Vila Franca de Xira já tinha muito má imagem, devido a ser um concelho onde se pratica todo o tipo de selvajaria tauromáquica, agora se lhe juntarmos a praga da legionella, que matou doze pessoas, e mandou centenas para o hospital, a imagem fica mais denegrida ainda.
Mas não coloque a culpa dessa má imagem apenas na legionella, senhor presidente da CM.
(Foto Emílio de Jesus)
Veja-se V. Excelência aqui a presidir a um acto de selvajaria tauromáquica
Realmente é para estar preocupado, senhor Alberto Mesquita presidente da Câmara Municipal, pelo PS, pois quando não se cumprem as regras em empresas que deveriam ser fiscalizadas frequentemente e funcionar perfeitamente para não colocarem em risco a saúde da população, é para ficar, deveras, preocupado.
Mas mais do que ficar preocupado, o dever de um autarca é fazer com que as coisas funcionem bem, para que se acautele tudo o que há a acautelar nestas circunstâncias.
E já agora, senhor Alberto Mesquita, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, se na verdade quer limpar a má imagem que o concelho já tem no País e arredores, preocupe-se também em ABOLIR essa prática primitiva e bárbara que dá pelo nome de selvajaria tauromáquica, e que conspurca o nome do concelho, do povo e da autarquia que V. Excelência não governa segundo as regras da ética, da lucidez e da essência humana.
Enquanto essa podridão existir no concelho, ele continuará a manter uma péssima imagem, independentemente de se eliminar a legionella, no concelho.
O Estado português promove a “cultura” da violência, da crueldade e da morte de seres que não podem defender-se, financiando essa matança.
É assim com os seres humanos, mas também com os seres não-humanos.
Será esta uma competência de um Estado de Direito?
Imagem do rosto de uma criança humana (isto não é um invólucro), assassinada no santuário da vida, que é o útero da própria mãe.
O Estado português está a construir um país de velhos.
Uns, já nascem imbuídos de uma velhice ancestral, que passa de geração em geração, sem que lhes dêem oportunidade de crescerem e pensarem como jovens, e são condenados a viver como velhos.
Outros são assassinados antes que lhes dêem oportunidade de nascer.
Cada vez nascem menos crianças em Portugal.
Umas, porque não são geradas, por falta de meios.
Outras, porque são mortas antes de nascerem, com todos os meios à disposição.
Que “política” será esta?
Vejam imagens de seres humanos, que foram cobardemente assassinados no ventre materno, um acto a que chamam "aborto", aqui:
http://abortoemportugal.blogspot.pt/2012/09/fotos-de-bebes-abortados-grafico.html
E depois digam de vossa justiça.
Eu, que pertenço a um outro mundo, não compreendo.
Isabel A. Ferreira
(Uma advertência: entre os “maiorais” portugueses, aos quais aqui farei referência, haverá excepções, se bem que quando se faz parte de uma “equipa”, se não concordamos com as atitudes que podem ferir a nossa honra e o nosso bom nome, só há uma opção: abandonar o cargo. Se permanecemos nele, implicitamente, estamos a aceitar as consequências dessa decisão).
(Origem da foto: http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=80509)
A 20 de Janeiro de 2014, o Presidente da República Portuguesa, Professor Aníbal Cavaco Silva, condecorou o jogador de futebol e capitão da Seleção Nacional, Cristiano Ronaldo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, numa cerimónia realizada no Palácio de Belém, na Sala das Bicas
Começo por confessar que houve um tempo em que tinha o futebol e os futebolistas de alta competição, como uma inutilidade e um atentado contra os trabalhadores braçais, os mineiros, os que labutam de sol a sol e não ganham numa vida inteira o que um futebolista ganha, por vezes, em um só mês, ou em um ano, para dar pontapés a uma bola.
Mas pensando bem… Os melhores actores e actrizes de Hollywood também ganham fortunas a representar personagens fabulosas; e existem políticos e banqueiros, empresários e directores disto e daquilo que ganham milhares de Euros para aniquilarem um país.
Não que tivesse mudado a minha opinião a respeito do futebol, assim tão radicalmente, mas nos tempos que correm, e depois de tanto ver triunfar um jovem, que saiu da sua terra natal, ainda menino e só, com um grande sonho e uma pequena mala, que transportava os seus poucos pertences, rendi-me àquilo que vejo faltar aos governantes, autoridades, deputados, primeiros-ministros, chefes, presidentes, directores, secretários de estado, políticos, autarcas, vereadores, dirigentes de vária ordem, empresários, banqueiros, líderes religiosos, enfim, àqueles que podem e mandam em Portugal, que é pequeno, territorialmente falando, mas farto em riquezas naturais e humanas, subaproveitadas por eles, falha essa que é o brio profissional e uma vontade inabalável de querer dar o seu melhor para ser o melhor entre os melhores, naquilo que escolheu fazer na sua vida, conduzido por uma saudável alta auto-estima, num conhecer-se a si próprio bastante criterioso, que o catapulta para o inevitável sucesso e cumprimento de objectivos, que não afectam a Vida no e do Planeta, sob um ponto de vista global.
E isso não é arrogância, nem vaidade desmedida, nem ambição presunçosa, como muitos alvitram, por aí, levados talvez pela inveja (que é uma coisa muito feia), e pela incapacidade de se igualarem a quem consegue chegar mais alto, por mérito próprio.
O tempo dos heróis do mar (nobre povo, nação valente, imortal), dos heróis da restauração, dos heróis das pelejas que mantiveram Portugal independente, ficou para trás. Completamente esquecido.
(Houve quem quisesse mudar a letra do nosso Hino Nacional, porque já nada corresponde à realidade actual, mas na verdade, é melhor deixá-lo estar como está, porque hoje nada há para cantar… nem nobre povo, nem nação valente, nem imortal, nem feitos absolutamente nenhuns que nos honre… a não ser os feitos do futebol).
Como estava a dizer, o tempo dos heróis do mar e da terra acabou, e nunca mais se fizeram outros.
O que restou dos tempos gloriosos (se bem que manchados com as nódoas negras da evangelização imposta à força, da escravatura, da dizimação de povos indígenas)?
O que restou do tempo das descobertas de novos mundos dados ao mundo pelos heróicos e bravos Portugueses de antanho? Apenas memórias em pedra, que foram deixadas um pouco por todo o mundo descoberto.
Que outro governante se igualou ao nosso Rei Dom João VI, tão amesquinhado pelos incompetentes, mas que foi o único monarca europeu que conseguiu enganar o todo-poderoso imperador Napoleão Bonaparte, e manteve o Reino de Portugal e de além-mar intacto?
Depois destes feitos valorosos (como diria Luís de Camões) seguiu-se um profundo mergulho na mediocridade, que se prolonga até aos dias de hoje.
Houve tempos, em que me entristecia ouvir os estrangeiros reconhecer Portugal apenas pelos “feitos” do Eusébio, do Luís Figo, do Cristiano Ronaldo.
Por vezes lá vinha o Fado, com a Amália Rodrigues, e a Fé de Nossa Senhora de Fátima.
E era só. E continua a ser apenas somente isto. Os três efes que caracterizaram a época negra de Portugal.
Temos muita sorte de não sermos conhecidos lá fora pela barbárie de um qualquer matador de touros, ou carrasco de bovinos. Do mal o menos.
Mas já não podemos dizer o mesmo no que respeita à política e à mentalidade miserabilista dos portuguesinhos, a quem o sistema não deu oportunidade de evoluir, e são caricaturados em filmes estrangeiros e em livros, como porcos, feios e maus.
Portanto, quando nos tempos que correm, em que Portugal está a ser retalhado lá fora pelos grandes escândalos financeiros e pela corrupção de governantes que nos envergonham visceralmente, o Cristiano Ronaldo vem salvar a honra do País, com uma postura superiormente aprumada, que mete todos os “maiorais” da política, da finança, da economia, da governação, da justiça, da autoridade, da religião… no bolsinho do calção com que joga futebol.
(É verdade que querem fazer dele um aficionado de selvajaria tauromáquica, mas ele sabe que os seus troféus perderão todo o brilho do ouro, para passar ao apagado negro do carvão, se enveredar por esse caminho obscuro. Por isso, não acredito que ele se deixe envolver nesses enredos de muito baixo nível cultural e humano).
Mil vezes o futebol do que a selvajaria tauromáquica.
Posto isto, a grande diferença que encontro entre Cristiano Ronaldo e os “maiorais” portugueses é esse modo de querer superar-se a si próprio, para dar a Portugal aquele “orgulho” que ninguém mais dá. Nem Egas Moniz, nem José Saramago, respectivamente, Prémios Nobel da Medicina e da Literatura, deram a Portugal a dimensão que Cristiano Ronaldo está a dar com o “seu” futebol.
E do exemplo dos governantes… nem é bom falar.
Não, não me rendi ao futebol assim tão radicalmente, tão-só a um jovem que faz da excelência um objectivo a alcançar na sua carreira.
Algo elevado que não encontro em nenhum “maioral” de Portugal.
E essa é a grande diferença entre aquele que é grande, simplesmente porque trabalha para o ser, e aqueles que são pequenos, porque nada fazem para serem superiores, apesar dos diplomas universitários.
Publico este texto sublime dedicando-o àqueles que se dizem católicos, e vão a todas as missas, confessam-se, comungam, rodeiam os templos, andam sempre com a palavra “Deus” na ponta da língua, mas nada sabem de Cristianismo, de misericórdia, de piedade, de compaixão, de humanidade, e agem como os carrascos que cruxificaram Jesus Cristo.
Dedico-o aos que dizem ser representantes de Deus na Terra, mas não têm o “toque divino” para poderem fazer um Sermão de Paz como este, proferido em 22 de Dezembro de 2014, em Amsterdam, por Hans Bouma.
Isabel A. Ferreira
Hans Bouma (pastor e poeta, Amsterdam, Maarten Lutherkerk)
«Mais um Motivo - Sermão de Paz para os Animais»
Por Hans Bouma
«No que respeita à relação entre animal humano e animal não-humano - especialmente os animais moralmente excluídos, humilhados e escravizados - a inevitável pergunta que se coloca é: que tipo de homem queres tu ser, e até onde vai a tua humanidade?
No decurso da história, seguramente temos progredido no nosso caminho humano, de respeito e compaixão para com os outros seres. Nós expandimos o sentido das nossas responsabilidades e percebemos que, como seres humanos, formamos uma comunidade global. Os maiores exemplos da evolução da nossa consciência ética são a Amnistia Internacional e Médicos Sem Fronteiras.
Embora estes organismos sejam, certamente, dignos de reconhecimento, não são ainda o nosso objectivo final. Até agora a preocupação deles tem sido as pessoas, os seus semelhantes, os representantes da mesma espécie. Mas os animais estão também aqui. É claro que eles não pertencem à nossa espécie, mas isso não é motivo para excluí-los da nossa moralidade. Eles também participam do mistério chamado VIDA.
Que tipo de homem queres tu ser? Segues o caminho escolhido do respeito e da compaixão? O caminho para o moralmente correcto, mas ainda ignorando os animais não-humanos? Interpretarás a humanidade tão generosamente para nela incluíres os animais não-humanos?
O próximo passo é mais difícil: a etapa do companheiro humano ao companheiro creaturety (uma palavra que inventei) criaturidade; mas o que podemos fazer se a língua ou a cultura nos falha, neste ponto? Se nós não dermos este passo, se não dermos ao animal não-humano nenhum lugar na nossa agenda moral, então seguramente estaremos a ser incoerentes. Então teremos de falar de uma humanidade degradada e, consequentemente, desonesta e incredível. Nós chamamos a isso, discriminação.
O próximo passo.
Se tu és humano, por favor, sê benévolo, sê homem ou mulher plenamente. Se valores como a justiça, a compaixão, a solidariedade, o respeito e amor tiverem apenas significado para a espécie humana, então pouco ou nada compreendemos do mundo. Estes valores são de natureza universal e devem, portanto, ser aplicados universalmente e não restritamente à nossa própria espécie.
Que tipo de homem queres tu ser? Podes dizer que apenas um arrogante sentimento de superioridade pode levar-te a manter os animais fora da ética. Mas é diferente. As pessoas que se recusam a dar o próximo passo têm uma baixa auto-estima e estão sujeitas a sentimentos pungentes de inferioridade.
Que tipo de homem poderias tu ser? Poderias ser tão maravilhoso, porque tens tudo para tratares todos os seres viventes com respeito e compaixão. Se ficares preso ao desenvolvimento da tua humanidade, mantendo os animais não-humanos fora do teu horizonte moral, então vendes-te barato, vivendo claramente abaixo do teu nível. É isso que queres?
É irracional dizerem às pessoas, que defendem os animais que, ao defendê-los, estão a trair os da própria espécie. Mas se eu excluísse os animais não-humanos da minha humanidade, aí sim, estaria a trair-me a mim próprio e a abandonar-me. Então estaria a agredir a minha própria humanidade.
O próximo passo.
É uma questão de pertença, uma crescente consciência de afinidade. Os animais não-humanos começam a fazer parte da tua família, parte da tua vida. Estas são expressões preciosas do mesmo mistério que te envolve na tua própria maneira de ser. E tu não comes a tua família, nem fazes experiências com ela. E Família é o que tu respeitas, o que tu valorizas e o que tu amas.
União e afinidade. Além de acontecer entre as pessoas, as situações de reconhecimento mútuo podem desenvolver-se entre um ser humano e um ser não-humano. Aquilo que o filósofo judeu Martin Buber chama: «Eu e Tu». É possível um diálogo íntimo entre um ser humano e um ser não-humano. «Os olhos de um animal», escreveu Buber, "têm uma imensa força comunicativa». Uma vez que sejas capaz de ser sensível à linguagem dos olhos dos animais não-humanos, o teu mundo torna-se cada vez mais rico. O quanto poderás ver, ouvir e partilhar!
É comovente, ou de cortar o coração, quando olhas nos olhos dos animais encerrados num laboratório, ou nos olhos de um animal num matadouro.
Eu tive oportunidade de olhar nesses olhos, de entender a linguagem deles, e fiquei destroçado. Aquela «imensa força comunicativa» foi a de uma queixa, de uma acusação. Por que estás a fazer isto connosco? O que deu em ti? Que tipo de pessoa és tu?
Está longe de mim minimizar o sofrimento das pessoas, mas também penso no sofrimento dos animais não-humanos. O sofrimento deles tem uma profundidade, uma dimensão desconhecida para nós. Quando sofremos, podemos tirar proveito de todos os tipos de escapes culturais, sociais e religiosos. Nós temos a bênção da fuga espiritual. Nós podemos dar ao nosso sofrimento um sentido, situá-lo numa qualquer perspectiva, sublimá-lo ou transcendê-lo.
Temos inúmeras maneiras de aliviar o nosso sofrimento. Só o facto de podermos verbalizá-lo é já um privilégio.
Mas os animais não-humanos não têm palavras para o sofrimento. Eles não conseguem verbalizar o seu sofrimento. Nunca poderemos explicar aos animais que são maltratados pela indústria ou laboratórios o motivo por que eles estão a sofrer.
Eles nunca entenderão os nossos argumentos e desculpas. Eles enfrentam o mistério de um tempo de vida ou de morte sem o mínimo sentido. Numa interminável tristeza, sem esperança que se funda com o sofrimento que os deprime. Eles vivem num grotesco inferno.
Tu não tens de ser um crente para defender vigorosamente o direito dos animais não-humanos de serem criaturas com um valor absoluto. A partir do simples ponto de vista da tua humanidade tens todos os motivos para agir. Se és religioso, se és cristão, judeu, muçulmano, hindu ou budista, então tens uma razão acrescida para incluir os animais não-humanos na tua consciência ética.
Sejam quais forem as suas diferenças, todas as religiões assumem que a Terra teve uma origem divina. Concebida por um criador, um Deus muito criativo. Um Deus que é tão poderoso e generoso que se deu a conhecer na realidade física deste planeta. O facto de que a Terra é uma criação divina dá-lhe uma característica particular. Tudo e todos têm o seu próprio propósito e o seu próprio segredo. Quer se trate de uma árvore, um animal não-humano ou um homem, tudo o que vive possui o seu próprio direito exclusivo de existir.
Todas as religiões estão centradas na criação de relações e fazer a ponte entre as distâncias em três direcções: horizontal, a respeito de outros seres humanos; vertical, em relação a Deus ou ao divino; e para baixo, em relação à Terra. A palavra religião deriva do latim “religare”: tem o significado de religação, uma nova ligação entre o homem e Deus. Todas as religiões são religiões de salvação.
Salvação significa o todo.
As pessoas precisam de ser reintegradas na sua relação com o mundo. O homem isolado é apenas um fragmento. Para ser completo, ele deve agregar três vertentes: os outros homens, a Terra, e Deus ou o divino.
Como lidas com as criações, com toda a vida que te foi confiada pelo Criador? Essa é a questão vital, inevitavelmente proporcionada por todas as religiões. A tua relação com a vida e a criação de Deus só é salutar se o teu relacionamento com os teus semelhantes e a Terra for ideal. Na tua benevolência para com a vida no seu todo, está o âmago da tua própria vida.
O filósofo e teólogo, músico e médico Albert Schweitzer compreendeu isto perfeitamente. A sua crença é a seguinte: «Eu sou vida que quer viver, rodeada de vida que quer viver». Ele define a religião como «o respeito pela vida posto em prática».
Para Schweitzer religião não é teoria, mas prática. Por exemplo, tu és crente com garfo e faca: comendo carne estás a comer o sofrimento. Que gosto tem isto? Durante décadas Albert trabalhou como médico na selva africana, em Lambaréné; foi um homem extremamente benevolente para com o povo, não apenas para com as pessoas, mas também para com os animais não-humanos. A religião coloca-te na realidade terrena.
Um conceito-chave na tradição judaica e cristã é: êxodo, viagem. Em muitas circunstâncias, tanto os seres humanos, como os seres não-humanos podem ser levados a situações de cativeiro. Eles não têm a liberdade de viver a vida como deve ser vivida, ou em relação aos não-humanos, como é da natureza deles.
Pensa nos animais utilizados na indústria da carne ou em laboratórios. O êxodo em massa é um projecto de libertação, um objectivo de reabilitação moral, assente directamente nas intenções do criador. É um plano que tem um carácter intrínseco. Nada nem ninguém é excluído. Assim como as pessoas devem ser libertadas de situações desumanas, os animais não-humanos devem ser libertados de situações degradantes.
Então ponha-se um fim à exploração animal na indústria, nos laboratórios e em todas as situações degradantes em que o homem os coloca. Estou a lembrar-me da morte horrível de 2/3 triliões de animais mortos anualmente pelas indústrias da pesca. Isso é terrível e repugnante.
Não só o Judaísmo e o Cristianismo, mas também outras religiões seguem a chamada «regra de ouro»: «Não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti». O outro pode ser um ser humano, mas também um ser não-humano que, tal como tu, é um ser vivo com emoções e desejos, um ser que pode sofrer e chorar, que pode brincar e festejar. Todos carecem de bem-estar e felicidade, de desenvolvimento e harmonia que podes conceder a ti mesmo, ou a um teu semelhante, mas também a um animal não-humano. Ou vice-versa: tu proteges os outros, pessoas e animais não-humanos, contra tudo de que também queres ser protegido: a violência, a injustiça, a prisão, a humilhação ou a exploração.
Para os crentes, o compromisso com os animais não-humanos, respeito e compaixão por tudo o que vive deve ser uma questão da maior urgência; isto deve ser nada menos do que um acto de fé. Para tudo o que te rodeia, encontras as mesmas razões para partilhar com os animais não-humanos a tua humanidade.
Se a religião não te inspira a compaixão, a respeitar a vida, então ela perde toda a sua relevância. O que resta do Deus criativo quando Ele só pode ser o Deus das pessoas? Pobre Deus, esse!
Agora estamos a comemorar o Natal, a festa da paz. Mas só teremos algo para celebrar, se pudermos olhar, olhos nos olhos, além dos seres humanos, também os animais não-humanos. Aqueles olhos, como diz Martin Buber, com um imenso poder comunicativo.
Mas neste momento, quantos animais – e apenas para esta festa - fecham os olhos depois de uma vida que não foi mais do que um processo de morte lenta? Para eles, não houve saída, nem paz.
Agora, milhões e milhões de animais estão à nossa espera.
À espera de pessoas que também serão verdadeiramente humanas.
Religiosos ou não, nós sabemos o que temos de fazer.
A libertação dos animais não-humanos.
Temos razões suficientes para o fazer.»
Hans Bouma
Fonte: http://www.stopfunkilling.org/SERMON-FOR-ANIMALS-HANS-BOUMA.html
(Traduzido da versão inglesa por Isabel A. Ferreira)
E pensar que cerca de 16 milhões de Euros são canalizados para a selvajaria e “educação” de monstrinhos tauromáquicos… todos os anos… fora o que as autarquias esbanjam nestas práticas
violentas e anti-sociais…!
Sabiam?
(Paz à sua alma)
«Peço desculpa pelo que vou dizer mas ESTOU MUITO REVOLTADO!
A minha mãe acaba de falecer há uma hora e meia, no Hospital Garcia de Orta e, depois de ter dado entrada cerca das 11:00 horas da manhã, só foi vista cerca das 20:15 horas, depois de inclusive eu ter participado de um Médico, para mim indigno da profissão que diz que professa e, depois de muitas outras peripécias na Urgência deste Hospital!
Independentemente de todas as queixas que possa ter, de muitos "profissionais" que trabalham nesta Urgência, o culpado maior da morte da minha mãe é filho da outra senhora, que dá pelo nome de Pedro Passos Coelho e o gang dos seus lacaios!
Eu hoje vi de tudo naquela urgência... A título só de exemplo, há hora de almoço, as Voluntárias que davam sopa aos doentes em espera a certo ponto deixaram de dar, inclusive à minha mãe, porque já não tinham mais tijelas de plástico para servir sopa... Portanto, quando se acabaram as tijelas, acabou-se a sopa...
Independentemente de todas as queixas que possa ter, de muitos "profissionais" que trabalham nesta Urgência, a verdade é que são muito poucos para atenderem tanto doente... O Serviço de Saúde está uma miséria e, o nosso querido filho daquela senhora Coelho, cada vez vive melhor!
Não há profissionais suficientes, não há material suficiente, não há camas suficientes, não há macas suficientes (um dos Bombeiros que levou a minha mãe esta manhã, ao chegar e ao mudar a minha mãe da maca da ambulância para outra maca, confessa-me que a outra maca também é dos Bombeiros de Cacilhas, que já lá tem algumas há vários meses, pois o HGO não tem macas suficientes...)
Como é possível que um conhecido que trabalha no HGO, cerca das 22:00 horas ao tentar saber no sistema informático como estava o processo da minha mãe, tenha dado com a informação que a minha mãe tinha tido alta à revelia do parecer do Médico, por vontade própria, com ela deitada numa maca, nos corredores da Urgência ligada ao oxigénio????
Como é possível que cerca das 00:00 horas, ao voltar para junto da maca, vindo da Sala de Espera (de estar a falar com o meu sobrinho) tenha dado com ela com dificuldades respiratórias e, a senhora do lado me ter dito que já tinha chamada a atenção das Enfermeiras para isso e, que uma tinha ido lá abrir mais a pressão do Oxigénio, eu olho para o Manómetro da Botija e, o mesmo estava a ZEROS e ninguém via que a botija já não tinha oxigénio nenhum!!!
Estou revoltado, por tudo aquilo que passei, assisti e vivi hoje no HGO!!!
Como á possível que, a Médica que atendia a minha mãe, cerca da meia noite, à 1:30 horas da manhã me dissesse:
- Olhe, a sua mãe não está bem para ir para casa mas, também não a posso internar, pois não tenho camas disponíveis... Assim, vai ter que ir ficando por aqui...
Isto não é possível a não ser num país de terceiro Mundo, ou num país governado por verdadeiros gatunos, que não têm compaixão por quem está a sofrer, por quem tem (fazia dia 10 de Fevereiro) 90 anos, por quem precisa de ser atendido quando chega ao Hospital, por isso vai a uma Urgência, e não mais de 8 horas depois...
É UMA VERGONHA!
João Carlos Silveira»
Fonte:
***
UMA VERGONHA, sim, senhor João Carlos Silveira.
Mas ao que parece, os governantes portugueses têm coisas mais “importantes” para financiarem, do que a Saúde do Portugueses.
Eu também me sinto revoltada, com tudo o que acontece neste país.
Há muito que me sinto revoltada. E faço chegar ao governo a minha revolta.
Bem sei que culpa não é apenas da selvajaria tauromáquica.
Mas quando sei o quanto se €SBANJA nessa coisa torpe que dá pelo nome de tauromaquia, o quanto se APOIA essa podridão, enquanto gente de bem morre nas urgências dos hospitais públicos por falta de condições e de apoios, também fico REVOLTADA, sim…
Talvez os 16 MILHÕES de Euros do erário público, mais os MILHARES das autarquias (que também vêm dos nossos impostos) não chegassem para TODOS os hospitais do país serem equipados convenientemente, mas com toda a certeza, chegariam para os que mais gente recebem nas urgências.
Ou não?
Agora… votem neles.
Para termos mais do mesmo.
Para além de promover a selvajaria tauromáquica, promove igualmente a selvajaria do AO90, que estropia a Língua Portuguesa e ignorantiza os que, por motivos alheios ao bom senso, seguem o caos instalado.
E o secretário de Estado da Cultura não vê…
«ATROPELOS E ACIDENTES ORTOGRÁFICOS»
«Em Portugal, as novas regras (do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa 1990) estão a ser aplicadas sem atropelos», disse o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, durante um seminário, realizado em 5 de Janeiro de 2015.
Como é fácil de se perceber, este secretário de Estado da Cultura, ou não vive neste país, ou precisa de trocar de lentes, ou há muito tempo que não lê jornais, nem rodapés de telejornais, nem legendas de filmes, resumindo, só um cego ou analfabeto não se apercebe do caos ortográfico em que se está a transformar a comunicação escrita da Língua Portuguesa, a todo o tempo "atropelada" pelas mais inconcebíveis e bárbaras "facultatividades" e singularidades fonéticas.
Tem a acompanhá-lo nestas lastimáveis considerações, a senhora Madalena Arroja e a senhora Marisa Mendonça, respectivamente directora de Serviços de Língua e Cultura do Instituto Camões e directora-executiva do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, organismo da CPLP.
O que sobressai em situações deste tipo, é que o problema mais grave não é existirem ignorantes, estúpidos e cretinos; é haver quem lhes dê asas para voarem e terem poder de decisão.»
***
Faço inteiramente minhas, estas palavras.
Fonte:
Na audição do Secretário de Estado da (In) cultura, Jorge Barreto Xavier, realizada no passado dia 6 de Janeiro, o tema discutido com uma “solenidade” que abeirou o ridículo, foi o “acesso à profissão de artista e auxiliar tauromáquico», ou seja, o acesso à prática da crueldade, da tortura e da violência gratuitas contra inofensivos, indefesos e inocentes bovinos, a qual é aqui considerada “profissão de artista”, o que além de ser a demonstração de uma tremenda ignorância sobre o que é um artista, entende-se que ser carrasco é uma profissão ainda viável no século XXI, depois de Cristo.
Desconhecem que a profissão de carrasco (que é o tal artista tauromáquico) ficou lá muito para trás, com a extinção dos costumes bárbaros praticados num tempo em que a mente humana estava mergulhada no mais profundo obscurantismo, do qual os governantes portugueses ainda não se libertaram.
(Pode ver-se esta intervenção de muito baixo nível cultural aqui)
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/audicao-do-secretario-de-estado-da-in-502321
Em Portugal, com os governantes retrógrados que temos, não, não serão capazes de notar a diferença nesta imagem: a amorosa criança, doce e mansa, e o monstrinho, que numa idade tão precoce, já mostra a expressão diabólica dos que se dedicam à violência e a matar bovinos por prazer.
Nesta audiência, estiveram a discutir qual a idade mais apropriada para as crianças portuguesas (que têm a infelicidade de ver o seu destino nas mãos de desassisados), serem iniciadas nesta brutalidade, como sendo algo (para os intervenientes nesta discussão) importantíssimo para o futuro de Portugal.
Ora isto além de ser um atentado a tudo quanto é da essência racional humana e cívica, é inconstitucional e viola a Declaração Universal dos Direitos das Crianças, hipocritamente assinada pelo governo português.
E só não vê isto quem é cego mental e muito tacanho das ideias.
Ora sabendo-se, como se sabe (e isto é um dado universal adquirido) que a violência, a crueldade, a banalização do acto de torturar e de matar, a imbecilidade, a cobardia, a brutalidade, enfim, tudo o que caracteriza a selvajaria tauromáquica, não faz parte da Cultura de nenhum povo, nem da identidade cultural de nenhum povo, a não ser de uma minoria bronca, que os governantes teimam em manter bronca. De uma minoria inculta. De uma minoria a quem não deram e continuam anão dar a oportunidade de evoluir.
Mahatma Gandhi, um dos grandes mestres iluminados e bafejados pela sublimidade da sabedoria, diz que a violência é a lei do bruto, e outra coisa não poderia ser.
Para os governantes portugueses, contudo, a violência é uma lei que pretendem impor às crianças, enviando-as para antros, onde as ensinam a ser monstrinhos indesejáveis e inúteis à sociedade.
Enquanto esta mentalidade pacóvia perversa continuar a prevalecer nestes “debates” de secretários de estado de uma incultura crassa, Portugal nunca avançará para o século XXI depois de Cristo.
Continuaremos a ter brutos entre nós, o que comprometerá o futuro civilizado que todos desejamos.
Senhor Doutor Jorge Barreto Xavier, não sei o que lhe ensinaram na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, mas quase posso garantir que não lhe ensinaram que da Cultura Culta não faz parte a selvajaria tauromáquica em todas as suas cruéis modalidades.
Abra-se este link para ver o “curriculum” deste governante apologista da brutalidade.
O que levará um governante, com um tal “curriculum”, a ver na selvajaria tauromáquica, uma alternativa válida para a educação de crianças e jovens portugueses?
Que futuro pretende para Portugal, Senhor Doutor Jorge Barreto Xavier?
Um futuro terceiro-mundista?
Agora veja-se como é constituído o Gabinete do Secretário de Estado da Cultura, para que a Cultura Culta em Portugal, seja apenas a miragem que é:
http://www.portugal.gov.pt/pt/o-governo/nomeacoes/secretario-de-estado-da-cultura.aspx
Não há dinheiro para as Academias de Música, de Teatro, de Dança, de Cinema, de Artes Plásticas?
Pois não. Como poderá haver, se o dinheiro é canalizado para tanta gente inútil e para a tauromaquia?
Há apenas lugar para o “fabrico” de broncos, como um tal João Amaro, de Vila Franca de Xira, que me enviou um comentário a propósito de algo que eu disse acerca de uma montagem abusiva que a prótoiro fez da imagem de Cristiano Ronaldo: «Há quem odeie tanto o Ronaldo, ao ponto de o vestir à moda do que há de pior no ser humano: um cobarde forcado», porque um forcado, na realidade, não passa disso mesmo: um cobarde que ataca bovinos moribundos.
E então o génio inculto com o "valor" da marca «made in Portugal» declarou o seguinte (a linguagem é a original):
«Um cobarde forcardo excelentíssimos gostaria de os ver a pegar um toiro, vocês em vez de se preocuparem com as barbaridades mundiais, como a fome e a pobreza preocupam-se com as touradas. Gostaria que um dia fossem a vila franca de xira exporem a vossa insatisfação com as touradas. Gostava mesmo.»
Esta é a “cultura” que os governantes portugueses fomentam.
Miserável povo, aquele a quem não dão oportunidade de evoluir.
Não precisamos de ir a Vila Franca de Xira para expormos a nossa insatisfação acerca das touradas, João Amaro.
Daqui mesmo dizemos que as touradas são a identidade cultural de uma minoria bronca de portugueses, fomentada por aqueles que têm a seu cargo a função de promover a Educação, a Cultura e o Desenvolvimento da Personalidade no sentido do progresso da sociedade, ou seja, fomentada pelo Estado Português, o qual, contrariando a Constituição, favorece a deseducação, a incultura, e a germinação da psicopatia no seio da sociedade, no sentido do retrocesso e do obscurantismo.
Demitam-se todos aqueles que servem o lobby tauromáquico e o obscurantismo.
Envergonham Portugal e os Portugueses.
Se tivessem VERGONHA NA CARA iam para casa lavar o chão, ou cavar batatas no quintal. Era algo muito mais DIGNO.
200 alunos da Academia de Música de Almada em dificuldades porque o Estado não paga o que lhe é devido.
Que "governantes" são estes?
Discutir SELVAJARIA TAUROMÁQUICA?
Algo que deveria estar banida há muito da sociedade portuguesa, porque é o que de mais baixo existe entre as actividades humanas, depois do terrorismo contra seres humanos?
Estão a perder tempo a discutir uma prática PODRE e PRIMITIVA como se de algo muito importante se tratasse?
Que VERGONHA!
Vá para casa, Senhor Secretário de Estado da INCULTURA!
Vá para casa, Senhora Idália Serrão. É a vergonha do género feminino.
O seu discurso é o discurso da incultura.
Se tem filhos, coloque-os numa arena a enfrentar um touro inteiro e eu irei aplaudir.
Quanta ignorância.
Querem, à força, fabricar MONSTRINHOS para o futuro?
Não percam o vosso tempo.
A selvajaria tauromáquica tem os dias contados.
EVOLUAM.
E por favor... não chamem ARTISTAS aos COBARDES que entram numa arena, para torturar seres vivos.
Isso é INSULTAR os verdadeiros artistas, e toda a CULTURA CULTA.
Ver e ouvir este vídeo provocou-me NÁUSEAS.
O que aqui ouvi pertence ao domínio dos loucos.
Exmo. Senhor Doutor Paulo Portas,
É como cidadã portuguesa, com direitos consignados na Constituição da República Portuguesa, e com deveres cívicos para com o meu País e a minha consciência, que me atrevo a dirigir-lhe estas palavras abertas também ao mundo.
E o que pretendo com esta carta é fazer-lhe uma simples pergunta, que espero tenha a delicadeza de responder, por dois motivos: primeiro, porque nunca se deixa uma carta, com remetente, sem resposta (é um princípio ético); segundo, porque milhares de portugueses gostariam de compreender as atitudes insólitas de um homem que ocupa cargos públicos e, por isso mesmo, tem o dever de pugnar pelos interesses de Portugal e dos Portugueses, e não pelos interesses de uma minoria inculta, mal formada e inútil ao país.
A pergunta é a seguinte:
Por que é que um homem que nasceu no seio de uma família por onde a cultura culta deambulou; um homem que frequentou o Ensino Superior e se licenciou em Direito, pela Universidade Católica Portuguesa, onde leccionou História do Pensamento Político; um homem que exerceu a actividade de jornalista nos periódicos «Tempo», «A Tarde», «Semanário» e noutros órgãos de comunicação social; um homem que fundou e foi director do semanário «O Independente», (e do qual fui testemunha abonatória, num processo-crime em que também eu era arguida, num outro jornal, no caso do empreiteiro Avelino do Monte); um homem que é presidente de um partido político com assento na Assembleia da República Portuguesa; um homem que é vice-primeiro-ministro de Portugal e que o representa quando se desloca ao estrangeiro; um homem que se diz católico e do qual não duvido que recebeu uma educação bastante esmerada; por que é que um homem com todo este palmarés é adepto, apoia e promove a selvajaria tauromáquica, ao ponto de intencionalmente excluir Touros e Cavalos do Reino Animal, como se fosse um qualquer cidadão desprivilegiado, que não tivesse tido a oportunidade de se instruir, de evoluir, de civilizar-se?
I Grande Corrida do CDS nas Caldas da Rainha 2010 (com a presença do Presidente Paulo Portas) © João Polónia | fotografia em baixa resolução, para proteger os direitos de autor
Origem da foto: http://www.joaopolonia.com/fotografia/tauromaquia/
Por que é que um homem da envergadura de V. Excelência, que não pertence propriamente à camada inculta da população (à qual não deram oportunidade de evoluir), teima em hastear a bandeira da identidade “cultural” dos broncos?
O que estará por detrás desta atitude incompreensível à luz da razão, da lógica, da ética, da lucidez?
Vossa Excelência deve ter conhecimento de que a chamada “indústria” tauromáquica, ou seja a “indústria” da crueldade e da violência gratuitas sobre animais inocentes, indefesos e inofensivos, tenta desesperadamente legitimar-se socialmente, uma vez que enfrenta grande contestação moral, e a sua actividade sangrenta e obscura suscita, nos tempos que correm, grande repulsa ética, social e cívica, não só em Portugal como em todo o mundo.
Vossa Excelência deve saber também que apoiar a selvajaria tauromáquica, em pleno século XXI, contra toda a evidência imparável da evolução necessária e inerente a um país em que apenas uma minoria (muito, muito minoria...) inculta e ignorante persiste em perpetrar uma prática que horroriza, é negada e afasta quase 90% da população portuguesa, que não só repudia esta “diversão” de broncos, como todas as outras práticas que se baseiam em maltrato de animais, como circos, lutas, caça e pesca desportivas, tiro aos pombos…, é passar a si próprio um atestado de inferioridade mental.
Vossa Excelência pode imaginar o quanto, como cidadã portuguesa, me sinto envergonhada pelos governantes do meu país ainda permitirem algo tão cruel e primitivo em pleno século XXI depois de Cristo?
Todos sabemos que as touradas têm apresentado grande prejuízo e caso não fôssemos nós, cidadãos portugueses, e a União Europeia retrógrada a sustentá-la contra a nossa vontade, elas já não teriam lugar em Portugal, em Espanha e em França.
É inadmissível que mais de 16 milhões de euros sejam retirados, anualmente, das contribuições e impostos dos portugueses e serem canalizados para sustentar a selvajaria tauromáquica em todas as suas cruéis modalidades.
Devo recordar a V. Excelência que a selvajaria tauromáquica não tem mais lugar numa sociedade civilizada. O ser humano evoluiu no sentido de cada vez mais respeitar o sofrimento e a vida dos animais não-humanos (uma vez que animais somos todos nós) e, por esse motivo, essa selvajaria tem vindo a ser repudiada e proibida em muitas cidades e regiões, nos (apenas) nove países onde ainda se pratica.
Trata-se, na verdade, de uma actividade bárbara que não serve absolutamente nenhum interesse do ser humano, e de um País, mas apenas o ego doentio de uma minoria inculta e nociva às sociedades modernas, que insiste em alimentar e perpetuar um “gosto” mórbido, desassisado e sádico de se divertir à custa do sofrimento de um animal herbívoro, que mais não quer do que pastar e conviver com os seus, em paz, nos prados.
Foi para isso que nasceram.
Vossa Excelência parece desconhecer que a selvajaria tauromáquica promove a violência gratuita, deseduca as crianças que a elas assistem, inclusive provocam-lhes traumas (estudos psiquiátricos provaram-no com grande clareza), representam uma afronta à ciência, que já demonstrou e provou sobejamente que os Touros e os Cavalos são animais sencientes e conscientes tal como nós, animais humanos.
Talvez Vossa Excelência não saiba que em Março de 2012, um grupo de neurocientistas de renome internacional, declarou pela Universidade de Cambridge que todos os mamíferos, aves, répteis e outros animais de várias espécies, além de serem sencientes têm também consciência. Quer isto dizer, que têm plena noção do que se passa à sua volta e que, tal como o animal humano, têm a capacidade de experimentar sofrimento físico e emocional, como dor, tristeza, medo, stress, pânico, mas também alegria, amor e emoção.
Não há de facto, aos olhos da ciência ou de qualquer pessoa civilizada e compassiva, diferenças fundamentais entre nós, humanos, e os restantes animais. Refiro-me a diferenças que justifiquem a utilização de animais como objectos de tortura numa prática absurda e sádica, para a qual são violentamente retirados do seu habitat, drogados, amedrontados, provocados, feridos, inclusive depois de saírem da arena, e por fim, os que resistem a dias sem tratamento, comida ou água, são mortos cruelmente num qualquer matadouro. Fim de vida demasiado torturante, inglório e indigno para um animal que os anti-taurinos dizem “honrar”.
Vossa Excelência devia saber que a UNESCO, em 1980 declarou a tauromaquia como «a terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraídos por estes espetáculos. Desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura".
Vossa Excelência, como presidente do CDS/PP, deve recordar-se de como vergonhosamente este partido conseguiu proteger a agropecuária, a selvajaria tauromáquica e circos da penalização pelos maus tratos a animais, naquela famigerada lei de protecção a Cães e Gatos (os únicos animais não-humanos reconhecidos como animais). E os outros? Podem ser maltratados sem piedade?
Sabia Vossa Excelência que o CDS/PP representa «os agoniados do tempo da ditadura, que não conseguiram digerir o 25 de Abril» (conforme já li algures, e concordo plenamente), por isso mantém ainda a mentalidade retrógrada que inacreditavelmente conseguiu sobreviver no pós-25 de Abril?
Porquê, Senhor Doutor Paulo Portas?
Porquê, sendo Vossa Excelência um homem relativamente novo e educado nos melhores colégios e com formação superior, acoita na sua bagagem humana e política, algo tão desumano, tão cruel, tão sangrento e tão do foro da psicopatia como é a selvajaria tauromáquica?
Pode Vossa Excelência ter a gentileza de nos dar uma explicação lógica e racional para esta atitude, que nem o mais sábio dos sábios compreende?
É que já fiz esta pergunta a várias autoridades e dirigentes e governantes portugueses, e até a meros aficionados, e nenhum teve ainda a capacidade ou a coragem ou a amabilidade de responder a esta questão tão simples.
Porquê, em Portugal, este costume bárbaro de origem espanhola, que nada tem a ver com tradição portuguesa, arte, cultura ou outra coisa qualquer respeitante à civilização e à humanidade, é apoiado pelo Estado Português, e nomeadamente pelos deputados do CDS/PP?
Será uma questão do marialvismo que caracterizou o tempo da ditadura e sobrevive no partido de que V. Excelência é presidente?
Aguardando que Vossa Excelência possa fazer a diferença, e dar-me a gentileza de uma justificação que, garanto, se for racional, deponho as minhas armas (as palavras), envio-lhe os meus cumprimentos, que poderiam ser os “melhores” se eu não me sentisse tão indignada.
Isabel A. Ferreira
(isabelferreira@net.sapo.pt)
… porque ele não é parvo!
O que se vê nesta montagem, feita pela prótoiro, é um atentado ao bom nome de alguém que (goste-se ou não de futebol) traz alguma glória a Portugal, ao contrário dos maluquinhos da selvajaria tauromáquica.
(Isto foi escrito em 2015, e talvez esteja desactualizado, porque, hoje, em 2018, Ronaldo contratou um forcado para o "segurar"... na Rússia. Já cá não está que escreveu este post. Afinal Ronaldo poderá ser aficionado, se não fosse, não se metia com esta espécie de "gente").
Se Cristiano Ronaldo fosse um cobarde forcado, receberia, quando muito, a Bola da Estupidez, mas o que recebeu foi a Bola de Ouro.
Nem para saber destrinçar isto serve a protóiro.
(No entanto... tudo é possível neste mundinho onde reina a insanidade...).