Sexta-feira, 22 de Março de 2013

DELEITAR-SE COM TOURADAS É UM TRANSTORNO DE CONDUTA, DE ACORDO COM O «MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS»

 

O QUE É UM AFICIONADO: LEITURA DE UM CIDADÃO QUE CONHECE OS MEANDROS DA TAUROMAQUIA

 

 

Que género de criatura sugere esta figura? Não são precisos nem estudos, nem provas científicas. Basta observar bem a expressão.

 

 

José Dores, deixou um comentário ao post DESCRIÇÃO DE UM AFICIONADO, NARRADA PELO PRÓPRIO às 12:11, 2013-03-22.

 

Comentário:

 

«Isabel,

 

Não me canso de dizer isto e esperava de quem defende a nossa causa maior ênfase a este facto que tende a ser ignorado ou omitido e que é na minha perspectiva da maior relevância nesta disputa entre quem defende a tourada e quem quer a sua abolição. Segundo o DSM IV - "O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais” -  Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM ) que é um manual para profissionais da área da saúde mental que lista diferentes categorias de transtornos mentais e critérios para diagnosticá-los, de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria American Psychiatric Association - APA ), e é usado ao redor do mundo por clínicos e pesquisadores bem como por companhias de seguro, indústria farmacêutica e parlamentos políticos.”

 

Segundo este Manual, que serve de apoio aos técnicos na área da saúde mental em Portugal, nomeadamente na definição de diagnósticos, gostar de touradas é um Transtorno de Conduta, porque a Tourada é uma forma de crueldade para com animais. A nossa lei assume-a como tal, mas concede-lhe uma excepção por ser entendida como uma tradição portuguesa. Não diz que não é cruel, diz que é uma crueldade aceite pela lei. Mas se é uma crueldade, e não me venham sequer tentar argumentar que não é, porque isso é estupidez pura e simples, então quem não vê essa cruueldade sofre de um Transtorno de Conduta como podemos ler aqui: http://virtualpsy.locaweb.com.br

 

/dsm_janela.php?cod=200 

 

Está bem explícito no Manual de Diagnóstico que a crueldade para com animais é um sintoma desta perturbação, que tem como linha de base a incapacidade de gerar empatia pelo sofrimento alheio, nos casos mais graves pode manifestar-se através de violações. Se lermos o texto e os sintomas entendemos o porquê de termos uma sociedade como a que temos, estes comportamentos desadequados são comuns e promovidos na sociedade portuguesa em geral, e especialmente em situações como a Tourada. Isto são factos científicos, nos quais as leis e o seu cumprimento devem ser fundados.

 

Este tema não é discutível, porque para ser incluído este sintoma no Transtorno de Conduta tiveram de haver estudos científicos de comprovada fiabilidade para afirmar e incluir esse sintoma. Estamos a educar gerações e gerações de crianças a terem uma conduta desadequada, quando a obrigação da sociedade e do estado em particular é salvaguardar o seu correto desenvolvimento.

 

É do interesse de todos os portugueses que as futuras gerações tenham uma conduta saudável, de forma a evitar problemas sociais futuros.

 

Não se entende como é que aos 6 anos uma criança tem legalmente autorização para visionar uma Tourada e muito menos como é que são permitidas entradas de crianças com idades inferiores a isso. Dir-me-ão os aficionados, vão acompanhadas dos pais que têm o direito de lhes querer ensinar o que entenderem.

 

Não, não é assim. Em primeiro lugar os pais sofrem de um Transtorno Mental, como acima referido, em segundo lugar existe o "maior interesse da criança", ou seja existem coisas que são do interesse da criança independentemente da opinião dos pais ou tutores, e nesses casos o Estado tem obrigação de intervir. Argumentar com doentes mentais não vale a pena, os aficionados não percebem os nossos argumentos porque não geram empatia com o sofrimento do touro, isso para eles não existe ou não é relevante, vêem-no, mas não lhes produz qualquer sentimento e isso não é normal, é patológico. Espero que este assunto assuma a relevância que lhe é devida nesta batalha de argumentos.»

 

***

 

José Dores, de um modo menos “científico” já se tem abordado, neste Blog, o problema da saúde mental de todos os que de um modo ou de outro, estão ligados à tauromaquia, precisamente porque gostar da crueldade, cometê-la ou apoiá-la não é normal.

 

Por outro lado, o Estado Português está-se nas tintas para a SAÚDE MENTAL dos portugueses, nomeadamente das crianças, pois apoia as escolas taurinas onde crianças, com menos de seis anos, APRENDEM A VIOLÊNCIA E A MATAR SERES VIVOS.

 

Já enviámos várias “recomendações” a vários ministérios e entidades que tinham o DEVER de zelar pelo bem-estar físico e mental das nossas crianças (e até dos adultos também), mas é o mesmo que atirar pérolas a um charco de água choca (desculpem a expressão, mas dada a gravidade do assunto, não me ocorre outro modo de dizê-lo).

José Dores, eu também espero que este seu texto tenha a visibilidade que merece, junto dos responsáveis do nosso país que está entregue a gente desatinada.

 

Esta questão da tauromaquia ultrapassa tudo o que é razoável, ético, moral e humano.

 

É uma calamidade pública, a que os governantes não dão a menos importância.

 

Mas a verdade é que, enquanto não se legislar no sentido de proteger os Direitos dos Animais, os Direitos dos Homens serão afectados, como estão a ser. O estado de um país, vê-se pela forma como os governantes lidam com a sua fauna. E o nosso país, coitado, está milhares de graus abaixo de zero, quanto a esta matéria.

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:57

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