Carta de um activista, defensor dos direitos dos animais, ao jornal “Público”, que se vendeu ao lobby tauromáquico, e com isso perdeu um considerável número de leitores que abominam a COVARDIA DOS FORCADOS, a qual o jornal não abordou.
A figura grotesca de um suicide squad (imagem do jornal Público)
«Exmos Senhores,
Foi com profunda tristeza e desilusão que li o artigo de hoje na Revista Pública, intitulado "Ser Forcado é Ser Forcado".
Sou desde há longos anos um leitor assíduo do jornal e da revista Público, tanto na edição impressa, que adquiro regularmente, como da edição on-line, que leio diariamente.
Confesso que não era o tipo de peça que alguma vez pudesse imaginar que pudesse ser publicada por um jornal como o Público.
Creio que erraram, não tanto na escolha da matéria, mas sobretudo no desenvolvimento do conteúdo e no título, que deveria ter sido "Apologia da imbecilidade".
Considero que é grave, não só o facto de ser um artigo absolutamente tendencioso e nitidamente "encomendado", como o é o facto de ocultarem verdades fundamentais como por exemplo o facto de os forcados irem para a arena sem qualquer seguro de morte ou invalidez, ou de acidentes pessoais, porque nenhuma companhia de seguros aceita fazer seguros a essas pessoas, ou de terem ocultado o número de mortes e de casos de invalidez permanente que se registam anualmente nesta triste actividade.
Aproveito também para comunicar que a partir de hoje podem os senhores registar que perderam definitivamente um assíduo e interessado leitor, tanto da edição impressa como da edição on-line.
Se é este o caminho que este antes-prestigiado jornal pretende seguir, então não contem comigo.
Atentamente,
Rui Silva,
Porto»
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Eis o artigo da “Apologia da Imbecilidade”, com que o jornal “Público” ENVERGONHOU o jornalismo informativo e formativo português, até porque um forcado é um covarde.
Um jornal para deitar ao lixo
http://www.publico.pt/temas/jornal/ser-forcado-e-ser-forcado-27040004
Excelências,
Acrescento que a intervenção dos forcados deve ser completamente desaprovada por se tratar de maltrato animal/violência exercida sobre bovinos inocentes, os quais como "preparação" para a pega, acabaram de ser ludibriados, esgotados, feridos, sangrados por arpões espetados por cavaleiros tauromáquicos, subjugando e obrigando as suas montadas a transportá-los para os ataques contra o inocente bovino, com a finalidade de o enfraquecer extremamente, facilitando assim a pega.
Este touro pegado pelos forcados, tinha sido recentemente arrancado ao campo, violentamente empurrado e impulsionado por aguilhão eléctrico, metido e apertado em espaços exíguos, transportado em pânico, claustrofobia, luta, suportando maus tratos, privações, corte da extremidade dos cornos (de tal maneira stressante e doloroso, que alguns morrem durante essa intervenção), confinado, suportando durante horas altas temperaturas sob o sol do verão, o que o desidrata, aflige e enfraquece.
Depois da lide, o touro é imobilizado com cordas à volta dos cornos, para que as as bandarilhas lhe sejam arrancadas violentamente com ajuda de cortes sem qualquer anestesia.
A seguir são impelidos com aguilhão eléctrico, ao que reagem com os berros que se escutam ao longo deste cruel espectáculo.
Até que o abate violento o liberte do esgotamento, da intoxicação metabólica, da desidratação, do sofrimento físico e anímico, das dores e da febre, ainda terá de suportar durante uns dias alguns maus tratos, transportes , contenção.
Por estas e por outras, considero vergonhosa para o "Público" a apresentação da condição de forcado como algo de admirável. O artigo desperta, certamente, comentários falaciosos e disparatados sobre o diminuto ou ausente sofrimento de touros e cavalos, mais ou menos baseados em estudos pseudo científicos, mas que servem para " branquear" a tortura.
Das duas, uma: ou se trata de ignorância, ou de mentira consciente.
Considero que, através deste artigo, o "Público" prestou um mau serviço à informação e marcou muitos pontos negativos.
Com os melhores cumprimentos,
Vasco Reis,
Aljezur