Isto é uma ANEDOTA?
Desde quando as ganadarias da ilha Terceira são “reservas biológicas”, “senhor investigador”?
O “senhor investigador” investiga o quê? Os interesses económicos de quem?
O “senhor investigador” não sabe que não existe “touros bravos” na Natureza?
Como podemos estudar e monitorizar a sagrada “vida selvagem” numa ganadaria onde FABRICAM Touros para serem torturados nas ruas, puxados por uma corda, e nas arenas, com o objectivo de encherem os bolsos dos ganadeiros e uns tantos satisfazerem os seus instintos sádicos e psicopáticos?
Como pode o “senhor investigador” estar convencido do que quer que seja, se não sabe o mais básico: o que é um Touro?
Touro bravo? Touro de lide? Que espécie será esta que não consta dos catálogos biológicos?
Na ilha Terceira a vegetação endémica sempre existiu, existe e existirá mesmo depois da abolição das Touradas, que estão já com os pés na cova.
Os seus interesses de “investigador” são os mesmos que movem os interesses dos ganadeiros, dos aficionados, dos que, sadicamente, se divertem a ver torturar um ser vivo, com um ADN semelhante ao do ser humano.
Tem a certeza do que anda a “investigar”? Não acha que isso só desprestigia a Universidade dos Açores?
É uma vergonha que Artur Machado, “professor” responsável pelo Centro de Biotecnologia dos Açores venha a público defender que "quase tudo o que é hoje o interior da Terceira deve-se ao touro bravo" e que "a preservação destes animais é fundamental na protecção da natureza e ao mesmo tempo ajuda-nos a definir a nossa identidade".
Qual identidade? A identidade de trogloditas?
O interior da ilha Terceira sempre foi o que foi. Qual touro bravo? Que protecção da Natureza? Atente bem no disparate que proferiu, senhor “professor”. Estar a falar para tauricidas, é uma coisa. Eles engolem toda a parvoíce que se diz em relação a Touros. Agora, vir a público espalhar esses desconchavos como se todos fossem muito ignorantes, é outra coisa.
Que “identidade” é que se pretende definir com a tortura de Touros? Não é com certeza a identidade de uma ilha linda e com História. Será apenas a “identidade” de uns poucos trogloditas que, apesar de toda a informação, optam pela ignorância.
E o “historiador” Francisco Maduro-Dias disse bem: «Ver um grupo de touros, ao longe, na paisagem, sobretudo naquelas montanhas mais escalavradas que temos no interior da Terceira é sempre uma imagem de que gostamos, que nos consola, que nos faz sentir identificados, localizados e estabilizados», mas esqueceu-se de acrescentar que esses Touros têm de ser TOUROS verdadeiros, e não os fabricados “touros bravos ou touros de lide”, que não existem no estado natural, e só servem para ser TORTURADOS, e divertir os sádicos e os psicopatas.
Arlindo Teles, o presidente da “tertúlia tauromáquica terceirense” vai ainda mais longe com os disparates. Diz (PASME-SE!!!!), que o "culto ao touro dá-se na Terceira como em mais nenhum lugar do mundo".
Não é possível! “Culto ao Touro”? Como naquela antiguidade muito antiga? A ilha Terceira não EVOLUIU NADA? Mesmo nada? Parou no tempo?
E esta “anedota” que veio da Universidade dos Açores (QUE VERGONHA!) acaba com um professor da dita cuja, a dizer o maior disparate do mundo: «Há uma relação de respeito e seriedade na sociedade terceirense face aos elementos naturais»
Deixo-vos aqui o "respeito e a seriedade terceirense face aos elementos naturais» (?), nomeadamente o Touro e a consciência ambiental de que falam.
TENHAM VERGONHA!
Isabel A. Ferreira
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(Texto que serviu de base ao MEU texto):
«As ganadarias da ilha são verdadeiras "reservas biológicas", defende o biólogo e professor da Universidade dos Açores, João Pedro Barreiros. A ideia é explorada num dos vídeos disponíveis numa página da Internet criada no portal SIARAM, dedicada ao toiro bravo da Terceira.
Do ponto de vista de João Pedro Barreiros as ganadarias são espaços onde existe todo o interesse em estudar e monitorizar a vida selvagem.
O biólogo considera que há uma relação importante entre os lugares onde são criados toiros de lide, com a vegetação espontânea, endémica, da ilha Terceira: "A preservação de manchas florestais endémicas, uma vez que estas ilhas foram colonizadas no século XV, resulta de dois acasos. Sobraram regiões de difícil acesso, como Caldeira de Santa Bárbara, ou lugares, como as ganadarias, onde se produziram animais que se adaptaram a locais menos desejáveis para a agropecuária. Sem contar com os lugares altos, estou convencido que, se não houvessem toiros, não estava preservada grande parte da vegetação endémica que ainda sobrevive".
Pode-se ficar também a conhecer as visões de personalidades como Francisco Maduro-Dias, historiador, José Parreira, arquiteto e aficionado, ou Arlindo Teles, presidente da Tertúlia Tauromáquica Terceirense.
De acordo com o portal, Artur Machado, professor da Universidade dos Açores responsável pelo Centro de Biotecnologia dos Açores, sustenta que "quase tudo o que é hoje o interior da Terceira deve-se ao touro bravo" e que "a preservação destes animais é fundamental na proteção da natureza e ao mesmo tempo ajuda-nos a definir a nossa identidade".
"Ver um grupo de touros, ao longe, na paisagem, sobretudo naquelas montanhas mais escalavradas que temos no interior da Terceira é sempre uma imagem de que gostamos, que nos consola, que nos faz sentir identificados, localizados e estabilizados", afirma, por seu turno, Francisco Maduro-Dias.
José Parreira acredita que "preservar este animal nesta ilha é também garantir a preservação de um determinado ecossistema ambiental onde ele está integrado".
Arlindo Teles defende que o "culto ao touro dá-se na Terceira como em mais nenhum lugar do mundo".
Consciência ambiental
Para Eduardo Dias, professor da Universidade dos Açores e responsável pelo GEVA (Grupo de Ecologia Vegetal Aplicada), o toiro acaba por ser o catalisador de uma cultura ligada à natureza na ilha. "Dá-se uma determinada leitura, através do toiro, da própria natureza. Sendo o toiro o símbolo da natureza e tendo um conjunto de propriedades de nobreza e de valentia, então esses valores passam a ser, simbolicamente, projetados sobre o resto da natureza. Há uma relação de respeito e seriedade na sociedade terceirense face aos elementos naturais", argumenta.»
Os vídeos podem ser consultados em: http://siaram.azores.gov.pt/patrimonio-cultural/touro-bravo/_intro.html