Hoje, 24 de Janeiro... dia do teu aniversário natalício, nada mais tenho para te oferecer do que dar a conhecer um teu poema inédito...
Partiste, meu amigo.
Mas deixaste-nos as tuas palavras.
É com elas que te homenageio, hoje, como se aqui estivesses, entre nós...
...
Queria oferecer-te uma flor,
Cravo, rosa ou jasmim,
Aberta em sorriso de criança,
De formas variegadas,
Multicolor,
E caule de esperança.
Busco-a no meu jardim,
Como o filósofo procurou
Um homem bom.
Será que a não encontro,
Tal como a ele sucedeu?
Não, achei e não a quero
Só para mim.
É linda, da cor do do céu,
É tua também,
Do teu mundo, da tua infância.
Dá-la à tua Mãe,
Pois ela tem a fragrância
Que a flor silvestre tem.
E se o Mundo ficar perfumado,
Com esta simples planta,
Já se cumpriu o meu fado
Que não tem lei, nem tem dono,
É Universo de esperança.
Onde espreguiço o meu sonho!
Vila do Conde, 27 de Janeiro de 1992
A. Monteiro dos Santos