Toureiro tortura e mata dois touros e decepa as orelhas de um deles na Cidade do México
O toureiro Juan José Padilla comemora, do alto do seu sadismo, ter mutilado as duas orelhas de um dos animais que matou na tourada do último domingo. Foto: Mario Guzmán/EFE
"Espetáculo" da barbárie
Toureiro tortura e mata dois touros e decepa as orelhas de um deles na Cidade do México
06 de fevereiro de 2013 às 6:00
Por Robson Fernando de Souza (da Redação)
«Não bastasse ser toureiro, o espanhol Juan José Padilla foi além das covardias comuns intrínsecas ao ato de “tourear”. Além de ter esfaqueado o touro com seis farpas, ele decepou as orelhas de sua vítima. O ato bárbaro aconteceu na 16ª Tourada da intitulada “Grande Temporada 2012-2013″, na Plaza de Toros México, na Cidade do México, no último domingo.
O toureiro Juan José Padilla comemora, do alto do seu sadismo, ter mutilado as duas orelhas de um dos animais que matou na tourada do último domingo. Foto: Mario Guzmán/EFE
No “espetáculo”, Padilla matou dois touros. Sua primeira vítima foi o bovino chamado Botón de Plata, morto com uma estocada por trás. O segundo animal morto por ele foi Nenito, que, segundo o jornal mexicano Excelsior, em informação repassada pelo R7, o sádico “castigou bastante [...] com um abate completo’”, enfiando seis farpas nas costas do animal.
Num esforço de autodefesa, mas já muito ferido, Nenito conseguiu que o seu algoz sofresse uma forte queda, embora não tivesse conseguido chifrá-lo. A queda enfureceu o assassino, que, num golpe rápido, mutilou as orelhas do animal e causou a sua morte.
O público, insensível ao sofrimento dos animais, vibrou com o sadismo de Padilla, que comemorou com os espectadores. Ele se tornou o “vencedor” da tourada porque, ao contrário do seu rival Fermín Rivera, mutilou não uma, mas duas orelhas.

Mesmo ferido, o touro Nenito ainda conseguiu esboçar defesa, derrubando seu algoz, antes de ter suas orelhas barbaramente mutiladas. Foto: Mario Guzmán/EFE
Além do sadismo do toureiro, chamou negativamente a atenção a forma como o portal R7 falou do ocorrido, sem qualquer ética de respeito à vida nem preocupação com a integridade dos animais assassinados no “espetáculo”. São destacáveis, na insensibilidade do redator responsável pela notícia, frases e expressões como “O toureiro espanhol Juan José Padilla foi do inferno ao paraíso…”, “…se tornar o campeão do dia”, “…não deu muitas chances para o toureiro cortar suas orelhas ou rabo, um dos objetivos da tourada”, ”…castigou bastante o animal com um ‘abate completo’ (sic)”, “…levando o público ao delírio” e “…conseguira cortar apenas (sic) uma orelha em seu desafio”.
Essa postura do portal se torna ainda mais absurda quando lembramos que a Rede Record de Televisão, da qual o R7 é uma espécie de extensão online, já há alguns anos vem denunciando em diversos de seus programas televisivos ações de crueldade contra animais e aparentemente defendendo, junto à opinião pública, sua abolição.
Comportamentos assim no meio jornalístico, de naturalização de atividades cruéis como touradas e também rodeios, cada vez mais atraem o repúdio dos telespectadores e internautas, já que não é mais aceitável, como era no passado, o favorecimento de ações óbvias de maus tratos contra animais. Matérias jornalísticas que favorecem as touradas, na legislação brasileira, podem até mesmo ser interpretavelmente caracterizadas como apologias ao crime, segundo o Artigo 287 do Código Penal, já que crueldade óbvia contra animais é crime segundo a Lei de Crimes Ambientais brasileira.
De um lado, o México mostra que ainda tem muito a andar no rumo ao amadurecimento ético da relação entre a maior parte dos seus habitantes e os animais não humanos, caminho esse que implicará a abolição e criminalização de todos os ditos “esportes” que envolvem crueldade e exploração contra animais. Do outro, parte da imprensa brasileira mostra que não dá a mínima para a ética jornalística nem está sintonizada com a mudança ética da forma como as sociedades modernas, inclusa a brasileira, encaram a relação entre os animais humanos e não humanos.
Os brasileiros pouco podem fazer para contribuir com a abolição das touradas no México, mas podem ao menos protestar contra a forma insensível como o R7 divulgou a tourada mencionada, enviando reclamações ao formulário da página Fale com o R7.
Fonte:
http://www.anda.jor.br/06/02/2013/toureiro-tortura-e-mata-dois-touros-e-decepa-as-orelhas-de-um-deles-na-cidade-do-mexico
De Fred Policarpo a 21 de Outubro de 2013 às 12:42
Na verdade tirar as orelhas do Touro é um prêmio para o Toureiro que tourear muito bem. É um tipo de troféu, se o cara for bom ele pode levar: uma orelha, duas orelhas ou as duas orelhas e o rabo. Isso já está na tradição das touradas, é 'normal'
O que me ocorre dizer é que isso é "normal" para os ANORMAIS.
De Rui a 14 de Maio de 2014 às 10:14
Apenas a notícia é enganadora e está escrita de forma errada. Ele não cortou as orelhas como forma de vingança nem para satisfazer o sadismo como é mencionado. Ao menos se for para noticiar as coisas e provocar alguma onda de protesto, que tem todo o direito de o fazer diga-se, escreva as coisas como elas são e não crie uma história à volta do que se passou de facto? Eu também sou contra, mas repudio este tipo de textos usando excesso de demagogia. A luta não pode ser feita se nos rebaixarmos a esse nível pois precisamos sim de credibilidade!
É a minha opinião e com certeza será contra ela, mas tudo bem.
Cumprimentos.
Deixe-se de manobras de diversão!
O torcionário ficou estropiado e vai para a arena com uma cara diabólica, cheia de ódio, de raiva por ter sido um Touro a desfigurá-lo.
É evidente que a partir desse episódio, que ele próprio buscou (ninguém o mandou ATACAR um touro já debilitado), cortar orelhas e rabos é feito com o ódio da vingança, e não como triunfo sobre o animal.
O torcionário voltou às arenas para se vingar. Apenas isso.
E isto não é demagogia.
É a verdade, que ninguém gosta de ouvir.
O que pretendem com estes comentários é que eu deixe de dizer as verdades e a chamar os bois pelos nomes.
Mas estão enganados.
Aqui, e neste momento, sou a guerreira. Noutras circunstâncias serei poeta.
Mas não me mandem fazer poesia a partir da tortura de seres vivos e da crueldade de torcionários.
E quem não perceber isto… paciência!
De Rui a 15 de Maio de 2014 às 14:18
Ok. É a sua opinião e terei de a aceitar, continuo porém a achar que floreia demasiado as coisas o que não traz qlq tipo de crétito à causa.
1) eles não cortam nada, quem corta as orelhas e/rabo é outra pessoa mediante a prestação do toureiro em praça. É a sua "recompensa", no entanto não são eles q o fazem;
2) quanto ao voltar às arenas como forma de vingança, aí até estou de acordo consigo;
3) em algum lado lhe disse para não chamar as coisas pelos nomes ou deixar de dizer verdades? Só lhe sugeri (porque o blog é seu e faz dele o que bem entende) que não publicasse este tipo de textos fantasiosos pq quem conhece como as coisas são, sabe que isto é demagogia pura. E a culpa não é sua, é do site que publicou a notícia originalmente. Eu já estive "do outro lado" quando era miúdo e cresci num ambiente de touros, mas cresci e livrei-me disso. Como tal, sei que este tipo de textos só faz com que apareçam comentários do género "Esta gente não sabe o que diz e manipula tudo!" . Acho que temos de ser um pouco superiores a isso porque com bons argumentos, e válidos, quem defende a festa tauromáquica não tem qualquer tipo de resposta e sabe que não tem razão para continuar.
Não precisa de se exaltar tanto. Não estou a atacá-la nem a contrariar as suas ideias, penso eu, para me dar um tipo de resposta deste género...
Resto de bom dia.
Rui, veja bem, poderia colocar aqui vários textos onde se diz que o TOUREIRO CORTA AS ORELHAS E O RABO AO TOURO.
Deixo-lhe apenas esta:
«Se o toureiro matar o bicho com sofrimento, o público vai reclamar. O bom toureiro acaba com a história com uma estocada. Quando gostam do espectáculo, os assistentes acenam com lenços brancos ao presidente da tourada, que decide como será a premiação e se o toureiro pode cortar a orelha do animal. O auge é cortar as duas orelhas e o rabo e em seguida sair da Plaza carregado pela multidão.»
In:
https://sites.google.com/site/blogasviajantes/espanha/tourada-a-tradicao-mais-polemica-da-espanha
Portanto não FLOREEI. Limito-me a citar o que leio em textos que abordam o assunto, escritos por gente que sabe mais do que eu.
Em relação a este torcionário, acrescentei-lhe o ódio, que é bem visível na expressão facial dele.
E eu não me exaltei consigo. Apenas fico furiosa quando vêm para aqui com este tipo de comentários. O que escrevo sobre touradas tem por detrás grandes leituras válidas.
Então para quê vir para aqui falar em DEMAGOGIA, logo a mim, que ABOMINO DEMAGOGIAS?
Tenham um resto de boa tarde.
De Rui a 15 de Maio de 2014 às 16:44
Certo. Não estando por dentro das coisas, é normal que se vá basear em textos alheios. Todos nós o fazemos :)
Então só para terminar, e por mera curiosidade, a origem desta mutilação é pq antigamente o "prémio" era a carne do touro, então para evitar trocas era cortada uma orelha e dada ao toureiro. Agora o prémio passou a ser apenas a orelha e a carne normalmente penso q seja doada para instituições de caridade. Pelos menos era...
Bom, posto isto, só censuro quando se escreve isto no artigo do jornal "A queda enfureceu o assassino, que, num golpe rápido, mutilou as orelhas do animal e causou a sua morte.". Isto é mentira e nunca seria permitido. A orelha é cortada apenas qd o animal já está morto. No meio disto tudo, ao menos é menos esse sofrimento.
Bom, não nos alonguemos :) Obrgd pela sua resposta e pela troca de ideias. Sei q pode parecer q estou a defender alguma coisa, mas n se iluda!! Eheh Já há muitos anos q não me identifico com este tipo de tratamento aos animais... É chocante.
Cumprimentos
Mas claro, Rui. Tento informar-me das coisas que não sei. Neste caso, transcrevi um artigo, que está assinado e se alguma coisa está mal, a responsabilidade não será de todo minha.
Sei desses “prémios” que se dão aos torcionários, e que considero uma imoralidade, como aliás, tudo na tourada.
Se a carne de um touro torturado numa arena, vai para instituições de caridade, é uma “caridade” muito sangrenta e desapropriada. Dar carne de boi flagelado aos pobrezinhos… é algo macabro.
Bem, foi útil esta troca de palavras.
Continuação de uma boa tarde.
De Fábio F. a 24 de Março de 2014 às 20:36
Fred Policarpo, você poderia estender o seu raciocínio:
1) Para o criminoso cometer o delito é "normal".
2) Para o assassino matar é "normal".
3) Para o torturador é "normal" torturar.
E por aí vai.
De Anónimo a 9 de Junho de 2021 às 00:23
Me encantó el debate ... muy bien explicado por ambos lados ... Aprendiendo para mí ... Gracias a los polemistas
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