
Foz do Rio Minho (Caminha - Portugal)
«(...) quero fazer a paz para poder banhar-me nas águas límpidas e tranquilas dos lagos, na companhia dos meus irmãos brancos, vermelhos, pretos e amarelos, simplesmente porque sim»...
Copyright © Isabel A. Ferreira 2009
Homem contra Homem simplesmente porque sim?!!!...
Morte, doença, fome, miséria, dor, horror, enredos, medos, dramas, ruínas, destruição, escombros, tragédias, desesperos, farrapos, gritos, escuridão, mutilações, desolação, sofrimento, loucura...
Isto é a guerra: simplesmente o avesso da vida.
É o que queres para ti?
Se é, dirás: «(...) quero fazer a guerra para poder tingir-me do sangue das pessoas que hei-de matar simplesmente porque sim».
Porém, se tingir-te do sangue dos teus irmãos inocentes não é o teu objectivo de vida, dirás: «(...) quero fazer a paz para poder banhar-me nas águas límpidas e tranquilas dos lagos, na companhia dos meus irmãos brancos, vermelhos, pretos e amarelos, simplesmente porque sim»...
O respeito é a medida de todas as nossas atitudes. A ignorância é a maior inimiga do homem. A violência vem das trevas. É chegado o momento de dizer-te o que penso sobre a guerra. Para mim é a manifestação maior da inferioridade mental dos “omens” que a querem, a promovem ou a mantém simplesmente porque sim.
Nenhum ser civilizado vive do lado do avesso.
O leão não vive do lado do avesso. Apenas mata outro animal, que não o da sua raça, para saciar a fome. O plátano e a rosa não vivem do lado do avesso. Coexistem pacificamente, unidos à terra que os alimenta, espalham sombras, aromas e libertam o oxigénio que dá vida à vida, para nosso deleite. Até o verme não vive do lado do avesso, porque esse rasteja como é da sua condição, e não mata, porque só se alimenta dos restos da morte.
De entre todos os seres vivos apenas o “omem” matapor matar e inventa coisas para destruir as coisas de que precisa. Irracionalmente.
Dizem que o lobo não pensa. Se não pensa, não sei. Sei que não fala e que só ataca se for atacado, ou se estiver esfomeado. Uma legitimidade sua. Do lobo sei também que respeita as regras da sua própria natureza.
E o “omem” pensa? Se pensa, duvido. Sei que fala, e ataca sem ser atacado, simplesmente porque sim. Uma brutalidade sua. Do “omen” sei também que não respeita as regras da natureza do Homem.
E tu, o que preferes? A paz ou a guerra? O que és? Um ser humano ou simplesmente um “omem”? Como vives? Do avesso, entre as trevas, rodeado de morte, ou respeitas a lei natural da vida, e saúdas o Sol, todas as manhãs?...
in Manual de Civilidade, de Isabel A. Ferreira