RECADO URGENTE AOS GOVERNANTES DESTE PAÍS
Quando Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa, acabou de promulgar o diploma sobre o casamento homossexual, ouviram-se alguns comentários, entre os quais um que dizia mais ou menos isto: «Deu-se um grande passo em frente para um Portugal mais civilizado...»
Não vou aqui discutir se esta promulgação é ou não é um grande passo em frente para um Portugal mais civilizado.
O que aqui vou pôr em causa é um passo que ninguém se mostra disposto a dar e que nos colocaria entre os países mais evoluídos.
Ora, se os nossos governantes estão tão interessados em dar grandes passos em frente para um Portugal mais civilizado, ainda há muito que “passear”.
Por isso vou aproveitar este embalo, para mandar um RECADO à Assembleia da República, ao Sr. Presidente da República, ao Sr. Primeiro-ministro, e a quem mais tem as rédeas do poder para poder dar grandes passos em frente no sentido da evolução, da civilização e de uma cultura culta, para que Portugal possa ser reconhecido, cá dentro e lá fora, como um país realmente evoluído e civilizado (o que ainda não é o caso, apesar da existência da lei do casamento homossexual).
Ter ou não ter os homossexuais casados pelo civil, não considero um passo assim tão importante para a evolução do país, pois se, hoje em dia, os heterossexuais nem sequer se casam!... Então?!
Um passo em frente para um Portugal civilizado e para a evolução do país seria, entre outros passos, isso sim, acabar com os espectáculos degradantes que por esta altura de Verão, se verificam um pouco por todo o país: as abomináveis touradas.
Já por diversas vezes saí à praça em defesa dos magníficos animais que são os Touros. Desta vez, torno a sair, para dizer que estou com Anna Mulá, membro do comité da organização da ILP – GROU (basta em catalão).
O que diz Anna Mulá?
Um documento gentilmente cedido pelo Movimento Internacional Anti-Tourada à CAPT – Campanha Anti-Tourada Portugal, e que passo a transcrever.
Anna Mulá diz que a votação da nova lei (que proibirá as touradas em Espanha) ainda não tem data definida, mas pode ocorrer nos próximos meses: «Nós teremos oportunidade de justificar a nossa postura no parlamento, assim como terá também o grupo favorável à tauromaquia, antes da votação. Da nossa parte, já temos um quadro de pessoas muito qualificadas, em veterinária, filosofia, biologia, direito e outras disciplinas, dispostas a falar».
Anna diz-se optimista em relação a essa iniciativa, apesar de conhecer a força dos grupos que suportam as touradas e se apoiam em conceitos de identidade nacional: «Os argumentos para justificar a continuação de um espectáculo cruel, baseados na tortura e na tradição, já não são convincentes. A cultura não é uma realidade estática, mas dinâmica, e muda continuamente – o que no passado era direito ou costume, hoje não é mais.»
«Não podemos seguir cegamente todas as tradições», diz Anna.
«Quem usa argumentos de identidade nacional para defender a tauromaquia, na verdade, não se atreve a encarar o verdadeiro debate que é sobre a ética. A ideia de progresso e evolução tem acompanhado a Humanidade e tem se manifestado tanto na sua versão tecnológica quanto ética. O lugar que os animais devem ter na moral e no direito é consequência de uma evolução social, fruto de investigações de carácter científico e da etologia (estudo do comportamento animal). Hoje, a ideia de que é moralmente detestável causar sofrimento desnecessário aos animais já está completamente consolidada, e a sociedade já pode exigir que a legislação proíba actos sangrentos contra os animais», argumenta Anna antes de finalizar, com entusiasmo contagiante:
«O touro é um mamífero superior, categoria na qual também está o ser humano. Assim como nós, o touro tem um sistema nervoso central que regista e transmite impulsos de dor. No entanto, os touros não podem defender-se a si próprios, dentro da ordem jurídica humana. De facto, é isso que transforma as touradas numa covardia inaceitável. É certo que nós estamos no topo da pirâmide evolutiva porque fomos dotados de racionalidade (eu diria que fomos dotados do poder da palavra, pois tenho dúvidas quanto à falta de racionalidade dos animais, uma vez que existem homens muito mais irracionais do que os touros, por exemplo) mas isso não só nos concede direitos especiais, como também a importante responsabilidade de proteger aqueles que não podem fazê-lo por si próprios».
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Posto isto, Senhores Governantes Portugueses, querem dar passos em frente para um Portugal mais civilizado?
Então ACABEM DE VEZ COM AS TOURADAS, e estarão a dar um passo de gigante em direcção à tão necessária e pretendida EVOLUÇÃO, uma vez que TORTURA NÃO É CULTURA, e cheira a mofo, a sangue podre, a coisa velha, fora do tempo...
DE QUE TÊM MEDO?
QUEM VOS IMPEDE?
NÃO SÃO GENTE CULTA E CIVILIZADA?
ENTÃO DE QUE ESTÃO À ESPERA?...
NÃO TENHAM RECEIO DE EVOLUIR...