Eis o símbolo do «Património Cultural Imaterial do Município de Barrancos»... Isto é possível no meu País, porque no meu País os Governantes sofrem de CEGUEIRA MENTAL...
Num indigno comunicado oriundo do Município de Barrancos pode ler-se:«Tauromaquia foi declarada “Património Cultural Imaterial do Município de Barrancos”.
A Câmara Municipal de Barrancos, em reunião de 28 de março de 2012, resolveu declarar a Tauromaquia como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal, por entender que esta, nas suas mais diversas manifestações, engloba um conjunto de tradições e expressões orais de artes do espetáculo, de práticas sociais, rituais e eventos festivos, de conhecimentos e práticas relacionadas com a natureza e de aptidões ligadas ao artesanato tradicional que se encontram, desde há séculos, presentes e vivos no Município de Barrancos...»
Bem, isto é de uma atrevimento atroz.
Uma terra que tem a TORTURA DE TOUROS como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal é uma terra POBRE, muito POBREZINHA, cuja mentalidade tacanha e grosseira do seu povo empobrece um país já de si tão pobre em civilização...
A juntar a Vila Franca de Xira temos agora a terrinha de Barrancos!
Porém, ainda há Sabugal (acabei de saber), onde as mentalidades também são pequeninas, pobrezinhas...
Mas o que choca mais as mentes esclarecidas são os “argumentos” que sustentam tal atitude do Município de Barrancos. São completamente descabidos, como se a TORTURA DE UM TOURO fosse um acto humano, muito cultural... Veja-se com olhos de ver a fotografia que ilustra este texto de protesto: o que se vê é a verdadeira face da tauromaquia, elevada a património...
E dizem-me que A CDU de Monforte quer elevar a TORTURA DE TOUROS a património também...
Mais uma terrinha a envergonhar o nosso País.
Mais uma atitude insana, de gente que não sabe distinguir um boi de um palácio.
E não me peçam para ser politicamente correcta, pois esta aberração não merece a mínima consideração.
É uma DESONRA para Portugal existirem municípios assim tão obtusos!
Isto é uma praga nacional, pior do que a Peste Negra, porque essa gente não se apercebe da sua crassa IGNORÂNCIA.
De Luis Carriço a 12 de Abril de 2012 às 21:17
Imagino que conheça mais palácios, que bois. Eu conheço mais bois (dos de verdade) que palácios. Nasci no meio deles, como você terá nascido no meio de palácios, da mesma forma e com a mesma dignidade.
Só comento o escrito, porque nasci e vivo no Sabugal (que julgo incluido aqui por desconhecimento da realidade), onde centenas de pequenos negócios sobrevivem graças às "capeias", o que nem sequer é o meu caso, pelo que estou à vontade para falar. E só quem não faz ideiado que é uma "capeia arraiana" a compara á morte de um toiro na arena. Uma capeia arraiana nada tem a ver com o sacrifício do toiro, e se o quiser comprovar é minha convidada no dia 2 de Junho no Campo Pequeno, em Lisboa, e verá que uma "capeia arraiana" tradição destas terras e que já foi objeto do primeiro processo de registo como património cultural imaterial : In ""www.Capeiaarraiana.wordpress.com": O IMC (Instituto dos museus e da conservação) disse em comunicado que «a finalização deste primeiro processo de inventariação de uma manifestação cultural no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, de forma desmaterializada e com a participação das respectivas comunidades, assume um particular significado no trajecto da recente valorização do património imaterial em Portugal».
O Inventário Nacional, na forma digital, foi resultado de um aprofundado trabalho desenvolvido pelo IMC nos últimos anos, que incluiu a aprovação do regime jurídico para a salvaguarda do Património Cultural Imaterial. A finalização deste primeiro processo relativo à Capeia Arraiana veio dar expressão ao principal objectivo da implementação do Inventário Nacional: «o cumprimento, por parte de Portugal, da sua obrigação fundamental decorrente da ratificação da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (UNESCO, 2003), que exige, precisamente, a criação de inventários nacionais».
A gente que sancionou este registo, sabe muito de bois (toiros)..... talvez tanto ou mais que eu, mas garanto, também sabe muito de palácios.
Luís Carriço, não menospreze os meus conhecimentos.
Conheço palácios e conheço Bois e Touros. E por os conhecer tão bem, digo-lhe que a “capeia arraiana” é um jogo parvo, onde um monte de homens, escudado por detrás de uns paus, alguns afiados, “jogam” com um Touro indefeso que, enraivecido pela estupidez da “brincadeira”, arremete contra esses paus e fere-se. E ainda que não se ferisse, “brincar” com animais, seja de que forma for, não pode ser “cultura”, nem Património de coisa nenhuma, a não ser da estupidez humana.
A mim não me interessa se organismos estatais dão o seu aval a imbecilidades. Um governo que na sua legislação não admite que o Touro é um animal, mas sim uma excepção (o que será isto?) não pode ser sério. Nem lhe devo qualquer consideração, pela ignorância que coloca em tal lei. Por isso, nada do que venha de leis parvas, não pode ser considerado válido. Só mesmo num país onde ainda existem mentalidades muito tacanhas é que isto acontece, Luís Carriço.
As imagens de uma “capeia” são absolutamente grotescas. Aparvalhadas. E mais grotesco e parvo é o organismo que considera tal coisa “património”.
Não me convenceu, Luís Carriço.
O Touro não é um brinquedo. É um ser vivo que deve ser respeitado, tal como você deve ser. O José Carriço gostaria de ser “capeado”? Se gostar diga. Que arranjamos uma capeia para si e para os que acham que tal coisa é digna de ser registada como património.
E digo-lhe mais, quem dá o seu aval a isto, nem percebe de palácios, nem de Touros, nem de Vida. Não percebe nada de nada. É de uma pobreza de espírito, que mete dó.
Comentar post