Enganados com o mito da tradição e do folclore, um grupo de turistas saem de uma praça de touros a chorar, horrorizados com a atrocidade que testemunharam na presença de carniceiros psicopatas, disfarçados de jarretas.
Por Dr. Vasco Reis (Médico Veterinário)
«São acções de grande importância para se demonstrar, para dentro e para fora de Portugal, que neste país há gente que está contra a actividade.
Motivação é, essencialmente, protestar contra o sofrimento de touros e cavalos, bem como contra apoios à tauromaquia por dinheiros públicos e contra mais implicações negativas de ordem social e no prestígio do país, que ela provoca.
Desejavelmente, as manifestações devem ser pacíficas, silenciosas ou não, transmitindo mensagens do senso comum, da ciência e da ética.
Alertam-se as pessoas directamente e através da comunicação social e dá-se voz aos abolicionistas através de argumentos irrefutáveis.
A actividade e lobbistas e aficionados são criticados frontalmente. Estes contra argumentam pobre e falaciosamente e, com frequência, usando de linguagem insultuosa e até de agressão física. Não se notam neles preocupações de ordem ética.
Chegam ao desplante de afirmar, que o gosto pela tauromaquia é uma afirmação de portuguesismo e que Portugal é famoso por isso mesmo.
Os abolicionistas afirmam, pelo contrário, que Portugal é, por isso muito mal-afamado e criticado.
Tremendamente corrosiva para a reputação e o turismo de Portugal é a propaganda e o apoio que empresas de turismo nacionais e internacionais, em parceria com o lobby tauromáquico, estão a prestar à actividade tauromáquica, inclusive fazendo oferta de bilhetes para touradas em contratos turísticos, aliciando com a informação de que os animais não são mortos, não sofrem e que se trata de uma brincadeira (“for fun”).
Turistas vão, curiosos e descontraídos pela publicidade enganosa, corresponder ao convite. São ali cruelmente surpreendidos, abandonando em muitos os casos o “espectáculo” chocados, deprimidos, por vezes lavados em lágrimas de desgosto, revoltados em palavras e alguns, até vomitando. Tudo isto é documentado por imagem, som e escrita graças ao testemunho de jornalistas e de manifestantes que afirmam a sua cidadania em manifestações democrática e legalmente autorizadas e policialmente acompanhadas.
Sinceramente, não compreendo como há abolicionistas que se afirmam contra manifestações, quando estas, afinal, contribuem para alertar, informar e lavar a honra de portugueses e de Portugal perante o fenómeno tauromáquico, castigador de touros e de cavalos e não só.»