Algo que conspurca o bom nome das Ilhas dos Açores e coloca em causa a legitimidade do poder local.
A ilegalidade conduz à ilegitimidade.
Gostaria que as autoridades locais levassem em conta o que o mundo civilizado abomina, porque constitui uma grande vergonha para a Humanidade e principalmente para as autoridades açorianas, se é que elas existem...
Exmo. Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores,
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo
Exmo. (a) Deputado(a) da ALRA
Foi publicitada para o próximo dia 20 de Outubro, na Praça de Touros da Ilha Terceira, a realização de um “episódio” tauromáquico com especial destaque para a chamada SORTE DE VARAS.
Diz-se que o “episódio”, intitulado “Ciclo de tentas comentadas” contará com a participação de dois picadores, responsáveis pela execução da sorte de varas, para além de um matador, um novilheiro, dois “cavaleiros” (‘?) e dois grupos de forcados, sendo a organização do acontecimento da responsabilidade da Tertúlia Tauromáquica Terceirense.
A realização da SORTE DE VARAS em “episódios” tauromáquicos (não lhes podemos chamar “espectáculos”, porque um espectáculo implica algo NOBRE e NÃO TORTURA) não é um HÁBITO na Ilha Terceira, ESTÁ PROIBIDA PELA LEGISLAÇÃO VIGENTE e a sua prática foi expressamente proibida por decisão da Assembleia Legislativa Regional dos Açores.
No entanto, em desrespeito da lei, foram já várias as ocasiões em que este ritual bárbaro, denominado “sorte de varas” foi realizado PUBLICAMENTE, na Ilha Terceira, organizado pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense, sem a INTERVENÇÃO de NENHUMA AUTORIDADE, o que coloca em causa a legitimidade do PODER LOCAL.
O “episódio” público, agora anunciado para o dia 20, na Praça de Touros da Ilha Terceira, vem uma vez mais contrariar a legislação vigente e a decisão da Assembleia Regional.
Por isso, em nome da LEGALIDADE e da RACIONALIDADE, solicito a intervenção de V. Exas. para que CANCELEM a realização desta iniciativa repugnante e a todos os níveis condenável, pois não só desrespeita a lei, como despreza a livre decisão dos deputados açorianos, o que constitui uma ILEGALIDADE, e uma vergonha para o povo açoriano, um povo que na sua esmagadora maioria não quer ser associado por mais tempo a estas realizações violentas, sangrentas, carniceiras, onde são torturados animais para simples diversão de uma pequena faixa da população que ainda não evoluiu.
Pelo bom nome dos Açores, atentamente,
Isabel A. Ferreira