De Zé Onofre a 25 de Abril de 2023 às 19:22
Boa tarde, Isabel
Memória do "meu" Abril
De ti
Sinto um amargor,
Coisa que resta
Da bebedeira de alegria
Que a mais bebi
No dia em que nasceste flor.
De ti
Sinto o ruir da ilusão
Coisa que também resta,
Daquela grande chama
Que naquele dia irrompeu
Como fogo na floresta.
De ti
A minha cegueira
Deixou-me enxergar
O que não eras
Evitou que visse o que eras,
Apenas um golpe militar.
De ti,
Sinto que abriste portas,
Mas, se em vão não as abriste,
Há quem as venha fechando.
Por cada uma que fecham
De novo criam um povo triste.
De ti
Resta também uma certeza,
Que não destruirão,
Por mais que tentem.
O chão está lavrado
À espera de nova sementeira
Que num outro Abril florirão.
Zé Onofre em «Das Eras Parte V - Memórias de Abril - 29»,
em 023/04/25
Boa trade, Zé Onofre, e obrigada pelo Poema.
Gostei bastante.
A sementinha de Abril germinará, um dia.
Ainda existe muita gente a tratar dela com muito carinho.
"Que mudanças trouxe o 25 de Abril aos Portugueses, estando nós no exacto dia 25 de Abril do ano de 2023?"------------------ Só nesta parte do seu post posso concordar pois não vivi antes da década de 70(curiosamente foi na dita democracia que sofri carências) e não posso deixar de me espantar, ao ver os posts (é espreitar agora na página dos últimos posts do sapo blogs) vários a afirmar que o mal de Portugal é o fascismo e pátati patatá como se os tais 49 anos desde 74 fossem culpa do regime anterior. Patético ou pior.
É a mentalidade que existe por aí: pobrezinha, apoucadinha...
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