Quinta-feira, 19 de Julho de 2018

CIMEIRA DA CPLP EM CABO VERDE FOI UMA MONUMENTAL FANTOCHADA PROTAGONIZADA POR FANTOCHES AO SERVIÇO DE INTERESSES OCULTOS

 

Se os nossos governantes tivessem um pingo de dignidade e de lucidez não participariam nesta fantochada. Mas participaram.

 

Envergonhei-me e indignei-me ao ouvir o presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, dizer hipocritamente que «não podemos abdicar de valores fundamentais», quando, inacreditavelmente, ele próprio e o Estado Português estão a abdicar de um dos valores mais fundamentais do povo português: a Língua Portuguesa, que não só identifica esse povo como o País.

 

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Que comunidade? A dos oito irmãos gémeos? Digo oito porque nem sequer conto a Guiné Equatorial que está aqui como um peixe fora d’água. A maior riqueza desta Comunidade é a sua diversidade cultural e linguística, que uns tantos idiotas pretendem que se unifique, esquecendo-se de que jamais poderá haver unificação, e essa coisa do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (VOC) é uma grande parvoíce, e não serve para nada. Ninguém tenha qualquer dúvida.

(Foto: TIAGO PETINGA/LUSA)

 

 

E fantochada porquê?

Porque a CPLP aprovou uma recomendação de "esforços para implementação do Acordo Ortográfico, instando à sua ratificação e ao estabelecimento de formas de cooperação efectiva para a elaboração dos Vocabulários Ortográficos Nacionais (VON)".

 

Que “acordo ortográfico”? Que vocabulários ortográficos nacionais? Não seria da inteligência cada país ficar com a sua cultura linguística intacta? Culturalmente esta mania de unificar vocabulários, que de per si são riquíssimos, é um monumental disparate, que só servirá para empobrecer a Língua dos oito países ditos lusófonos.

 

Sabendo-se, como todos sabemos, que estamos diante de um putrefacto cadáver ortográfico, nado-morto há 28 anos, e outros tantos anos a ser contestado por milhões de falantes e escreventes de Língua Portuguesa, em todo o mundo, não serve absolutamente a ninguém, a não ser ao Brasil, que mutilou a Língua Portuguesa, em 1943, obrigando os Brasileiros a adoptarem a ortografia que agora chamam de AO90, na sua generalidade, transformando-a num dialecto, tendo a pretensão de o impor, agora, ao mundo dito lusófono, para que, entretanto, se mude o nome ao dialecto, enterrando-se a Língua Portuguesa, e fazendo nascer a tão desejada, há tão longo tempo, Língua Brasileira. Tão certo, como eu estar aqui a escrever isto.

 

A CPLP foi fazer esta cimeira a Cabo Verde, um país que ratificou o nado-morto AO90 e, logo a seguir, adoptou como língua oficial o Crioulo Cabo-verdiano, passando a Língua Portuguesa para língua estrangeira.

 

 

Só este facto já não lhe daria direito a integrar a Comunidade de Países de Língua Portuguesa - CPLP (aliás uma inútil, porque estéril, comunidade, funcionando apenas como um “tacho” para muita gente.

 

 

Bem como é absurdo a integração da Guiné Equatorial, que tem como língua oficiais, em primeiro lugar o Castelhano, e em segundo lugar o Francês, e, recentemente, em terceiro lugar, vá-se lá saber por que interesses ocultos, o Português, que nem o presidente da Guiné Equatorial fala, nem outro qualquer cidadão guineense-equatoriano.

 

 

Tenham vergonha na cara, senhores governantes portugueses!

 

Fizeram um papel muito triste, de uma monumental e vergonhosa subserviência a interesses que não interessam a Portugal, nem a milhares de Portugueses, e quiçá, a Angola, a Moçambique, à Guiné-Bissau e a Timor-Leste (que nem sequer aderiu). Cabo Verde está fora disto, porque o Português, para os cabo-verdianos já é língua estrangeira; então só resta São Tomé e Príncipe, onde se fala mais dialectos do que Português, e o gigante Brasil, que se quer impor ao mundo, tramando Portugal e a Língua Portuguesa.

 

A par desta inútil CPLP, existe o também inútil Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), um veículo de “projetos” – palavra oriunda da grafia brasileira “projetos” (leia-se prujêtus) que estão a destruir a diversidade linguística e a beleza formal da nossa Língua Portuguesa. E diz-se que os nove (pois, nove!) Estados-membros tomaram nota, com satisfação, do que chamaram dinâmica desenvolvida pelo IILP, ou seja, ficaram satisfeitos (incluindo os péssimos representantes de Portugal) com a destruição que está a ser levada a cabo. Isto não é de doidos?

 

Concluindo a narrativa desta fantochada, façamos um apanhado:

 

Dos oito países ditos lusófonos, apenas quatro ratificaram o nado-morto AO90: Portugal, Brasil, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde;  e desses quatro, Cabo Verde já está fora, portanto sobram três: Portugal, o mais subserviente, vá-se lá saber porquê; o Brasil que se está nas tintas para este acordo, pois não lhe faz mossa nenhuma, muito pelo contrário; e São Tomé e Príncipe, que é muito engraçado: ali, o Português é língua oficial e nacional, mas é falado virtualmente, ou seja, quase ninguém o fala, porque ali são faladas as variantes reestruturadas, desenvolvidas localmente do Português ou crioulos portugueses como o forro, o angolar e o principense ou moncó. O crioulo cabo-verdiano é também bastante falado no país, além do “português” dos Tongas e resquícios de línguas do grupo bantu. Actualmente o Francês e o Inglês estão a impor-se e são profusamente falados no país. Portanto, com este panorama, São Tomé e Príncipe só virtualmente é um país lusófono. E sobram dois: Portugal e Brasil.

 

Os outros quatro países, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau não ratificaram o AO90, e Timor-Leste nem sequer aderiu. E muito menos a Guiné Equatorial, que está na lusofonia por outros interesses que não os da Língua.

 

Ora aqui levanta-se uma questão: estarão Angola, Moçambique e Guiné-Bissau a elaborar "vocabulários ortográficos nacionais", como se já tivessem ratificado o tal acordo? Isto seria passar um atestado de parvoíce a si próprios, ou não?

 

Outra questão: se o Acordo Ortográfico de 1990 preconiza um único "vocabulário ortográfico comum", para que servirão os vocabulários ortográficos nacionais? Em vez de um teremos sete (não contando com Timor-Leste, que está a leste – e que bem está - deste inferno ortográfico)?

 

Esta cimeira foi ou não foi uma fantochada?

 

E pensar que nesta fantochada estiveram envolvidos o presidente da República Portuguesa, o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios dos Estrangeiros de Portugal!

 

Isabel A. Ferreira

 

Origem da notícia:

https://www.jn.pt/mundo/interior/cplp-aprova-recomendacao-de-esforcos-para-implementacao-do-acordo-ortografico-9609107.html

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:33

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Quarta-feira, 18 de Julho de 2018

MORREU ANTINO DO TOJAL, UM DOS MAIORES ESCRITORES PORTUGUESES CONTEMPORÂNEOS

 

O escritor e jornalista Altino do Tojal morreu, no passado domingo, dia 15 de Julho, em Brunhais, Póvoa de Lanhoso.

Nascido em Braga, a 26 de Julho de 1939, partiu a poucos dias de completar 79 anos.

Morreu um Escritor que soube honrar a Língua Portuguesa.

Aqui lhe presto a minha mais humilde homenagem.

Altino era, é, um dos escritores portugueses contemporâneos da minha maior predilecção.

O seu funeral realiza-se hoje, às 15 horas, na Igreja de Sobradelo da Goma, na Póvoa de Lanhoso. O corpo seguirá depois para o Porto, onde será cremado, como era seu desejo.

 

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Altino do Tojal deu-me a honra de publicar a minha fotografia de um tojo, na capa desta 30.ª edição de «Os Putos - Contos Escolhidos». Éramos (somos, sempre seremos) amigos. Corria o ano de 2009, e Altino disse-me que precisava de uma fotografia de um tojo, para o seu livro, sabendo que a fotografia era (é) uma das minhas grandes paixões, e já conhecia o meu trabalho fotográfico no jornal «O Comércio do Porto», onde ambos trabalhámos. É que, disse-me ele (que residia em Lisboa), raramente os encontro. Se eu poderia fotografar um, para ele. Eu havia-lhe dito que bem perto de onde eu morava havia um tojal florido, à beira da estrada. E esta é a origem da foto desta capa, inspirada no conto “De Joelhos Perante um Tojo”, inserido nesta 30.ª edição da obra que o catapultou para a eternidade.

 

Antes de conhecer Altino do Tojal já havia lido “Os Putos”. Já era muito sua fã. Apaixonada pela sua prosa escorreita, onde as palavras, sempre bem seleccionadas, têm força, e transmitem-nos emoções, e descrevem realidades, umas, vividas, outras, observadas. Magnificamente.

 

Ler Altino do Tojal é entrar num mundo extraordinariamente emocionante. Eu, que sou grande apreciadora de Contos, devorei-os um a um. Possuo toda a sua obra autografada. Traguei-a de um só fôlego. E absorvi o extraordinário poder da escrita de Altino.

 

Um dia, no já longínquo Março de 1979, aceitaram-me no jornal «O Comércio do Porto». E a primeira vez que entrei na Redacção, conheci o Altino, um dos redactores do Jornal.

 

A emoção foi enorme, pois se Altino era um dos meus escritores preferidos! Ali logo lho disse. E uma profunda amizade começou então, naquele dia, naquele momento.

 

Altino era um cavalheiro, algo tímido. Um homem extremamente sensível. Uma alma desassossegada, como é apanágio dos grandes escritores. Encontrávamo-nos frequentemente, em Vila do Conde e Póvoa de Varzim, para almoçar, conversar e trocar confidências. Conhecer a vida de um escritor de tão alto nível é um privilégio para qualquer leitor, porque nos ajuda a entender a sua obra.

 

Foi a partir desta convivência que comecei a ler os outros livros de Altino. É que Altino não é só «Os Putos», dos quais existem dezenas de edições. Altino é «Viagem a Ver o Que Dá»; é «O Oráculo de Jamais»; é «Histórias de Macau»; é «Orvalho do Oriente»; é «A Colina dos Espantalhos Sonhadores»; é «Jogos de Luz e Outros Natais». Um outro mundo. O mundo de Altino do Total. Absolutamente único, misterioso, fantástico.

 

Foi Altino que me levou a um restaurante chinês, pela primeira vez. Desconhecia aquela gastronomia. Ficou-me a lembrança da sobremesa, “banana fa-si”, com a qual me deliciei. Altino viveu um tempo em Macau, e do oriente trouxe-nos as magníficas histórias e o subtil orvalho. E memórias. Muitas memórias.

 

Depois de o Jornal «O Comércio do Porto», sedeado na cidade do Porto, se ter extinguido, Altino foi viver para Lisboa, onde, aliás, já mantinha alugada uma casa. Nunca deixámos de nos comunicar. De vez em quando vinha visitar-me.

 

Em 2008, esteve presente no lançamento do meu livro «Contestação», em Lisboa, e juntamente com um casal amigo, passámos um dia extraordinário, a conhecer a cidade, os seus becos, o seu palpitar. Nesse dia, Altino estava muito feliz. E quando o Altino estava feliz e descontraído era um extraordinário contador de histórias.

 

A última vez que falei com ele foi há dois anos, pelo Natal. Disse-me que andava adoentado. Depois disto perdi-lhe o rasto.

 

Foi com enorme consternação que soube da sua morte.

Morte, apenas física, porque Altino do Tojal viverá eternamente através da sua obra, que, espero, jamais seja conspurcada pelo fétido cadáver ortográfico, que anda por aí a empestar a Língua Portuguesa, que Altino tão magnificamente soube honrar.

 

Até sempre, caríssimo Amigo! Que a tua alma possa descansar naquela paz que nunca tiveste em vida!

 

Isabel A. Ferreira

 

Altino de Tojal viveu em Braga até aos 27 anos. Trabalhou em vários jornais, entre eles o "Jornal de Notícias", depois no lisboeta "O Século", até ao seu encerramento, e depois n’ "O Comércio do Porto". Trabalhou também durante alguns anos na Biblioteca de Braga.

 

Mas foi na escrita de ficção que se destacou com dezenas de obras. A sua obra "Os Putos" foi adaptada ao teatro, à televisão e à banda desenhada. A primeira versão deste livro surgiu ainda em 1964, com o título "Sardinhas e Lua".

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:54

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Terça-feira, 17 de Julho de 2018

Touradas: «Há limites para a parvoíce»

 

Depois daquela monumental demonstração de atraso civilizacional, protagonizada pela maioria dos deputados da Nação, no Parlamento, quando se negaram a dar um passo em direcção à evolução, ao chumbarem o Projecto de Lei do PAN, para a Abolição das Touradas em Portugal, choveram críticas de todos os lados.

É que os Portugueses esperavam que os deputados da Nação fossem evoluídos.

Reuni aqui três textos basilares que arrasam a atitude troglodita de partidos como o PS e PCP (que se dizem de esquerda) unindo-se aos partidos da direita (PSD e CDS/PP) naquele que é um acto da maior subserviência a um lobby menor e parasita, o qual vive à custa dos impostos dos Portugueses.

 

Primeiro texto:

 

Representante da Juventude Socialista chama "retrógrados, masoquistas e psicopatas" a deputados do PS 

 

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Foto: João Biscaia 

 

Débora Rodrigues, 26 anos, representante da Juventude Socialista, na Comissão Nacional do Partido Socialista e adjunta do secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo - de quem já foi chefe de gabinete em regime de substituição - não gostou de ver o PS a chumbar a Abolição das Touradas na Assembleia da República, no passado dia 6 de Julho e decidiu publicar na sua página do Facebook o seguinte:

 

«Uma vergonha para o país e para o partido, os deputados do PS que tomaram a decisão de votar contra ou se abster, ou preocupados com os eleitoralismos regionais ou então aficionados por serem simplesmente retrógrados, masoquistas e psicopatas que gostam de touradas».

 

E disse mais, nos seus comentários:

 

«Quero acreditar que são poucos (os socialistas) ou então o nível de inteligência dos deputados eleitos pelo PS é menor do que aquele que pensava… Que eu saiba o nível de inteligência de um ser humano também se mede pela capacidade de viver e conviver num mundo em que não é o único ser, preocupando-se com o seu futuro e com o futuro dos outros, bem como com o meio em que vive...»

 

Certíssimo.

Esta atitude da Débora Rodrigues é de louvar, por dois motivos:

Primeiro: tem personalidade própria, não é seguidista, nem retrógrada, nem sádica, nem psicopata.

Segundo: a sua atitude demonstra que tem os pés fincados no século XXI D. C., e não cheira a mofo, como os socialistas medievalescos e seguidores de uma prática monarquista de direita.

 

E o que a Débora escreveu não são insultos. Porque a Débora limitou-se a dizer a verdade. E dizer a verdade não é insultar.

 

Para completar, aqui ficam os nomes dos oito deputados socialistas (em 86) que votaram a favor da Abolição das Touradas em Portugal: Pedro Delgado Alves, Rosa Albernaz, Ana Passos, Luís Graça, Diogo Leão, Hugo Carvalho, Tiago Barbosa Ribeiro e Carla Sousa. Os NIM, 12 deputados socialistas, abstiveram-se.

 

Eu também me envergonho deste PS que se diz de esquerda e pratica esta política de direita.

 

Segundo texto:

 

«Avante pela tradição»

 

Um texto de Viriato Teles

 

VIRIATO TELES.jpg

 

«O «respeito pela diversidade cultural e pela tradição» foi o principal argumento esgrimido no parlamento para chumbar a proposta de abolição das touradas apresentada pelo PAN. Que se discuta a proibição e as suas envolventes sociais, ainda posso entender. Agora, chamar àquilo «cultura», desculpem, mas há limites para a parvoíce.

 

Não estou seguro de que proibir as touradas seja a melhor opção para acabar com elas, mas por algum lado tem de se começar. Porque, disso tenho a certeza, quando esse entretenimento perverso for abolido (seja pela lei, seja pela grei) Portugal terá dado mais um importante passo civilizacional. Concretizando, afinal, o que já foi tentado, há quase 200 anos, por Passos Manuel – e, antes dele ainda, pelo Papa Pio V que, no século XVI, emitiu uma bula contra «esses espectáculos sangrentos e vergonhosos dignos de demónios e não dos homens». A luta contra as touradas, como se vê, já vem de longe.

 

A proposta de lei do PAN tinha fragilidades, mas era um ponto de partida. Que podia, e devia, ser melhorado e acrescentado, mas é para isso mesmo que existe a Assembleia da República. A aprovação da lei traria problemas e não seria consensual? Com certeza. Mas não foi sempre assim que se deram os grandes avanços da história e da civilização?

 

Resistir à mudança é próprio de todos os sistemas: por mais modernos que julguem ser, são sempre estruturalmente conservadores. E quando essa mudança atinge um potencial eleitorado, os partidos são os primeiros a temê-la e preferem «atirar a areia para debaixo do tapete». Já não em nome de princípios, como aconteceu noutros tempos, mas de meros fins eleitorais de curto prazo e efeito duvidoso.

 

O invocado «respeito pela tradição» não é um argumento sério: a ser assim, ainda a escravatura seria legal e socialmente aceite, as mulheres continuariam a ser propriedade dos maridos, os «crimes-de-honra» ainda seriam tolerados, uma jornada de trabalho duraria de sol-a-sol, e por aí adiante.

 

Quanto à «diversidade cultural», só se for em homenagem à ex-ministra Canavilhas, a quem a indústria tauromáquica tanto deve – afinal, foi ela quem incluiu o divertimento taurino na lista dos produtos culturais. Sim, aconteceu, e foi já no século XXI. Admiro pessoas com sentido de humor, mas este parece-me excessivamente negro.

 

Ora se este enredo de algum modo se compreende quando executado por políticos de direita, já começa a ser mais difícil de entender quando é usado por arguentes de esquerda. Ângela Moreira, a parlamentar escalada pelo PCP para o debate, conseguiu superar-se na justificação, quando explicou, sem se rir, que «o caminho que há a fazer é o do respeito pela diversidade cultural e o da efectiva responsabilização do Estado na promoção de uma relação mais saudável entre os animais e os seres humanos, acompanhada de uma acção pedagógica com o objectivo de sensibilizar os cidadãos, em particular as crianças e os jovens, para a importância do bem-estar animal e a sua efectiva protecção». Só faltaram os violinos.

 

Para a deputada comunista, ao propor o fim das touradas, «o PAN não admite que haja outras culturas, identidades, tradições, sensibilidades que não as suas, só admite os seus próprios padrões culturais e morais e quer impô-los, se possível pela lei e pela força».

 

Acontece que foi precisamente uma «visão cultural uniformizada e uniformizadora do mundo» o que o PCP demonstrou, por exemplo, nos debates recentes sobre a canábis ou a eutanásia, alijando-se numa visão conservadora e temerosa que contradiz a própria história, muito honrada, da luta travada por várias gerações de comunistas portugueses em prol de um mundo novo e livre.

 

Mas acontece também que, seja por convicção ou por oportunismo, nos dias de hoje o Partido Comunista surge com demasiada frequência ao lado dos que, por duvidosos princípios morais ou obscuros interesses materiais, procuram controlar os nossos hábitos, os nossos comportamentos, os nossos vícios e as nossas virtudes – as nossas vidas, em suma.

 

A legalização da canábis pode levar à tolerância legal do consumo recreativo? E então?

 

A descriminalização da eutanásia pode levar à prática de crimes? Provavelmente sim. E vice-versa também.

 

O fim das touradas cria um problema económico e social? Talvez. O fim do império também criou, e bem maior, mas nem por isso deixou de acontecer. Porque era o que tinha de ser feito, é assim a normal evolução da história e da vida. Porque «todo o mundo é composto de mudança / tomando sempre novas qualidades», lembram-se?

 

Acabado o sonho de mudar o mundo como queria Marx, valeria a pena pensar em mudar a vida como propunha Rimbaud. Ou fazer por isso. Tradicionalmente, é esta a função de um partido revolucionário, ou pelo menos de esquerda.

 

Mas, definitivamente, a tradição já não é o que era. Nem o PCP.»

 

Fonte:

https://www.rtp.pt/noticias/opiniao/viriato-teles/avante-pela-tradicao_1086634

 

Muito bem, Viriato Teles.

Também a mim me faz “espécie” que o PCP, dizendo-se um partido de esquerda, pratique uma política monarquista de direita, porque todos sabemos que isto das touradas é um costume bárbaro introduzido em Portugal pelo rei Filipe II de Espanha, I de Portugal, e era um entretenimento dos monarquistas abastados, porque os pobres entretinham-se a jogar à patela, no chão lamacento…

 

Terceiro texto:

 

«Torturar Touros e enforcar Cães»

 

Muito bem, Diogo Faro.

 

Celebro a sua lucidez, que anda tão arredada dos fantoches políticos que nos desgovernam, e que mantêm uma pequena fatia do povo português estagnado em águas turvas e fétidas.

 

DIOGO FARO.jpg

 

Opinião de Diogo Faro

 

«Peço desculpa pelo título, às pessoas que ainda têm alguns sentimentos e que até apreciam a evolução da civilização, mas vamos ter de falar nisto.

 

A proposta para a abolição da tourada foi chumbada no Parlamento, como era esperado, convenhamos. E entende-se. Um dos elementos baluarte dos tauromáquicos é que aquela espécie de touros se vai extinguir com o fim da tourada. Os antepassados das pessoas que dizem isto também diziam que a abolição da escravatura ia acabar com todas as pessoas pretas. E veja-se o que aconteceu, hoje em dia só existem brancos, para grande pena do KKK e grupos que tais. O que nos leva a aceitar que há torturas que valem a pena.

 

O líder parlamentar do CDS apontou para algumas dezenas de pessoas que assistiam à sessão na Assembleia. Vestiam todas blazer de bom corte, camisas engomadas pela criada (provavelmente preta, para tentar ainda salvaguardar a espécie), corte de cabelo irrepreensível (muitos com gel e puxadinho atrás) e algumas ainda envergavam um Terço prateado ao peito, Deus as tenha, provavelmente todas com os seus BMs e Mercedes Pato Bravo estacionados lá fora. E então o líder do CDS falou e disse: “se a tauromaquia é uma fonte de rendimento para tanta gente, como é que estas pessoas vão sobreviver com a abolição da tourada?”. Comovi-me. E aceitei que de se espetar ferros que parecem lanças medievais em touros, se faça um espectáculo lucrativo para manter o estilo de vida destas pobres pessoas.

 

Agradeço então a todos os deputados que não deixaram a proposta de lei passar. Mais importante que o progresso civilizacional é preservar as tradições – não importa se são selváticas, são tradições e pronto! – e o financiamento dos baldes de gel e botões de punho dourados para aqueles senhores.

 

Por falar em psicopatia, algo do género que me chegou à retina foi a notícia de ter sido encontrada uma cadela enforcada numa mata em Casal de Cambra. Ah, e foi ainda descoberto que estava grávida. Não me vou alongar para não ficarem com estas imagens na cabeça como eu fiquei. Mas a linha é a mesma. Nós humanos, somos superiores – quem disse? Nós próprios, claro – a qualquer ser e temos o direito divino (?) a fazer com eles o que bem nos apetecer. A questão é, se torturar cães desta maneira for (ou vier a ser) tradição, é para preservar? Provavelmente sim. E com um bocadinho de sorte ainda se usa dinheiro do Estado (aquele que é de todos, sabem?) para se financiar a criação de cães para enforcamento e a televisão estatal ainda começa a transmitir espectáculos disso em horário nobre. Não é boa ideia? Se é para sermos bárbaros, então vamos sê-lo o tempo todo.

 

Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:

 

- Costa Vicentina: É irem agora enquanto está pouca gente, àquela que é a minha zona preferida de todo o país.

 

- "The Incredible"s 2: Já está em exibição e foi com muito orgulho e felicidade que eu fiz uma das vozes da versão portuguesa. É só uma participação pequenina, mas ESTOU FELIZ, VÃO VER O FILME, VÁ!»

 

Fonte:

https://24.sapo.pt/opiniao/artigos/torturar-touros-e-enforcar-caes

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:08

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REGRESSO PARA FAZER CAMPANHA CONTRA AQUELES QUE ESTÃO A DECAPITAR PORTUGAL

 

Faço minhas as palavras de António Barreto.

Está nas nossas mãos limpar a Assembleia da República do caruncho que fez ninho no hemiciclo. 

Nesta minha recente viagem, encontrei um Portugal dominado por uma mediocridade viscosa, por um analfabetismo degradante e por uma inacreditável ignorância optativa, consequência da política retrógrada dos que governam Portugal a julgar que todos os Portugueses são parvos.

É nessa pretensa parvoíce que António Costa aposta.  Por isso, há que aniquilar essa expectativa.

(Isabel A. Ferreira)

ANTÓNIO BARRETO.jpg

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:52

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Segunda-feira, 16 de Julho de 2018

Tiro aos Pombos - A barbárie continua na Póvoa de Varzim, apesar desta se dizer "amiga dos animais"!

 

Quando um presidente de Câmara diz uma coisa e faz outra, podemos acreditar nele?

Claro que não!

 

TIRO AOS POMBOS.jpg

 E isto já vai no IV campeonato de tiro a inocentes e indefesos Pombos.

Grandes COBARDES!

 

Primeiro, elevou a cidade da Póvoa de Varzim a “Cidade Amiga dos Animais”, restando saber de que animais, pois continuou-se a maltratar Touros, Cavalos, Raposas, Cães, Pombos…

 

Depois veio a “Proibição de Circos com animais”, restando saber que circos e com que animais, pois eles voltaram à cidade logo no ano seguinte.

 

De seguida foi a elevação da Póvoa de Varzim a “Cidade Livre de Touradas”, mas elas aí estão: mais duas.

 

Agora os Pombos. Os Pombos não são animais, para o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim.

 

Realizou-se, no campo de tiro de Rates (freguesia poveira) o Campeonato de TIRO AOS POMBOS, uma cobardia, um massacre, uma carnificina monumental.

 

E também uma CORRIDA DE GALGOS.

 

E há-de vir a BATIDA ÀS RAPOSAS dos amiguinhos do clube de caçadores da Estela (outra freguesia poveira).

 

E se isto é ser “Cidade Amiga do Animais”, o que seria se fosse cidade INIMIGA!!!!

 

Quem não os conhecer que os compre!

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:22

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Sexta-feira, 6 de Julho de 2018

No silêncio deste bosque buscarei o meu equilíbrio

 

O mundo cruel da tauromaquia é desgastante. A estupidez e a ignorância nele enraizadas esmagam as mentes saudáveis.

Preciso de uma fuga.

Vou, mas volto em breve.

 

BOSQUE.JPG

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:30

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«A tourada vista por um médico veterinário com experiência em espectáculos tauromáquicos»

 

Obrigada Dr. Vasco Reis.

Haja alguém com lucidez!

 

O seu texto é precioso. Mas como em madeira velha só entra caruncho, os deputados da Nação disseram não à racionalidade, porque não entendem nada do que lhes dizemos.

 

VASCO REIS.jpg

 

«Percurso do Touro antes, durante e depois da tourada» 

 

O touro vive uns 4 anos na campina habituado à companhia de outros da mesma espécie em espaço largo e com razoáveis condições. Terá já passado por momentos violentos de ferra, de tentas. É escolhido para a lide numa tourada. Com ou sem sedação, apartam-no violentamente, com muito uso do bastão eléctrico, para uma manga e enfiam-no numa caixa apertada onde mal se pode mexer.

 

A ansiedade provocada pelo aperto cresce em tremenda claustrofobia ao passar da liberdade e tranquilidade da campina para o "caixote" onde fica confinado, violentamente afastado da companhia importante dos outros bovinos a que o ligam laços emotivos. A seguir cresce o pânico do transporte. Depois a espera, com pouco ou nenhum alimento e bebida. Talvez sendo injectado, a ponta dos cornos será cortada, provavelmente, até ao extremo vivo e muito enervado, ficando extrema e dolorosamente sensível ao contacto. Para não sangrar, cauteriza-se a sangue frio. (Há touros que não resistem a esta operação e morrem de acidente cardiovascular provocado pelo sofrimento). Sofre outras acções destinadas a fatigá-lo, debilitá-lo, retirar-lhe capacidade para a lide.

 

Mais tarde, a condução ao curro escuro da praça de touros. É empurrado a seguir para a arena (beco sem saída) suportando logo o enorme alarido da multidão e da música ruidosa (para se sobrepor aos seus berros), o que ainda mais o assusta, a visão ficando ofuscada pela luz do sol. Depois a provocação, o engano, o cravar das bandarilhas/arpões, que o ferem e magoam terrivelmente, através da pele, e não só, pois frequentemente também aponevroses, alguns músculos, tendões, vértebras, espáduas e, por vezes, até pleura e pulmão são atingidos, quando erroneamente cravado entre costelas. Tudo isto o faz sangrar e sofrer, o enfurece, magoa, deprime e esgota. Cavaleiros ou bandarilheiros massacram-no. Depois, exausto, física e psicologicamente, segue-se a (ou as pegas) pelos forcados, A seguir é retirado com as “chocas”. É amarrado e imobilizado por cordas em volta dos cornos. Brutalmente, tal como foram cravados, os ferros são agora retirados sem anestesia, arrancados ou por corte do couro.

 

No final de tudo isto, o animal é metido no transporte, esgotado, ferido e febril, em acidose metabólica horrível que o maldispõe e intoxica, até que a morte, habitualmente só alguns dias mais tarde, o liberte de tanto sofrimento. Frequentemente fica, até esse momento, encerrado em veículos de transporte num espaço exíguo, sabe-se lá com ou sem alimento e água e submetido a elevadas temperaturas.

 

E ninguém, independente, pode controlar isso.

 

Percurso do Cavalo explorado no toureio!

 

O cavalo sofre esgotamento e terrível tensão psicológica ao ser usado como veículo, sendo dominado, incitado e lançado pelo cavaleiro e obrigado a enfrentar o touro, quando a sua atitude natural seria a de fuga e de pôr-se a uma distância segura.

 

À força de treino, de esporas que o magoam e ferem, de ferros na boca e da barbela - corrente de metal à volta da mandíbula, que o magoam e o subjugam, o cavalo arrisca morte por síncope/paragem cardíaca, ferimentos mais ou menos graves e, até, a morte na arena por ser atingido pelo touro.

 

Opinião!

 

É difícil, senão impossível, acreditar que toureiros e cavaleiros tauromáquicos amem touros e cavalos, quando os submetem a violência, risco, sofrimento.

 

O mesmo se aplica aos aficionados, que aceitam isso.

Questiono-me: porque se continua a permitir uma actividade que assenta na violência e no sofrimento público de animais, legalizado e autorizado por lei e até apreciado, aplaudido e glorificado por alguns?

 

Numa verdadeira democracia não deveria ser permitida nem legalizada a tortura de animais.

 

Pergunta fundamental!  

 

E senhoras e senhores Deputad@s da Assembleia da República de Portugal o que acham e como vão votar? Pela abolição ou pela manutenção desta terrível violência contra seres sencientes (como os humanos) e indefesos e inocentes.

 

Recomendação para tomada de conhecimento!  

 

Recomendo aqui uma tomada de conhecimento da científica Declaração de Cambridge Sobre a Consciência em Animais Humanos e Não-Humanos de 7 de Julho de 2012 editada por Philip Low.

 

E mais dados científicos:

 

Os animais humanos e não humanos são seres dotados de sistema nervoso, mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é agradável, perigoso e agressivo e doloroso.

 

Estes seres experimentam sensações, emoções e sentimentos muito semelhantes. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa e de fuga, sem as quais, não poderiam sobreviver. Portanto, medo e dor são condições essenciais de sobrevivência.

 

Afirmar-se que, nalguma situação não medicada, algum animal possa não sentir medo e dor se for ameaçado ou ferido, é testemunho da maior ignorância, ou intenção de negar uma verdade vital, falácia para tentar ocultar a crueldade da tauromaquia.

 

A ciência revela que o esquema anatómico, a fisiologia e a neurologia do touro, do cavalo e do homem e de outros mamíferos são extremamente semelhantes.

 

As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto, o ferimento. O senso comum apreende isso e a ciência confirma-o.

 

Depois desta explicação, imaginem o sofrimento horrível que uma pessoa teria se fosse posta no lugar de um touro capturado e conduzido ao “calvário” de uma tourada.

 

Conclusão:

 

Seres humanos (tauromáquicos) não devem provocar a outros seres de sensibilidade semelhante (touros e cavalos), sofrimentos a que os próprios agressores (tauromáquicos) não aceitariam ser submetidos.

 

Porque é a desgraçada vítima dos chamados humanos, “corrido” e torturado?

 

Para diversão de aficionados, para o alimentar de egos e vaidades, para negociatas de tauromáquicos e no prosseguimento de uma cruel e obsoleta tradição.

 

É mais do que justo e chegado o tempo da abolição, o que só peca por tardar!!!

 

As importantes verbas que são atribuídas no apoio à tauromaquia e as isenções que lhe são oferecidas, seriam com justiça e utilidade, preferencialmente, utilizadas para mitigar imensas necessidades!

 

A tauromaquia é uma vergonha nacional.

 

Vasco Reis,

Médico veterinário aposentado

Aljezur»

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:18

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ABOLIÇÃO DAS TOURADAS FOI ADIADA – GOVERNO PORTUGUÊS COMPROMETIDO COM O LOBBY TROGLODITA

 

PARTIDO SOCIALISTA, PSD, PCP e CDS/PP optaram, uma vez mais, por se manterem mergulhados nas trevas, que lhes ofuscam a visão da modernidade. Nada que surpreendesse, dada o alto nível de subserviência que caracteriza esse partidos.

Que vergonha para Portugal! Que atraso de vida! Que mediocridade!

 

Apenas o PEV votou a favor, e BE com uma abstenção.

 

Por enquanto, a brutalidade e o atraso civilizacional continuarão, em Portugal, contudo, a sua abolição é uma certeza. Absoluta.

 

Eleitorado anti-tourada, já sabem em QUEM NÃO VOTAR.

Vamos dar-lhes uma grande lição nas próximas eleições legislativas.

 

PAN.jpg

 

Nota das dissidências:

Abstiveram-se: 1 deputado do BE, 1 deputado do PSD e 12 deputados do PS

A favor: 8 deputados do PS e 1 do PSD.

 

Diante de tamanha prova de atraso civilizacional (para os poupar do outro atraso) e falta de discernimento, o PAN emitiu um comunicado no qual refere e muito bem que o direito ao entretenimento, ainda que disfarçado de herança cultural, não deve poder prevalecer sobre o respeito pela liberdade, pela vida e pela integridade física e psicológica de animais que são sensíveis e que sentem dor, por um lado, nem sobre o ideal de sociedade que rejeita a violência, por outro. Esperámos que os partidos garantissem a liberdade de voto aos seus deputados/as para que, em plena consciência, fosse conferido a opinião individual de cada um. Mas mais uma vez foi clara a posição dos partidos tradicionais que blindaram a vontade expressa de cada deputado/a em representar a sociedade portuguesa».

 

A luta continuará.

A abolição desta selvajaria é uma certeza. Apenas foi adiada.

 

Está agora nas nossas mãos darmos uma grande lição a estes partidos que têm um pacto com os minoritários trogloditas, nas próximas eleições.

 

O governo português perdeu uma oportunidade de se redimir da sua falta de visão (para os poupar). Ficou claríssimo que em madeira velha só entra caruncho, daí que seja necessário substituir essa madeira velha, por madeira nova e fazer uma grande limpeza à carunchosa Assembleia da República.

 

E isso, meus caros companheiros na luta anti-tourada, só depende de nós.

 

Aqui fica lançado o repto.

 

Todos pelos Touros! Todos contra o PS, PSD, PCP e CDS/PP, Partidos Seguidores do Atraso Civilizacional (PSAC)

 

Isabel A. Ferreira

 

***

Para os que estiverem interessados, aqui deixo o link, para a leitura do muito bem fundamentado Projecto de Lei pela Abolição das Touradas em Portugal, apresentado pelo PAN, um partido virado para o futuro.

https://bit.ly/2tWlLqu

 

Fonte:

https://www.facebook.com/PANpartido/photos/a.920439104683852.1073741876.890462117681551/1857100921017661/?type=3&theater&ifg=1

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:52

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Quinta-feira, 5 de Julho de 2018

Sou um animal

 

Eu sou um animal, mas não sou superior a nenhum outro animal, quer humano ou não-humano. Sou feita da mesma poeira cósmica de que são feitos todos os outros animais. O meu ADN contém os mesmos elementos do ADN de todos outros animais. Tenho as mesmas necessidades físicas de todos os outros animais. Quando morrer transformar-me-ei em pó, como todos os outros animais.

 

DARWIN.jpg

 

Sou iluminada pelo mesmo Sol e pela mesma Lua.

 

Comunico-me com todos os animais humanos e não-humanos do mesmo modo: falando. Sei falar, sei ler e escrever, sei raciocinar, mas sou incapaz de me orientar na selva, construir um ninho, um formigueiro, uma colmeia, voar... sobreviver no fundo do mar...

 

Diante das forças da Natureza, vulcões, fogo, tremores de terra, tempestades, tsunamis, a minha condição de ser humano iguala-me à de um lagarto: ambos seremos destruídos num ápice, e apodreceremos do mesmo modo. E no final, o que restar de mim não se diferenciará de nenhum outro animal. E a minha racionalidade não me livrará do mesmo destino do lagarto.

 

Mas, contudo, faço uma excepção: sou superior apenas à besta humana.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:05

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CARTA ABERTA AO SENHORES DEPUTADOS DA NAÇÃO PORTUGUESA

 

Senhores deputados: olhem bem para esta imagem.

 

É isto que resta de um Touro, ser senciente, tão animal como eu, depois de ser barbaramente torturado por cobardes, nas arenas de Portugal.

 

Se pretendem fazer desta imagem um símbolo da identidade portuguesa, esqueçam as palavras que escreverei a seguir, e mantenham-se mergulhados nas trevas que vos ofusca a visão da modernidade.

 

TOURO.jpg

 

Para amanhã, dia 6 de Julho de 2018, está marcada uma discussão do Projecto de Lei pela Abolição da Tauromaquia em Portugal, proposto pelo Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), a qual pode catapultar o nosso País para o rol dos países civilizados, e retirá-lo do número restrito de países terceiro-mundistas (oito, em 193 existentes no mundo) que ainda mantêm esta prática do tempo da monarquia espanhola, que a introduziu em Portugal e na América Latina.

 

Gostaria de aqui expor o seguinte: aproximam-se eleições legislativas, e o meu voto, e o voto de milhares de Portugueses, dependerá das decisões que os partidos políticos, ao serviço do minoritário lobby tauromáquico, tomarem, amanhã.

 

À parte de considerar inacreditável e inaceitável que, em pleno século XXI D. C., ainda se esteja a discutir, na Assembleia da República Portuguesa, um projecto de lei que pede o fim da tortura de um animal numa praça pública, mais inconcebível se torna o facto de ser permitida a entrada e participação de menores nesta actividade. A posição da ONU em relação à exposição/participação de crianças em eventos tauromáquicos é muito clara:

 

In order to prevent the harmful effects of bullfighting on children, the Committee recommends that the State party prohibit the participation of children under 18 years of age as bullfighters and as spectators in bullfighting events.”

 

(Espero que todos os Senhores Deputados saibam ler Inglês, porque Português, nem todos sabem, uma vez que por mais informações que lhes damos a este respeito, na nossa Língua, a esmagadora maioria dos senhores não entende nada, e como gostam de estrangeirismos, o Inglês poderá ser mais conveniente).

 

Para além disso, é absolutamente escabroso o apoio, na forma de subsídios da ordem dos 16 a 20 milhões de euros anuais, a uma actividade que está em franco declínio, é cruel, violenta e desadequada aos tempos modernos, enquanto que nas áreas da Saúde, do Ensino, da Cultura Culta, os apoios andam muito minguados.

 

Daí que me parece de carácter urgente e mandatório que os senhores deputados da minha Nação tenham a hombridade de votarem a favor do Projecto de Lei do PAN, e, desse modo, contribuírem para a evolução de Portugal.

 

Mais saliento que, ao votarem contra este projecto, estarão directamente a legislar tanto contra as recomendações da ONU relativamente aos direitos das crianças (não salvaguardando a integridade moral e psicológica das crianças portuguesas), como a permitir que vastas somas de dinheiros públicos, de contribuintes como eu, continuem a sustentar uma obsoleta e medievalesca prática, como a manter Portugal no número restrito de países atrasados civilizacionalmente. Porque basta que 40 municípios, em 308, mantenham esta barbárie, para que Portugal não possa ser considerado um país civilizado.

 

Anda-se por aí a fazer-de-conta que é. Mas na realidade não é.

 

Esperando que amanhã, a Assembleia da República seja iluminada pela lucidez, envio os meus cumprimentos, que só serão respeitosos no dia em que eu vir os senhores deputados respeitarem as normas da civilidade para com os Touros e os Cavalos, que também são criaturas de Deus e animais como eu,  os quais, em nome da mais hedionda estupidez, são torturados nas arenas portuguesas.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:45

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