«A tauromaquia volta a ganhar força no distrito de Setúbal e pode regressar à cidade, mesmo que em versão ambulante. A Associação PróToiro pressiona a câmara municipal para definir o futuro da histórica Praça Carlos Relvas.»
Tanto em que investir os dinheiros públicos, em melhoramentos de escolas, saneamento, casas sociais, uma infinidade de necessidades prementes, e a Câmara Municipal de Setúbal terá o desplante de ir esbanjar os dinheiros públicos a restaurar o antro de selvajaria tauromáquica a que deram o nome de Carlos Relvas?
A tauromaquia é a arte da cobardia. É isto que querem para a cidade de Setúbal?
Um cobarde forcado ataca um Touro moribundo, a sangrar por dentro e por fora, de cornos embolados, sem poder defender-se, e os sádicos divertem-se com o sofrimento deste ser vivo, que tem muito mais dignidade do que o cobarde que o ataca.
Vou deixar aqui uns links que contam a miséria social de Setúbal, à qual querem juntar a miséria moral que é andarem a divertir-se à custa do atroz sofrimentos de bovinos, animais sencientes?
(Setúbal é um concelho onde há problemas em todos, ou quase todos, os sectores do Estado, da saúde à educação, da mobilidade ao ambiente, do investimento ao desenvolvimento económico, da criminalidade ao desemprego.)
(O presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal enfatizou a importância da parceria entre a instituição e a C. M. Setúbal na resolução dos desafios enfrentados por essas pessoas vulneráveis, destacando:
Habitação: altos valores de arrendamento deixam muitos sem tecto, com respostas de emergência insuficientes.
Emprego: desemprego elevado, especialmente entre imigrantes, levando à informalidade e queda de renda.
Educação: falta de vagas em pré-escolas e creches compromete a integração das crianças e a disponibilidade dos pais no mercado de trabalho.
Saúde: poucas respostas para saúde mental e deficiências, deixando muitos desamparados.
Assistência Social: aumento dos pedidos de apoio alimentar e falta de vagas em residências para idosos.)
***
Algumas destas situações têm vindo a ser resolvidas, mas enquanto houver um só problema destes em Setúbal, esbanjar dinheiros públicos a restaurar um antro de tortura de bovinos é meter a mão nos bolsos dos sadinos mais desfavorecidos.
ABAIXO o antro de tortura Carlos Relvas!!!!
VIVA a cidade de Setúbal limpa do lixo tauromáquico!
É inacreditável que em pleno século XXI d. C. ainda haja quem considere esta prática selvática da "Vaca das cordas" como fazendo parte da Cultura e da Tradição portuguesas. A Cultura e a Tradição são incompatíveis com abomináveis práticas bárbaras perpetradas contra animais sencientes, como são os Bovinos. (Isabel A. Ferreira)
Está a ser feita uma tentativa de inscrição da "Vaca das Cordas" de Ponte de Lima no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (de Portugal). Não o podemos permitir.
Por favor, envie uma mensagem da sua autoria, ou a mensagem abaixo sugerida, para os endereços indicados.
Assunto: Observações em Sede de Consulta Pública - Oposição à Inventariação da "Vaca das Cordas"
Para: inpci@patrimoniocultural.gov.pt
Bcc: marinhenses.antitouradas@gmail.com
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Exmas./os. Sras./Srs..
Venho, por este meio, expressar a minha total oposição à tentativa de inscrição da "Vaca das Cordas" no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
Esta prática, que consiste em restringir o movimento do animal e sujeitá-lo a uma situação de stress e sofrimento, não representa um valor cultural que deva ser protegido, nem elevado a Património Cultural Imaterial, por ser uma forma de exploração e subjugação animal.
A cultura e as tradições devem evoluir para reflectir princípios éticos e de respeito pelos seres sencientes. O sofrimento dos animais não pode ser legitimado sob o argumento da preservação cultural, especialmente quando há um claro desrespeito pelo seu bem-estar.
Apelo ao Instituto do Património Cultural para que não valide esta prática bárbara através da inventariação da mesma.
Aguardo a consideração de V. Exas. sobre este assunto, na expectativa de que haja um parecer que reflicta os valores de progresso e respeito que a sociedade contemporânea exige.
Volodymyr Zelensky não nasceu para isto, ninguém nasce, ninguém imagina o peso de um país nos ombros até o ter nos ombros, até sentir o frio da noite dentro do peito, até perceber que a solidão de um homem pode ser a solidão de uma nação inteira. Era comediante, fazia rir as pessoas, e um dia acordou presidente, depois acordou numa guerra, depois acordou num mundo onde os edifícios caem, as crianças morrem, os velhos choram num ucraniano que ninguém ouve. E ficou. Ficou porque fugir seria o fim, porque quem foge leva consigo o cadáver da própria pátria, porque os olhos de um povo perguntavam e ele não podia dizer-lhes que não.
Chega a Washington e há uma sala cheia de sombras que não lhe pertencem, uma sala onde o destino de Kyiv se decide sem Kyiv, uma sala onde um palhaço reformado, um velho laranja de discursos gordurosos e frases que escorrem como sebo, acha que pode ensinar-lhe o que é a guerra, o que é perder uma casa, o que é enterrar um filho, o que é saber que, num instante, a morte pode entrar pela porta sem bater. O velho laranja gosta de ouvir a própria voz e fala de paz, de acordos, de entendimentos, como se Putin fosse um negociante de tapetes e não um assassino, como se a Ucrânia pudesse ser dobrada, vendida, fechada numa gaveta qualquer. E ao lado dele um rapazinho com ar de quem nunca saiu da sua terra natal, J.D. qualquer coisa, um Vance, um nome que não pesa nada, um nome que podia ser de um vendedor de automóveis usados ou de um miúdo convencido de que sabe tudo sobre o mundo porque leu meia dúzia de livros e viu uns documentários. Olham para Zelensky como se ele fosse um problema e não um homem, como se a guerra fosse um incómodo para os Estados Unidos e não uma questão de vida ou morte para aqueles que todos os dias enterram os seus mortos.
A reunião não chega a ser reunião, porque Trump não gosta de ser contrariado, porque acha que a Casa Branca é a sua sala de estar e o mundo inteiro uma audiência do seu reality show, porque não entende o silêncio de Zelensky, o peso daquele silêncio, porque um homem que viu o inferno não tem paciência para joguinhos políticos de terceira categoria. Levanta-se, vai-se embora, leva consigo a mesma guerra que trouxe, volta ao seu país onde as cidades caem, onde as mães dormem com retratos nas mãos e os soldados aprendem que, no fim, só há dois tipos de pessoas: os que fogem e os que ficam. E ele ficou. Porque sempre soube que não havia alternativa.
Março 2025 Nuno Morna
PS: escrevi este texto com uma enorme irritação a me apertar o coração. É um texto dolorido. Hoje assisti, com os meus olhos, à maior indignidade que vi na minha vida. Estou muito revoltado. Como é possível aqueles dois trambolhos terem tanto poder e serem tão burros?
Esta tarde, Volodymyr Zelensky foi insultado, espezinhado, maltratado na Sala Oval por Donald Trump e J. D. Vance, diante dos órgãos de comunicação social. Devido a tal facto, Zelensky saiu da Casa Branca sem assinar o acordo das Terras Raras. Não houve conferência de imprensa e o caldo entornou-se...
Era o que eu faria, se fosse Zelensky, que durante o ataque verbal de que foi alvo, na Sala Oval, soube manter a calma, enquanto dois cobardes o atacavam com uma raiva desmedida. Quais as consequências da valentia de Zelensky? O Mundo virar-se-á contra os EUA, contra a Rússia e contra os que desvairadamente querem mandar no País dos outros.
Depois do que acabei de ver na televisão, esta tarde, VolodymYr Zelensky, Presidente da Ucrânia, a ser insultado por dois desqualificados, na Sala Oval da Casa, que outrora foi Branca e hoje é Sombria, só posso vir prestar a minha solidariedade a Zelensky, que já entrou para a História pela porta da frente, enquanto aqueles dois (Trump e Vance) ficarão à porta da História, porque dos cobardes não reza a História, e por não saberem representar um País que já foi grande e agora é candidato a ser um dos países mais odiados do mundo, juntamente com o invasor russo.
A culpa? A culpa é dos doidos que não sabem distinguir o trigo do joio e põem no Poder criaturas luciferinas, desprovidas da virtude mais nobre do ser humano: a EMPATIA.
O mundo está entregue a doidos, que não sabem o que fazem , nem o que dizem, mas estes não merecem o perdão que mereceram os romanos que pregaram Jesus Cristo na cruz.
Saibamos escolher o lado certo, apoiar o lado certo, para que o mundo não se transforme na toca dos doidos luciferinos.
Apenas um ser extramente sensível com um talento imenso para a música seria capaz de compor tão divina melodia, e como fFazia a sua guitarra chorar, melancolicamente...!
As palavras são poucas para falar de Carlos Paredes.
Tive a honra de assistir a um concerto seu, no Casino da Póvoa de Varzim, há vários anos. Se ouvi-lo já me levava às nuvens, vê-lo tocar ao vivo ultrapassou todos os limites da minha paixão pela sua Arte musical.
Hoje, 16 de Fevereiro de 2024, completaria 100 anos.
Esteja onde estiver, Carlos Paredes, celebro a sua Arte, a sua Virtuosidade, o seu imenso talento, a sua Guitarra com lágrima...
Eu, pessoalmente, não acredito, não só na cultura democrática do povo português, como, principalmente, na cultura democrática dos políticos portugueses.
Alguns evidenciam estranheza pelo facto de um militar liderar todas as sondagens para Presidente da República. Só demonstram ignorância histórica.
O regime republicano português produziu mais militares do que civis na cúpula do sistema. Tivemos até hoje 19 chefes do Estado republicano, dez deles oriundos das forças armadas. Em quase 115 anos de república, 62 decorreram com um oficial-general no Palácio de Belém - ou até um militar de patente inferior, como aconteceu com o carismático major Sidónio Pais (1917-1918).
Seis eram do Exército: Sidónio, Manuel Gomes da Costa (1926), Óscar Carmona (1926-1951), António de Spínola (1974), Francisco Costa Gomes (1974-1976) e António Ramalho Eanes (1976-1986). Um da Força Aérea: Craveiro Lopes (1951-1958). E três da Marinha: João Canto e Castro (1918-1919), José Mendes Cabeçadas (1926) e Américo Thomaz (1958-1974). Ocuparam o poder em todos os ciclos republicanos - o que teve início no 5 de Outubro de 1910, o que começou com o 28 de Maio de 1926 e o que surgiu no 25 de Abril de 1974.
Nenhum espanto se a partir de Março do próximo ano tivermos um almirante como Presidente da República. Se assim for, será o quarto. Antecedido por Canto e Castro (contra-almirante na chefia do Estado), Mendes Cabeçadas (capitão-de-fragata quando se envolveu no 28 de Maio) e Thomaz (contra-almirante como inquilino de Belém até 1970, quando ascendeu a almirante).
A diferença entre qualquer deles e Henrique Gouveia e Melo é que este, se lá chegar, resultará da escolha do povo português por sufrágio directo e universal. Por consequência, adquire uma autoridade moral que nenhum dos outros teve. Novidade, apenas nisto.
*** Sugiro a leitura dos comentários.
Ui, o que para ali vai, por causa do Almirante!
Porém, ele anda caladinho, não diz se vai ou não vai candidatar-se. Não anda por aí a pavonear-se, como os outros, com ares de quem já são presidentes disto tudo, e já é o favorito.
E isto deve-se a um Saber que ele esconde, para já e muito bem, e quando aparecer, se aparecer, os outros vão ser enfiados num chinelinho, porque os portugueses já estão fartos, fartinhos dos fala-barato, que em vez de apresentarem ideias, apresentam inúteis maledicências contra os adversários. E isto é péssimo.
Haja alguém com verticalidade bem visível, capaz de fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa, dignificando o cargo e devolvendo a Portugal a compostura e a identidade perdidas. É isto que se espera de um Presidente da República.
Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.
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