Desejo um BEM-AVENTURADO ano 2014 a todos aqueles que vêm a este lugar verde, da cor dos prados, ler o que muitas vezes não gostam de ler, porque as verdades ditas nua e cruamente doem naqueles que têm a consciência pesada (mas não sabem…) e a todos os que me apoiam nesta minha tentativa de expurgar o mundo de uma pestilência, que esmaga a alma dos mais sensíveis…
Que a FARTURA não vos pese…
Que a SORTE vos favoreça…
Que a SAÚDE seja constante na vossa vida…
Que a GENEROSIDADE vos incentive a partilhar…
Que a TRANQUILIDADE vos invada o ser… e o EQUILÍBRIO a mente…
Que a EMPATIA por todos os outros seres vivos vos enriqueça a existência…
E se não puderem salvar o mundo, pelo menos NADA FAÇAM, individualmente, no sentido de o prejudicar…
E…
PAZ… PAZ… PAZ…
LUCIDEZ… LUCIDEZ… LUCIDEZ…
PRECISAMOS DELAS… URGENTEMENTE!
VEJAM AQUELAS AVES, ALI, A PLANAREM…
SIGAMO-LAS…
ELAS LEVAR-NOS-ÃO A ESSE LUGAR ONDE ESTÁ A PAZ…
E ONDE ESTÁ A PAZ, ESTÁ A LUCIDEZ…
E ONDE ESTIVER A LUCIDEZ, ESTARÁ O VERDADEIRO HOMEM…
E ONDE ESTIVER O VERDADEIRO HOMEM, ESTARÁ UM FUTURO POSSÍVEL…
SEJAMOS RACIONAIS, COMO AS AVES!
VÁ!
NÃO CUSTA NADA…
«Torturar um touro por prazer, por divertimento, é muito mais do que torturar um animal - é torturar uma consciência» (Victor Hugo)
Primeiramente impõe-se saber a diferença entre “oficiosamente” e “oficialmente”.
O principal sentido de algo que é oficioso é "particular, isto é, não é oficial".
O sentido de oficial é o que “é declarado pela autoridade competente".
Ora sabemos que a “autoridade competente” não teve competência para abolir a tauromaquia, em 2013, conforme estava previsto, por um simples motivo: uma subserviência patológica ao lobby tauromáquico infiltrado em todos os lugares-chave da governação portuguesa.
Facto que não diminuiu a força da abolição oficiosa, que foi encetada pelos abolicionistas em todo o mundo, e que manteve a tauromaquia no seu pior ano, e até certo ponto, aziaga no que respeita aos tauricidas.
Por todo o mundo o movimento anti-tourada fez-se sentir, com todo o seu vigor, e em muitas cidades as arenas estão a ser demolidas ou transformadas em centros de cultura culta.
Neste momento, os torcionários fazem planos para a temporada de 2014, porque os governantes dos países terceiro-mundistas, que mantém esta peste negra, e a União Europeia ainda se ajoelham perante o deus money e recebem “bênçãos” extraordinárias.
Em Portugal, devido a vários factores favoráveis, a tauromaquia está praticamente morta.
As arenas apresentam-se visivelmente esvaziadas de público. Só lá vai a parentada dos torcionários.
Por vezes estão mais tauricidas no campo, do que povo nas bancadas.
Se uma ou outra vez a “casa” está meio cheia, é porque os bilhetes são de borla. O tempo das vacas gordas já passou.
Hoje em dia “ir a uma tourada” significa marginalizar-se. Significa parolice. Marialvismo. Significa demonstrar uma falta de cultura e de instrução crassas. Significa ignorância. Estupidez.
E há sempre quem tire fotos. E há sempre quem as torne públicas. E há sempre quem as publique, porque são públicas. E há sempre quem comente: olha ali o parolo ou a parola!
E para terminar, deixo aqui o prometido: todos os que contribuíram para que se realizassem touradas em 2013, quando tiveram oportunidades múltiplas de as abolir, ficarão perpetuados negativamente no Livro Negro da Tauromaquia, para que os vindouros saibam quem foram os nomes e os rostos da barbárie.
É que hoje sabemos que houve circo romano, mas desconhecemos a maioria dos nomes e rostos dos que participaram naquele holocausto.
Hoje temos muita documentação fotográfica. Muita informação.
E os que praticaram, aplaudiram e apoiaram a peste pútrida da tauromaquia em 2013, ficarão para sempre como os carrascos de um tempo de má memória.
(Se não conseguirem entender a letra da canção do vídeo, as imagens dizem tudo)
BASTA!
O MUNDO CIVILIZADO ESTÁ FARTO DE GOVERNANTES IGNORANTES E DE BÁRBAROS PSICOPATAS
Não queremos deputados que se submetam a lobbies, mas que os combatam, que os eliminem, que os penalizem…
Em 03 de Novembro de 2013 enviei ao Grupos Parlamentares a seguinte mensagem:
«Senhores Deputados, é urgente pôr fim a estes crimes que se alastram por várias escolas neste nosso país pobre em mentalidade e em quase tudo.
O Estado Português tem uma palavra a dizer sobre a PROTECÇÃO A MENORES.
O que estão a fazer quanto a este assunto grave?
Que crianças estão a FORMAR para o futuro? Psicopatas?
Peço desculpa pela “agressividade", mas já estou farta destes desmandos, e quem DE DIREITO NADA FAZ.
Não posso ser cúmplice, ficando calada.
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira»
***
Desta vez, e para já, apenas respondeu o Grupo Parlamentar «Os Verdes”, numa mensagem com o seguinte teor:
«26 de dez (2 dias atrás)
para mim
Exmo. Senhor,
Acusamos a receção [em Português recePção]da sua mensagem eletrónica [em Português eleCtrónica], que mereceu a nossa melhor atenção.
Sem mais de momento, apresentamos os melhores cumprimentos,
Joana Silva
Chefe de Gabinete»
***
Como podemos verificar, a mensagem é um protótipo. (Eu não sou senhor).
Este assunto não interessa aos parlamentares porque as crianças NÃO VOTAM.
Os animais também NÃO VOTAM.
Em Portugal só se ouve quem DÁ VOTOS, e mesmo assim as coisas correm mal.
O que realmente preocupa quem está atento ao que se passa em relação aos mais desprotegidos, NÃO INTERESSA discutir no Parlamento Português.
Fiz esta denúncia, porque naturalmente o forcado em questão não foi àquele infantário da Moita falar de como NÃO SE DEVE TORTURAR TOUROS.
O forcado foi falar da “GLÓRIA” que é ser forcado e de como é pegar um Touro mais morto do que vivo e sair dali um “HERÓI” tetraplégico.
Falar de violência e tortura a crianças inocentes e de tenra idade não será um crime, isto é, uma transgressão às mais elementares regras de um projecto educativo? Uma iniquidade no que se refere ao que uma escola pré-primária deve incutir às crianças?
Temos de saber do que estamos a falar.
“Crime” é tudo aquilo que transgride as regras sociais e morais que regem uma sociedade.
Incutir às crianças a ideia de violência e de tortura contra animais indefesos não será uma transgressão social e moral, que poderá levar a uma deformação de comportamentos futuros?
E o que é que isto interessa aos governantes?
Nada. Absolutamente nada.
As crianças NÃO lhes dão votos.
Isabel A. Ferreira
É primordial proteger as crianças (ainda inocentes) dos aficionados predadores que as ensinam a TORTURAR, ao vivo, bezerrinhos bebés, com bandarilhas e espadas a sério…
Este Concurso é magnífico! É educativo! É apropriado para crianças…
EM NOME DO DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO NORMAL DAS CRIANÇAS, EXIGIMOS O FIM DAS ESCOLAS DE TOUREIO, EM PORTUGAL!
O que vemos nesta foto é um crime contra a integridade psíquica desta criança.
(Origem da foto: http://planetadostouros.blogspot.pt/2012/01/tiago-santos-da-escola-jose-falcao-na.html
Tourada: programa violento capaz de influir negativamente na formação da personalidade de crianças e adolescentes – conclusão de um tribunal, em 2008
De 2009 a 2013 o que aconteceu?
As escolas taurinas portuguesas continuaram a ensinar a “arte” de torturar bezerros ao vivo e a cores, a crianças algumas delas menores de seis anos…
Estava-se em 2008, e uma providência cautelar interposta pela ANIMAL foi julgada procedente pela 12.ª Vara Cível de Lisboa – 1.ª Secção, em sentença notável do tribunal, numa acção judicial pioneira da ANIMAL para restringir a exibição televisiva de touradas pela RTP, com vista a prevenir os perigosos efeitos deseducativos do visionamento de touradas para crianças e adolescentes e a mensagem de aceitação da violência contra animais como algo de normal e aceitável que estas enviam.
Este procedimento cautelar interposto pela ANIMAL fundou-se, desde logo, no disposto no n.º 4 do artigo 27.º da Lei n.º 27/2007, de 30 de Julho (Lei da Televisão), que estabelece que "quaisquer [...] programas susceptíveis de influírem de modo negativo na formação da personalidade das crianças ou de adolescentes, devem ser acompanhados da difusão permanente de um identificativo visual apropriado e só podem ser transmitidos entre as 22 horas e 30 minutos e as 6 horas". Como consequência desta decisão, a RTP está ordenada pelo tribunal a abster-se de emitir a "44.ª Corrida TV" nos termos em que a tinha programada e a tem anunciado.
A sentença proferida foi verdadeiramente notável, deixando apurada como matéria de facto provada um conjunto de alegações avassaladoras contra a exibição televisiva de touradas e contra os perigos que esta representa – justamente pela violência contra os animais que exibe, glorificando-a.
Ouvidas as testemunhas arroladas pela ANIMAL – contando-se entre estas testemunhas dois psicólogos clínicos e um biólogo e professor universitário de etologia (ciência que estuda o comportamento animal) –, o tribunal deu como provado que o visionamento de touradas televisionadas é, pelo menos, susceptível de ter uma influência negativa e deseducativa na construção e no desenvolvimento da personalidade de crianças e adolescentes, transmitindo-lhes a mensagem de que torturar um animal, fazer disso espectáculo e exibi-lo televisivamente (entrando estas imagens e esta mensagem pela "casa de crianças e adolescentes adentro" e em horários televisivos perfeitamente acessíveis a uns e outros) é aceitável e normal.
A ANIMAL alegou – e o tribunal deu como provado – que o visionamento de touradas, especialmente quando exibidas na televisão em horário irrestrito, expõe crianças e adolescentes a um processo de dessensitização relativamente ao sofrimento dos animais (e também ao sofrimento de humanos), sendo a inflicção de sofrimento ali apresentada como um espectáculo legítimo, aparentemente artístico, em que a tortura de animais é louvada como esteticamente apreciável e moralmente neutra, e cuja respeitabilidade é tão grande, que aquele espectáculo chega a ser emitido televisivamente e a horas irrestritas – de fácil acesso a crianças e adolescentes (sendo exemplo disso as 17h, hora para a qual estava programada a exibição desta tourada).
O tribunal deu também como provado que, ao mesmo tempo que o Estado Português, através dos manuais escolares aprovados pelo Ministério da Educação, incorpora no conjunto curricular de mensagens educativas e formativas nos vários níveis de ensino a mensagem de que as crianças e os adolescentes devem respeitar e proteger os animais e a natureza, contraditoriamente, o Estado não só autoriza ainda a prática de touradas – o que vai contra as mesmas mensagens educativas veiculadas nos manuais escolares e que constituem tema de tantos trabalhos de turmas e alunos por todo o país na disciplina de "área projecto" –, como também, através da estação de televisão estatal, exibe espectáculos de violência contra animais como é o caso das touradas, e fazendo-o a qualquer hora, transmitindo, assim, a mensagem negativa e absolutamente inversa ao que nas escolas se procura ensinar.
Neste contexto, o tribunal deu como provado que estas mensagens contraditórias geram confusão no quadro de valores que se pretende incutir às crianças, condenando, nas escolas, os maus tratos a animais, enquanto promove e glorifica, na televisão, esta violência. Ficou também provado que, dando-se o processo de aprendizagem essencialmente por imitação de comportamentos, as crianças e os adolescentes poderão ser susceptíveis de virem a imitar os comportamentos violentos que vêem glorificados nas touradas e que aí são apresentados como sinais de heroísmo, bravura e arte – não obstante o facto de serem comportamentos cruéis para com os animais.
Segundo Rita Silva, Vice-Presidente da ANIMAL, "No Ocidente, os países onde os animais são mais mal tratados e onde há uma maior indiferença das populações relativamente ao sofrimento dos animais são, por norma, países onde existe actividade tauromáquica permitida pelo Estado. Portugal é um desses casos, sem dúvida alguma, sendo um país onde ainda hoje os animais se encontram fortemente desprotegidos e onde ainda não são vistos, de um modo geral, com respeito.
Isso deve-se, sem dúvida alguma e em grande parte, ao facto do Estado permitir que em qualquer centro de qualquer cidade ou vila do país vários touros e outros animais sejam expostos a uma tortura extrema, com contornos de crueldade assustadores, no contexto de corridas de touros e outras práticas tauromáquicas que são promovidas e acolhidas como espectáculos e cuja popularidade é estimulada.
Nos últimos dez anos, sobretudo, a popularidade das touradas decresceu brutalmente em Portugal, fruto de campanhas a favor dos direitos dos animais, e, com isso, tem-se dado também o avançado declínio económico desta indústria sanguinária.
Os portugueses já não querem que as touradas possam acontecer em Portugal e querem que Portugal seja um país onde os animais sejam bem tratados e mais fortemente protegidos.
Mas o Estado não tem reflectido isso através das suas decisões e a RTP, desde logo, tem tido um papel vergonhoso ao insistir em promover e difundir um espectáculo deplorável que devia ser já proibido e que, pelo menos, deveria estar completamente vedado de ser promovido ou difundido pelas estações de televisão.
Não é de todo aceitável que estas, particularmente a RTP, continuem a insistir no processo de dessentização que faz com que os portugueses ainda hoje não tenham tanta empatia para com os animais e os seus direitos quanta deviam ter.
Esta decisão judicial notável e absolutamente pioneira no mundo virou, agora, uma importante página da história da abolição das touradas e esperamos que a RTP e outras entidades retirem daqui as devidas conclusões".
O tribunal ordenou à RTP que se abstivesse "de transmitir no próximo dia 08 de Junho de 2008, pelas 17.00 horas, a 44.ª Corrida TV, a partir da Praça de Touros Celestino Graça, fora do período compreendido entre as 22.30 horas e as 06.00 horas, e sem a difusão permanente de um identificativo visual apropriado, a sinalizar tratar-se de um programa susceptível de influir de modo negativo na personalidade das crianças ou de adolescentes".
Como elemento de dissuasão, o tribunal condenou a RTP, "em caso de infracção do disposto [...] [na sentença], numa sanção pecuniária compulsória, de € 15.000,00 (quinze mil euros)", além de ter notificado a RTP do previsto no artigo 391.º do Código de Processo Civil, que estabelece que "incorre na pena do crime de desobediência qualificada todo aquele que infrinja a providência cautelar decretada".
Miguel Moutinho, Presidente da ANIMAL, afirmou que "neste momento, tanto quanto a ANIMAL conseguiu apurar, já não surge no site da RTP, em RTP.pt, qualquer referência, em termos de programação, à 44.ª Corrida TV. Acreditamos que a atitude certa que a RTP deveria tomar seria a de não voltar a emitir quaisquer touradas.
Trata-se de um espectáculo que foi considerado violento e
inadequado para crianças e adolescentes por um tribunal. Trata-se de uma actividade profundamente condenável que já não tem aceitação social em Portugal, mas colhe, isso, sim, repulsa e contestação. Trata-se de algo que representa o que há de pior na maneira como os humanos vêem e tratam os outros animais.
Fonte:
http://blogdosbichos.blogs.sapo.pt/887288.html
***
O que dizer depois disto?
- Primeiro, que a RTP não aprendeu nada com esta decisão histórica de um tribunal.
- Segundo, que o governo português também não aprendeu nada com os fundamentos que levaram este tribunal a proferir esta sentença.
- Terceiro, apresentar touradas nas televisões às cinco da tarde ou à meia-noite, para os aficionados, tanto faz: as crianças, filhas de aficionados, vêem as touradas nem que seja às quatro horas da manhã.
- Quarto, se VER touradas na televisão, é, segundo o parecer deste tribunal «susceptível de ter uma influência negativa e deseducativa na construção e no desenvolvimento da personalidade de crianças e adolescentes, transmitindo-lhes a mensagem de que torturar um animal é aceitável e normal» o que dizer quando numa escola pública o toureio É ENSINADO a crianças, algumas menores de seis anos, com bezerrinhos a SEREM TORTURADOS a cores e ao vivo, com instrumentos perfurantes?
O que terá a dizer a 12.ª Vara Cível de Lisboa – 1.ª Secção, a este respeito?
Em Portugal existirão LEIS que protegem as crianças do homem predador?
Os primitivos usaram a inteligência; os modernos abusam do Poder.
Copyright © Isabel A. Ferreira
in Manual de Civilidade - Edição Maio de 2000
(Origem da foto) http://www.escolasapereira.com.br/v_pagina.php?a=tag428
Perguntas-me por que razão te dirijo todas estas palavras?
Por nada de especial.
Apenas pretendo evitar, se for esse o caso, que não comprometas o futuro, com os teus excessos, com os teus exageros, com a tua inabilidade, com a tua cegueira. É que gostaria de viver o que me resta da vida, sem ter de me preocupar contigo. Por isso, decidi expor-te o meu pensamento.
Quando criança, fui criança e costumava dizer: «Quando eu for grande quero ser...». Tanta coisa eu quis ser! Já passei pela juventude e fui apenas o que tive de ser. Nem criança, nem adulta. Apenas jovem. Hoje, estou a meio do meu percurso. Continuo a seguir em frente, claro! Vivo como posso e como sei. Não sou criança, também não sou jovem. Sou apenas o que sou. Como convém.
Quando ultrapassar o Cabo da Boa Esperança, navegarei em outras águas, talvez um pouco mais turvas, mas nem por isso deixarão de ser boas águas para navegar, e provavelmente continuarei a seguir o meu caminho, com a tranquilidade da primeira idade, pois viver cada época de cada vez é a evolução natural da vida. Pretender invertê-la não criará o caos?
Todas as vidas começam de um modo muito primitivo. Uma simples e frágil sementinha transforma-se num belo e frondoso embondeiro, se lhe derem condições. A isto chama-se progresso: movimento para a frente.
Diz-se que o homem também nasceu primitivo. Vivia em cavernas, andava nu e utilizava instrumentos muito rudimentares. No entanto, esse homem primitivo e inculto fez algo que o homem moderno, esparramando tanta sabedoria e tão alta tecnologia, não conseguiu fazer: progresso. Os antigos usaram a sua inteligência, e da pedra à madeira, da madeira à cerâmica, da cerâmica ao metal, tirando partido do fogo, dos ventos e das águas, inventaram quase tudo o que está na base das sociedades ditas modernas.
Todavia, o que o homem primitivo construiu apenas com a sua inteligência, habilidade, e muito engenho e arte, o homem moderno destrói com a sua alta tecnologia. Inabilmente. Desinteligentemente.
E o que faz o homem do nosso tempo com o espantoso progresso dos seus primitivos antepassados? Transforma-o num moderno retrocesso, e o pior é que se vangloria desse feito, assim como de outros feitos também.
Diz ufanado: «Navego na Internet». Isso é bom. É muito bom. Mas navega igualmente em outras águas, onde se vão extinguindo todas as espécies...
Saberás qual é a diferença entre o homem primitivo e o homem moderno?
O homem primitivo usou a inteligência em prol do progresso; o homem moderno abusa do progresso em prol do retrocesso.
E chama a isso PODER.
in «Manual de Civilidade» © Isabel A. Ferreira