Texto de Josefina Maller
«Todos sabem (os meus leitores, claro!) que eu sou uma defensora acérrima dos animais (de qualquer animal, seja doméstico ou selvagem, do cão, do gato, da formiga ao hipopótamo, dos seus direitos, e de como os considero meus irmãos, porque somos seres da mesma Criação, com quem partilho o mesmo Planeta e a mesma Vida: respiramos o mesmo ar; bebemos da mesma água; alimentamo-nos do que a Natureza nos dá; temos as mesmas necessidades vitais, fome, sede, sono; sofremos as mesmas dores; somos fustigados pelo mesmo Vento; ilumina-nos o mesmo Sol; vela-nos a mesma Lua; abrasa-nos o mesmo Fogo; somos atingidos pelos mesmos flagelos da Natureza, pelas mesmas doenças, pelos mesmos martírios que nos infligem os animais humanos.
Porém, nem todos saberão porquê.
in «A Hora do Lobo», livro de Josefina Maller
Gosto dos animais não-humanos porque:
- São-nos fiéis em qualquer circunstância: nos bons e nos maus momentos; na fartura e na miséria; na saúde e na doença.
- Não têm vícios, não se embebedam, não se drogam...
- Não são rancorosos.
- Não usam da violência para maltratar os da sua espécie, a não ser em legítima defesa ou por uma questão de sobrevivência...
- Não matam por prazer.
- Não são cruéis.
- Não sentem ódio, nem escárnio.
- Não massacram.
- Não são terroristas.
- Não desprezam os seus.
- Não poluem as águas, o ar, o solo, o ambiente...
- Não fazem guerras.
- Não são bombistas-suicidas.
- Não destroem o seu meio ambiente.
- Não inventam armas mortíferas.
- Não sequestram os seus.
- Não violam os seus.
- Não torturam os seus.
- Não impingem o seu modo de vida a ninguém.
- Não são intolerantes.
- Não mentem nunca.
- São afectuosos.
- São pacifistas.
- Não são hipócritas, nem cínicos.
- São amorosos, perspicazes, laboriosos, inteligentes.
- Não agridem, se não os agredirem.
- Não são ladrões.
- Não são corruptos.
- Não são vigaristas.
- Não são traficantes de droga, nem de armas, nem dos seus.
- Respeitam as leis da Natureza e da Sobrevivência.
- Não andam no mundo só por ver andar os outros: intuem o verdadeiro sentido da vida, porque a vivem de acordo com a Lei Natural... que é forma mais inteligente de a viver...
Que motivos terei eu para não respeitar ou não gostar dos animais não-humanos ou de considerá-los inferiores a mim?»
Josefina Maller
Acabou de ser decidido na assembleia geral da FAP que a garraiada fará parte do programa da Queima das Fitas 2015, por 13 contra 12 votos. A AEFLUP lamenta este resultado e reafirma que continuará a desenvolver esforços para que esta actividade deixe de pertencer ao programa da Queima das Fitas.
A AEFLUP felicita ainda a AEFCUP, AEFAUP, AEFMUP, AFDUP, AEFPCEUP, AEFBAUP, AEFCNAUP, AEICBAS, AEFDUCP, AEESEP e AEISSSP pela sua posição contra esta actividade.
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Realmente é de lamentar que estudantes do ensino SUPERIOR sejam tão inferiores nas suas opções de divertimento.
Isso só demonstra que a Cultura Culta ou vem no ADN e se desenvolve ao longo da vida de um estudante, ou não vem, e não haverá ensino, por mais SUPERIOR que seja, que o faça EVOLUIR.
É lamentável, que no programa da Queima das Fitas 2015 esteja incluída uma actividade bronca, que só os BRONCOS praticam, aplaudem e mantêm.
PETIÇÃO PELO FIM DAS GARRAIADAS ACADÉMICAS NA UNIVERSIDADE DO PORTO
Para: Federação Académica do Porto; Associações de Estudantes da Universidade do Porto
A Federação Académica do Porto (FAP) tem vindo a incluir no seu programa da Queima das Fitas a garraiada académica. Esta é apresentada aos estudantes universitários como um evento de convívio, que promove o espírito de união e a entreajuda entre estudantes, bem como de demonstração de coragem.
O que se chama de demonstração de coragem não é nada mais, nada menos do que um evento tauromáquico em que algumas dezenas de estudantes na arena perseguem, agarram e atormentam um garraio (pequeno touro jovem) indefeso, já com os cornos serrados, para divertimento de estudantes que assistem. Da violência inerente à garraiada resultam frequentemente lesões, fraturas e/ou ataques de ansiedade que podem levar o garraio à morte.
Vários têm sido os estudos científicos publicados que demonstram que, a par dos humanos, os animais, são seres sencientes, com capacidade física e emocional de sentirem dor, angústia, medo e prazer. Os garraios não são excepção não devendo ser, por isso, submetidos a actos de malvadez como o são nas garraiadas.
A garraiada académica teve início, na cidade do Porto, apenas em 1997, não sendo por isso, uma prática transmitida ao longo de gerações, com forte tradição académica.
É com esperança de se encontrar uma alternativa que vá ao encontro de valores morais e éticos leccionados na Universidade do Porto que os/as subscritores/as desta petição apelam à FAP e às Associações de Estudantes para que se acabe na Academia do Porto com a prática cruel da garraiada e que se incite o pensamento crítico e o respeito pelos animais.
Assinem a petição, por favor,
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=P2013N34953
A MEDIOCRIDADE NUNCA FEZ AVANÇAR O MUNDO
SER ESTUDANTE IMPLICA EVOLUÇÃO
A “Estrela de Ferro” é atribuída a todos os municípios, empresas, associações, organismos e estabelecimentos de ensino que apoiam a selvajaria tauromáquica
A selvajaria tauromáquica é a "arte" dos imbecis, a "tradição" dos broncos e a "identidade cultural" dos incultos, não se ajustando, de modo algum, a uma prática de estudantes que frequentam o Ensino Superior.
O secretário-geral da Comissão Organizadora da Queima das Fitas e o Dux Veteranorum da Universidade de Coimbra já nasceram velhos, por isso vivem com os pés fincados no passado.
Que pode esperar o nosso País de tanto atraso mental?
Coimbra precisa de livrar-se urgentemente desta praga, para poder viver plenamente e civilizadamente a modernidade.
Fotografia © Arquivo / Bruno Pires
Ler esta sinistra notícia, que não dignifica a academia coimbrã, aqui:
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A MEDIOCRIDADE NUNCA FEZ AVANÇAR O MUNDO
SER ESTUDANTE IMPLICA EVOLUÇÃO
A “Estrela de Ferro” é atribuída a todos os municípios, empresas, associações, organismos e estabelecimentos de ensino que apoiam a selvajaria tauromáquica
Se isto é ser o “melhor amigo”, o que não seria se fossem os piores…
Quando por todo o mundo civilizado se sabe que a tauromaquia é a "arte" dos imbecis! É o divertimento dos broncos que já nasceram velhos, estagnados no passado, e ignoram, por completo, que o mundo evoluiu.
E os governantes, que compactuam com esta miséria moral e intelectual, não são melhores do que os “melhores amigos” dos Touros.
Esta é a “arte” dos imbecis, a “tradição” dos broncos, a “identidade cultural” dos incultos… a realidade macabra que uma minoria insciente não consegue ver devido a uma cegueira mental atávica
Fonte:
Assim estamos mal. Muito mal.
Aqui fica a primeira “Estrela de Ferro” atribuída a uma empresa que apoia a selvajaria tauromáquica
Na sequência do seguinte texto enviado aos CTT
PEDIMOS AOS CTT PARA NÃO VENDEREM BILHETES PARA TOURADAS
(ver este link)
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/pedimos-aos-ctt-para-nao-venderem-522608
recebi a seguinte mensagem:
«Exma. Senhora
Isabel Ferreira,
Gostaríamos, desde já, de agradecer o seu contacto, que mereceu a nossa melhor atenção.
No seguimento do seu contato, informamos que os CTT vendem bilhetes para espectáculos de Tauromaquia como para qualquer outro espectáculo como concertos de música, dança, circo, entradas para museus e KidZania entre outros.
Lembramos que, para qualquer informação ou esclarecimentos mais detalhados, poderá consultar o nosso site www.ctt.pt ou ligar para a Linha CTT, disponível dias úteis e sábados das 8h às 22h, através do 707 26 26 26.
Com os melhores cumprimentos,
Jeanine Estrela»
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Surpreendeu-me bastante o facto de os CTT confundirem Cultura com selvajaria, e enviei-lhes a seguinte nota:
Exma. Senhora D. Jeanine Estrela,
Agradeço a gentileza da sua resposta.
Mas gostaria de acrescentar que ao vender bilhetes para concertos de música e dança, e entradas para museus, os CTT estão a contribuir para a Cultura Culta, o que é de louvar.
Porém, ao vender bilhetes para touradas e circos, onde seres vivos são usados e abusados e torturados, para divertir sádicos, os CTT estão a contribuir para o alastramento da violência e da crueldade contra animais sencientes escravizados, indefesos, inocentes e inofensivos, e para a divulgação da cultura dos broncos, o que nada dignifica essa empresa.
Os CTT, ao serem cúmplices da barbárie, não servem um País que se quer civilizado e evoluído.
Sinto muito ter de vos colocar no rol dos que pugnam pelo atraso de vida implantado em Portugal, como uma praga.
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
Conforme foi já noticiado neste link
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/atribuicao-de-estrelas-de-ouro-as-509120
este ano irão ser atribuídas “Estrelas de Ouro” aos municípios anti-tourada, e “Estrelas de Ferro” aos municípios pró-tourada.
E a primeira “Estrela de Ferro” (metal considerado vil) já foi atribuída, e será divulgada na próxima semana
Conforme o Arco de Almedina já divulgou, este ano, como forma de premiar simbolicamente os municípios que resistem às investidas do mafioso lobby tauromáquico, e se mantém limpos da selvajaria tauromáquica, ser-lhes-á atribuída a “Estrela de Ouro” (metal considerado nobre).
E aos municípios que permitirem a tortura de bovinos dentro da sua área territorial será atribuída a “Estrela de Ferro” (metal considerado vil).
Recordamos também que irão ser aqui distinguidos todos os municípios que actualmente não estão manchados com esse costume bárbaro, que a todo o custo, inclusive à custa da má e triste figura, os que o promovem querem fazer passar por “arte”, por “cultura”, por “tradição” e por “identidade cultural”.
A selvajaria tauromáquica será tudo isso, sim, mas é a pequena arte dos broncos, a cultura inculta dos broncos, a tosca tradição dos broncos e a identidade cultural dos broncos.
Não é de modo algum a Arte, a Cultura, a Tradição e muito menos a Identidade Cultural do Povo Português, que não se identifica com esta barbárie introduzida no país pelos espanhóis, no tempo da dinastia filipina (entre 1580 e 1640).
Um bárbaro costume que aqui foi deixado como uma amaldiçoada herança, e que se mantém até aos dias de hoje, graças à ignorância crassa de governantes que se recusam a evoluir, e com tal atitude envergonham Portugal e os Portugueses.
Em nome da Civilização, esta barbárie tem de acabar.
E acabará, como tudo o que é abominável acaba.
Tendo em conta que a selvajaria tauromáquica (vulgo tourada) é um costume bárbaro, que mancha o nome de Portugal pelos quatro cantos do mundo, pedimos aos CTT para deixarem de vender bilhetes para estes deprimentes “espectáculos” medievais, que já não têm lugar numa nação que se quer progressista e civilizada.
Os CTT deveriam dar o bom exemplo, e rejeitarem esta barbárie, que não dignifica quem a apoia.
Isabel A. Ferreira
Enviem esta mensagem aqui:
https://www.ctt.pt/home/form-contacto.html?com.dotmarketing.htmlpage.language=3
Fonte:
Afinal, quem paga os salários dos deputados?
É o povo, obviamente.
E se há coisa que eu, como povo, não tolero num governante é a falta de dignidade para exercer um cargo que é pago também com o meu dinheiro.
De um aficionado vulgar, de um ganadeiro inculto, de um forcado cobarde ou de um torturador estou habituada a receber os comentários mais desprezíveis e obscenos que possam imaginar-se.
De um deputado da nação, não é comum, mas aconteceu.
E porque considero grave o comportamento deste deputado centrista, tornarei pública a nossa troca de “galhardetes”.
Tudo começou quando um deputado do CDS/PP veio a público dizer que se envergonhava de algumas coisas, das quais havia participado na Assembleia da República Portuguesa.
Ora, entre essas coisas, não li uma, que envergonha até as pedras da calçada, e que o referido deputado não mencionou.
Daí que lhe enviei e tornei pública a seguinte mensagem:
Exmo. Senhor deputado,
Li esta entrevista de V. Exa. e pasmei:
(…)
Pensei que ia ler que se sente envergonhado TAMBÉM por ter votado em leis que permitem a selvajaria tauromáquica, algo que desqualifica, sem qualquer apelo, um deputado da nação...
Mas não.
Foi uma desilusão.
Deve envergonhar-se de muita, mas muita coisa, em que participou no Parlamento, mas a de ser aficionado da tortura de seres vivos é a mais vil de todas.
Tenho vergonha dos políticos que se vergam (sabe-se lá porquê! ou saberemos?) a um lobby inculto, macabro, obscuro, selvático, primitivo, grosseiro, uma minoria desclassificada, para manter uma prática bárbara, digna apenas de broncos.
Envergonhe-se disto, em primeiro lugar, senhor deputado. E depois, envergonhe-se de tudo o resto que levou à descredibilização da classe política e dos políticos portugueses.
E acho muito bem que não volte a candidatar-se à Assembleia da República, porque esse órgão do poder tem de ser dignificado, urgentemente.
Com a minha mais veemente indignação,
Isabel A. Ferreira
***
Ora o Exmo. Senhor Deputado, respondeu-me o seguinte:
Exma. Senhora,
Já me tinham, na verdade, prevenido para que o fanatismo chega a ser uma doença incurável.
Desejo as melhoras e que não seja nada de particularmente grave.
Cumprimentos,
Deputado (…)
***
Na verdade, não esperava esta resposta, vinda de um deputado da nação, a alguém que ajuda a pagar-lhe o salário. Até porque (a resposta) está ao nível do mais vulgar aficionado de selvajaria tauromáquica, e não ao de um deputado da nação.
Como não admito que alguém, a quem ajudo a pagar o salário, se dirija a mim, nestes termos, contestei:
Exmo. Senhor Deputado,
A resposta de V. Exa. não me surpreendeu, pois é o vulgar argumento dos que não têm argumentos racionais e lógicos, para defender o indefensável: a tortura de seres vivos para divertir os marialvas que não cortaram o cordão umbilical que os liga aos tempos salazaristas.
Estará V. Exa. a falar de si próprio? Saberá como se designa esse "fenómeno" em Psicologia? Transpor para os outros os próprios "defeitos"?
Chama-se projecção, ou seja um mecanismo de autodefesa, a acção de expulsar inconscientemente os sentimentos ou desejos individuais considerados totalmente inaceitáveis, ou muito vergonhosos, obscenos e perigosos, atribuindo-os a outra pessoa.
Relembro a V. Exa. que não sou eu que vou aplaudir a tortura de Touros para as arenas. Algo imoral, anti-ético, e que pertence ao rol do fanatismo ritualista de um passado muito primitivo.
Relembro a V. Exa. que "fanáticos" (que significa apaixonados) são os aficionados da selvajaria tauromáquica, são os terroristas islâmicos, são todos aqueles que fanaticamente pugnam pela barbárie, que os mantém tão cegos que não conseguem raciocinar.
Eu não sou fanática dessa barbárie, ao contrário de V. Exa., cujo fanatismo é tanto, que o cega, não deixando lugar para a racionalidade.
Disto é que devia envergonhar-se. O nome de V. Exa. ficará para a História como um deputado que pugnou pela tortura de seres vivos, na Assembleia da República. É desse modo que os seus descendentes o lembrarão, numa época em que a selvajaria tauromáquica será tida como uma vergonha da humanidade, tal como o é hoje o Circo Romano.
Eu sou apaixonada pela Cultura Culta e abomino a selvajaria, qualquer selvajaria, principalmente vinda de gente que tem cargos públicos e devia pugnar pela dignidade desses cargos e do bom nome do País que serve. Se a isto quiser chamar "fanatismo" esteja à vontade. Não me faz qualquer mossa.
Doença, têm os aficionados. Chama-se PSICOPATIA, que está estudada por especialistas, nessa matéria. Alteração de personalidade, porque não é normal, uma pessoa no seu juízo perfeito gostar de ver torturar um ser vivo, e aplaudir o atroz sofrimento dele. Isto não é uma doença incurável para aqueles que se se deixam tratar. Nos outros, nos mais fanáticos, como V. Exa., será um caso perdido.
Com esta postura, V. Exa. revela a inconsciência de um conhecimento mais profundo que lhe permita fazer uso do seu intelecto e discernir sobre questões morais, sobre o que é certo e errado em situações que envolvem tortura e sofrimento. Revela grande ausência de carácter na postura confortável que partilha com padrões arcaicos de comportamento institucionalizado na sociedade, demonstrando uma real falta de consciência ética e falta de conhecimentos elementares no que diz respeito ao conhecimento das espécies animais.
Espero que a Assembleia da República se livre urgentemente de deputados como V. Exa., que não lhe confere prestígio algum.
Nunca, como hoje, esse órgão do poder legislativo, esteve tão desqualificado, por muitos e variados motivos, e mais este.
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
***
Ora o senhor deputado, não gostou da minha contestação, e refutou deste modo:
Exm.a Senhora,
Constato, com profundo pesar, que os meus desejos de melhoras e de que não estivéssemos perante um caso particularmente grave não foram favoravelmente acolhidos pelo destino. Lamento-o.
Verifico também que V. Ex.ª usa frases e ideias (se lhes podemos chamar de "ideias") que são vulgares nos que padecem de similar fanatismo, mas, para mais, no seu caso, revestidas de singular vulgaridade.
V. Ex.ª não me conhece de parte nenhuma, nem conhece o que penso ou não penso sobre as matérias em que discorre. O seu discurso é de puro ódio e completamente desconexo, nos lugares-comuns que vai bolsando.
Verifico ainda que V. Ex.ª dispõe de tempo em excesso, privilégio que usa em modo particularmente anti-social. Esse não é o meu caso.
Volto a desejar melhoras. Passe bem.
Cumprimentos,
Deputado (…)
***
Não sou de me vergar, nem perante um Rei, muito menos a um deputado que perde a sua dignidade, ao não respeitar o lugar que ocupa: o de servidor de um País e de um Povo aos quais pertenço.
Respondi-lhe à letra, como não podia deixar de ser.
Exmo. Senhor Deputado,
Francamente! Esperava que eu me vergasse a um comentário tão descortês, como o que me enviou?
Saiba que estou habituada a que os aficionados de touradas, mesmo os que não tiveram a oportunidade de frequentar uma universidade, me mimoseiem precisamente com as mesmas palavras que me dirigiu.
Estudaram todos pela mesma cartilha na escola primária. Dizem todos o mesmo. Não admira. E continua a projectar em mim, o que V. Exa. é. Não me surpreende.
A resposta de V. Exa. corresponde exactamente à ideia que sempre fiz de alguém que vai para a política sem nada saber da Arte Política.
Pois está muito enganado, em tudo o que diz. Nem sequer tem a capacidade de destrinçar o que é a vulgaridade (por exemplo, a resposta descortês que V. Exa. me enviou), de superioridade moral, que é algo que verdadeiramente lhe falta.
Não conheço V. Exa.?
Pessoalmente não conheço, e espero nunca vir a conhecer, porque não é propriamente alguém que me interesse conhecer.
Mas não se esqueça que, desafortunadamente, é uma “figura pública” que todos os portugueses (e não só eu) conhecem através dos seus actos pouco elevados na Assembleia da República, pelo que diz nas televisões, e quando aparece nas arenas de tortura de bovinos, a aplaudir a tortura e o sofrimento deles.
E há algo mais: V. Exa., tal como o mais vulgar aficionado, não sabe distinguir “ódio” que é um sentimento menor que os aficionados de touradas consagram aos bovinos, para lhe aplaudirem o tormento, de INDIGNAÇÃO. Como é possível, se são dois sentimentos tão diferentes?
Quanto ao tempo que disponho em excesso, deve ser igual ao de V. Exa.. Só que o meu é fruto de uma política de desemprego que V. Exa. ajudou a criar. E o de V. Exa. será fruto de um dolce fare niente, inerente ao cargo político que ocupa.
Quanto ao termo anti-social, que utiliza, tem a certeza de que ele se aplica à minha pessoa?
Olhe que não! Olhe que não!
Olhe que não sou eu que vou aplaudir o sofrimento de touros numa arena. E esse é o caso de V. Exa.. Existem provas.
E por fim deixo-lhe aqui um desafio, para ver quem deseja a quem as melhoras:
Desafio-o a consultar um psiquiatra imparcial, que nos avalie aos dois, psicologicamente. Que avalie os nossos comportamentos. A nossa mente.
E terá uma colossal surpresa.
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
***
Bem… a partir daqui fui bloqueada na “conta” deste deputado, no site da Assembleia da República.
O que não me admirou nada.
E eu só queria que alguém, que ocupa um cargo do Governo Português, me apresentasse um argumento racional, lógico, ético, culto, evoluído, civilizado, que justificasse a prática da selvajaria tauromáquica em Portugal.
Nem o Doutor Paulo Portas, a quem dirigi uma gentil Carta Aberta, ainda não conseguiu enviar-me um só argumento que fosse.
E eu já dei a minha palavra de honra que deponho as minhas armas pacíficas (as palavras) no dia em que um governante justifique racionalmente a existência da tortura de seres vivos, para divertir os aficionados desta prática selvagem, que têm assento na Assembleia da República Portuguesa.
Será pedir muito?
***
Pouco tempo depois de ter publicado este texto, recebi este e-mail do senhor deputado visado neste post:
Exm.ª Senhora,
Informo que não foi bloqueada na minha conta. É, contudo, uma sugestão.
A mensagem que recebeu era tão-só um sinal subtil de que se esgotou a minha paciência para a aturar.
Em complemento das preocupações que anteriormente já lhe transmiti, acrescento, agora, que dizem a fúria faz bem: estimula a corrente sanguínea. Tenha, todavia, muito cuidado com a tensão arterial.
Recomendo-lhe, ainda, que cuide bem da sua dignidade. E do seu tempo também.
Passe bem. E por favor deixe de me maçar com as suas obsessões.
Cumprimentos,
Deputado (…)
***
Bem, por aqui se vê a exiguidade moral e mental deste deputado centrista, a quem o povo português paga o salário, esperando dele uma atitude condizente com o cargo que ocupa.
Infelizmente não honra nem dignifica a Assembleia da República Portuguesa.
É lamentável. Muito lamentável.
Congratulo-me com esta tomada de posição, Senhor Deputado Cristóvão Norte, e de ver que nem todos os deputados da Nação têm os pés fincados num passado de triste memória, a cheirar ao mofo.
É de HOMEM dizer o que pensa. Remar contra a maré. Não ter medo de ser lúcido.
É urgente, pois, passar das palavras à acção!
O tempo já chegou. E é este, que acolhe a modernidade.
Origem da foto: https://www.facebook.com/CristovaoGNorte?fref=photo
Origem da imagem:
Se a Academia de Coimbra chega ao ano de 2015 da era cristã ainda a praticar selvajaria tauromáquica, o que andam a fazer na Universidade esses estudantes de baixo nível cultural e moral?
A queimar o dinheiro dos pais?
A demonstrar que a Estupidez é uma cadeira comum a todos os cursos universitários, apenas frequentada por uma minoria ignorante que envergonha a Cidade do Conhecimento?
Por favor, não desçam de nível. Lembrem-se que frequentam o Ensino Superior.
Repito: Ensino SUPERIOR. Não é o ensino inferior, herdado dos vossos antepassados broncos.
Evoluam! É mais do que tempo de EVOLUÍREM (IAF)
Para: Comissão Organizadora da Queima das Fitas; Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra; Direcção Geral da Associação Académica da Universidade de Coimbra
Atendendo a que:
Entendemos que chegou a altura da Comissão Organizadora da Queima das Fitas deixar de promover essa actividade obsoleta.
Que seja Coimbra, a primeira capital nacional da cultura, em 2003, também a primeira a abolir práticas que obscurecem a aura de uma cidade com nove séculos de história e uma Universidade que se orgulha de ser das mais antigas e prestigiadas da Europa.
Nesse sentido, apelamos à Comissão Organizadora da Queima das Fitas que erradique os espectáculos tauromáquicos do programa da Queima das Fitas de Coimbra.
Coimbra tem mais encanto sem sangue na despedida.
Queima das Farpas, Coimbra, 20 de Março de 2015
* Dados da pesquisa Culturas Juvenis e Participação Cívica: diferença, indiferença e novos desafios democráticos, coordenada por Elísio Estanque e Rui Bebiano e realizada no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra entre 2003 e 2006. Projecto financiado pela FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia/ Ministério da Ciência e do Ensino Superior, no POCTI/SOC/45489/2002
Fonte: