Quarta-feira, 6 de Novembro de 2019

Numa carta aberta, 11 mil cientistas alertam o Mundo para o sofrimento humano incalculável, se não se tomarem medidas urgentes quanto à crise climática que está a matar o Planeta

 

Ontem, dia 5 de Novembro, no dia em que se assinalaram os 40 anos da primeira Conferência Mundial do Clima, em Genebra, em 1979, mais de onze mil cientistas de 153 países juntaram-se para, numa carta aberta publicada na revista “BioScience”, alertar o mundo para o sofrimento incalculável que as alterações climáticas irão provocar, a menos que haja grandes transformações nas sociedades.

 

Como é possível que os que detém o Poder com a visível indiferença que esta questão lhes merece, não tenham consciência do mal que farão à própria descendência, já nem me refiro à descendência dos restantes habitantes do Planeta, nem à restante fauna e à flora?  

 

E andam eles por aí muito preocupados em encher os bolsos, como se o vil metal servisse para alguma coisa num Planeta sem água, sem alimentos, sem ar puro, sem florestas, sem abelhas, sem fauna, sem flora! Num Planeta inviável, morto.

 

Apesar de alguma coisa estar a ser feita, não é o suficiente, e os governos assobiam para o lado, como se não viessem a ser atingidos pela mesma desgraça que atingirá todo o Planeta, se as medidas necessárias não forem implementadas.

 

Concordo com o meu amigo António Sérgio Marquesquando diz que «do alto das suas torres de marfim, desdenham da ciência, prestam vassalagem ao lobby do carbono fóssil que lhes dita as políticas, e cospem nos restantes mortais, incluindo nos filhos e netos, que certamente desprezam. Trogloditas!»  

 

Clima.png

 

Esta carta aberta aos “poderosos” do mundo, inclui indicadores que os investigadores descrevem como "sinais vitais" relacionados com essa mudança e as áreas que requerem acção global imediata.

 

Alguns desses indicadores da actividade humana são positivos, como a crescente inclusão de fontes de energia renováveis, mas a maioria dos indicadores mostra uma imagem sombria, incluindo a crescente população de animais para consumo humano, perda de florestas e emissões de dióxido de carbono.

 

«Declaramos clara e inequivocamente que o planeta Terra está a enfrentar uma emergência climática (…) e para garantirmos um futuro sustentável, precisamos de mudar a forma como vivemos. Isso implica grandes transformações no modo como a sociedade global funciona e interage com os ecossistemas naturais (…) A crise climática já chegou e está a acelerar mais rápido do que a maioria dos cientistas esperava. É mais grave do que se pensava e está a ameaçar ecossistemas naturais e o destino da humanidade (…) Estas reacções climáticas em cadeia podem causar perturbações significativas nos ecossistemas, sociedade e economias, potencialmente tornando vastas áreas da Terra inabitáveis”, asseveraram os cientistas, alertando que não há tempo a perder.

 

O que os cientistas aconselham que se faça? 

 

- Controlo do crescimento da população mundial – actualmente há mais 200 mil pessoas no mundo a cada dia que passa. A população humana deve manter-se estável.

- Reduzir a utilização de combustíveis fósseis através da aplicação de taxas e substituindo-a por energias renováveis.

- Terminar com a destruição de florestas e diminuir o consumo de carne.

- Reduzir as viagens aéreas.

- Reforma do sector de energia.

- Redução de poluentes de curto prazo.

- Restauração de ecossistemas.

- Optimização do sistema alimentar.

- Estabelecimento de uma economia livre de dióxido de carbono.  

 

Dizem os cientistas que outra das actividades humanas com “sinais profundamente perturbadores” no que respeita ao clima, é a actividade aérea, com o número de passageiros a aumentar significativamente. A crise climática está ligada ao excessivo consumo de um estilo de vida rico, dizem os cientistas.

 

E dizem mais: «a boa notícia é que uma mudança transformadora, com justiça social económica para todos, levará a um bem-estar humano muito superior àquele que sentimos actualmente».

Quem está disposto a mudar do estilo de vida esbanjador para o estilo de vida onde apenas o essencial é importante?

 
O professor William Ripple, principal autor desta carta, salientou ter sentido a necessidade de transmitir esta mensagem para que o mundo entenda todas as causas e efeitos desta crise, e não apenas os problemas mais abordados: as emissões de carbono e o aumento da temperatura global.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 12:07

link do post | Comentar | Adicionar aos favoritos

Mais sobre mim

Pesquisar neste blog

 

Março 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
14
15
16
17
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Posts recentes

«Não há a mínima TOLERÂNC...

São José festejado em San...

Brasileira diz que são os...

Legislativas 2024: nenhum...

Parabéns, Colômbia sem to...

Os milhares de pessoas pr...

Dois anos de guerra na Uc...

«Bicadas do Meu Aparo: “P...

Na passagem do 97º aniver...

Aleixei Navalny, um símb...

Arquivos

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Direitos

© Todos os direitos reservados Os textos publicados neste blogue têm © A autora agradece a todos os que os divulgarem que indiquem, por favor, a fonte e os links dos mesmos. Obrigada.
RSS

AO90

Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.

Comentários

Este Blogue aceita comentários de todas as pessoas, e os comentários serão publicados desde que seja claro que a pessoa que comentou interpretou correctamente o conteúdo da publicação. 1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome. 2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas". 3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias. Serão eliminados os comentários que contenham linguagem ordinária e insultos, ou de conteúdo racista e xenófobo. Em resumo: comente com educação, atendendo ao conteúdo da publicação, para que o seu comentário seja mantido.

Contacto

isabelferreira@net.sapo.pt