ISTO É MENTIR DESCARADAMENTE
«Confrontado pelo Bloco de Esquerda com a lista de apoios públicos a criadores de touros de lide, o gabinete de Assunção Cristas justifica os subsídios com os "critérios de elegibilidade" das raças autóctones e acrescenta que "os animais machos não usufruem de qualquer apoio direto".
Artigo | 23 Janeiro, 2013 - 00:22
A lista de apoios públicos geridos pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas é divulgada semestralmente no Diário da República e tem motivado indignação por parte dos defensores da abolição das touradas. Nas redes sociais, são apontadas várias empresas e famílias ligadas à tauromaquia em Portugal que são beneficiadas com muitos milhares de euros em subsídios do Estado, no âmbito do Fundo Europeu Agrícola de Garantia (FEAGA) e do Fundo Europeu Agrícola para o Desenvolvimento Rural (FEADER).
No mês passado, a deputada Helena Pinto questionou a ministra Assunção Cristas sobre "os fins a que se destinam os apoios estatais concedidos a criadores de bovinos para fins tauromáquicos" e "se o Ministério considera rever a sua política de apoios públicos à tourada, nomeadamente no que se refere à criação de touros".
A resposta do Governo surgiu esta semana, com o gabinete da ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território a afirmar que "não existem apoios públicos para fins tauromáquicos", mas sim "regimes de apoio direto ao setor animal, nomeadamente o prémio por vaca em aleitamento e o pagamento complementar à manutenção de raças autóctones, bem como uma medida de apoio aos produtores pecuários de raças autóctones".
Segundo o Ministério, para além do "Prémio por vaca em aleitamento", o Governo concede o "Prémio complementar à manutenção de raças autóctones" que "é atribuído às fêmeas de raças autóctones - Alentejana, Mertolenga e Brava de Lide, que a 1 de junho sejam exploradas em linha pura, estejam inscritas no Livro de Adultos como reprodutoras da raça, tenham parido nos 18 meses anteriores, e cujo parto seja uma cria inscrita no Livro Genealógico". Além destas duas modalidades, os criadores podem também concorrer à "Medida de apoio aos produtores pecuários de raças autóctones ameaçadas de extinção", que incluem as restantes raças bovinas, como a "Algarvia, Arouquesa, Barrosã, Cachena, Garvonesa/Chamusca, Jarmelista, Marinhoa, Maronesa, Minhota, Mirandesa e Preta".
"Não existe qualquer apoio que seja atribuído especificamente aos touros de lide, dado que, por um lado, os animais machos não usufruem de qualquer apoio direto e, por outro lado, a raça brava de lide não recebe qualquer apoio que a diferencie das outras raças autóctones", conclui a resposta do Governo ao requerimento apresentado pelo Bloco de Esquerda».
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A quem pretende o governo enganar?
A si próprios, para justificarem a sua actuação pouco ou nada inteligente?
Aos portuguesinhos sem espírito crítico, e que dizem ámen a tudo?
Além de escravos de ganadeiros mercenários, são MENTIROSOS.
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(Este texto, que fará parte d’ «O Livro Negro da Tauromaquia em Portugal», o qual perpetuará todos os que participaram, apoiaram, subsidiaram e foram cúmplices desta demência, até ao final de 2013, ano/limite para que tenham oportunidade de reverter a atitude tauricida, foi enviado à senhora ministra Assunção Cristas).