Um grupo de activistas vianenses, que reivindica o fim das touradas em Viana do Castelo, critica a Câmara Municipal por esta não ter aprovado o Regulamento de Protecção de Animais, que contou com milhares de assinaturas, e o qual poderia ser uma mais-valia à proibição da tortura de bovinos no concelho.
«Estamos, novamente, no ponto zero no que diz respeito às touradas", refere Ana Macedo, porta-voz do Movimento Cívico «Touradas em Viana? Não obrigado» numa carta aberta publicada no Facebook, dirigida ao presidente da Câmara, José Maria Costa.
«Aparentemente Viana não quer ser cidade antitouradas. É muito triste porque sabemos quantos milhares de assinaturas recolhemos para sustentar o regulamento municipal e nem discussão pública foi feita», assegurou Ana Macedo, à Lusa.
Inexplicavelmente, o presidente José Maria Costa recusou-se a prestar declarações, sobre esta polémica, que surgiu na sequência da decisão da autarquia de atirar ao lixo o Regulamento de Protecção dos Animais, devido à publicação do novo RET que, hipocritamente, autoriza a tortura de bovinos, “salvaguardando” o bem-estar animal, como se espetar bandarilhas no corpo vivo de um animal lhe proporcionasse algum bem-estar!
«Perante isto, o nosso regulamento municipal deixava de ter sentido, já que há um regulamento nacional para estas actividades", esclareceu José Maria Costa, na passada semana, no final da reunião ordinária da Assembleia Municipal, acrescentando que o decreto-lei n.º 89/2014, publicado em Diário da República a 11 de Junho, veio «clarificar de uma vez por todas» o regime de realização de touradas.
Como se um regulamento anulasse o outro.
Isto é de quem não sabe o que anda a fazer no mundo.
Mas o autarca ainda disse mais: «Está finalmente definido que é à Inspecção Geral das Actividades Culturais (IGAC) e às Câmaras Municipais que compete, em paralelo, licenciar e autorizar a realização de espectáculos tauromáquicos em cumprimento das respectivas condições técnicas, sanitárias e de segurança».
Estas “condições técnicas” nunca foram acauteladas, e só por isso, nenhuma tourada poderia ter sido realizada em terras vianenses, se realmente a lei fosse cumprida.
Ora se é para não cumprir as leis, porquê a autarquia de Viana do Castelo, sendo anti-tourada, tem de vergar-se a uma minoria inculta que invade a cidade, como se lá não houvesse lei nem autoridade?
Deste modo, o grupo de activistas contesta: «Até agora não foi possível evitar as touradas e não vai ser agora com uma lei que protege as touradas que vamos conseguir. Ou Viana se assume como antitouradas ou então desiste. Continuar a alegar que somos e não fazer nada nesse sentido não pode ser".
Não pode ser, nem faz qualquer sentido.
Ana Macedo defendeu que o documento rejeitado (o Regulamento de Protecção aos Animais), «poderia dar mais força à autarquia» e considerou que quem aconselhou o presidente da Câmara sobre a suficiência da lei geral «aconselhou mal».
Lembrou ainda Ana Macedo que «Entreguei na CMVC fotocópias das assinaturas recolhidas até à data da reunião, que teve lugar em Junho de 2013. Após isso a recolha de assinaturas continuou acabando por ser mandadas para o lixo bem como o esforço de muitos voluntários...»
«Não acredito que seja o próprio presidente da Câmara a tomar uma decisão destas. É lógico que ele tem que seguir conselhos de alguém. Parto do princípio que esses conselhos sejam de juristas que trabalhem para a Câmara. Agora, realmente não funcionam há três anos», referiu Ana Macedo.
Acrescente-se que, em Maio, um pequeno grupo intitulado de “Vianenses pela Liberdade” anunciou a data de 24 de Agosto para a realização de uma tortura de bovinos em Viana.
Ora em 2009, o anterior executivo, presidido pelo Dr. Defensor Moura, aprovou uma deliberação camarária (uma lei municipal) recusando a realização de touradas no concelho, elevando Viana do Castelo a município anti-touradas.
Em 2012, desafiando as leis locais e o querer da esmagadora maioria do povo vianense a prótoiro (que só se atreveu a tal, por ter as costas quentes, como todos sabem) conseguiu por meios travessos e através do tribunal administrativo de Braga, realizar touradas, não cumprindo qualquer ponto do dito regulamento tauromáquico, o que só por si, dava para anular o ritual bárbaro em dois tempos.
Mas enfim… quem manda, nem sempre tem coragem de fazer o que tem de ser feito…
Texto baseado na seguinte fonte:
«O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas cobardias do quotidiano, tudo isto contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental que consiste em estar no mundo e não ver o mundo, ou só ver dele o que, em cada momento, for susceptível de servir os nossos interesses»
(José Saramago)
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Exmo. Sr. Alberto da Ponte:
É sempre com grande indignação (porque a RTP é paga também com o meu dinheiro) que ouço falar na transmissão de TORTURA DE BOVINOS, nesse canal, que é público, mas está minado pelo lobby tauromáquico.
Gostaria de tecer algumas considerações sobre a postura da RTP em relação a uma actividade cruel e violenta, que é transmitida em directo, sem qualquer respeito pela Ética e pela Vida, e pelo que deve ser um órgão que presta serviço público, ou seja, um exemplo de cultura, saber e humanidade.
E o que faz a RTP? Fomenta o exercício da violência contra seres vivos, banalizando, deste modo, o valor da Vida e do Respeito a ter pelos outros seres vivos.
Existe uma Lei que proíbe expressamente «todas as violências injustificadas contra animais, infligir-lhes a morte, um sofrimento cruel e prolongado, ou graves lesões».
Contudo, incompreensivelmente, esta lei (que nunca foi cumprida) exclui do Reino Animal os Bovinos e os Cavalos que, institucionalmente, podem ser torturados, ao bel-prazer de torturadores profissionais, que desconhecem o valor da Vida, e cruelmente, cobardemente infligem um sofrimento desmedido e inútil a animais sencientes, para divertir sádicos e psicopatas, aos quais a RTP dá demasiado tempo de antena, em detrimento dos que pugnam pela saúde mental dos portugueses.
É um facto inexplicável que a tortura de bovinos é legalmente permitida, o que só por si dá para envergonhar um povo, que o estrangeiro vê como um povo atrasado, minguado de inteligência, contudo, independentemente desta miséria moral, o grau de violência envolvido neste ritual bárbaro e primitivo, deveria ser o argumento mor considerado pela RTP, para não ser transmitido num canal televisivo, que, deste modo, viola abertamente e descaradamente, sem qualquer pudor, o Código Deontológico dos Média.
Além disso, a RTP, enquanto televisão do Estado, independentemente de ter administradores e directores e jornalistas aficionados, devia servir a causa pública e a esmagadora maioria dos Portugueses, que não se revê nesse ritual cruel e primitivo, e não uma minoria inculta, grosseira, sádica, abestalhada, e com um atraso civilizacional desmesurado.
Ademais, os dinheiros públicos não devem ser esbanjados deste modo inútil, a roçar o obsceno, transmitindo ao país a miséria moral e pobreza de espírito que grassa nessa estação televisiva, com “mandadores” de muito baixo nível cultural.
A RTP jamais deveria envolver-se promocional, logística e financeiramente na promoção, organização e exibição de tortura de bovinos (vulgo touradas), evitando, desse modo, colocar-se num patamar abaixo de ene zeros.
O que a RTP acabou de comemorar no campo pequeno, com muitas borlas, muitos convites, e muitos parasitas, que só lá foram para se mostrar na TV e ver as suas fotografias, com expressões vampirescas, nas revistas e nos Blogs tauromáquicos, foram 50 anos de uma estupidez, que já começa a ser tradição lisboeta.
E uma vez que a RTP não se decide a evoluir e entrar no caminho da civilização, seria do maior bom senso isentar do pagamento de contribuição audiovisual, a esmagadora maioria dos portugueses que rejeita essa estação televisiva, por não a considerar digna de ser visionada por gente que abomina rituais violentos e sangrentos, à medida apenas de broncos medievais, e pugna pela Vida de todos os seres, que connosco partilham o Planeta Terra, como é do ser civilizado.
Com a minha mais veemente indignação,
Isabel A. Ferreira
Faço minhas todas as palavras dirigidas por Jorge ao seu amigo aficionado.
Quanto a mim, dirijo-as aos aficionados que aqui vêm ameaçar-me, insultar-me com as ordinarices próprias de quem anda neste mundinho sangrento, e que me odeiam do mesmo modo que odeiam os Touros.
«Manel M., já somos amigos... sei lá... há 25 anos?! e sabes bem que numa coisa sempre me mantive fiel. O meu amor aos animais. Já discutimos sobre este assunto por diversas vezes e não quero que tomes a integridade da minha posição como uma "farpa" espetada a nível pessoal, mas sobre as touradas já sabes que nunca nos encontraremos do mesmo lado da "arena".
Manel, sabes bem que não posso admitir que hoje, em pleno século XXI; que hoje, em que sou Pai e tenho duas filhas, que educo promovendo o respeito pelos seres vivos e para que tenham coragem para ajudar os mais fracos; que hoje, ainda se pratique e promova uma actividade de tortura de seres vivos como espectáculo.
Tu, que és aficionado, poderias por exemplo divulgar DETALHADAMENTE como se "preparam" os touros antes das touradas. Sim, porque as touradas não são lantejoulas, trajes de luzes, cornetas e cavalos.
Conta por exemplo, como se deixam os touros sem água e sem comida na escuridão, como se serram as pontas dos chifres até aos nervos, fazendo com que cada marrada lhes provoque dor, como se lhes coloca vaselina nos olhos para evitar que vejam bem, como são manuseados, picados e espancados dentro dos curros... para depois serem soltos numa arena barulhenta, estranha, plena de ódio e cheia de pessoas sedentas de sangue que se divertem e regozijam com cada ferro que lhes é espetado no dorso... tu, que és aficionado diz-me o comprimento da lâmina serrilhada que tem cada farpa... 4cm? 6cm? 8cm? 10cm?
Manel, fomos colegas de carteira nas aulas de Biologia, lembras-te? Não me venhas dizer que o touro não sofre, que não sente a dor ou que o seu instinto o preparou para aquilo... amigo, até tu, um aficionado, sabe que não é assim.
Sim, sou contra as touradas, sou contra a forma como os animais são abusados e sabes porquê? Porque me coloco no lugar deles e aí sinto a dor, a humilhação e o estupro... sim, Manel, também sou contra a forma como os animais são criados, transportados e mortos nos matadouros, por isso sou quase vegetariano...
Já não me recordo quem disse que o nível cultural e de evolução de um Povo se mede pela forma como trata os seus animais...
Tira daí as conclusões que queiras sobre quem és e sobre quem todos nós somos e quem queremos ser; recebe um forte abraço com amizade,
Jorge»
Fonte:
O Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA) lamenta profundamente a morte de mais uma pessoa, neste caso, a de um homem de 62 anos, durante a realização de uma tourada à corda na ilha de São Jorge. Esta morte é mais uma que vem somar-se à de um homem de 78 anos na ilha da Graciosa, em 2013, e à morte de um homem na ilha do Pico, em 2012. Assim, a trágica estatística das mortes nas touradas à corda na região situa-se, no mínimo, numa pessoa morta por ano.
Para além das pessoas que morrem, o número de feridos graves nas touradas à corda é bastante maior, como indicam os casos que chegam a ser conhecidos apesar de, no geral, raramente serem noticiados. No total, o número de feridos graves e ligeiros nos Açores como consequência das touradas à corda estima-se em mais de 300 em cada ano.
Estes números são necessariamente aproximados em virtude dos feridos e mesmo dos mortos resultantes das touradas à corda, não serem mencionados, na maioria das vezes pela comunicação social. Aliás, é lamentável que, no caso da pessoa recentemente falecida em São Jorge, a comunicação social tenha centrado a notícia exclusivamente nas dificuldades da evacuação médica, que não contestamos, chegando mesmo a não referir, muitas vezes, que a causa primeira da morte foram os ferimentos ocasionados durante uma tourada.
Todas estas mortes inúteis e todos estes numerosos feridos, graves ou ligeiros, poderiam ser facilmente evitados com a definitiva abolição das touradas nos Açores e a sua substituição por eventos culturais que, longe de cultivar a violência e a morte, fomentassem a alegria de viver e o respeito pelas pessoas e pelos animais.
É cada vez mais evidente, nos Açores e em todo o mundo, que está na hora de acabar com esta barbárie absurda e sem sentido, permitindo aos povos evoluir e entrar definitivamente num progresso cultural próprio do século XXI.
Porém, longe deste entendimento, as touradas à corda continuam a receber apoios públicos por parte do governo regional e das autarquias açorianas.
Os governantes fecham os olhos à realidade e parecem varrer os mortos e os feridos para debaixo do tapete.
Mas, ainda são também de lamentar as outras vítimas das touradas à corda: os touros. Infelizmente não são raros os casos de animais que chegam a morrer durante as touradas. São conhecidos casos de touros que morreram de esgotamento e outros que morrem ao embaterem contra um muro. São frequentes também os casos de animais que acabam gravemente feridos, perdendo um ou os dois cornos ao embaterem contra as paredes e muros, ou partindo ossos ao escorregar ou saltar nas ruas. É, ainda, comum ver touros com ferimentos, sangrando e sem que por isso se interrompa a festa.
Apesar de tudo isto, lamenta-se que alguns políticos ainda considerem as touradas como simples “brincadeiras” com os animais.
Partilhando o sentir da maioria da sociedade açoriana, o MCATA considera que não é admissível haver mais nenhuma morte nem mais feridos por causa das touradas à corda.
Por último, o MCATA apela às entidades que têm responsabilidade na matéria para que atuem sem mais demora.
Comunicado do
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA)
03/07/2014
Um excelente texto do Dr. Defensor Moura, escrito em 17 de Agosto de 2012, e que devia estar arquivado, como um precioso documento de um tempo que passou, e, infelizmente, em 2014, continua actualíssimo…
O que se passa na Câmara Municipal de Viana do Castelo?
Texto de DEFENSOR MOURA
Depois de uma década e meia de profunda requalificação urbana e ambiental, com preservação e valorização dos recursos naturais, Viana do Castelo desenvolveu um modelo de cidade com estilos de vida saudável em perfeito equilíbrio com o privilegiado ecossistema envolvente.
O respeito pelos direitos dos animais e a decisão de declarar “Viana do Castelo Cidade anti-touradas” foram consequências naturais da evolução civilizacional da comunidade vianense, com aprovação da esmagadora maioria dos cidadãos e escassíssimas manifestações de oposição, como aliás o demonstraram os proprietários da Praça de Touros (que a venderam sabendo que acabariam as touradas) e, até, do centenário clube taurino da cidade que há muitos anos se dedica tranquilamente à prática de bilhar e xadrez.
Em Viana do Castelo não há touros, nem toureiros, nem forcados e as touradas nada tinham a ver com a Romaria d’Agonia, dedicada às belezas vianenses – o traje, o ouro, as danças e os cantares, o cortejo, as procissões e o fogo-de-artifício que atraem muitas centenas de milhares de forasteiros anualmente.
Ninguém sentiu a falta da tourada nos últimos três anos da romaria e Viana viveu tranquilamente a sua festa maior sem acolher no seu seio o bárbaro espectáculo onde os pobres touros, que vinham de fora, para aqui sofrerem torturas sanguinárias de toureiros, que também vinham de fora, para mórbido prazer de umas centenas de aficionados que, igualmente, de outras paragens chegavam à cidade!
Mas “Viana anti-touradas” é um símbolo da luta pelos direitos dos animais que os, cada vez menos aficionados, não desistem de abater. Esperava-se que, mais tarde ou mais cedo, a indústria tauromáquica investisse sobre Viana.
Foi este ano que o poderoso lobby das touradas apareceu, com uma proposta da federação Prótoiro para instalação de um redondel provisório em terrenos agrícolas na periferia da cidade, com o propósito de esmagar exemplarmente a vontade da cidade que simbolicamente se ergueu contra a barbárie.
Esbarraram na firme determinação da Autarquia que indeferiu o pedido, por se manter orgulhosamente como “Cidade anti-touradas” e por rejeição do local de instalação da praça provisória. Inesperadamente o Tribunal Administrativo de Braga desautorizou a Câmara Municipal e viabilizou a proposta de realização do sanguinário espectáculo. INACREDITÁVEL!!!
E se, no que se refere ao próprio espectáculo, a contraditória legislação que condena a violência sobre os animais … e parece excepcionar as touradas (!), pode admitir a controversa decisão judicial, era bem dispensável a insensível citação da tauromaquia como manifestação cultural equivalente ao teatro e à música.
Inesperada, porém, foi a decisão judicial de autorizar a instalação de uma praça de touros num terreno agrícola junto ao mar! Sem ouvir a Câmara Municipal, nem a Comissão de Coordenação Regional, nem o Instituto Hidrográfico, nem o Instituto de Conservação da Natureza que tutelam aquela área protegida, o Tribunal autorizou a instalação daquela arena de tortura num terreno onde o próprio agricultor não é autorizado a construir um pequeno casebre para guardar os utensílios agrícolas. ESCANDALOSO!!!
Além de um grave atropelo à legislação vigente, o poder judicial desautorizou publicamente a Autarquia de Viana do Castelo e afrontou desnecessariamente a população vianense que, por esmagadora maioria, reprova e rejeita as sanguinárias torturas tauromáquicas.
Afinal, se em Viana não há touros nem toureiros e os escassos aficionados, se existem, apenas precisam de se deslocar duas dezenas de quilómetros para satisfazerem a sua sede (de sangue) de cultura taurina, PORQUE NÃO NOS DEIXAM EM PAZ???
Porque não deixam os vianenses e os milhares de visitantes fruir alegremente a maior Romaria de Portugal, não manchando a beleza multicolor que a caracteriza com o sangue do sacrifício dos touros inocentes.
É evidente que, na enxurrada da gravíssima crise social que atravessamos, com desemprego, fome e perda de direitos no trabalho, na saúde e na escola pública, este bárbaro atentado aos direitos dos animais é apenas mais um alarmante sinal do retrocesso ético e civilizacional que inunda a nossa sociedade e é preciso denunciar e rejeitar quotidianamente.
Por isso me solidarizo com os vianenses e os amigos dos animais que se vão juntar no domingo, a partir das 16 horas, junto ao Castelo Velho da Praia Norte e na própria Veiga da Areosa, para protestar contra este grave atentado aos direitos dos animais e, simultaneamente, denunciar a escandalosa desautorização dos legítimos representantes autárquicos de Viana do Castelo.
Defensor Moura
17.Agosto.2012
Exmo. Sr. Presidente:
Foi com grande estupefacção que recebi a notícia de que o Regulamento de Protecção Animal de Viana do Castelo, apoiado por milhares de assinaturas de Vianenses (e não só), foi deitado ao lixo, regressando esta cidade, que já foi anti-tourada, à estaca zero.
Tenho conhecimento de que foi entregue, em mãos, a V. Exa, fotocópia das primeiras assinaturas recolhidas, durante uma reunião que decorreu na CMVC, no ano passado...
Tenho igualmente conhecimento de que a recolha de assinaturas continuou, como prometido, durante essa reunião e, deste modo, o esforço de alguns Vianenses foi premiado com dezenas de páginas repletas de assinaturas, que ficaram a aguardar que o Regulamento fosse a discussão pública.
Ora, essas páginas, expressando a vontade da grande maioria dos cidadãos, são a prova de que Viana do Castelo não quer nem precisa de touradas.
Entretanto, nada aconteceu durante quase um ano, como é habitual nessa cidade que, ao contrário do que se consta, parece ser pró-tourada, uma vez que, apesar de haver medidas legais para travar a invasão dos bárbaros tauricidas, a CM fica-se por uma posição NIM, que não dignifica nada o bom nome de Vina do Castelo.
Fiquei a saber que, finalmente, em Junho, surge uma decisão de fazer avançar o Regulamento. Porém, as assinaturas foram ignoradas, a discussão pública nunca fez parte do "plano" camarário, e uma tourada foi imediatamente anunciada.
Também tive conhecimento de que, após esta prova de enorme eficiência e vontade de manter Viana como “Viana sem touradas” o Regulamento é “deixado cair” a favor de uma lei ridícula e hipócrita,(o tal RET) feita à medida do lobby tauromáquico (uma minoria inculta mas influente, graças aos dinheiros públicos) que envergonha 90% dos Portugueses.
Assim como a maioria dos Vianenses, eu também quero acreditar que este revés aconteceu apenas porque os juristas da Câmara Municipal de Viana do Castelo são bastante incompetentes. Aconselham de forma errada quem tem o poder de decisão... Contudo, as provas de total incompetência desses juristas (ou a afición deles pelas touradas) têm sido tão frequentes que começa a ser tempo de os mandar para o desemprego.
É verdade que quando milhares de cidadãos de Viana do Castelo expressam a sua vontade e esta é simplesmente ignorada, algo está muito errado. E vemo-nos, de repente, diante de um regime político que nada tem a ver com Democracia, onde o povo (a maioria do povo) é quem mais ordena.
Os Vianenses regressaram à estaca zero... E o que o Dr. Defensor Moura construiu conscientemente foi destruído inconscientemente.
Aconselho V. Exa a ler o texto do link visível mais abaixo, onde encontrará algumas informações bastante úteis, que poderão dar uma ajuda aos extraordinários juristas a quem os nossos impostos pagam o salário, para que o retrocesso se instale em Viana do Castelo.
http://protouro.wordpress.com/.../os-politicos-sao-todos.../
Com gente assim, Portugal nunca evoluirá….
Com a minha indignação,
Isabel A. Ferreira