Se eu não tivesse lido esta notícia no JN, que é um jornal de referência e, portanto, não iria aldrabar numa coisa destas, eu não acreditaria, por ser demasiado estúpida.
A tourada à corda em Ponte de Lima é um costume bárbaro que vem do século XVII, para celebrar (imagine-se!) o Corpo de Deus, com o aval da igreja católica, como se Deus adorasse barbaridades! E os limianos continuam nesse passado sem terem a noção de que o mundo evoluiu e que esse tipo de “divertimento” já não se encaixa no século XXI, mas eles continuam a correr pelas ruas da vila e no areal enfrentando e fugindo de um Touro com meia tonelada, resultando desta coisa de broncos cinco feridos, que tiveram de ser hospitalizados, e se fossem mais feridos ou mesmo mortos então é que a festa seria o máximo.
Agora ouçam esta: o Aníbal Varela, da Associação dos Amigos da Vaca das Cordas e que lidera a organização da corrida há 45 anos, afirma que o facto de haver feridos significa que o animal desempenhou bem a função, ou seja, conseguiu mandar para o hospital uns poucos trogloditas.
Este ritual bárbaro é algo do foro da estupidez ao mais alto nível: consiste em amarrar um Touro com cordas e levá-lo até à Igreja Matriz, onde é atado às grades de uma janela da torre e banhado com vinho tinto, e depois do desventurado animal dar três voltas à igreja sempre atado por cordas (sem ter como fugir), é conduzido até ao Largo de Camões e levado para um areal, sempre seguido por uma multidão aos gritos e já alcoolizada, como se um BOVINO manso, inocente, inofensivo e indefeso nascesse para ser um brinquedo vivo de gente que não evoluiu.
E dizem: «Faz parte da tradição», sem terem a mínima noção do que é uma tradição. As tradições DIGNIFICAM o Homem. Esta é apenas uma actividade bárbara e estúpida que não dignifica os limianos, pois torturar um ser senciente, não é do foro da DIGNIDADE.
E dizem mais: se não levar ninguém ao hospital, a vaca das cordas não presta.
Agora digam-me: isto lá é um divertimento civilizado, de gente civilizada do século XXI?
Obviamente, não é.
Porém, enquanto houver trogloditas no Poder, Ponte de Lima será aquela vilazinha que ainda NÃO saiu do século XVII, sendo o último reduto da tortura de Touros a Norte de Portugal.
Um vergonha!
Isabel A. Ferreira
Vejam o que o vinho faz a um Touro, que tem um ADN quase 90% igual aos dos seus carrascos.
Trogloditas de Portugal, aprendam com quem sabe.
«Touradas = Conservação das espécies?»
Por Hugo Evangelista (Biólogo)
«Os proprietários das ganadarias mantêm os touros nos seus terrenos, não porque tenham uma grande consciência ecológica e ambiental, mas porque daí retiram dinheiro. Muito dinheiro. No dia em que os touros deixarem de ser vendidos a 2000 euros cada, cerca de 2600 animais por ano (DN, 2007), os proprietários das ganadarias rapidamente se esquecerão de qualquer importância ecológica ou da biodiversidade do touro bravo.
É esta a principal, senão a única, verdadeira razão para a continuação das touradas no nosso país – interesse económico.
É claro que, para desculpar o indesculpável, atiram para os olhos o facto de se querer proteger uma espécie. Mas nem o touro bravo é uma espécie nem a extinção desta raça é irremediável e obrigatória quando as touradas acabarem.
Nada impede o Estado português de criar parques naturais ou outras soluções viáveis para a conservação destes animais.
O que não pode nunca acontecer é justificarmos o sofrimento e morte de um ser com a capacidade de sofrer para o poder “conservar”.
A conservação do panda passa por espetar bandarilhas no seu dorso? A recolocação do lince ibérico na Península Ibérica passa por o pegarmos de caras?
A conservação de espécies / raças, não é argumento para continuar a haver touradas. É um papel que tem de ser assumido pelos portugueses e pelo Estado e não por empresas que da exploração desses animais retiram avultados lucros.
Existe outro argumento frequente, que é o da conservação dos ecossistemas, mas este é ainda mais frágil. É que estamos a falar de um animal totalmente domesticado, que só existe por selecção artificial de características de interesse. Isto significa que um touro bravo é totalmente substituível senão supérfluo na manutenção dos montados portugueses.
Voltamos então ao único argumento de peso para a manutenção das touradas. Os interesses económicos. Interesses esses que vivem de um espectáculo que promove a ideia de que existe justiça e igualdade em colocar um animal num local estranho e com regras definidas pelos humanos; que coloca animais numa luta que estes não desejam entrar (mas são forçados a isso); que vive da diabolização da imagem de um herbívoro territorial e faz disso um espectáculo de entretenimento.
É vital rejeitarmos esta visão subvertida da realidade. É preciso dizer que a tourada não é uma fatalidade e que podemos acabar com uma das formas mais indignas e desumanas de tratamento dos animais da actualidade. É incontornável assumirmos este como um dos principais objectivos do movimento de defesa e de direitos dos animais.»
Fonte:
http://abolicionistastauromaquiaportugal.blogspot.pt/2008/08/touradas-conservacao-das-especies.html
Artigo de Octávio dos Santos
in
https://folhanacional.pt/2024/05/21/outono-marcelista/
O Partido CHEGA anunciou formalmente, oficialmente, no dia 7 de Maio de 2024: «Não vamos deixar passar em branco as palavras que ouvimos de Marcelo (Rebelo de Sousa) durante estes últimos dias. Por isso, tomámos hoje a decisão de processar o Presidente da República por traição à pátria. Em nome da história de Portugal e dos nossos antepassados: que seja feita justiça!» Estão em causa as declarações que o Chefe de Estado proferiu – e das quais, até ao momento em que escrevo, não se retractou – num jantar com jornalistas estrangeiros, correspondentes no nosso país, a 23 de Abril último sobre o suposto dever por parte de Lisboa de pagar indemnizações, «reparações», a nações soberanas que foram colónias portuguesas por alegados crimes cometidos contra aquelas e os seus povos durante séculos, desde o início da era dos Descobrimentos, no século XIV, até ao século XX.
Existem dúvidas sobre se tal processo jurídico – e político – tem condições para ser concretizado, desenvolvido e levado até às últimas consequências, mas o cerne da questão é, de facto, totalmente incontroverso: o actual residente no Palácio de Belém admitiu publicamente que Portugal, do qual é, seria (mas não se comporta como tal), o «supremo magistrado», é colectivamente – e por muitas gerações – culpado por actos hediondos que nenhum tribunal ou qualquer outra instância nacional ou internacional tem qualquer autoridade e capacidade para julgar. Mas Marcelo Rebelo de Sousa acredita que nos deveríamos auto-condenar e, logo, proceder a enormes transferências de riqueza que, ultimamente, nos poderiam arruinar e destruir definitivamente. Entretanto, e o que não é de surpreender, o corrente governo esquerdista do Brasil, onde abundam amigos e admiradores de tiranos e de terroristas a começar pelo seu corrupto e cadastrado líder Lula da Silva, já se manifestou – através de duas ministras – a favor da abertura de um «negócio» desse tipo, no qual, incrivelmente, também São Tomé e Príncipe quer entrar. Pelo que a resposta «diplomática» a dar a estes e a todos os outros potenciais «reclamantes» é, obviamente, mandá-los para um determinado sítio.
É importante referir e recordar que esta não é, porém, a primeira vez que Marcelo Rebelo de Sousa possibilita, se não pelas suas acções então pelas suas inacções, graves prejuízos tanto morais como materiais a Portugal em particular e a todo o espaço da Lusofonia em geral. Se as «reparações» ainda não aconteceram – e, espera-se, nunca irão acontecer – e, por isso, ainda não causaram prejuízos, o denominado «Acordo Ortográfico de 1990» é, infelizmente, uma realidade, e tem provocado danos elevados aos níveis educativo, cultural e comunicacional.
O actual Presidente da República não é um dos originadores desta aberração linguística, mas o cargo que desempenha no presente, e o seu passado enquanto professor de Direito, dão-lhe a autoridade, o conhecimento e a legitimidade para desencadear as acções necessárias tendentes a reverter este autêntico atentado à identidade e à dignidade nacionais, perpetrado ilegalmente por via de tratados e de resoluções deficientes. Algo que, no entanto, ele não fez até agora, e tudo leva a crer que não o fará. Tal é também comprovado pelo facto de ele não ter respondido a um «Apelo em Defesa da Língua Portuguesa» que um alargado grupo de cidadãos, coordenado por Isabel A. Ferreira e no qual eu me incluo, lhe enviou em Abril de 2023. Repare-se e compare-se: o mesmo grupo remeteu posteriormente uma mensagem sobre o mesmo assunto a Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, e ela respondeu!
Não se pode ter a certeza de que Marcelo Rebelo de Sousa sente remorsos que advirão não só de o seu pai ter sido governador-geral de Moçambique e Ministro do Ultramar, mas também por os seus progenitores terem tido como amigo e padrinho de casamento um homem que foi o derradeiro primeiro-ministro da ditadura derrubada a 25 de Abril de 1974. Todavia, esse eventual desconforto pessoal não lhe dá a justificação para abusar da sua posição de Chefe de Estado e, em resultado disso, arrastar e prejudicar todo o país. A «Primavera Marcelista» de Caetano não tardou a revelar-se ilusória. 50 anos depois, aquele que como homenagem foi baptizado com o seu primeiro nome está em pleno «Outono Marcelista» que faz com que seja cada vez mais difícil que ele termine o seu mandato com dignidade.
A sondagem contou com a participação de 7500 pessoas, 2500 das quais portuguesas. 77% diz-se contra as touradas por ser uma forma de maus-tratos a animais que é financiada com o dinheiro dos impostos.
Texto de
in
A maioria dos portugueses, franceses e espanhóis que participaram num inquérito sobre tauromaquia disse ser contra esta “tradição” que, defendem, é uma forma de maus-tratos financiada com o dinheiro dos impostos.
A sondagem, realizada pela empresa de estudos de mercado Ipsos I&O Public, contou com a participação de 7500 pessoas (2500 em cada país). Portugal, Espanha e França foram escolhidos porque são os únicos países europeus que continuam a permitir touradas, incluindo em festas religiosas.
Feitas as contas, 77% dos participantes declarou ser contra esta prática que inflige dor e sofrimento aos animais; 58% são a favor da proibição e apenas 11% apoiam a tauromaquia, evento que descrevem como “agradável”, lê-se no comunicado enviado ao P3.
O inquérito realizado a pedido da ONG dos Países Baixos CAS International, salienta ainda que apenas uma em cada cinco pessoas consideram que as touradas são uma “tradição valiosa”. No entanto e de uma forma geral, 74% acredita que a União Europeia deveria proteger o bem-estar dos animais, inclusive nas chamadas “tradições culturais”, como é o caso das touradas, em vez de deixar o tema à responsabilidade dos Estados-membros.
Depois dos espectáculos, acrescenta o estudo, os touros morrem de forma “lenta e dolorosa” e a carne destina-se ao consumo humano.
Além do sofrimento animal, grande parte dos participantes do estudo disse ser contra as touradas porque são financiadas com dinheiros nacionais ou europeus resultantes do pagamento de impostos. De acordo com o inquérito, “cerca de 200 milhões de euros por ano” destinam-se, sob a forma de subsídios agrícolas, às touradas.
Maus-tratos preocupam esquerda e direita
Segundo a Ipsos I&O Public, a sondagem inclui eleitores de esquerda, direita e do centro. Os participantes, lê-se no comunicado, foram questionados sobre o partido em que votaram nas últimas eleições de cada país. Os temas sobre os maus-tratos a animais e as responsabilidades da União Europeia em relação ao bem-estar dos mesmos são preocupações transversais aos eleitores de todas as facções políticas.
“De um modo geral, as mulheres foram mais críticas em relação às touradas do que os homens”, acrescentam.
Outra das críticas apontadas à tauromaquia é o facto de os eventos permitirem a entrada de crianças. Para 65% dos inquiridos, os menores de 18 anos deveriam ser proibidos de assistir a touradas por entenderem que se trata de violência.
Sobre isto, o inquérito recorda que, em 2014, o Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas pediu aos Estados-membros para recusarem a entrada de menores de 18 anos nas touradas. Portugal foi o único país que aprovou um decreto-lei com a medida, em 2021, durante um Conselho de Ministros do Governo de António Costa, mas que nunca chegou a ser publicado.
A idade mínima para assistir a eventos tauromáquicos passaria de 12 para 16 anos, “contudo, até hoje, esta mudança de classificação etária ainda não foi promulgada”, declarou Rita Silva, Presidente da ANIMAL, membro fundador e coordenador da Rede Internacional Anti-Tauromaquia, citada pelo comunicado.
“Lamentavelmente, continuamos a desrespeitar a recomendação da ONU e a classificação continua a ser de 12 anos”, acrescentou.
No início de Maio, o Ministério da Cultura de Espanha decidiu suspender, pelo menos este ano, o Prémio Nacional de Tauromaquia, mas o objectivo é acabar definitivamente com a distinção. A medida foi anunciada pelo ministro da Cultura do país, Ernest Urtasun, que afirmou antes de assumir o cargo que privilegiaria a protecção e o bem-estar dos animais à tauromaquia.
Segundo o estudo, em Espanha realizam-se 18 mil espectáculos por ano.
Dias depois da suspensão do prémio, escreve o Guardian, a empresa Pages, que gere a praça de touros de Sevilha, ofereceu bilhetes gratuitos a crianças com menos de 8 anos por acreditar ser “a melhor forma de introduzir as touradas aos mais pequenos”.
Em Portugal, 2023 foi o ano com menos touradas de sempre. No total, conforme noticiou o P3, foram realizados 166 eventos tauromáquicos neste ano. Em 2014 foram 221.
Além dos três países europeus do inquérito, México, Peru, Colômbia, Equador e Venezuela também permitem touradas.
Vi hoje na televisão, um Touro, numa tourada à corda, defender-se dos seus carrascos, marrando a torto e a direito, nas ruas da troglodita ilha Terceira, nos Açores.
Pois o Touro fez muito bem, só foi pena não ter feito mais estragos, pois poderiam servir para alertar os responsáveis para estas actividades bárbaras, para a urgência de se acabar com este vergonhoso cartão de visita de uma ilha que ainda não saiu da Idade das Trevas.
Nesta imagem, o Touro, depois de sair de um cubículo escuro de um camião, onde teria ficado várias horas, quando saiu para a luz do dia, não se apercebendo onde estava, começou a correr atrás do vermelho e, desnorteado, escorregou.
Este vídeo, que não reproduzo, no meu Blogue, para não o conspurcar com imagens absolutamente deploráveis, indignas aos olhos dos seres humanos, e não fazer publicidade a uma tal aberração, está bem patente a ESTUPIDEZ deste divertimento bronco, que apenas os broncos praticam, aplaudem e apoiam.
Já era tempo de a ilha Terceira sair da Idade Média e o seu povo divertir-se civilizadamente, porém, enquanto houver trogloditas no Poder, será esta a miséria moral, cultural e social que correrá mundo, para que todos saibam que em Portugal existe uma ilha onde o Sol ainda não brilhou.
Estou sempre a favor dos Touros.
Isabel A. Ferreira
Um texto que subscrevo e aplaudo, pela coragem do colonista ousar dizer a verdade, que ninguém quer ouvir.
Hoje em dia, são poucos os que ousam ousar.
Só lamento que estas ousadias não sejam tidas em conta pelos que querem, podem e mandam, para que Portugal possa avançar no tempo, evoluir e transformar-se num País onde o seu Povo tenha o direito de ter alguma felicidade.
Por enquanto, apenas os turistas e os milionários são plenamente felizes em Portugal.
Isabel A. Ferreira
***
(José Pacheco Pereira, in PÚBLICO, 21/01/2023)
Fonte da imagem: https://beira.pt/portal/noticias/debate-imagem-e-memoria-a-face-dos-livros-hoje-com-jose-pacheco-pereira/
Muitos professores já foram “educados” na mesma ecologia que torna os seus alunos impossíveis de educar. O problema complementar é que muitos pais são exactamente iguais.
Apalavra “respeito” tem tido um papel relevante no protesto dos professores, representando um pedido e um protesto que está muito para além das reivindicações salariais e de carreira. É provável que seja essa componente existencial a mais significativa na mobilização destes últimos meses que, em bom rigor, parece ter sido uma surpresa para todos, ministério e mesmo os professores e, certamente, para o sindicalismo tradicionalmente dominante da Fenprof.
Quando me perguntavam a profissão, mesmo quando era deputado, sempre respondi que era professor. Na verdade, fui professor de todos os graus de ensino menos o básico, e conheci muito daquilo que era a instabilidade da vida de professor “provisório”. Dei aulas em Boticas, Espinho, Coimbra, Vila Nova de Gaia, Porto e Lisboa. Em Espinho dei aulas na Escola Preparatória Sá Couto conhecida como “o Triciclo”, porque estava sediada em três edifícios em locais diferentes e era possível ter uma aula às 9h num, às 10h no outro, e às 11h de novo no primeiro, ou seja, não havia intervalos.
Para se chegar a Boticas, quando lá estive, a viagem a partir do Porto demorava cerca de cinco horas e qualquer trajecto era péssimo, difícil e, nalgumas alturas do ano, perigoso, para se atravessar as serras, o Marão, o Alvão ou o Barroso a seguir às barragens. Tenho as melhores recordações de Boticas, mas compreendia muito bem o mal-estar dos meus colegas que não viviam em Chaves, uma das quais vinha de Coimbra e que ansiava por se ir embora logo que podia. Mas à distância, tendo em conta o que é dar aulas hoje, tudo isto era um paraíso.
Estamos obviamente a falar da escola pública, aquela que não pode escolher os seus alunos. Na altura, há poucas décadas, a escola competia com a família na socialização dos alunos e, nalgumas áreas mais pobres, competia com a rua. A droga ainda estava longe de ser o problema que é hoje, e não havia a epidemia do “défice de atenção”, nem dos factores que o explicam. É certo que nos subúrbios de Lisboa e Porto os estudos já revelavam o enfraquecimento da socialização familiar, com crianças de idade pré-escolar a já estarem muito pouco tempo com os pais e, quando estavam com eles, estavam a ver televisão, que acabava por ter um papel crescente na sua socialização.
Havia nas escolas o que sempre houve, uma considerável violência e, também como sempre, não era a mesma coisa viver numa casa com livros, com espaço e razoável conforto, ou num bairro degradado, pobres no meio de pobres. A educação reproduzia as desigualdades sociais, embora fosse ela própria um dos raros mecanismos de elevador social num país muito desigual. Tudo isto era tão antigo e tão denso como era o nosso atraso nacional, e, se a democracia, o fim da guerra e a entrada para a Europa mitigaram esse fundo de atraso, estão longe de o diminuir de forma significativa.
Sobre este fundo veio a “tempestade perfeita” que ameaça seriamente o papel da escola, incapaz de competir com uma ecologia social cada vez mais hostil, que põe em causa a capacidade da escola de ser um factor eficaz de socialização, já para não falar de aprendizagem. A droga, as novas formas de violência a que chamamos “bullying”, a destruição da capacidade de atenção pela rapidez da imagem dos jogos desde a infância, a deseducação do valor do tempo lento, do silêncio, do saber, da leitura, a ignorância agressiva das redes sociais, a substituição da privacidade pela exibição fácil do corpo, quer como chantagem, quer como vingança, quer como vaidade e sedução fácil, a presentificação absoluta no mundo das mensagens, do Instagram, do Facebook, do Tik-Tok, a utilização de devices como os telemóveis como instrumentos de controlo, a construção de uma sexualidade perversa ou imatura, entre a pornografia e a moda das identidades da moda, a obsessão pela explicação psicologista, a completa inadequação de programas de há muito oscilando entre o facilitismo “para não assustar os meninos”, ou um saber abstracto inadequado à realidade actual, tudo isto torna as escolas, principalmente no secundário, um dos sítios de pior viver nas sociedades contemporâneas. Ninguém sabe disso melhor do que os professores.
Por isso, têm razão em pedir “respeito”, se o sentido desse pedido implicar a enorme dificuldade que hoje é ser professor e o reconhecimento que a sociedade lhes deve, permitindo-lhes melhores condições materiais, menos burocracia, estabilidade e uma carreira com regras.
Mas para se ter respeito é preciso “dar-se ao respeito” e muitos professores já foram “educados” na mesma ecologia que torna os seus alunos impossíveis de educar. Já estão demasiado dentro da mesma “tempestade perfeita”, lêem pouco, vivem dependurados nas mesmas redes sociais, com os mesmos maus hábitos de desleixo pela verdade, de facilitismo, de exibição, de opiniões ligeiras para não lhes chamar outras coisas, de superficialidade e por aí adiante.
O problema complementar é que muitos pais são exactamente iguais, ou seja, há muito poucos factores qualitativos a “puxar para cima”, mesmo que fosse pouco, o que já seria uma enorme vantagem.
Este é o retrato de uma crise profunda. Infelizmente, mesmo que este retrato incomode muita gente, pela generalizada cumplicidade, é pura verdade.
O autor é colunista do PÚBLICO
Fonte: https://estatuadesal.com/2023/01/21/entre-o-respeito-e-o-dar-se-ao-respeito/
Penso que Sua Excelência o Presidente da República, Marcelo de Sousa, adora protagonismo ou então gosta de falar meia-hora em cinco minutos. Também pode gostar de mostrar ao povaço, que bem não se sente se estiver quieto e calado.
Também pode querer que pensem que é o pai da nação e que o povaço não tem peitaça para pensar, e que a incultura política existente o obriga a fazer política em nome de todos.
Sua Excelência o Presidente, tem o direito de pensar o que quer e desabafar o que entende, desde que o seu desabafar não crie nódoas à Presidência da República, nem mau nome à Nação e, evidentemente, aos portugueses.
Nas festas do 50º aniversário da Abrilada em Portugal, foi altamente anunciado, que Sua Excelência entende que Portugal deve fazer “acções concretas” em reparações coloniais, “pagar os custos” da presença colonial portuguesa nos países respectivos, enfim, toda uma situação que ninguém lhe encomendou e muito menos encomendaram os chefes desses países, que estavam presentes nas comemorações Abrileiras.
Acredito que possa haver possibilidades de fazer certas “reparações” e ou devoluções aos países a quem Abril deu a independência. Pode haver coisas, várias coisas que possam ter sido usurpadas das ex-colónias portuguesas e entendo que devem ser devolvidas.
Agora “pagar custos” da presença colonial portuguesa, no mínimo, isso é demagogia, é querer protagonismo, é não ter os pés assentes no terreno da política que faz.
Ora, se está em causa “reparar” e “pagar custos”; se é justo assim se proceder; se uma obrigação vinda e imposta do exterior tivesse de ser cumprida, Sua Excelência o Presidente da República de Portugal – para haver contas certas – teria de exigir aos Árabes o que nos usurparam, aos Romanos idem, aos Franceses idem, e teria de exigir à Espanha a devolução de Olivença e de mais três povoações, que são de Portugal, que as invasões Napoleónicas fizeram.
Mais: “acções concretas” e “reparar ou pagar custos”, devido à permanência portuguesa em África, tem obrigação a Nação em primeiríssimo lugar, de reparar e pagar custos aos muitos milhares de portugueses que foram obrigados a enfrentar a guerra nas três ex-províncias ultramarinas, reparação e custos que nunca foram pensados e analisados pelos militares de Abril/1974 e pelos políticos que nos têm governado nestes últimos cinquenta anos.
Mais: Militares de Abril e estes democratas de ocasião, nunca “repararam nem pagaram custos”, às mães viúvas dos soldados mortos em África; aos filhos órfãos então criados; aos milhares de estropiados por balas e minas rebentadas, esqueceram, isto é, não há um serviço de saúde próprio para as centenas e centenas de stressados dessa guerra, que lutam pela sobrevivência e que não conseguem saber onde estão e quem são.
Sua Excelência o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, ao levantar tais problemas sem que alguém lhos encomendasse – pelos menos oficialmente – pretende ser bombeiro na casa dos outros e esquece o fogo existente há muito tempo na sua casa – Portugal. Pretende enviar detergentes para limpar a casa dos outros, mas esquece que a sua casa – Portugal – tem lixo bolorento e pedregulhos perigosos do Minho ao Algarve.
Senhor Presidente da República de Portugal, Marcelo de Sousa: pense sim em ser frenético e nunca se deixar calar, pela reparação e custos aos militares vivos da guerra do Ultramar, aos estropiados e stressados, bem como ser frenético, deveras frenético, em que a Espanha devolva Olivença, que é Portugal, mesmo que se tenha de recorrer a QUEM DE DIREITO, e não andarem com paninhos-quentes e ao beija-mão a Espanha.
A espanhóis, a árabes, a romanos e aos franceses, nada devemos. Eles sim, devem. E depois de recebermos e de se pagar aos soldados, sargentos e oficiais milicianos da guerra do Ultramar, façamos então contas certas por termos sido colonizadores.
Finalmente, como escreveu Fernando Pessoa: “Não o prazer, não a glória, não o poder: a liberdade, unicamente a liberdade”, o carácter e a seriedade, pois claro!
(Artur Soares – escritor d’Aldeia)
(O autor não segue o acordo ortográfico de 1990).
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A propósito...
Sala de Leitura Real Portuguesa, Rio de Janeiro, Brasil
Fonte da imagem: https://www.facebook.com/photo/?fbid=742625181402812&set=a.723522463313084
O Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, fundado em 14 de Maio de 1837, possui a maior e mais valiosa Biblioteca de obras de autores portugueses fora de Portugal, com um acervo de 350.000 volumes. Trata-se de uma Biblioteca fundada por Portugueses, como prova de gratidão dos que foram para o Brasil procurar uma vida melhor.
E se os Portugueses quisessem que o Brasil devolvesse esta riqueza bibliográfica a Portugal, como reparo do que o Brasil fez à Língua Portuguesa?
Isabel A. Ferreira
Fonte da imagem: https://www.facebook.com/photo/?fbid=742625181402812&set=a.723522463313084
Alio-me à Olímpia Teresa Polónia neste APELO, porque Portugal precisa de EVOLUIR urgentemente, e tratar a sua FAUNA com civilidade, para abandonar de vez costumes bárbaros que vêm do tempo da Idade das Trevas.
Porque as Touradas, sejam em que modalidade for, não pertencem ao rol dos divertimentos civilizados.
O Arquipélago dos Açores está no rol das ilhas mais incivilizadas do mundo.
E os Touros são animais sencientes com um ADN bastante próximo do dos seres humanos.
Senhor Coronel José Vieira, se não quiser ouvir a nossa voz, ao menos ouça a VOZ da RACIONALIDADE.
Por favor.
Isabel A. Ferreira
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... e, com isto, esses outros andam a enganar os estrangeiros, que pensam estar a aprender a Língua Portuguesa, mas estão a levar gato por lebre, com a mixórdia ortográfica que lhes impingem.
HOJE, andam por aí a festejar uma linguagem que NÃO diz respeito a Portugal, nem aos Portugueses.
O Dia 10 de Junho é o Dia, por excelência, da celebração da Língua de Portugal , a Língua Portuguesa!
ATENÇÃO! Os exemplos que se seguem é o que andam por aí a festejar, neste dia 05 de Maio, À BRUTA!
(Este "português" é do tradutor do Google)
E os governantes portugueses continuam a assobiar para o lado como se não tivessem nenhuma culpa desta miséria linguística, que anda por aí a correr mundo com o nome de "português".
Não têm VERGONHA????????
Não têm BRIO???????
Não são PORTUGUESES?????
Portugal é o ÚNICO país do mundo onde se espezinha a Língua Materna, com requintes de malvadez e de má-fé.
Isabel A. Ferreira