Eu nem fico contente, nem triste, com a morte de um toureiro na arena. Não comemoro, mas também não choro. É-me indiferente. Quem ataca touros habilita-se a ser agredido, porque é dos animais, quer sejam humanos ou não humanos, defenderem-se instintivamente, quando são atacados.
Um toureiro ataca o Touro porque é sádico, psicopata. O Touro investe sobre o toureiro porque tem o direito de se defender do ataque do seu carrasco.
Por isso, lamentar que morte? A do Touro, obviamente, que não foi para arena por sua livre e espontânea vontade, e porque o Touro não é carrasco, nem cobarde, nem cruel.
Num artigo intitulado «Mortes e feridos nas Praças de Touros» o professor açoriano Teófilo Braga aborda este tema, a propósito da morte do toureiro basco Iván Fandiño, de trinta e seis anos, no passado dia 17 de Junho, no sudoeste de França.
Refere o autor que Fandiño «matava touros, para divertimento de seres pouco humanos, desde os 14 anos de idade. O toureiro foi atingido pelo corno de um touro quando já estava no chão durante uma tourada em Aire-sur-l'Adour».
«De acordo com a agência de notícias EFE, no século XX, morreram 138 profissionais da tauromaquia devido a sofrimentos sofridos nas arenas.
A morte de toureiros não impressiona muito os adeptos da tauromaquia, pois para estes não há bela sem senão, isto é, não há beleza na tauromaquia se aqueles não colocarem em risco as suas vidas.
Os opositores das touradas não reagem de forma uniforme. Com efeito, se há alguns que se regozijam com as mortes, há outros que lamentam o facto e usam-no como um dos argumentos para combater as touradas.
Em relação ao número de mortes, Fernando Alvarez, doutor em biologia pela Universidade de Tulane (E.U.A.), autor do livro “La Verdade Sobre los Toros” não nega que não haja risco, mas considera-o muito baixo, pois os toureiros estão muito bem informados acerca dos handicaps físicos do touro, em termos de visão, que “não vê ou só vê um vulto entre meio metro e um metro de distância e que ataca sobretudo o que está mais perto e em movimento”.
O mesmo autor refere que os toureiros não têm qualquer razão para se vangloriarem dos seus pretensos feitos já que, segundo as estatísticas, muito maior risco correm as pessoas que trabalham nas minas, nos transportes e na construção civil”.
Não me incluo nos que ficam contentes quando alguém fica ferido ou morre numa tourada porque o que desejo é que não haja derramamento de sangue, nem abuso de animais, nem mortes nas praças ou nos matadouros, “às escondidas”, depois das touradas. Teófilo Braga (Correio dos Açores, 31305, 15 de agosto de 2017, p.8).
De acordo com a agência de notícias EFE, no século XX, morreram 138 profissionais da tauromaquia devido a sofrimentos sofridos nas arenas.
A morte de toureiros não impressiona muito os adeptos da tauromaquia, pois para estes não há bela sem senão, isto é, não há beleza na tauromaquia se aqueles não colocarem em risco as suas vidas.
Os opositores das touradas não reagem de forma uniforme. Com efeito, se há alguns que se regozijam com as mortes, há outros que lamentam o facto e usam-no como um dos argumentos para combater as touradas.
Em relação ao número de mortes, Fernando Alvarez, doutor em biologia pela Universidade de Tulane (E.U.A.), autor do livro “La Verdade Sobre los Toros” não nega que não haja risco, mas considera-o muito baixo, pois os toureiros estão muito bem informados acerca dos handicaps físicos do touro, em termos de visão, que “não vê ou só vê um vulto entre meio metro e um metro de distância e que ataca sobretudo o que está mais perto e em movimento”.
O mesmo autor refere que os toureiros não têm qualquer razão para se vangloriarem dos seus pretensos feitos já que, segundo as estatísticas, muito maior risco correm as pessoas que trabalham nas minas, nos transportes e na construção civil”.
Não me incluo nos que ficam contentes quando alguém fica ferido ou morre numa tourada porque o que desejo é que não haja derramamento de sangue, nem abuso de animais, nem mortes nas praças ou nos matadouros, “às escondidas”, depois das touradas» conclui Teófilo Braga.
(in Correio dos Açores, 31305, 15 de Agosto de 2017, p.8)
Fonte:
Isto é absolutamente bárbaro e cruel, e é inconcebível que as autoridades locais nada façam para impedir uma tal impiedade. Nem sequer os padres das paróquias locais têm a hombridade de gritarem alto, nas homilias, que isto não é coisa de católicos, mas sim de diabólicos.
Uma prática selvática perpetrada por selváticos.
Os Galináceos são seres vivos sencientes e inteligentes, mais sencientes e inteligentes do que este povo rude de Várzea de Meruge…
FORÇA, PAN! (I.A.F.)
Foto: Orhan Senol / EyeEm
«O PAN - Pessoas-Animais-Natureza pretende impedir a prática da "morte do galo", anunciada para as festas do Santíssimo Sacramento, em Várzea de Meruge, no concelho de Seia, de 8 a 11 de Setembro.
Em comunicado divulgado esta terça-feira, o PAN refere que a prática, em que o galo "é agredido sucessivamente com um pau até morrer", foi denunciada junto do Ministério Público, da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e da Câmara Municipal de Seia, no distrito da Guarda.
Segundo o PAN, a prática, apresentada no programa das festas "na qualidade de actividade de entretenimento", ocorrerá a 11 de Setembro no recinto da festa, junto à Casa do Povo de Várzea de Meruge, "local onde um galo é preso perante a assistência ao mesmo tempo que são vendadas as pessoas que se inscrevem para participar" no "'jogo'".
"Estas pessoas são chamadas uma a uma, tendo na sua posse um pau com o qual é suposto desferirem pauladas sucessivas até que o galo morra. O galo é consecutivamente agredido com o pau, agonizando lentamente fruto dos ferimentos, até que alguém finalmente o consiga matar. Quem conseguir por fim matar o galo ganha-o como prémio", explica a nota enviada à agência Lusa.
O PAN considera que esta prática "é ilegal e não cumpre o disposto no artigo 1.º da Lei n.º 92/95 de Setembro", que refere serem proibidas "todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes em, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal".
Segundo a fonte, também o Código Civil refere que os animais "são seres vivos dotados de sensibilidade e objecto de protecção jurídica em virtude da sua natureza" e que o proprietário de um animal "deve assegurar o seu bem-estar e respeitar as características de cada espécie e observar, no exercício dos seus direitos, as disposições especiais relativas à criação, reprodução, detenção e protecção dos animais e à salvaguarda de espécies em risco, sempre que exigíveis".
Acrescenta que "o direito de propriedade de um animal não abrange a possibilidade de, sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus-tratos que resultem em sofrimento injustificado, abandono ou morte".
O PAN alertou ainda o Ministério Público, a DGAV e a Câmara Municipal de Seia para o incumprimento da regulamentação estabelecida para o abate de animais, "uma vez que o galo é preso pelas patas e morto à 'paulada'".
"Pedimos a intervenção urgente para que se impeça este jogo anacrónico, digno da época medieval, uma prática aterradora e atentatória do bem-estar animal que contraria claramente a legislação aplicável", refere no comunicado André Silva, deputado do PAN.»
Fonte:
As pessoas que convivem com animais não-humanos têm algo em comum: um amor profundo por eles. Um sentimento que não pode ser explicado e que, infelizmente, (ainda) muitas pessoas não podem entender, porque nunca o experimentaram.
E quem não gosta de animais não-humanos, também não gosta de animais humanos. Mas quem gosta de animais não-humanos, inevitavelmente, gostará dos animais humanos.
Os nossos amigos e companheiros do dia-a-dia sentem um amor incondicional pelos seus donos, sem esperar nada em troca, e não há como resistir a tanto amor.
Origem da imagem: Internet
São Francisco de Assis, bem como a Madre Teresa de Calcutá também sentiam esse amor profundo pelos animais. São Francisco considerava-os seus irmãos. Madre Teresa deixou-nos uma declaração de amor a eles.
«Por que amar os animais?
Porque dão tudo sem pedir nada. Porque frente ao poder do homem que conta com armas, eles são indefesos.
Porque são eternas crianças, não sabem nem de ódios, nem de guerras. Porque não conhecem o dinheiro e contentam-se apenas com um tecto onde se refugiar do frio.
Porque se fazem entender sem palavras, porque o seu olhar é tão puro como a sua alma.
Porque não sabem nem de invejas, nem de rancores, porque o perdão é algo natural neles. Porque sabem amar com lealdade e fidelidade. Porque dão a vida sem ter de ir a uma luxuosa clínica. Porque não compram amor, simplesmente o esperam e porque são nossos companheiros, eternos amigos que nunca traem. Porque estão vivos.
Por isso e mil coisas mais, eles merecem o nosso amor. Se aprendermos a amá-los como eles merecem, vamos estar mais perto de Deus”.
Madre Teresa de Calcutá
***
Os Pais devem ensinar os filhos a respeitar os animais
Ser bons pais implica mil e uma pequenas coisas, mas sobretudo implica incutir nas crianças valores humanos e bons princípios. E como é que isso se consegue sem neles (nos princípios) incluir o respeito por todos os animais que connosco partilham o mesmo Planeta?
Desta forma evitará que o seu filho se torne um adulto vazio de sentimentos como a empatia, a compaixão, a solidariedade, necessárias a uma vida mental e emocionalmente saudável.
Pense que, para o seu filho, você é um modelo a seguir. Na etapa de crescimento das crianças, elas tendem a imitar os pais. É por isso que você deve aproveitar esse período para ensinar aos seus filhos que é fundamental não fazer aos outros o que não gostaria que fizessem a si, sejam esses outros humanos ou não-humanos. Todos somos Vida, e a Vida é tão importante para nós como é para os restantes animais, tão animais como nós, em todos os sentidos: biológico, emocional, sentimental. Só quem nunca conviveu com animais é que não sabe disto. E a Ciência, aqui, nem sequer é necessária.
Desta forma, os seus filhos crescerão mentalmente saudáveis e serão adultos responsáveis, educados nos valores humanos e respeito pela Vida, logo, seres humanos válidos para a sociedade.
É que como dizia Mahatma Gandhi… «A grandeza de um país e do seu povo pode ser medida pela maneira como trata os seus animais».
E Portugal é um país sem grandeza alguma, pois mantém práticas desumanas, cruéis e violentas contra todas as espécies de animais, apesar da existência de uma Lei que pouco significado tem na prática, porque uns animais são mais animais do que outros.
E isso diz da pequenez dos políticos que nos governam.
Reflictam nisto.
Texto adaptado de:
https://meusanimais.com.br/conheca-mensagem-madre-teresa-calcuta-amor-pelos-animais/
Aconteceu no campo pequeno (Lisboa) cidade que ainda não se libertou do atraso civilizacional em que está mergulhada.
«Por coisas assim é que a GNR não aceita queixas sobre maus tratos e até dá uma ajudinha em locais como Benavente…» (Ana Macedo)
Benavente… e não só…
Que autoridade?????
Assinem a petição:
Punição para os responsáveis pelos eventos ilegais nas festas de Benavente
http://peticaopublica.com/psign.aspx?pi=PT86130&fref=gc
Porque a insanidade e o sadismo não fazem parte de uma sociedade que se quer saudável, limpa e humana, aqui deixo alguns elementos para reflexão, principalmente dos governantes, que teimam em manter uma lei completamente insana, onde a crueldade, a violência e a tortura de seres vivos são permitidas, unicamente para encher os bolsos de trogloditas e divertir “gente” com graves deformações mentais.
Isto não é da Civilização, nem da Cultura, nem da Humanidade.
Por isso, nós, os anti-tourada, não nos calamos:
Seja esse outro um ser humano ou um ser não humano. O sofrimento é o mesmo.
E por fim, aquela máxima que, se todos os seres humanos seguissem, o Planeta Terra seria um verdadeiro Paraíso.
Pensem nisto, senhores governantes, únicos culpados do caos social, cultural e educacional em que Portugal está mergulhado.
E vós, Portugueses, abri os olhos, e nas próximas eleições autárquicas penalizem quem tanto tem penalizado o nosso país.
Isabel A. Ferreira
Aconteceu ontem na Figueira da Foz.
Mais um cavalo colhido numa tourada em Portugal.
E o cobarde montador tauromáquico, ao qual isto tem acontecido demasiadas vezes, fugiu, uma vez mais.
Felizmente, a tauromaquia já está em forte declínio e as touradas vão acabar.
Mas quantos mais Touros e Cavalos vão ter de ser sacrificados à estúpida brutalidade humana antes disso?
Fonte:
Isto era no tempo em que a Lucidez tinha algum peso na política.
Hoje, a Lucidez anda emigrada por lugares longínquos, nem se sabe aonde... O que se sabe, é que não se encontra em Portugal.
Em vez de se evoluir, progredir, avançar para um futuro civilizado, retrocede-se medievalescamente…
Senhores actuais governantes, não se envergonham deste retrocesso?
«No Reinado de D. Maria II, em que o Ministro do Reino foi Passos Manuel, estiveram proibidas as touradas em todo o país.
No ano de 1836, Passos Manuel promulgou um Decreto proibindo as touradas em todo o país (Diário do Governo nº 229, de 1836): “Considerando que as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas, bem assim que semelhantes espectáculos servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade, e desejando eu remover todas as causas que possam impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa, hei por bem decretar que de hora em diante fiquem proibidas em todo o Reino as corridas de touros.”
Fonte:
Biografia de Passos Manuel, neste link:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Manuel_da_Silva_Passos
Em Portugal é assim: em vez de se evoluir, progredir, avançar para um futuro civilizado, retrocede-se medievalescamente…
Além da tourada do dia 18, a TVI fez propaganda às touradas à corda nos Açores, com Paulo Salvador, na sua ronda gastronómica, e à “festa” do barrete verde, em Alcochete, no meu querido mês de Agosto… que é mais de desgosto do que de gosto…
Que barrete TVI!!!!!!
Mas vejamos o que acontece a uma estação de TV retrógrada:
«Os dados das audiências (do dia 18 de Agosto) não deixam dúvidas. A TVI há 5 anos que não transmitia touradas na sua emissão. No dia 18 de Agosto a estação decidiu transmitir em diferido uma tourada realizada na praça de touros do Campo Pequeno e, analisando os dados das audiências dessa noite, verificamos que a TVI perdeu para a SIC no horário em que foi transmitida a corrida de touros. A transmissão da tourada não cativou os telespectadores da TVI, conforme se pode ver nos gráficos das audiências, e cativa cada vez menos portugueses.
Avancemos rumo a uma sociedade mais pacífica, mais humana e mais amiga dos animais!
#Avancemos #TVI»
Fonte:
… mas mais do que isto, seis Touros foram poupados à tortura…
No entanto, há que reflectir mais a fundo sobre esta estupidez que, todos os anos, afecta Viana. Para tal, proponho a leitura do magnífico texto de Jorge Esteves…
É que ser “Cidade Anti-Tourada” devia implicar ser de facto e de direito.
Os Bobos...
Das Festas da Senhora da Agonia
Texto de Jorge Esteves
«Ontem li algures, que o tribunal ao indeferir a providência cautelar apresentada por um ‘movimento popular’, em Viana do Castelo, atentou contra ‘os direitos fundamentais de acesso à cultura’, segundo o tal ‘movimento’ dito aficionado. Ao contrário, do outro lado, há ‘um grupo de amigos que se vão juntar para gritar ‘viva’. Pelo meio, vou lendo, na notícia, que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, ao proferir o indeferimento, fê-lo argumentando que existe ‘ausência de um projecto de segurança contra incêndios e medidas de auto-protecção, uma vez que se trata de um terreno situado na encosta norte do monte de Santa Luzia, considerada zona de elevado risco de incêndio’, ou seja, touros, farpas, lantejoulas, olés e tradição, assobio e vista grossa, onde? ai que incêndio é que está a dar.
Aguarrás no dito queima muito, versus cultura. Olé!
Cultura porque é tradição. A tecla é sempre a mesma, enquanto não a desmontarem. Vou repetir o que escrevi há anos.
Três questões, em síntese, que o assunto cheira mal que tresanda:
Primeira: os costumes locais admitem-se como direito ou não? Coragem política para responder a esta primeira interrogação é que não vejo, nem vislumbro. Aqui poderão dar valiosos contributos especialistas em História ou outros que, porventura, até acharão matéria de direito internacional.
Segunda: a questão afinal mais basilar e subvertida (por ignorância ou, pior sei lá!, por esperteza saloia ou estupidez, que talvez até seja a mais acertada...), é a dita 'tradição'. Tradição?! A lista das 'tradições' pode ser do tamanho que se queira, mas fico-me pela castração das mulheres em África ou pela segregação racial... Ou querem ficar só pelo gato de Vouzela?
Terceira: falar de animais! A propósito, lembro-me que, logo a seguir ao 25 de Abril, numa manifestação feminista na qual, para além das motivações base, alguém resolveu queimar uns quantos 'soutienes'; por causa disso ainda hoje se ouvem estúpidas evocações feitas por alguns que acham o feminismo uma modernice esquerdóide. A questão dos animais arrisca-se a ser um caso semelhante. Uns, espíritos esclarecidos e bem instalados, chucham com o assunto dos 'direitos dos animais'; outros, na esquerda, na direita, ao centro, ou em parte incerta, fogem como o demo da cruz e béu-béu lei assim e lei assado.
É que, na verdade, falar de 'direitos dos animais' é tornar a questão redutora e simultaneamente equivoca. Devia-se falar, isso sim, dos deveres de toda a humanidade para com os animais, e não só, mas também para com as plantas, para com todo o sistema integrado, ou seja, para com todo o planeta. Dever de princípio, básico e fundamental: o dever de não destruir o que é insubstituível e o dever de legar às gerações futuras um mundo (pelo menos, valha-ó deus!...) tão rico e diverso como aquele que recebemos.
A ecologia, seja ela social, ambiental ou política, não é uma corrente de opinião e, muito menos, um programa de índole partidária. Ela representa, na essência, a aspiração a uma melhoria das condições de vida para todos e não apenas para uma ou outra minoria. O erro está na miopia (não vou dizer na esterqueira da jogatilha da caça ao voto, que isso é uma grandessíssima intrujice, pois “tá” claro) dos governantes que não são capazes de perceber que há uma questão central na vida da humanidade que nos obriga a olhar para o meio não-humano que nos rodeia como um sujeito activo e não apenas como cenário inerte onde se desenrola o drama (ou ópera bufa, já nem sei...) desempenhado por todos nós. A crueldade para com os animais é paralela à crueldade para com as minorias e os fracos. Habitua à crueldade, desculpa a violência e destrói a solidariedade.
O encorajamento de espectáculos de crueldade isola-nos dos outros seres vivos e, sobretudo, alimenta a arrogância do exercício indiscriminado do poder dos fortes sobre os fracos. Não é por acaso que as sociedades onde existem mais discriminações, mais injustiças, menos solidariedade e democracia, são precisamente aquelas onde fazer mal aos 'bichos' por puro gozo é encarado como 'natural' e até como 'tradição cultural'! Como aqui, inteiramente, neste país. Ponto final.
Fonte:
Só num país que anda à deriva, sem lei nem roque, é que um cidadão português tem o descaramento de vir a público apelar ao não cumprimento da Lei.
Por muito menos, já estive detida numa esquadra da PSP, quando defendia um Direito (que me mostrassem a Lei) e um cidadão francês, trovador de rua. A detenção baseou-se no facto de eu ter incitado o trovador a não assinar uma nota de culpa, que ele, realmente, não tinha.
Luís Capucha, o incitador ao incumprimento da lei, não merecerá, no mínimo, uma reprimenda?
Exmos. Srs.
A Associação de Tertúlias Tauromáquicas de Portugal (A.T.T.P.) emitiu um comunicado público dando o seu (mau) parecer sobre a entrada de menores nas praças de touros, depois do sucedido na novilhada em Vila Franca de Xira, bem como em alguns outros locais, em que inspectores da IGAC e agentes da PSP, no cumprimento rigoroso da Lei, impediram alguns pais com os seus filhos de colo, de entrarem na praça para assistir a essas actividades impróprias para crianças de todas as idades, conforme pode ser constatado no seguinte link:
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/pan-apela-a-camara-municipal-para-711714
O comunicado assinado por Luís Capucha, presidente da TTP, é algo completamente bizarro, e demonstrativo da grande malformação mental dos que estão mergulhados nesta actividade que querem, à força, seja da normalidade.
O estranho comunicado pode ser lido, na íntegra, neste link:
Infelizmente, é prática absolutamente (a)normal a entrada de crianças de tenra idade nestes locais, sem que haja qualquer tipo de intervenção das autoridades ou mesmo dos vossos serviços. E isto sucede mesmo quando, atempadamente, é dado o alerta para o que se irá ou está a passar nesses locais.
Posto isto, apelo simplesmente, a que a Lei seja cumprida.
Atentamente,
Isabel A. Ferreira