Sexta-feira, 19 de Novembro de 2010

José Niza fala de Touros, toureiros e touradas...

 

 

 

Esta declaração de José Niza diz bem da mentalidade tacanha que ainda prolifera por aí, em lugares onde deveriam estar MENTES ABERTAS E LÚCIDAS.

 

Os argumentos que José Niza utiliza são pacóvios. Cheiram ao mofo, de tão velhos. Estão cheios de teias de aranha, sem aranhas. Não dizem nada de novo. É o blá blá blá dos que defendem os lobbies económicos por detrás desses Massacres de Touros.

 

José Niza, sabe o que significa "fundamentalista"? Não sabe, obviamente. Então vá aprender.

 

Além de pacóvios, há uma grande iliteracia entre os aficionados, uma vez que não entendem, por exemplo, o que diz a DECLARAÇÃO DA UNESCO 1980 (não somos nós que o dizemos) é a UNESCO:

  

«A tauromaquia é a terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraídos por estes espectáculos. Desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura.»

 

Isto diz tudo.

 

 ***

Nov 16, 2010

Por: José Niza

 

«(1)Todos os fundamentalismos são cegos e surdos. Mas não são mudos. A verrinosa saga dos abolicionistas da festa dos touros tresanda a inquisição de importação catalã e faz lembrar a ideologia hitleriana do extermínio dos maus para purificação dos bons.

 

(A Inquisição e a ideologia nazista, como toa gente que é racional sabe, são a favor da morte, da crueldade, do massacre, da tortura,  tudo coisas que nós abominamos e vocês adoram , praticam e a aplaudem.  Quem são os fundamentalista, nazistas, inmquuisidores? Nós? Que somos pela VIDA? É preciso ter uma mente muito deformada, para distorcer a verdade).

 

Todos os fundamentalismos são perigosos.

 

(Pois são! Tem razão. São perigosíssimos. os fuindamentalistas torturam os Touros e põem-nos a sangrar até à morte, diante de um povo alienado, sádico, embasbacado, a babar-se por sangue!)  

 

Quando se pretende destruir os usos, os costumes e as tradições de um Povo ou de uma Civilização, há sempre qualquer coisa que morre e que se perde em troca de nada.

 

(Nem mias, José Niza. Morrem os Touros, em nome de nada, ou melhor, em nome da mais avançada estupidez, e em nome da diversão de uns tantos neuróticos  - a expressão é da UNESCO).  

 

***

 

(2) A tradição dos touros e das touradas em Portugal já leva séculos, é parte inalienável da nossa identidade nacional e tem uma matriz cultural e popular tão rica como o Fado ou a sardinha assada. É portuguesa! É nossa!

 

(O massacre de Touros tão rico como a sardinha assada e o fado? Isto ultrapassa  todos os limites da insanidade.)  

 

Bem sei que há quem não goste de touradas. Ou quem seja vegetariano. Ou que possa ser tudo aquilo que lhe dê na real gana desde que não atropele a liberdade dos outros.

 

(Qual liberdade? A liberdade de massacrar Touros? Quem vos outorgou essa liberdade? Satanás?)  

 

Lembro-me de há um par de anos ter acompanhado António Guterres (então Primeiro Ministro) e Jorge Sampaio (então Presidente da República) a duas corridas da Feira do Ribatejo: enquanto Guterres assistiu ao espectáculo silenciosamente constrangido, já Sampaio exultava com as pegas e faenas. É assim a vida. Nem todos gostam de cozido à portuguesa. Mas nunca vi ninguém a proibi-lo.

 

(Cozido à portuguesa comparado com o massacre de Touros???? Onde está a sua lucidez, José Niza?  Ver tanto sangue a escorrer dos Touros  faz lhe mirrar o cérebro.)  

 

***

 

(3) Quando fui director de programas da RTP dei especial atenção à transmissão de corridas de touros e à divulgação da festa taurina. Não o fiz para realizar um gosto pessoal, mas porque sabia que com isso iria satisfazer centenas de milhares de aficionados. Diziam-me, na altura, que as touradas eram o espectáculo que mais público atraía, logo a seguir ao futebol. E hoje, até talvez mais.

 

(Olhe se o povo lhe desse agora para gostar de ver enforcar bandidos ou queimar bruxas em público, como era da tradição portuguesa? Lá tínhamos o sr. Niza a fazer a vontade ao povo!!!)   

 

Quando – há uma dúzia de anos – fui Presidente do Centro Cultural Regional de Santarém, numa direcção com 80% de mulheres (Graça Morgadinho, Idália Moniz, Natércia Salgueiro Maia e Teresa Costa), todos entendemos que Cultura não começava no Teatro de S. Carlos e acabava na Fundação Gulbenkian. E – por isso – abrimos as portas do Fórum Mário Viegas a “coisas” tão “culturalmente incorrectas” como a Tauromaquia, a Gastronomia, ou o Fado. Em 1998 e 1999 – com a ajuda decisiva do falecido jornalista Eduardo Leonardo – organizámos dois ciclos de conferências-debate que foram um enorme sucesso e, sobretudo, constituíram um forte estímulo para que a gente dos touros olhasse para o seu mundo com olhos de ver e ganas de fazer. E foi desses debates – mais tarde editados num livro com o mesmo título deste artigo – que nasceu a vontade de realizar em Santarém o II Congresso Nacional de Tauromaquia (2001).

 

(Como tem a ousadia pacóvia de colocar no mesmo saco a tauromaquia, a gastronomia e o fado? Já agora poderia incluir igualmente as peregrinações a Fátima e o futebol para o quadro da miséria cultural e moral ficar completo. No Portugal inculto, será muito natural massacrar Touros, massacrar pratos e massacrar guitarras. E apenas nesse.)  

 

Escrevi então no prefácio desse livro: “Tratava-se de assumir e chamar a atenção para valores culturais e tradicionais, genuínos e enraizados, que em contraponto e em confronto com a globalização europeia e mundial constituem e corporizam a parte mais sã e original da identidade do ser-se português, sendo-se ao mesmo tempo cidadão do Mundo”.

 

(Massacrar Touros é a parte mais sã e original da identidade do ser-se português? Qual será a parte menos sã? Só isto já diz da insanidade mental dos aficionados de touradas.)  

 

(4) A investida dos fundamentalistas portugueses contra a Festa Brava – porventura animados com a proibição das corridas de toiros na Catalunha – acaba de esbarrar num muro intransponível de 50 mil assinaturas que acorreram em sua defesa. O facto de em dois dias se terem realizado quatro corridas de touros na Monumental Celestino Graça, às quais assistiram 45 mil aficionados, é a melhor prova de que as gentes da Festa, os que se sentam nas barreiras ou nas galerias, na sombra ou no sol, os que toureiam nas arenas ou criam cavalos e touros do Ribatejo aos Açores, os artesãos das bandarilhas e dos trajes, os que abrem as portas dos curros, os campinos, os que pegam os toiros pelos cornos, os que tocam o cornetim ou as bandas filarmónicas que aplaudem com a sua música, todas essas gentes pertencem a uma comunidade que nunca permitirá que algum cavalo de Tróia entre na sua fortaleza.»

 

(Olhe que se engana, José Niza. O Cavalo de Tróia já está muito "batido". Temos outros trunfos. Não precisaremos de utilizar animais, nem vivos, nem de pau).  

 

Por tudo isto me solidarizo com o movimento, e saúdo o seu dinamizador, o meu amigo Francisco Moita Flores.

 

(Francisco Moita Flores, que, sabemos bem, tem os seus interesses nos lobbies dos ganadeiros de Santarém. É isso que faz mover o abominável massacre de Touros. Como podem viver de dinheiros manchados de sangue?)

 

PS: -  Num momento em que tanto se fala e sente a falta de dinheiro, já alguém pensou – a começar pelos abolicionistas – no desastre económico que seria a extinção de uma actividade que tanta gente envolve e tanta família alimenta?»

 

(Pois! Mas vão alimentar-se à custa do massacre da vossa gente, ou de actividades dignas de seres humanos. Não, dos Touros, que não precisam de massacrar os homens para se alimentarem. Um só Touro tem muito mais dignidade do que vocês todos juntos... Que dizem ser milhares, e não passam de centenas.) 

 

Fonte:  http://www.oribatejo.pt/2010/11/touros-toureiros-e-touradas/

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:33

link do post | Comentar | Adicionar aos favoritos
Comentários:
De EKL a 19 de Novembro de 2010 às 17:16
Gostei muito do seu texto e vou "cita-lo" no meu blog, com a devida menção ao sitio onde foi originalmente publicado.

Muito obrigado!

A nossa luta continua, e é continua!

Francisco Ferrão
www.ekl.blogs.sapo.pt
De Isabel A. Ferreira a 19 de Novembro de 2010 às 20:05
Obrigada pela visita, pelas palavras amáveis e pela partilha.

Temos de ser muitos a gritar.
De João Pedro a 16 de Dezembro de 2010 às 00:31
Pois, eu, pelo contrário, considero este seu texto de uma indigência argumentativa digna de estudo. Fala de "mente lúcida e aberta"(uma perfeita banalidade, usada por pessoas que se acham "urbanas" e "do nosso tempo") para depois achincalhar o autor em questão com palavras atiradas à pressa em copy paste, sem ponta de lucidez e abertura. E o mesmo digo do texto da UNESCO, uma diatribe inacreditável que desconhece que a tauromaquia serviu de inspiração a escritores, pintores (como Picasso), pensadores vários, etc. E já que falou de nazismo, eles também eram muito "amigos dos animais" e certamente seriam os primeiros a proibir as touradas. Acontece que estamos em Portugal, e não na Alemanha do 3º Reich ou na Índia, e os touros são aqui um culto, um forma de cultura ancestral, baseada no confronto entre um Homem e um Animal. É muito difícil fazer perceber isso a pessoas para quem as coisas "velhas" devem ser atiradas para o canto, não é? Vivam os subúrbios com restaurantes macrobióticos na base!
De Isabel A. Ferreira a 16 de Dezembro de 2010 às 18:51
Obrigada, João Pedro, pela sua passagem por aqui, e pelas palavras que deixou, pois só vieram reforçar a minha ideia.

Eu já nem falo de mim, mas a UNESCO, sim, a UNESCO é uma organização que não sabe o que diz. É constituída por gente acéfala.

Pense um pouco antes de dizer asneiras, ó João! Disse uma enxurrada de calinadas que só lhe ficam mal.

O Picasso e outros que tais gostavam de ver massacrar touros? E daí? O NOSSO José Saramago NÃO gostava, por exemplo. E depois?

Vocês não sabem argumentar, porque desconhecem o valor da ÉTICA, da NATUREZA, da CIVILIZAÇÃO, da CULTURA, da EVOLUÇÃO... Não sabem nada. Só sabem furar touros e desventrar cavalos.

Basta olhar para estas duas figuras que ilustram o meu texto para se ficar com uma ideia da "maravilha" que é um massacre de touros.

Só mesmo os sádicos, para gostarem de ver um espectáculo tão horrendo.

Tenha muito proveito desta barbárie: coma as tripas do cavalo, embebidas no sangue do touro e "purifique-se". Talvez o deixem entrar no Inferno.



De Pandora a 24 de Janeiro de 2011 às 21:21
parabéns , e parabéns também com as repostas que deu...
As touradas têm de acabar
De Isabel A. Ferreira a 25 de Janeiro de 2011 às 11:58
Obrigada, Pandora, pela passagem por aqui.
Essa é uma das nódoas negras da Cultura Portuguesa. Só não vê quem não tem capacidade mental para ver.

Comentar post

Mais sobre mim

Pesquisar neste blog

 

Outubro 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Posts recentes

Referendo para abolição d...

Apoiar um Referendo contr...

Que ligação terá ser cat...

Europa enfraquece protecç...

Hoje é um dia decisivo pa...

«A loucura como hipótese»...

Fogos florestais: em Port...

Triunfo histórico: Colômb...

«Bicadas do Meu Aparo: “...

«Amo Portugal», por Eduar...

Arquivos

Outubro 2024

Setembro 2024

Agosto 2024

Junho 2024

Maio 2024

Abril 2024

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Direitos

© Todos os direitos reservados Os textos publicados neste blogue têm © A autora agradece a todos os que os divulgarem que indiquem, por favor, a fonte e os links dos mesmos. Obrigada.
RSS

AO90

Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.

Comentários

Este Blogue aceita comentários de todas as pessoas, e os comentários serão publicados desde que seja claro que a pessoa que comentou interpretou correctamente o conteúdo da publicação. 1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome. 2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas". 3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias. Serão eliminados os comentários que contenham linguagem ordinária e insultos, ou de conteúdo racista e xenófobo. Em resumo: comente com educação, atendendo ao conteúdo da publicação, para que o seu comentário seja mantido.

Contacto

isabelferreira@net.sapo.pt