É que nem me tem apetecido falar da politicagem que anda por aí...
Da Política
A política em Portugal anda pelas ruas da amargura.
Aquelas cenas no Parlamento Português, no dia 11 de Março de 2025, aquando da votação da Moção de Confiança ao XXIV Governo Constitucional foi... foi... foi... não existem palavras para classificar tal coisa. O que seria aquilo?
Não há cargo político algum, em Portugal, que não tenha sido manchado pela falta de lucidez de quem o ocupa, obviamente com raríssimas excepções.
Os bons recolhem-se, com medo de se transformarem em maus, porque o PODER corrompe, e digo isto com conhecimento de causa. Lidei durante quase 30 anos com políticos, com autarcas, com presidentes, com deputados, e quando o Jornal me mandava cobrir um acontecimento com discursos de políticos, eu escrevia o discurso antes de ir para as ocorrências, para adiantar serviço. Se houvesse alguma novidade era só introduzi-la no que eu havia escrito. Se não houvesse, os discursos estavam prontos para seguir para a redacção do Jornal. Sabia aquele blá-blá-blá político de cor e salteado. Sempre o mesmo, sempre a ausência do interesse pelos interesses do País e dos Portugueses.
E isso não mudou.
Vivemos tempos vazios de valores e cheios de sombras.
Até quando?
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Quando me perguntaram se Luís Montenegro vai ou não deixar de ser primeiro-ministro, não sei, mas uma coisa eu sei: Portugal precisa de sangue novo no Parlamento, aliás, precisa de sangue novo em todos os cargos políticos, do mais elevado ao menos elevado.
Nenhum dos que pretendem candidatar-se à fantochada das próximas eleições legislativas devia poder candidatar-se. Já demonstraram a sua incompetência, a sua falta de lucidez e bom senso, o estarem-se nas tintas para os interesses de Portugal e dos Portugueses. O que lhes interessa é o PODER pelo PODER, é alimentar o próprio ego, é de ver quem consegue chegar mais alto, ainda que para isso tenha de sacrificar o País.
Comportam-se como uns parasitas, que sugam o sangue, suor e lágrimas dos Portugueses e dos pobres imigrantes que para aqui vêm iludidos com a “terra prometida, onde escorre leite e mel”, porque os há ricos e a usufruir de privilégios, à custa dos nossos impostos.
Isto das eleições é vira o disco e toca o mesmo, e os Portugueses já estão fartos de ver as mesmas caras, os mesmos discursos vazios, dos que querem abancar-se em São Bento, para lutarem pelos seus próprios interesses, e pelos interesses dos lobbies que representam.
Não direi que não haja políticos honrados, dignos de ocuparem os cargos mais altos da governação portuguesa. Porém, onde estarão, que não os vejo? Dos que estiveram no Poder nos últimos anos, e principalmente àqueles a quem dirigi cartas abertas e privadas, no meu estilo impecável [devo acrescentar que, conforme as circunstâncias, tenho vários estilos de escrita, e se me dirijo aos governantes, obviamente, sempre fui impecável] e nenhum, nenhum teve a hombridade de, como é da prática democrática, responder às questões que uma cidadã que paga impostos e cumpre os seus deveres cívicos, lhes pôs, levando-me a deduzir que não tinham respostas para perguntas tão incisivas. Como poderiam dizer-me que não estavam interessados no que aos Portugueses interessava?
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Do AO90
Um cidadão escreveu-me a dizer que existem maneiras de acabar com o nefasto acordo ortográfico de 1990 [algo que está a provocar a perda da identidade portuguesa], por exemplo: substituir os políticos profissionais anti-Portugal e anti-Portugueses. O que pensava sobre isto?
Respondi-lhe o seguinte:
Que existem maneiras de acabar com o nefasto AO90 é algo que se vê a olho nu, mas nem todos os que podem, querem e mandam têm a capacidade de ver a olho nu, precisando de uma lupa gigante para ver o que está diante do nariz deles, e como não têm lupa...
Como diz, uma das maneiras para nos livrarmos do “abortográfico” talvez possa passar pela substituição dos políticos profissionais anti-Portugal e anti-Portugueses, porém, não me parece que haja gente que possa substituir tantos apátridas de uma só vez. A via mais natural e mais fácil passa pelo presidente da República, que tem o DEVER de cumprir a Constituição da República Portuguesa, conforme prometeu na tomada de posse do cargo, e os parlamentares cumprirem a lei vigente, que obriga à grafia de 1945.
Como não temos uma justiça que possa levar à barra do tribunal quem NÃO cumpre a Constituição e a Lei, temos o que temos: um país sem rei nem roque, sem Língua e sem rumo.
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Da crueldade sobre animais não-humanos
O mesmo cidadão diz-me que são precisas pessoas influentes na luta contra as touradas, a caça, a pesca desportiva, o tiro aos pombos, as corridas de galgos, a pesca submarina, o uso de animais em experiências laboratoriais, as corridas de cavalos, o abate de pintainhos em empresas de produção de ovos, o corte dos cornos das vacas em empresas de produção de leite, os abates rituais hallal e koscher de bovinos, caprinos e ovinos, a "matança" do porco, o uso de animais em circos, o uso de golfinhos em "delfinários", os jardins zoológicos, as competições de pombos correio, a venda de animais silvestres para viverem em cativeiro, o uso de animais em trabalhos rurais, o uso de bois, burros e cavalos a puxarem carroças e outros veículos, outras práticas degradantes, cruéis e humilhantes para os animais não-humanos, que não podem defender-se, estando à mercê dos TROGLODITAS, com assento na Assembleia da República, responsáveis pelas leis que permitem todas estas barbaridades. Sim, penso que essas pessoas influentes são precisas.
Porém, eu iria um pouco mais longe: também é preciso correr com todos esses trogloditas da AR, os quais são a maioria. Muitos candidatam-se APENAS para defender os vários lobbies que representam, entre eles o lobby tauromáquico, muito acarinhado por praticamente TODOS os partidos políticos, da esquerda à direita (nisto praticam as mesmas políticas) excepto o PAN e o BE, e este é contra a barbárie, mas não muito.
Enquanto houver na Assembleia da República esses trogloditas, nenhuma lei de protecção animal, englobando TODOS os animais não-humanos explorados e torturados pelo bicho-homem, poderá passar.
Para a maioria dos deputados da Nação, apenas alguns Gatos e alguns Cães (nem todos) são reconhecidos como animais a merecer protecção. Todos os outros, incluindo certos Gatos e certos Cães são considerados ervas daninhas que podem ser destruídas, sem um pingo de dó, nem piedade.
Esta questão é uma questão civilizacional. E enquanto houver trogloditas a ditar as leis, desventurados animais que tiveram a desdita de nascerem num País onde quem quer, pode e manda deve milhares de Euros à Civilização.
Isabel A. Ferreira
Esta Nota é também endereçada ao Exmo. Sr. Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, aos quatro Exmos. Srs. Deputados eleitos pelos portugueses recenseados no estrangeiro e ao Exmo. Sr. Presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas.
NOTA DE PREOCUPAÇÃO
A Comissão Temática para os Assuntos Consulares, Participação Cívica e Política (CCPCP), do Conselho das Comunidades Portuguesas reunida na quinta-feira dia 13 de Março 2025, deliberou manifestar a sua preocupação relativamente à situação política existente em Portugal e que determinou a convocação de novas eleições legislativas, para o próximo dia 18 de Maio de 2025.
Estas eleições surgem após o chumbo da Moção de Confiança apresentada pelo actual e XXIV Governo Constitucional da República Portuguesa e votada no passado dia 11 de Março 2025. No decorrer desta reprovação no Parlamento, o Presidente da República decidiu convocar novas eleições para o próximo dia 18 de Maio de 2025.
Neste contexto estamos profundamente preocupados, devido:
-- Ao curto espaço de tempo que vai impossibilitar a mobilização e consequente participação dos portugueses residentes no estrangeiro neste acto eleitoral.
-- Devemos estar particularmente atentos à preparação de materiais eleitorais s, à s, à organização de locais de votação e à garantia de que todos os sistemas de votação estejam aptos a actuar correctamente, inclusive o funcionamento degradado dos correios em determinados países do mundo com forte comunidade portuguesa.
-- Alertamos para o aumento expectável da abstenção, por parte dos 1 678 378 portugueses recenseados no estrangeiro.
-- O curto espaço de tempo não vai permitir publicitar de forma eficaz, clara e abrangente a existência destas eleições. O que no nosso entender irá afectar a qualidade do debate público e a capacidade dos eleitores de tomar decisões informadas.
-- No que respeita ao recenseamento eleitoral, os prazos de 60 dias antes da eleição não vão permitir a inscrição, alteração ou actualização da morada no documento de identificação.
Por todos estes motivos e neste contexto de profunda instabilidade política em Portugal, esta Comissão Temática (CCPCP) declara manifestar a sua preocupação e lamenta a forma inusitada com que foi convocada esta eleição para a Assembleia da República. O que uma vez mais, vem coarctar o pleno exercício de cidadania de várias centenas de milhares de portugueses residentes no estrangeiro.
Os membros da Comissão Temática para os Assuntos Consulares, Participação Cívica e Política:
-- Rui Ribeiro Barata (França) Coordenador
-- Alexandre dos Santos (África do Sul) Secretário
-- Maria Fátima De Pontes (Venezuela) Vice-coordenadora
-- José Duarte Alves (Brasil)
-- Márcia Sousa (EUA)
-- Cândida Melo (Alemanha)
-- Sara Fernandes (Austrália)
Documento elaborado pela Comissão do CCPCP, no dia 13 de Março 2025
Esta novidade retrógrada começa assim:
«A tauromaquia volta a ganhar força no distrito de Setúbal e pode regressar à cidade, mesmo que em versão ambulante. A Associação PróToiro pressiona a câmara municipal para definir o futuro da histórica Praça Carlos Relvas.»
Tanto em que investir os dinheiros públicos, em melhoramentos de escolas, saneamento, casas sociais, uma infinidade de necessidades prementes, e a Câmara Municipal de Setúbal terá o desplante de ir esbanjar os dinheiros públicos a restaurar o antro de selvajaria tauromáquica a que deram o nome de Carlos Relvas?
A tauromaquia é a arte da cobardia.
É isto que querem para a cidade de Setúbal?
Um cobarde forcado ataca um Touro moribundo, a sangrar por dentro e por fora, de cornos embolados, sem poder defender-se, e os sádicos divertem-se com o sofrimento deste ser vivo, que tem muito mais dignidade do que o cobarde que o ataca.
«A verdadeira valentia não está em enfrentar um Touro debilitado, mas em levantar a voz contra uma tradição cruel»
Origem da foto: https://www.facebook.com/photo?fbid=1058412552977963&set=a.460332692785955
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Vou deixar aqui uns links que contam a miséria social de Setúbal, à qual querem juntar a miséria moral que é andarem a divertir-se à custa do atroz sofrimentos de bovinos, animais sencientes?
Custa assim tanto EVOLUÍREM?
Setúbal, uma cidade do século XXI com problemas do século XX
(Setúbal tem actualmente locais das suas freguesias sem acesso à rede de águas públicas e sem saneamento básico)
Setúbal - 50 anos depois falta (quase) tudo
(Setúbal é um concelho onde há problemas em todos, ou quase todos, os sectores do Estado, da saúde à educação, da mobilidade ao ambiente, do investimento ao desenvolvimento económico, da criminalidade ao desemprego.)
A pobreza, a doença e o distrito de Setúbal
(O distrito de Setúbal é das regiões da Europa com mais pessoas a viver em barracas.)
Desafios Sociais em Setúbal: Protocolo Revela Necessidades Urgentes
(O presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal enfatizou a importância da parceria entre a instituição e a C. M. Setúbal na resolução dos desafios enfrentados por essas pessoas vulneráveis, destacando:
Habitação: altos valores de arrendamento deixam muitos sem tecto, com respostas de emergência insuficientes.
Emprego: desemprego elevado, especialmente entre imigrantes, levando à informalidade e queda de renda.
Educação: falta de vagas em pré-escolas e creches compromete a integração das crianças e a disponibilidade dos pais no mercado de trabalho.
Saúde: poucas respostas para saúde mental e deficiências, deixando muitos desamparados.
Assistência Social: aumento dos pedidos de apoio alimentar e falta de vagas em residências para idosos.)
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Algumas destas situações têm vindo a ser resolvidas, mas enquanto houver um só problema destes em Setúbal, esbanjar dinheiros públicos a restaurar um antro de tortura de bovinos é meter a mão nos bolsos dos sadinos mais desfavorecidos.
ABAIXO o antro de tortura Carlos Relvas!!!!
VIVA a cidade de Setúbal limpa do lixo tauromáquico!
Isabel A. Ferreira
É inacreditável que em pleno século XXI d. C. ainda haja quem considere esta prática selvática da "Vaca das cordas" como fazendo parte da Cultura e da Tradição portuguesas. A Cultura e a Tradição são incompatíveis com abomináveis práticas bárbaras perpetradas contra animais sencientes, como são os Bovinos. (Isabel A. Ferreira)
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Isabel A. Ferreira
Volodymyr Zelensky - Presidente da Ucrânia invadida (não esquecer) por Vladymir Putin, em 24 de Fevereiro de 2022
«Zelensky fica, os Cobardes fogem»
Volodymyr Zelensky não nasceu para isto, ninguém nasce, ninguém imagina o peso de um país nos ombros até o ter nos ombros, até sentir o frio da noite dentro do peito, até perceber que a solidão de um homem pode ser a solidão de uma nação inteira. Era comediante, fazia rir as pessoas, e um dia acordou presidente, depois acordou numa guerra, depois acordou num mundo onde os edifícios caem, as crianças morrem, os velhos choram num ucraniano que ninguém ouve. E ficou. Ficou porque fugir seria o fim, porque quem foge leva consigo o cadáver da própria pátria, porque os olhos de um povo perguntavam e ele não podia dizer-lhes que não.
Chega a Washington e há uma sala cheia de sombras que não lhe pertencem, uma sala onde o destino de Kyiv se decide sem Kyiv, uma sala onde um palhaço reformado, um velho laranja de discursos gordurosos e frases que escorrem como sebo, acha que pode ensinar-lhe o que é a guerra, o que é perder uma casa, o que é enterrar um filho, o que é saber que, num instante, a morte pode entrar pela porta sem bater. O velho laranja gosta de ouvir a própria voz e fala de paz, de acordos, de entendimentos, como se Putin fosse um negociante de tapetes e não um assassino, como se a Ucrânia pudesse ser dobrada, vendida, fechada numa gaveta qualquer. E ao lado dele um rapazinho com ar de quem nunca saiu da sua terra natal, J.D. qualquer coisa, um Vance, um nome que não pesa nada, um nome que podia ser de um vendedor de automóveis usados ou de um miúdo convencido de que sabe tudo sobre o mundo porque leu meia dúzia de livros e viu uns documentários. Olham para Zelensky como se ele fosse um problema e não um homem, como se a guerra fosse um incómodo para os Estados Unidos e não uma questão de vida ou morte para aqueles que todos os dias enterram os seus mortos.
A reunião não chega a ser reunião, porque Trump não gosta de ser contrariado, porque acha que a Casa Branca é a sua sala de estar e o mundo inteiro uma audiência do seu reality show, porque não entende o silêncio de Zelensky, o peso daquele silêncio, porque um homem que viu o inferno não tem paciência para joguinhos políticos de terceira categoria. Levanta-se, vai-se embora, leva consigo a mesma guerra que trouxe, volta ao seu país onde as cidades caem, onde as mães dormem com retratos nas mãos e os soldados aprendem que, no fim, só há dois tipos de pessoas: os que fogem e os que ficam. E ele ficou. Porque sempre soube que não havia alternativa.
Março 2025
Nuno Morna
PS: escrevi este texto com uma enorme irritação a me apertar o coração. É um texto dolorido. Hoje assisti, com os meus olhos, à maior indignidade que vi na minha vida. Estou muito revoltado. Como é possível aqueles dois trambolhos terem tanto poder e serem tão burros?
Fonte: https://www.facebook.com/photo?fbid=8677234465711806&set=a.120341688067836