Assunto: a aplicação ilegal, em Portugal, do fraudulento Acordo Ortográfico de 1990.
Excelentíssimo Senhor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa, começo por chamar a atenção de V. Exa para o que diz este meu colega brasileiro, acerca do acordo ortográfico: «Avacalharam a Língua Portuguesa», e o resto é a mais pura verdade, dita por um brasileiro, que escreve acção, como deve ser.
Nenhuma outra palavra define tão bem o que fizeram à minha (não, ao que parece, à de V. Exa.) Língua Materna. O termo “avacalhar” significa enxovalhar, rebaixar, ridicularizar, e V. Exa., como representante máximo da Nação Portuguesa, está a contribuir para esse enxovalhamento, esse rebaixamento, essa ridicularização da Língua, ao remeter-se ao silêncio, diante do caos instalado, e ao utilizar a ortografia enxovalhada no site oficial da Presidência da República.
Origem da imagem: Tradutores Contra o Acordo Ortográfico
Uma vez mais ouso escrever a V. Exa., sempre na esperança de que possa obter uma resposta, pois além de toda a carta merecer uma resposta (faz parte da educação), todos os cidadãos têm direito a ela, quando interpelam aqueles que foram eleitos para servir o povo, até porque é o povo que lhes paga o salário e os subsídios, e quando se ganha 6,668.91€, é preciso mostrar serviço, ou seja, representar e defender a República Portuguesa, ser garante da independência nacional, da unidade da Nação e do Estado e do regular funcionamento das instituições, e pugnar pelos interesses do País, defender a sua identidade e os seus símbolos e não se deixar amarfanhar pelos interesses dos estrangeiros.
Por exemplo, a instituição Escola não está a cumprir a missão para a qual foi instituída, uma vez que burla as crianças portuguesas, colocando-as em desvantagem face às restantes crianças europeias, ao impingirem-lhes a ortografia brasileira, como a Língua Materna delas.
As crianças portuguesas têm o direito a um ensino de qualidade (está consignado na CRP), a começar pela Língua Materna, que é a base de todo o restante ensino. A nenhuma criança europeia é ensinada, nas escolas, as variantes das Línguas Maternas, porquê as crianças portuguesas têm de se afastar da sua Cultura, da sua Língua? Isto não constitui um crime de lesa-infância, Senhor Presidente?
O Senhor Presidente não saberá, como parece não saber, devido à postura que tem tomado em relação a esta questão, inclusive mantendo o site oficial da Presidência da República Portuguesa cheio de erros ortográficos (é caso único no mundo) que o AO90 é:
- inconstitucional?
- ilegal?
- juridicamente nulo?
- não unifica as ortografias da Língua Portuguesa?
- está repleto de falhas técnicas, das mais grosseiras que possamos imaginar?
- promove a mixórdia ortográfica amplamente já propagada?
- é contrário ao conceito de norma ortográfica?
- destrói relações entre palavras?
- tem implicações ao nível fonético, e os que o aplicam pronunciam mal as palavras às quais foram suprimidas as necessárias consoantes mudas?
- não foi alvo de discussão alargada na comunidade científica linguística?
- em nada contribui para o prestígio e a expansão da Língua Portuguesa?
- tem custos para o Estado nunca estimados, mas calcula-se sejam na ordem das dezenas de milhões de euros?
- não foi alvo de qualquer estudo de impacto?
- não foram consideradas as doutas avaliações negativas dos Portugueses, Brasileiros e Africanos de expressão portuguesa?
Senhor Presidente, saberá V. Exa. que:
- a Língua Portuguesa anda por aí espezinhada, mal escrita, mal falada, mal ensinada?
- em Portugal, o país europeu com a maior taxa de analfabetismo, está a formar-se uma geração de semianalfabetos, aqueles que aprenderão os rudimentos da escrita e da leitura, mas não serão capazes de ler e escrever correctamente a sua própria língua, mas saberão ler e escrever correctamente o Inglês, o Francês e o Castelhano que aprendem nas escolas portuguesas?
- o que se lê por aí na comunicação social (felizmente nem toda), e nos ofícios e mensagens estatais, é uma escrevinhada na mais vergonhosa e pobre ortografia?
- o caos ortográfico está instalado em Portugal?
É isto que V. Exa. quer para o nosso País?
É consentindo nesta ilegalidade da aplicação da ortografia brasileira que defende a CRP e a identidade portuguesa?
O que é que impede V. Exa. de dar um murro na mesa, como deu no caso dos incêndios de Pedrógão Grande?
Que pacto de silêncio é este a que V. Exa. está vinculado?
Quem e que interesses servirão os governantes portugueses?
Senhor Presidente, esta é uma questão grave. Gravíssima. Está em causa a identidade portuguesa e a violação do direito de as crianças portuguesas terem acesso ao ensino da sua Língua Materna, culta e europeia.
Por isso exigimos uma tomada de posição clara e inequívoca. Exigimos uma resposta. Temos o direito a ela, e V. Exa. tem o dever de a dar.
Exigimos que V. Exa. defenda a legalidade e a Constituição da República Portuguesa, que jurou defender.
Basta de fazer de parvos os Portugueses!
Basta de enganar as nossas crianças!
Basta de promover o caos ortográfico!
Exigimos que devolvam a Portugal a Língua Portuguesa, culta e europeia!
Para terminar, sugiro a V. Exa. que fixe bem o que diz Vasco Graça Moura, e o que pensam os lusófonos cultos (portugueses, brasileiros e africanos de expressão portuguesa) desta que é a maior fraude da nossa História, nestes links:
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/o-que-os-portugueses-cultos-pensam-33885
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/o-que-os-brasileiros-cultos-pensam-8246
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/o-que-os-africanos-cultos-de-expressao-37150
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
A proposta partiu de Lara Martinho, deputada do Partido Socialista, oriunda da ilha Terceira (só podia ser!), eleita pelos Açores, para a Assembleia da República Portuguesa, talvez com este único intuito...
Que vergonha! Que disparate! Que falta de lucidez, senhora deputada!
Isto é inacreditável, vindo de uma “socialista”!!!! Isto só acontece num país com uma “costela” terceiro-mundista!
Como se este “divertimento”, do mais boçal que se possa imaginar, pudesse alguma vez ser elevado a património de alguma coisa! Só se fosse «Património Imaterial da Estupidez»! Basta olhar para a imagem e ver o nível “coltural” desta prática troglodita!!! Isto é mesmo de quem nunca saiu da toca, e desconhece os divertimentos cultos, civilizados e dignos de uma Humanidade evoluída.
O Movimento pela Abolição da Tauromaquia de Portugal (MATP) contesta a proposta da deputada Lara Martinho, do PS, eleita pelos Açores, para a Assembleia da República, que pretende incluir as “touradas à corda”, na lista de Património Cultural Imaterial.
No Comunicado emitido pelo MATP, pode ler-se: «Como se não houvesse mais nada de verdadeiramente útil para fazer em defesa da sua terra, os Açores, a deputada do Partido Socialista, Lara Martinho, da Ilha Terceira, propôs, na Assembleia da República, que a tourada à corda seja classificada como Património Cultural Imaterial de Portugal (…) Se esta pretensão já é má, péssima é a opinião do ministro que devia ser da Cultura, e que admitiu que tal seja possível».
Um ministro da Incultura Socialista, está-se a ver! Mas haverá alguém no seu juízo perfeito, que lhe passe pela cabeça, fazer desta prática, completamente imbecil, que anualmente causa, em média, mais de 300 feridos e por vezes mortos, património de alguma coisa?
Entretanto, na Internet, está a circular uma Petição Pública, que conta com cerca de três mil assinaturas, contra as touradas à corda. O MATP já se pronunciou negativamente sobre a referida proposta e é uma das organizações subscritoras da Petição que, entre outros assuntos, denuncia as intenções de se colocar esta prática medievalesca na lista do Património Cultural Imaterial!!! Para o MATP, as touradas, com corda ou sem corda, devem ser colocadas no seu devido lugar, ou seja, no caixote do lixo da História.
Só em entre Maio e Outubro de 2017, teve lugar, na ilha Terceira, um total de 215 touradas à corda. E isto, só por si, diz do monumental atraso civilizacional em que vive o povo terceirense, que se recusa a evoluir, numa ilha (a Terceira) que é a vergonha, a nódoa negra do Arquipélago dos Açores.
Isabel A. Ferreira
Fonte da notícia: Diário Insular, 16 de Janeiro de 2018.
Na entrevista feita pelo acordista Jornal Expresso a Luís Faro Ramos, presidente do “Camões” – Instituto da Cooperação e da Língua (mas qual língua?) li que fazer do Português uma das línguas oficiais da ONU é uma aposta estratégica do Governo (mas qual governo?). E esta foi uma das razões que levaram Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios dos Estrangeiros, a nomear pela primeira vez um diplomata para dirigir o instituto que tutela a língua e a cooperação.
E aqui colocam-se algumas questões: o tal “Camões” que agora é cooperador dos verdugos da Língua Portuguesa, nesta questão, estará a servir os interesses de quem? De Portugal, como Estado soberano e independente de influências estrangeiras, ou do Portugal subserviente aos interesses do Brasil?
É que a Portugal só interessa apresentar na ONU a Língua Materna Portuguesa, na sua versão culta e europeia, para não destoar das restantes Línguas Maternas cultas (algumas europeias) que fazem parte das línguas oficiais da ONU, a saber: o Inglês (de Inglaterra e não das ex-colónias); o Francês (de França e não das ex-colónias); o Chinês (o mandarim e não nenhum dos dialectos chineses); o Espanhol, (de Espanha e não das ex-colónias); o Árabe culto e não nenhuma das suas variantes; e o Russo, Língua Materna da Rússia e de vários outros países da Eurásia, e não nenhuma das suas variantes.
Ora não podemos apresentar na ONU outra língua que não seja a Língua Materna de Portugal, que é a Língua Portuguesa na sua versão falada e escrita, culta e europeia, e não na variante ortográfica brasileira que tem implicações com a oralidade (por exemplo, os que escrevem “direto” terão forçosamente de ler “dirêto”, sob pena de estarem a pronunciar mal o monstrinho ortográfico), e a qual andam a impingir aos Portugueses.
Sabemos que a aposta estratégica do Governo é a de apresentar à ONU a versão brasileira da Língua Portuguesa, no que respeita à ortografia, até porque foram os Brasileiros que tiveram a ideia primeiro, porque acham que eles são milhões, e nós, os outros escreventes e falantes lusófonos, que incluem os Angolanos, Moçambicanos, Timorenses, Cabo-Verdianos, São-Tomenses e Guineenses somos apenas milhares. Por isso, é tão importante para Santos Silva que os portuguesinhos aceitem o AO90 sem barafustar. A negociata passa por este detalhe. Por isso, o nosso ministro dos negócios DOS estrangeiros anda tão empenhadíssimo nesta negociata, e o “Camões” (quanto desprestígio para o Poeta!) ajuda a esta “missa (ão)”.
Portugal não pode impor-se internacionalmente com uma variante da Língua Portuguesa. Seria o desprestígio total. E penso que a ONU descartará essa possibilidade, a exemplo do que já fez o Vaticano: a Língua Portuguesa deixou de ser língua de trabalho na Cúria Romana, por ter perdido o seu cunho de língua culta europeia...
(Ler notícia aqui)
A SANTA SÉ FARTOU-SE DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/a-santa-se-fartou-se-do-acordo-22657
LUSOFONIA: BISPOS LAMENTAM SUSPENSÃO DO USO DA LÍNGUA PORTUGUESA NOS PROCESSOS DE CANONIZAÇÃO
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/lusofonia-bispos-lamentam-suspensao-do-48332
Seria uma vergonha, um país europeu impor-se internacionalmente com um dialecto mutilado, e não com a Língua Materna, como todo os outros.
Isabel A. Ferreira
Nota prévia:
Texto de Francisco José Papi, Brasil. Por questões de respeito ao autor foi mantida a coloquialidade do Brasil, sendo aqui e ali corrigida a ortografia, apenas porque este site não segue o acordo ortográfico e as palavras são corrigidas automaticamente.
Um texto que vale a pena ler até ao fim.
***
Resposta à pergunta de algumas pessoas:
Por que não vão cuidar das crianças…?
Questão interessante. Vamos ver se essa eu consigo responder de modo didáctico.
1) Quem faz esta pergunta admite que existem dois tipos de pessoas no mundo: As Pessoas Que Ajudam e as Pessoas Que Não Ajudam.
Além disso, admite também que faz parte das Pessoas Que Não Ajudam, afinal, do contrário, diria "Por que não me ajudam a defender as crianças com fome?", ou "Venham defender comigo as crianças com fome!", ou "Não, obrigada, vou defender as crianças com fome".
Então ela se coloca claramente através de sua escolha de palavras como uma Pessoa Que Não Ajuda.
É curioso, a Pessoa Que Não Ajuda não faz nenhum esforço para ajudar, mas, sim, para tentar dirigir as acções das Pessoas Que Ajudam. É bastante interessante. Se eu fosse até sua casa organizar sua vida financeira sob a alegação de que eu sei muito mais sobre administração familiar eu estaria interferindo, mas ela se sente no direito de interferir nas acções que uma pessoa resolve tomar para aliviar os problemas que ela encontra ao seu redor.
É uma Pessoa Que Não Ajuda, mas ainda assim quer decidir quem merece ajuda das Pessoas Que Ajudam e o nome disso é "prepotência".
2) Pessoas Que Ajudam nunca vão ajudar as "crianças com fome". Nem tampouco os "velhos", os "doentes" ou os "despossuídos". E sabe porquê?
Porque "crianças com fome" ou "velhos" ou qualquer outro destes é abstracto demais. Não têm face, não são ninguém. São figuras de retórica de quem gosta de comentar sobre o estado do mundo actual enquanto beberica seu uisquezinho no conforto de sua casa.
Pessoas Que Ajudam agem em cima do que existe, do que elas podem ver, do que lhes chama atenção naquele momento. Elas não ajudam "os velhos", elas ajudam "os velhos do asilo X com 50,00 reais por mês".
Elas não ajudam "as crianças com fome", elas ajudam "as crianças do orfanato Y com a conta do supermercado".
Elas não ajudam "os doentes", elas ajudam o "Instituto da Doença Z com uma tarde por semana contando histórias aos pacientes".
Pessoas Que Ajudam não ficam esperando esses seres vagos e difusos como as "crianças com fome" baterem na porta da sua casa e perguntar se elas podem ajudá-lo.
Pessoas Que Ajudam vão atrás de questões muito mais pontuais.
Pessoas Que Ajudam cobram das autoridades punição contra quem maltrata uma cadela indefesa sem motivo.
Pessoas Que Ajudam dão auxílio a um pai de família que perdeu o emprego e não tem como sustentar seus filhos por um tempo.
Pessoas Que Ajudam tiram satisfação de quem persegue uma velhinha no meio da rua.
Pessoas Que Ajudam dão aulas de graça para crianças de um bairro pobre.
Pessoas Que Ajudam levantam fundos para que alguém com uma doença rara possa ir se tratar no exterior.
Pessoas Que Ajudam não fogem da raia quando vêem QUALQUER COISA onde elas possam ser úteis. Quem se preocupa com algo tão difuso e sem cara como as "crianças com fome" são as Pessoas Que Não Ajudam.
3) Pessoas Que Ajudam são incrivelmente multitarefa, ao contrário da preocupação que as Pessoas Que Não Ajudam manifestam a seu respeito. (Preocupação até justificada porque, afinal, quem nunca faz nada realmente deve achar que é muito difícil fazer alguma coisa, quanto mais várias).
O facto de uma Pessoa Que Ajuda se preocupar com a punição de quem burlou a lei e torturou inutilmente um animal não significa que ela forçosamente comeu o cérebro de criancinhas no café da manhã. Não existe uma disputa de facções entre Pessoas Que Ajudam, tipo "humanos versus animais".
Geralmente as Pessoas Que Ajudam, até por estarem em menor número, ajudam várias causas ao mesmo tempo. Elas vão onde precisam estar, portanto muitas das Pessoas Que Ajudam que acham importante fazer valer a lei no caso de maus-tratos a um animal são pessoas que ao mesmo tempo doam sangue, fazem trabalho voluntário, levantam fundos, são gentis com os menos privilegiados e batalham por condições melhores de vida para aqueles que não conseguem fazê-lo sozinhos.
Talvez você não saiba porque, afinal, as Pessoas Que Ajudam não saem alardeando por aí quando precisam de assinaturas para dobrar a pena para quem comete atrocidades contra animais, que estão fazendo todas estas outras coisas, quase que diariamente. E acho que é por isso que você pensa que se elas estão lutando por uma causa que você "não curte", elas não estão fazendo outras pequenas ou grandes acções para os diversos outros problemas que elas vêem no mundo. Elas estão, sim. E se fazem ouvir como podem, porque sempre tem uma Pessoa Que Não Ajuda no meio para dar pitaco.
Então, como dizia meu avô, "muito ajuda quem não atrapalha". Porque a gente já tem muito trabalho ajudando pessoas e animais que precisam (algumas até poderiam ser chamadas tecnicamente de "crianças com fome", se assim preferem os que não ajudam).
De Francisco José Papi, Brasil, com a seguinte menção:
(Este texto pode e deve ser reproduzido) Escrito em 13.04.2005
Fonte:
http://animasentiens.com/resposta-pergunta-algumas-pessoas
Joselene Barreto é uma cidadã brasileira que, fazendo uma busca pela Internet, ao procurar informações sobre a Figueira da Foz, chegou ao até ao meu Blog e decidiu escrever-me a seguinte carta, com o título supracitado, a qual aqui transcrevo com a permissão dela, juntamente com a resposta que lhe dei.
E isto para dizer que vale a pena lutar por esta causa, neste Blog, porque as mensagens aqui transmitidas chegam longe, e fazem eco, não só no Brasil, mas em mais 103 países espalhados por todos os continentes.
Obrigada, Joselene.
A nódoa negra da Figueira da Foz, que diz do atrasado civilizacional desta cidade.
Carta de Joselene:
«Querida Isabel,
Não a conheço, mas li o que você escreveu sobre as touradas em Portugal e no mundo. É realmente uma coisa que muito me entristece. Parabéns pela coragem de levantar essa bandeira.
Sou brasileira, neta de portugueses nascidos em Porto e em Braga, e casada com um Português nascido em Esposende. Tenho orgulho que a região onde eles nasceram não participa desse horrendo massacre contra os touros.
Aqui no Brasil também praticam o tal do “rodeio”. Uma festa horrível, de origem norte-americana, onde os bois, novilhos e cavalos são tratados como lixo. No sul, Estado de Santa Catarina, na parte colonizada pelos portugueses dos Açores, praticam a tal Farra do Boi. Pesquise na internet e verá quão horrível é (nem tenho coragem de lhe contar, tamanho o sofrimento dos animais).
Eu e meu marido estamos pensando em voltar para Portugal, mas como moramos à beira mar, na cidade de Santos, litoral do Estado de São Paulo, gostaríamos de em Portugal também morar à beira mar. Por isto escolhemos a cidade de Figueira da Foz, no Distrito de Coimbra.
Mas qual foi a minha surpresa de, ao viajar virtualmente em Figueira da Foz através do Google Maps, me deparar com uma construção enorme, redonda, tipo um coliseu, e descobrir que se tratava de uma Praça de Touros.
Foi assim que cheguei até você. Pesquisando sobre touradas em Figueira da Foz e em todo o Portugal.
Achei a cidade muito bonita, mas fiquei com muita raiva do povo de lá acolher esse tipo de horror.
Isabel, você acha possível, uma vez que nos mudemos para Figueira da Foz, fazer alguma coisa contra essas touradas? Você teria alguma idéia? Também como posso fazer para me engajar com você nessa sua luta, uma vez morando em Figueira?
Como a polícia portuguesa trata os manifestantes a favor dos direitos dos animais, uma vez que o próprio governo dos municípios é a favor das touradas? Há violência polícia x manifestantes e até adeptos das touradas?
Você já pensou em pedir auxílio a alguma organização internacional para, “juntos”, ganhando forças, conseguirem “engatinhar”, e “começar” a conseguir algum resultado contra essa velhacaria? Pensei na Mercy for Animals, mais relacionada a animais do campo (gado).
Não conseguirei morar em Figueira e sempre passar à porta da Praça de Touros, apenas achando ruim, mas sem fazer nada contra.
Muito obrigada por sua atenção
Aguardo sua resposta. Não queria desistir de mudar-me para Portugal.
Bjs,
Josie (Joselene Lacerda de Oliveira Barreto)
Santos – SP/ Brasil»
***
A minha resposta:
Querida Joselene,
Agradeço a sua mensagem, que me tocou profundamente.
Não nos conhecemos, mas tal não é obstáculo para que estejamos em sintonia.
Realmente, as touradas são uma prática horrorosa, que envergonha a Humanidade do século XXI depois de Cristo.
É muito triste viver num país, embora seja o meu país, onde estes costumes bárbaros ainda se mantêm enraizados, por culpa de governantes incultos, portadores de um descomunal atraso civilizacional.
Eu nasci em Portugal, mas fui para o Brasil com dois anos, passei a minha infância, adolescência e juventude, cá e lá, e quase toda aminha família é brasileira, portanto podemos considerar-nos irmãs.
Sei que no Brasil também praticam o chamado “rodeo” e as hediondas vaquejadas, com grande sofrimento para os animais. Tenho lutado também pela abolição dessas práticas importadas dos EUA. Conheço também a idiota Farra do Boi, uma prática oriunda dos Açores, onde ainda se praticam, em algumas ilhas, as imbecis touradas à corda, as quais conspurcam o belo Arquipélago dos Açores. Luto pela abolição de todas estas monstruosidades.
Fico feliz por o Porto, Braga e Esposende não estarem no rol dos municípios atrasados civilizacionalmente. Eu nasci em Ovar, uma cidade do Distrito de Aveiro, que também está limpa do lixo tauromáquico. Podemos orgulhar-nos das nossas terras de origem.
Em Portugal, existem 308 municípios e, destes, apenas cerca de 40 são medievalescos. Entre eles, infelizmente está a Figueira da Foz, uma bonita cidade, sim, mas manchada de lixo tauromáquico, com uma arena de tortura activa, que diz do atraso civilizacional da cidade.
Mas querida Joselene, existem muitas cidades à beira-mar, livres de touradas, no Norte do País e também no Sul.
Na região de Esposende, por exemplo, terra do seu marido, existem belas praias e lugares paradisíacos para se viver, como Ofir, Belinho, Apúlia, e mais a norte, na região de Viana do Castelo (única cidade portuguesa que se declarou anti-tourada) existem sítios maravilhosos para morar, como Areosa, Vila Praia de Âncora, Afife, Moledo.
Mais para Sul, temos também lindas cidades à beira-mar, como Espinho. E no Concelho de Ovar, na zona da Ria, existem belas vivendas com vista para a própria Ria. Um lugar de sonho.
Não precisa de fixar-se numa cidade que, na época tauromáquica, suja-se com cartazes horrorosos, de propaganda à tortura de Touros e Cavalos.
Há muito tempo, vários grupos anti-tourada e pessoas como eu, individualmente, lutam pela Abolição da Selvajaria Tauromáquica, porque tal prática não passa disso mesmo. Todos os anos fazem-se manifestações na Figueira da Foz e nas restantes cidades atrasadas, para que os governantes evoluam e acabem com esta vergonhosa actividade medievalesca, que não passa de um insulto à civilização.
Não temos tido o sucesso desejado, embora cada ano que passa as touradas têm diminuído bastante, bem como também o número de adeptos, porque não estamos a lidar com pessoas normais. É gente completamente alienada, que optou pela ignorância, pois todos sabemos que a tauromaquia assenta em três bases: ignorância, estupidez e mentiras que, repetidas ao longo de séculos, tornaram-se verdades falaciosas para os que se recusam a evoluir.
Uma vez que escolha a Figueira da Foz para morar, como poderá fazer alguma coisa contra as touradas ou como se engajar comigo nesta luta? Boa pergunta.
Poderá fazer o que nós fazemos: insistir junto às autoridades locais e governo central para que acabem com esta prática que envergonha a Humanidade e Portugal, diante do mundo civilizado.
A abolição desta selvajaria não está longe de acontecer. Já faltou mais. Porém, antes de limparmos os municípios deste lixo, temos de limpar a Assembleia da República Portuguesa dos deputados do PS, PSD, CDS/PP e PCP que, inacreditavelmente, estão lá para servir o lobby tauromáquico e não os interesses cultos do País. E isso é mais difícil de conseguir porque eles sentaram-se naquelas cadeiras com cola no fiofó. E a abolição passará por uma lei que acabe com este vergonhoso atraso civilizacional.
Quando há manifestações, a polícia portuguesa está claramente a favor dos carrascos dos animais e não a favor dos manifestantes que são pelos Direitos dos Animais, uma vez que os torturadores têm a lei pelo lado deles: é que em Portugal há uma lei retrógrada que permite que se torture Touros e Cavalos nas arenas, para divertir sádicos, porque os Touros e Cavalos não são considerados animais como os Cães e os Gatos, aliás, em Portugal, apenas os Cães e os Gatos são considerados animais, e têm uma lei que os protege, desde que não sejam “artistas” dos circos, ou de corridas. De resto, todos os outros animais, domésticos ou selvagens, podem ser exterminados, em Portugal, à vontade da crueldade dos seus criadores, caçadores e psicopatas.
Agora, raramente há violência nessas manifestações, em Portugal, exclusivamente porque os manifestantes animalistas rejeitam a violência, o que já não acontece com os torturadores que, sendo adeptos da tortura, por vezes, tentam atropelar-nos ou atacar-nos como atacam os Touros: cobardemente. Já aconteceu.
Quanto a pedir auxílio a estrangeiros, nós trabalhamos em conjunto com algumas organizações de Espanha, México e sul-americanas, no sentido de pressionar os governos dos respectivos países. Em Espanha, México, Equador, Peru e Bolívia tem-se conseguido óptimos. Portugal está mais atrasado, aliás como em quase tudo, porque mais atrasados têm sido os seus governantes, desde há muito tempo. Mas lá chegaremos.
Compreendo que não vá sentir-se bem morando na Figueira da Foz e ter de passar à porta da Praça de Touros, apenas achando ruim, mas sem fazer nada contra. É terrível esse sentimento.
Mas como lhe disse, se escolheu a Figueira da Foz apenas por ser uma cidade bonita e não por motivos de trabalho ou outros, há bastantes cidades bonitas, à beira-mar, livres do lixo tauromáquico, para nela poderem viver tranquilamente e civilizadamente.
Desde já lhe digo que lutar contra blocos de cimento armado não é nada fácil. Temos a certeza de que um dia esses “blocos” cairão como tordos, porque um dia é da caça e outro do caçador. Sempre foi e sempre será assim.
Não desista de Portugal. É um país lindo e maravilhoso para se viver, desde que não seja em cidades conspurcadas com lixo tauromáquico e atrasadas civilizacionalmente.
Espero ter-lhe sido útil.
Beijinhos, Joselene,
Isabel A. Ferreira
***
Entretanto, recebi, hoje, uma mensagem da Joselene, a dizer o seguinte:
«Primeiramente gostaria de agradecer por sua resposta. Ela foi elucidativa a ponto de eu e meu marido desistirmos totalmente de nos mudarmos para Figueira da Foz. Como mencionou, há outros destinos em Portugal, provavelmente até mais lindos do que Figueira da Foz (que, à primeira vista, apenas virtualmente, pareceu-me linda)». (Joselene)
Sim, a Figueira da Foz é apenas virtualmente linda. Nenhuma cidade é plenamente linda, quando promove a selvática tortura de Touros e Cavalos.
Um dia, a Figueira da Foz libertar-se-á deste estigma, e tornar-se-á uma cidade realmente linda e digna de albergar cidadãos cultos e civilizados, quando assim o quiserem, os governantes. (IAF)
É assim que o touro passa os seus últimos segundos de vida: em terrível agonia. Tudo isto enquanto o assassino se orgulha do seu crime.
As imagens são tão HORRÍVEIS que o vídeo ficou indisponível. Os tauricidas não querem que se veja como eles, cruelmente, matam ao Touro.
Estas criaturas medíocres, que se vangloriam do acto exterminador cometido, não podem ser julgadas, porque não se encaixam em nenhum adjectivo qualificativo, são criaturas absolutamente desprezíveis que ofendem a espécie humana com tamanha demonstração de crueldade para com este animal inofensivo, inocente e indefeso, que eles torturam até à morte, neste hipotético “espectáculo”, onde a única coisa que sobressai é o pérfido instinto que essas criaturas das trevas exibem, o instinto assassino que nidifica nessas mentes cruéis, maléficas, irracionais.
Parem de matar por pura diversão, não vêem que estão a condenar-se? Um dia terão de prestar contas por estes cruéis assassinatos. Respeitem e amem os animais, que também são uma criação de Deus. Devemos aprender a conviver com eles harmoniosamente, num mundo de paz, sem violência e onde a igualdade seja posta em prática.
Isabel A. Ferreira
Extraordinário filme, inspirado no livro "A História de Ferdinand", de Munro Leaf e Robert Lawson, que conta a história de um Touro, que não é mais do que um bovino, um herbívoro manso, um pacífico ruminante, que não nasceu para touradas. Nem pouco mais ou menos.
As críticas que os tauricidas fazem ao filme são a maior prova da grandeza do filme, que desmonta o mito de que o Touro nasceu para ser toureado.
António Lorca, um “crítico tauromáquico” espanhol escreveu no jornal “El País” um texto onde demonstra o MEDO da verdade que Ferdinando encerra e que criará nas crianças e adultos uma REPULSA por esta prática troglodita, e uma descomunal IGNORÂNCIA acerca do que é ser bovino.
Disse ele: “Ferdinando recusa o seu destino de touro bravo (como se o Touro fosse um animal feroz, um carnívoro que precisa da sua ferocidade para sobreviver!) como se a galinha pudesse renunciar a pôr ovos, o cão a andar em quatro patas ou o leão a perseguir e devorar um gnu (esqueceu-se o António Lorca que é da galinha pôr ovos, é do cão andar em quatro patas, é do leão perseguir e devorar gnus, e é do touro pastar pacificamente num prado). A mensagem do filme é profundamente antinatural” conclui o Lorca (o que é antinatural é um herbívoro, que não tem nenhuma razão existencial para ser agressivo, ser obrigado a sê-lo porque um bando de cobardes o tortura e provoca, e ele tem de defender-se dessas investidas cruéis. E isso é que é antinatural).
Quanta ignorância!
Aliás, podemos acrescentar que a tauromaquia é toda ela assente na mais profunda ignorância e numa infinita estupidez.
O que vale é que as crianças não são estúpidas e saberão que é antinatural tourear um bovino que gosta de pastar nos campos.
Um filme que se recomenda, por contar a VERDADE acerca dos touros, e por estar dobrado em Bom Português.
Isabel A. Ferreira
Novo executivo diz “respeitar todos os seres vivos”, no que faz muito bem, pois o tempo é de evolução, não, de retrocesso.
Aparentemente, a notícia é boa.
Foto: O Mirante
A União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho tornou-se (…) a primeira freguesia do concelho de Vila Franca de Xira a admitir publicamente que não quer garraiadas – e consequentemente também touradas – nas festas da cidade. A opinião foi dada sem medos pelo presidente da Junta, Carlos Gonçalves (CDU), durante a última Assembleia de Freguesia, realizada no lugar de A-dos-Potes.
“Respeitamos todos os seres vivos e rejeitamos a violência pela violência. Não somos contra essas tradições, respeitamo-las, mas não a promovemos. Não haverá garraiadas nas festas de Alverca”, informou o autarca, depois de questionado sobre o assunto pela bancada do Bloco de Esquerda. A informação não suscitou oposição por parte das restantes bancadas. Já nas edições anteriores das festas da cidade as garraiadas foram sempre motivo de discórdia entre alguns moradores, sendo um tema fracturante. De um lado há quem defenda que a cidade não deve organizar garraiadas ou touradas porque nunca teve tradição tauromáquica tão forte como Vila Franca de Xira – quem tem inclusive uma praça de toiros – e do outro quem entenda que se trata de um único concelho e por isso as raízes tauromáquicas devem prevalecer e ser promovidas.
O autarca informou também que a organização das festas da cidade é complexa e que a junta de freguesia não pretende correr o risco de as organizar, admitindo abrir um concurso para que seja o movimento associativo local a organizar, como aconteceu no passado, pela mão da Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense (SFRA).
“Vamos meter ao dispor do movimento associativo a organização das festas da cidade. Esperemos que a SFRA queira voltar a organizá-las porque fizeram um excelente trabalho. A junta não tem capacidade para isso nem as organizará”, explicou o autarca.
Fonte:
https://omirante.pt/politica/2018-01-02-Alverca-nao-quer-garraiadas-nem-touradas-nas-suas-festas
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Aparentemente, a notícia é boa.
Resta saber se a Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense (SFRA) tem o mesmo pensar do autarca Carlos Gonçalves, no momento de organizar as festas da cidade.
Só depois de ver, acredito, porque ali pelo meio há um não ser contra e um respeito por essas tradições que em nada dignificam o ser humano e as cidades que as promovem ou respeitam.
«Respeitar todos os seres vivos» passa obrigatoriamente pelo não-respeito pelo desrespeito que essas práticas trogloditas (que nada têm a ver com tradição, mas com costumes bárbaros) têm pelos seres vivos.
Aguardemos, pois.
Isabel A. Ferreira
É tempo de abolir estas práticas sanguinárias, vampirescas, repugnantes, trogloditas.
Enquanto Portugal as mantiver, é um país civilizacionalmente atrasado, ainda com gente muito atrasada dentro, quer gostem ou não gostem os governantes.
Hoje fiquemo-nos pela repulsiva prática de cravar ferros afiados no dorso dos Touros
Origem da foto:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=409377675811633&set=o.228974020492136&type=3&theater
«As bandarilhas não são instrumentos culturais, são instrumentos para torturar bovinos e devem ser banidas sem qualquer reserva por violarem a dignidade de seres humanos e animais.
Não, os touros não têm pontos de encaixe, nem zonas onde doa menos... As bandarilhas são cravadas na pele, nos músculos, dilaceram as vitimas a cada movimento, provocam hemorragias incuráveis, que ninguém sequer pensa em tratar... as bandarilhas são inqualificáveis instrumentos de tortura de bovinos inocentes.
Juventude anti-tourada Portugal & Mundo Depois, ainda se segue o momento de as arrancar da pele e da carne das desgraçadas vítimas!, que é das partes do “espectáculo” que não está abrangido pelo preço do bilhete, que não mostram a ninguém e quase ninguém vê, quase ninguém ouve.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=592923337450020&set=a.375919462483743.89580.373933776015645
«O arrancar das farpas na "corrida à portuguesa" na RTP
É um dos actos ocultos das cruéis torturas feitas aos bovinos nas touradas. Um novo corte, feito à navalhada, com total indiferença à dor provocada, sem anestesiantes ou curativos. A seguir os animais esperam, são encaminhados numa viagem para a morte num matadouro, viagem e espera que podem tardar vários dias e longas distâncias.
Não, claro que não preferimos que o touro seja morto na arena, muito pelo contrário: os touros não devem ir às arenas. E não deve continuar a excepcional tolerância legal a que sejam espetados com farpas ou com quaisquer outros instrumentos ou humilhações para divertimento de público. Não há motivo para que tais absurdos sejam tolerados, muito menos promovidos a actividade decente, quando está à vista que não o é.
Até quando vamos continuar a permitir que a estação de televisão de todos nós continue ao serviço da tauromaquia?
(…)
Fonte:
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«O Horror do Arrancar das Farpas Contado por um Aficionado»
«João Dias de Sousa um dos proprietários da empresa NEPTAL – Nova Empresa da Praça de Touros de Alcochete, Lda., relatou ao Infocul o horror porque passam os bovinos quando lhes arrancam as bandarilhas no final das touradas.
Afirma João Dias de Sousa e citamos:
“Quando regressei da Bélgica após 20 anos de estadia naquele país, e por causa do falecimento do meu Pai, decidi vir morar para a nossa casa de família em Alcochete (e muito infelizmente vir trabalhar para Portugal). Ainda assisti a várias corridas de toiros e gostando muito de cavalos gosto também de ver a sua magnífica e arrojada actuação numa corrida. Uma tarde, depois de toda a gente ter saído da praça – e como eu, para além de sócio fui durante muitos anos o presidente da Assembleia Geral da NEPTAL, tinha (e tenho) a chave da praça de toiros – regressei à praça após uma corrida e vi uma coisa horrível, que nenhum “aficionado” vê normalmente, que foi o retirar das bandarilhas de um dos toiros (talvez o último a ser “corrido”). O pobre animal estava encurralado entre paredes e entre traves, atado pelos cornos e a gritar, mugir, uivar intensamente enquanto um homem lhe arrancava a frio umas quantas bandarilhas.
Nunca tinha pensado em tal situação. Como na altura fazia parte de um “blogue” de Alcochete, contei a história e sugeri que os animais, aquando desta inevitável situação, fossem anestesiados localmente (pois há um veterinário presente em cada corrida de toiros) antes das bandarilhas lhes serem arrancadas. Acho que não há nada de mau nem de mal nesta sugestão, mas mesmo assim, recebi tantas críticas, muitas delas extremamente desagradáveis, que decidi nunca mais assistir a uma corrida de toiros. Por esta razão, quando a minha mãe faleceu e que a quota original do meu Pai (os tais 10%) ficou registada em meu nome na Conservatória de Alcochete, pu-la imediatamente à venda”.”
Mais palavras para quê?
Afinal este aficionado só vem reiterar o que os abolicionistas estão fartinhos de afirmar, ou seja, que tudo na tauromaquia é bárbaro e cruel e só mesmo mentecaptos podem considerar que semelhante aberração é arte!
Prótouro
Pelos touros em liberdade
Fonte:
https://protouro.wordpress.com/2017/12/23/o-horror-do-arrancar-das-farpas-contado-por-um-aficionado/
ANDO A DAR MURROS NA MESA…
Façam o mesmo.
É nosso dever RESISTIR, INSISTIR e EXIGIR que o Presidente da República cumpra o seu DEVER de Chefe de Estado, que não é apenas o de andar a tirar selfies, ou servir à mesa, ou brincar aos carrosséis, ou distribuir beijinhos e abraços. Se isto é demonstração de afectos, algo que não consta no rol oficial dos deveres de um Chefe de Estado, por que não demonstra afecto também pela Língua Oficial Portuguesa, que está a ser destruída vergonhosamente, em nome de uma ignorância crassa?
Nos jornais online que, servil e cegamente, adoptaram a ortografia brasileira, disfarçada de AO90, e escrevem incorrectamente a Língua Portuguesa, Língua Oficial de Portugal, independentemente do assunto que a notícia tratar, e em todas as notícias em que se louva o AO90, deixo-lhes um comentário a lembrar que, por enquanto, Portugal é um País europeu. Por enquanto. Porque, por este andar, perderá a sua europeidade.
E para quem não sabe, ou anda muito mal informado, ou optou pela ignorância, deixo aqui uma INFORMAÇÃO ÚTIL, baseada na Lei vigente, e não no simples querer de uns tantos serviçais:
1 - O Acordo Ortográfico 1990 não tem validade internacional. A assinatura (em 1990) do texto original tem repercussões jurídicas: fixa o texto (e os modos como os signatários se vinculam), isto segundo o Artº 10º da Convenção de Viena do Direito dos Tratados. Por isso, não podia ser modificado de modo a entrar em vigor com a ratificação de apenas 3 países, sem que essa alteração não fosse ratificada por unanimidade! Ainda há meses Angola e Moçambique invocaram OFICIALMENTE a não vigência do acordo numa reunião OFICIAL e os representantes OFICIAIS do Brasil e do capataz português dos brasileiros, meteram a viola no saco. Ora, para um acordo internacional entrar em vigor em Portugal, à luz do Artº 8º da Constituição da República Portuguesa, é preciso que esteja em vigor na ordem jurídica internacional. E este não está!
2 - O AO90 é uma burla à Lei Constitucional e aos princípios elementares da Democracia e do Estado de Direito. O falso AO90 faz parte da má-fé de uma facção mafiosa que se infiltrou nos partidos políticos, com o objectivo de destruir a identidade portuguesa.
3 - Quem utiliza o AO90 ou está mal informado, ou é mal formado, ou nada sabe da evolução das Línguas, ou é ignorante por opção.
4 - Entre outras monstruosidades, o AO90 viola o princípio da igualdade dos Estados...
5 - AO, nem sequer está em vigor. Trata-se de um tratado internacional que prevê nas respectivas clausulas que só poderá entrar em vigor depois de ser ratificado por todos os Estados Contratantes. Moçambique e Angola ainda não o fizeram. Logo, por via do art.º 16/3 da Constituição, as normas do tratado sobrepõem-se a qualquer norma legal interna portuguesa. Consequentemente, por força da tal cláusula, o AO não pode entrar em vigor. Porém, podemos ir mais além: o que existe é uma norma interna que aplica regras de um tratado que não está em vigor. Se não está em vigor, a tal clausula nem sequer se aplica. O que existe, portanto, é a Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 17, de 25 de Janeiro de 2011, determina a aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, a partir de 1 de Janeiro de 2012, ao Governo e a todos os serviços, organismos e entidades na dependência do Governo, bem como à publicação do Diário da República. Uma resolução que, no fundo, determina a aplicação de algo que é juridicamente inexistente.
Pois aqui fica esta informação útil, para que o Senhor Presidente da República Portuguesa, cujo site oficial está impregnado de grosseiros erros ortográficos (como é isto possível?) aja em conformidade com o seu dever de Chefe de Estado, e recomende ao Governo Português que devolva a Portugal a ortografia portuguesa, ilegalmente substituída pela ortografia da ex-colónia brasileira.
Basta de insultar a inteligência dos Portugueses!
Isabel A. Ferreira