bloqueada), consegui ficar ali a “picá-los”, utilizando as palavras como “bandarilhas” (a palavra é a arma com que vou para as “guerras” que travo com os homens predadores do nosso Planeta, e não são só com tauricidas, e nem só com os portugueses).
E obtive resultados magníficos, precisamente os que esperava ter.
Entretanto já havia esgrimido com os torcionários limianos, devido à minha intervenção contra a “Vaca das Cordas” (um ritual também primitivo e irracional que me chocou) os quais me atulharam de matéria-prima, para este “estudo de carácter” a que me propus.
As conclusões a que cheguei resumem-se à frase que deu título a este texto, saída da boca de um forcado (mais do que uma vez) que tem o maior orgulho de o ser, como se pegar um Touro já exaurido, moribundo, mas ainda com um forte instinto de defesa, fosse a maior proeza e a suprema honra do mundo.
Descobri que «vinho, Touros e mulheres» (por esta ordem, segundo o tal forcado) é o lema dos tauricidas, forcados e aficionados, e de todos os que gostam de divertir-se à custa da tortura de Touros, seja em que modalidade for (há muitas variantes do arcaico ritual taurino), tendo sido utilizado várias vezes, por vários indivíduos.
Primeiro é-lhes servido o vinho, pois sem ele não teriam “coragem” de ir para uma arena enfrentar um Touro, ainda que já meio depauperado, pela tortura preliminar a que é sujeito, nos bastidores. O que chamam a “bravura” do Touro na arena é simplesmente o instinto de defesa comum a TODOS os animais, humanos e não-humanos. Podemos comparar o que se passa numa arena entre um Touro e um tauricida, com o que se passava nos circos romanos entre os homens e os leões esfomeados, ou entre dois gladiadores, onde o instinto de sobrevivência dos intervenientes humanos e não-humanos era o que fazia a diferença entre viver e morrer.
Já com o vinho a correr-lhes nas veias, mais do que o sangue, lá vão eles para a arena, de fatinho justo, a marcar-lhes a formas do corpo, e collants cor-de-rosinha, demonstrar toda a selvajaria de que são capazes, mascarando aquelas caras com expressões diabólicas e grosseiras (existem várias fotos que o demonstram), ao mesmo tempo que desvendam o verdadeiro sentido do que os leva ali: a busca da “virilidade” que não têm.
Depois de torturarem o Touro e o Cavalo (quando o tauricídio o requer) com requintes de malvadez, deixando os animais num estado absolutamente deplorável, em extrema agonia, o que lhes acende a chama da tal “virilidade” que buscam desesperadamente, os tauricidas deixam a arena, com ares de heróis bonifrates, a bambolearem-se, tal como aqueles “machos” dos filmes mexicanos de má qualidade.
Saem da arena, com florzinhas nas mãos, e vão para os braços das mulheres, porque só depois do vinho e de descarregarem sobre o Touro toda a imbecilidade que lhes corrói as entranhas, conseguem o que normalmente não lhes é acessível...
Pobres mulheres, aquelas que são casadas! É a única ocasião em que podem ser mulheres...
(Atenção! Isto não sou eu que o digo. São elas).
As outras, bem... lá sabem...
Posto isto, consegui chegar a muitas outras conclusões, bem patentes nos comentários que se seguiram às “bandarilhadas” que lhes mandei, na tal página do Facebook, e noutras onde consegui infiltrar-me, sem que eles se dessem conta de que estavam a ser “toureados”.
Neste estudo, está incluída para cima de uma centena e meia de pessoas de ambos os sexos, ligadas ao tauricídio (portuguesas e espanholas), com quem tive oportunidade de esgrimir ao longo destes dois últimos anos.
Afinal, qual o perfil de um tauricida e dos aficionados, na sua generalidade?
Todos têm algo em comum: pouca ou nenhuma instrução. Mesmo aqueles que se dizem “licenciados”, não demonstram qualquer tipo de saber. O que sabem é resumidamente isto: «tourada é tradição, é cultura, é arte, é um símbolo nacional, tal como o Fado, a Bandeira Portuguesa ou o Hino Nacional, e que se se é português, é-se aficionado, e que a tourada não pode acabar, porque o Touro extinguir-se-á com ela, e quem não gosta, não vá; e que têm direito à liberdade...» enfim, uma lengalenga aprendida em criança e que os seguiu até à fase adulta, sem terem questionado o que quer fosse, porue lhes falta a massa crítica.
Da Cultura Culta estão a anos-luz de distância.
Não têm noção alguma do que é a civilidade, a lucidez, o bom senso, e o QI deles é do nível mais baixo.
Possuem uma “coltura” tosca, pobre em pensamentos, palavras e obras. Vivem num mundo redondinho, fechadinho, que não vai além do quintalinho ou das quintas muradas, onde passam os dias. Os horizontes não estão ao alcance deles.
A mentalidade é extremamente rude e enlatada. Cristalizada. Naquelas cabeças não entrará mais nada. Nasceram e cresceram a ouvir que «tourada é tradição, é cultura, é arte, é um símbolo, ta ta ta, ta tat ta, ta ta ta...» e vão morrer com essas ideias impingidas logo à nascença.
Não sabem que o Touro é um animal como eles, porque eles também não sabem que são animais. Pensam que são outra coisa. O quê? Não conseguiram explicar.
Sabem também que o Touro nasceu para ser linchado com “honra”, numa arena, porque, dizem eles, é disso que ele (o Touro) gosta. Uma conclusão bem patente nas expressões dolorosas que qualquer pessoa lúcida pode ver na fisionomia dos desventurados animais, no fim da lide, à excepção dos tauricidas, que nem sequer conseguem distinguir um Touro vivo de um Touro moribundo ou morto.
Não conseguem fazer um raciocínio lógico, a partir do mais simples tema.
Não sabem argumentar, nem sequer conseguem alcançar o significado de determinadas palavras.
Misturam alhos com bugalhos, e andam ali às escuras e às voltinhas, sem darem com a saída.
Não são capazes de seguir um discurso que tenha mais do que meia dúzia de vocábulos.
Justificam o injustificável, com insultos, muitos deles dos mais ordinários e violentos que existem, o que não admira, pois condizem perfeitamente com a própria “coltura” deles.
Enfim, demonstram uma incultura crassa, que diz da pobreza do sistema político português que, desde o tempo da ditadura salazarista e do pós-25 de Abril, também combato.
Não interessa aos governantes portugueses um povo culto, instruído, educado. Um povo que saiba raciocinar e que tenha massa crítica. Um povo que saiba separar o trigo do joio (é por isso que temos os governantes que temos).
Um povo culto é, naturalmente, insubmisso. O que não convém aos governantes.
Um povo submisso não lhes faz frente. É mansinho. Diz que sim a tudo. E é disso que os governantes gostam.
Por isso, o nosso sistema de ensino é a pobreza que se vê. Não se ensina para pensar, mas para dizer Ámen.
Por isso, a ignorância e o vil metal são as palavras-chave de toda esta hipocrisia que anda ao redor do tauricídio, uma “tradição” degradante, envolta em rituais primitivos, cruéis e sanguinários, que colocam Portugal entre os países menos civilizados do mundo.
Lidar com esta gente não foi fácil, mas mais difícil é fazer com que os governantes portugueses (quase todos senhores doutores e engenheiros) e a Igreja Católica portuguesa (que abençoa os tauricidas) consigam fazer um raciocínio lógico e acabem, de uma vez por todas, com algo que está alicerçado na ignorância e (pasmemo-nos!) no vinho...
Isabel A. Ferreira