Exmos. Senhores,
Segundo noticiado, dezenas de touros têm invadido as ruas da povoação e já atacaram alguns habitantes, estimando-se que a manada tenha entre 300 e 400 cabeças. (???!!!) O relato diz ainda que há 12 anos que foram introduzidos na região, adquiridos em Espanha e misturados com o gado manso e que a falta de alimento e de água os empurra para a aldeia.
Primeiro: Portugal não faz parte do continente africano, não tendo portanto planícies que comportem manadas de tal porte. Pedem-se fotos ou filmagens que confirmem esta quantidade brutal de touros.
Segundo: tratando-se de herbívoros, podem por favor explicar-nos que espécie de alimento poderão estes animais procurar nas aldeias?! De acordo com o noticiado: "A direção-geral de veterinária resolveu agora organizar uma batida, com cães e atiradores, ainda sem data marcada." Segundo a Petição, "Esta petição é contra a batida de cães que irá acontecer em Idanha-a-Nova na Aldeia de Segura em Castelo Branco, devido à mais de uma centena de touros bravos estarem à solta."
Entre cerca de uma centena o que já é bastante, e uma manada de 300 ou 400 animais, existe uma grande diferença! Diz ainda a petição: " o proprietário reside em Aveiro e à DVG (Direcção Geral de Veterinária) justificou não ter condições de segurança pessoal para se deslocar ao local e desenvolver as normais medidas de gestão da propriedade.
A falta de alimento e água faz com que se desloquem até à aldeia o que preocupa os habitantes, a DGV por sua vez organizou uma batida de cães com atiradores ainda sem data marcada."
Questionamos se agora se tornou moda em Portugal, quando não conseguem resolver as coisas, o tiro ao cão, o tiro ao touro, o tiro a qualquer outro problema de natureza animal por exclusiva culpa da incúria humana que teima em morrer solteira neste país punindo as verdadeiras vítimas: os animais.
Podemos ainda ler na notícia: "A direção-geral já o notificou para proceder a um abate compulsivo, mas como nada foi feito, foi levado à prática «um plano com a colaboração do município, GNR e Companhia das Lezírias, com disponibilização de campinos e respectivas montadas».
A acção realizada no início do verão passava por recolher os animais e encaminhá-los «para abate em matadouro», mas não resultou, pelo que «está programada uma nova acção que prevê o abate de animais através de batida»."
Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei de igual modo que os direitos do homem.
Partindo do princípio que a DGAV tem conhecimento da DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS À QUAL PORTUGAL ADERIU (PARA QUÊ? PORQUÊ?) e ainda da obrigatoriedade de todos os países da UE deverem respeitar todas as suas directrizes, solicita-se que seja de imediato cancelada a batida aos animais e sejam adoptadas medidas que respeitem a dignidade das suas vidas e responsabilizem os verdadeiros culpados por esta situação.
Isabel A. Ferreira
(Jornalista freelancer)