Novamente do Brasil, chegou-me este outro eco, acerca do meu livro CONTESTAÇÃO. Desta vez da jornalista Eulália Moreno, a quem agradeço estas palavras incentivadoras. E já agora, ela também escreve e tem um excelente trabalho sobre o tema no jornal Mundo Lusíada, o qual recomendo aos leitores do
Arco de Almedina.
É sempre enriquecedor o SABER.
Olá Isabel, bom dia!
Escrevo-lhe a propósito da matéria que saiu no jornal Mundo Lusíada sobre a sua contestação ao livro «1808» do Laurentino Gomes.
Sou jornalista e colaboro com assiduidade com o Mundo Lusíada para o qual escrevi uma série de artigos sobre dom João VI e a chegada da Corte ao Brasil. Penso que esses artigos ainda estão disponíveis na versão on-line do jornal.
Não foram artigos resultantes de uma grande pesquisa, apenas de uma curiosidade sobre o assunto. Não sou historiadora.
Sobre o livro do Laurentino comentei com várias pessoas acerca do “blefe” que ele se constitui: nada mais, nada menos do que um plágio “abrasileirado” do livro «Império à Deriva», editado dois anos antes que o «1808». Tudo bem que a História é uma só, os factos são idênticos, mas a sequência, a forma, até a “descoberta” de certos personagens, enfim, tudo muito coincidente com esse livro anteriormente editado (não sei lhe dizer o autor porque estou em trânsito e longe da minha biblioteca).
O «1808» teve um grande aparato mercadológico, o Laurentino é um jornalista conceituado com passagens pela editora Abril, tem muitos amigos nos meios jornalísticos que o apoiaram na divulgação. Enfim, esse «1808» nada mais é do que o resultado de um bom marketing idealizado pelo autor, que agora está escrevendo um livro sobre D. Pedro I.
Nós já tivemos aqui no Brasil “blefes” anteriores como o do Eduardo Bueno que escreveu uma série de livros sobre o Descobrimento, total e descaradamente decalcados de um livro de autores portugueses (recordo-me do sobrenome de um deles, Vascocellos). Ou seja, o plágio parece ser recorrente por estas bandas.
Para além da visão deturpada que se pretende sobre os portugueses (eu sou brasileira mas residi em Portugal durante 20 anos), mais grave é esse plágio descarado que ninguém repercute porque, como lhe disse, o marketing foi muito bem feito e os meios “intelectuais” brasileiros são uma vergonha em compadrios além de óbviamente pobres. Enfim, ninguém falou nada, publicamente, enquanto nos encontros associativos e à boca pequena, muito se comentou acerca das “coincidências” entre ambos os livros.
Fiquei feliz quando li essa matéria publicada no Mundo Lusíada. Finalmente alguém diz alguma coisa contrária a esse blefe que é o «1808»!!!! Parabéns!!!
Não conheço o seu livro mas vou acessar o site da editora para adquiri-lo.
Abraço grande,
Eulália
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Prezada companheira das lides jornalísticas:
Pelo que nos conta, estas coisas acontecem tanto no Brasil como em Portugal.
Por cá também temos compadrios e pobreza intelectual dominando o mercado livreiro.
Também temos um marketing que promove a mediocridade.
Que promove vidinhas.
Que promove enganos.
Descaradamente.
Também.
Um dia, talvez, alguém se resolva a dizer um basta!
Alguém com cultura suficiente para promover a CULTURA.
Para já, é tudo muito pobrezinho…
Faltam verbas. Dizem eles.
Falta lucidez. Digo eu.
Muito obrigada companheira, pela sua sagacidade.
Isabel A. Ferreira