Até o meu querido amigo Burro, que é um animal inteligentíssimo, se ri do facto de chamarem “cultura” e “arte” à tortura de Touros… E com toda a razão!
Luis Soares disse sobre «Eles pavoneiam-se cobardemente em arenas, ostentando uma combinação de collants cor-de-rosa e lantejoulas...» na Terça-feira, 26 de Março de 2013 às 02:09:
«Boa noite!
Li o comentário do Sr. Ricardo e gostei bastante, não só da maneira como escreve mas também como expõe a sua perspectiva.
Não foi de todo desagradável, ao contrário de muitos. Nao sabia é que estava à espera de uma resposta minha. Peço desculpa, mas acho isto muito repetitivo.
Vocês So dizem o mesmo... Eu claro, respondo o mesmo também. São pontos de vista. Está nos direitos humanos que todas as pessoas têm direito à cultura.
Vocês não apreciam por uma questão de sensibilidade. São muito sensíveis, bem, (lá está a repetição), não vão! Arte está aos olhos de quem vê. E não são poucos os países com esta tradição e cultura! Mas isso Ja vocês ouviram muita vez...
Nada que eu diga vos Vai fazer respeitar esta tradição e arte. O mesmo digo de vocês. Não vão mudar a forma de viver a aficion.
No entanto, talvez seja do meu baixo nível de cultura, não percebo o título \"eles pavoneiam-se cobardemente em arenas, ostentando uma combinação de collants cor-de-rosa e lantejoulas...\".
Hum, qual é o mal disso?
Com os melhores cumprimentos,
Luís Soares»
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Luís Soares, está na declaração Universal dos Direitos Humanos que todas as pessoas têm direito à Cultura. Até aqui estamos de acordo. Certíssimo.
Mas repare agora nesta imagem, por favor, e diga-me com toda a sinceridade: isto é o resultado da lide de um Touro, certo?
Vemos o enorme sofrimento estampado no semblante deste ser que se esvai em sangue, moribundo, que sofreu os horrores da tortura, e que é tão animal como eu ou como o Luís Soares, certo? (Lá estamos a repetir-nos).
Sabendo nós que Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais de um povo ou civilização, fazendo parte da cultura de um povo as seguintes actividades e manifestações: música, teatro, cinema, literatura, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, dança, arquitectura, invenções, pensamentos, formas de organização social, ONDE CABE AQUI A TORTURA DE TOUROS?
Não sendo cultura, também não é arte, e para ser tradição, teria de estar assente na ética e na moral, e beneficiar a evolução da humanidade. O que não é o caso.
Gostaria que me respondesse e que JUSTIFICASSE RACIONALMENTE os termos CULTURA e ARTE aplicados a esta imagem.
Se conseguir essa façanha, garanto-lhe que MUDO DE IDEIAS.
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Agora, Luís Soares, está também na Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada pela UNESCO, em sessão realizada em Bruxelas, a 27 de Janeiro de 1978, e posteriormente aprovada pela ONU, e (o mais incrível) subscrita por Portugal, o seguinte:
(Eu apelo para que se leia TUDO, não custa nada, e atentem nos sublinhados, para se ajuizar da NULIDADE da ATITUDE DOS GOVERNANTES PORTUGUESES).
1 - Todos os animais têm o mesmo direito à vida.
2 - Todos os animais têm direito ao respeito e à protecção do homem.
3 - Nenhum animal deve ser maltratado.
4 - Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat.
5 - O animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca ser abandonado.
6 - Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor.
7 - Todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida.
8 - A poluição e a destruição do meio ambiente são considerados crimes contra os animais.
9 - Os direitos dos animais devem ser defendidos por lei.
10 - O homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.
PREÂMBULO:
Considerando que todo o animal possui direitos;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo desses direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza;
Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das outras espécies no mundo;
Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a perpetrar outros;
Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos homens pelo seu semelhante;
Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a compreender, a respeitar e a amar os animais,
PROCLAMA-SE O SEGUINTE:
Artigo 1º
1. Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.
Artigo 2º
1. Todo o animal tem o direito de ser respeitado.
2. O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar os outros animais ou de os explorar, violando esse direito. Tem a obrigação de empregar os seus conhecimentos ao serviço dos animais.
3. Todos os animais têm direito à atenção, aos cuidados e à protecção do homem.
Artigo 3º
1. Nenhum animal será submetido a maus tratos nem a actos cruéis.
2. Se a morte de um animal é necessária, esta deve ser instantânea, indolor e não geradora de angústia.
Artigo 4º
1. Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático, e a reproduzir-se.
2. Toda a privação de liberdade, incluindo aquela que tenha fins educativos, é contrária a este direito.
Artigo 5º
1. Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente em contacto com o homem, tem o direito a viver e a crescer ao ritmo das condições de vida e liberdade que sejam próprias da sua espécie.
2. Toda a modificação do dito ritmo ou das ditas condições, que seja imposta pelo homem com fins comerciais, é contrária ao referido direito.
Artigo 6º
1. Todo o animal que o homem tenha escolhido por companheiro, tem direito a que a duração da sua vida seja conforme à sua longevidade natural.
2. O abandono de um animal é um acto cruel e degradante.
Artigo 7º
1. Todo o animal de trabalho tem direito a um limite razoável de tempo e intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso.
Artigo 8º
1. A experimentação animal que implique um sofrimento físico e psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de experimentações médicas, cientificas, comerciais ou qualquer outra forma de experimentação.
2. As técnicas experimentais alternativas devem ser utilizadas e desenvolvidas.
Artigo 9º
1. Quando um animal é criado para a alimentação humana, deve ser nutrido, instalado e transportado, assim como sacrificado sem que desses actos resulte para ele motivo de ansiedade ou de dor.
Artigo 10º
1. Nenhum animal deve ser explorado para divertimento do homem.
2. As exibições de animais e os espectáculos que se sirvam de animais, são incompatíveis com a dignidade do animal.
Artigo 11º
1. Todo o acto que implique a morte de um animal, sem necessidade, é um biocídio, ou seja, um crime contra a vida.
Artigo 12º
1. Todo o acto que implique a morte de um grande número de animais selvagens é um genocídio, ou seja, um crime contra a espécie.
2. A contaminação e destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.
Artigo 13º
1. Um animal morto deve ser tratado com respeito.
2. As cenas de violência nas quais os animais são vítimas, devem ser proibidas no cinema e na televisão, salvo se essas cenas têm como fim mostrar os atentados contra os direitos do animal.
Artigo 14º
1. Os organismos de protecção e salvaguarda dos animais devem ser representados a nível governamental.
2. Os direitos dos animais devem ser defendidos pela Lei, assim como o são os direitos do homem.
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Como vê, Luís Soares, essa “cultura” e “arte” que
defende, não é assim tão linear, e nada tem a ver com “não gosta, não vai».
Os governantes portugueses são uns HIPÓCRITAS, no que diz respeito aos Direitos Humanos e aos Direitos dos Animais.
Mas também o são a UNESCO e a ONU, que nada fazem para fazer valer esses direitos que proclamaram. Ora bolas! Não servem a Humanidade, como apregoam.
Não se cumpre absolutamente nem um parágrafo sequer, destes direitos.
NADA.
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Quanto aos torcionários “pavonearem-se cobardemente em arenas, ostentando uma combinação de collants cor-de-rosa e lantejoulas...» Qual é o mal disso, Luís Soares? Terá de ser o Ricardo a responder, pois a frase é dele.
Mas… para bom entendedor meia palavra basta!