Sexta-feira, 30 de Novembro de 2012

« (…) A ABOLIÇÃO DA TAUROMAQUIA, QUE LENTA MAS FIRMEMENTE SE DESENHA NO HORIZONTE DA CIVILIZAÇÃO, APENAS EXIGE O FIM DA PRESENÇA DOS ANIMAIS, TOUROS E CAVALOS, NO ESPECTÁCULO, E NÃO O DO PRÓPRIO ESPECTÁCULO»

 

 

Ora aqui está um exemplo do que podem vir a ser as touradas do futuro: um sujeito, vestido à maneira, com os seus collants cor-de-rosinha, numa arena, vazia de Touros e Cavalos, com bandarilhas coloridas prontas a piruetarem no ar, enquanto a banda toca os pasos dobles taurinos e a assistência grita “olé!”, num frenesim de loucura colectiva …

 

 

***

 

Passo a transcrever um texto, publicado na Revista Cais (178), que contesta a apologia da tortura de Touros e Cavalos, apresentada na mesma revista, por José do Carmo Reis, da prótoiro (federação portuguesa das associações taurinas), conforme o exposto no seguinte link:

 

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/199387.html

 

O texto do Professor Paulo Borges destrói, por completo, o mito da tauromaquia, através dos saberes e dos valores humanos.

 

Depois não digam que não sabiam.

 

As informações estão constantemente a ser divulgadas.

 

Teimar na ignorância, será uma opção.  

 

TOURADAS

 

Por Paulo Borges

Presidente do PAN (Partido pelos Animais e pela Natureza)

 

«A tauromaquia, o combate do homem com o touro, tem a sua origem na ritualização de mitos dualistas acerca do combate originário entre a luz e as trevas, o bem e o mal, para que o cosmos possa vencer o caos.

 

Estes mitos expressam na verdade o sentimento humano de uma diversão e combate interno entre a luz da consciência e a da razão ética e as trevas da irracionalidade dos instintos e das emoções destrutivas.

 

Neste ciclo de civilização antropocêntrica, o homem foi identificado como o positivo e o animal como o negativo, sendo convertido num bode expiatório de toda a violência, conflitos e tensões dos instintos reprimidos pela vida social.

 

Projectar a necessidade de triunfo da luz sobre as trevas interiores, do melhor sobre o pior de nós, num combate exterior com um animal, como se humilhá-lo, torturá-lo e vencê-lo, pela morte na arena ou mais tarde no matadouro, tornasse alguém melhor, é uma manifestação grosseira de ignorância da dimensão simbólica daqueles mitos arcaicos.

 

Esquecida de tudo isto, a tauromaquia converteu-se num espectáculo de pura agressão gratuita contra um ser senciente e pacífico, que é forçado a sofrer terrivelmente num confronto que não deseja.

 

Na tauromaquia há uma dissimulação do mal da violência e do sofrimento, ficando anestesiada a tendência humana para a empatia e para se colocar no lugar do outro, em primeiro lugar pela convicção entranhada desde há milénios no subconsciente humano, de que o homem é o “bom” e o animal é o “mau”; em segundo lugar pela estética do espectáculo, estimulante dos sentidos com as luzes, as cores, a música, as vestes e os movimentos rituais; em terceiro lugar, pelo êxtase emocional de uma multidão a vibrar em uníssono, onde se esquecem os problemas da vida e as razões da consciência em momentos fugazes de diluição numa festa social com parentes, amigos, comida e bebida.

 

Para além dos que estão directamente ligados aos interesses económicos da indústria tauromáquica, a maioria dos aficionados vê apenas nas corridas de touros a estética do espectáculo e o convívio social que lhes confere um sentimento de identidade e de participação comunitária numa era de globalização e fragmentação das relações humanas.

 

É por isso que ganadeiros, cavaleiros, toureiros, forcados e aficionados não vêem nas corridas de touros senão isso e nunca o evidente sofrimento do animal seja o cavalo ou o touro.

 

Mas esse sofrimento dos animais, capazes como nós de sentir a dor e o prazer psicológicos, é o que acima de tudo vêem os que lutam pela abolição da tauromaquia, pois esse sofrimento e a transgressão da regra de ouro de toda a ética – o não fazer ao outro o que não desejamos que nos façam a nós – surgem em toda a sua injustificada e brutal nudez quando despidos dos véus da mítica superioridade humana, da tradição cultural, da beleza estética e da festa social.

 

A tortura, a violação e o assassínio serão sempre tortura, violação e assassínio, e inaceitáveis, por mais que nalgum lugar do mundo se convertam numa tradição cultural apreciada por alguns e numa festa social encenada com requintes estéticos de luz, cor, som e movimento.

 

Todavia, a abolição da tauromaquia, que lenta mas firmemente se desenha no horizonte da civilização, apenas exige o fim da presença dos animais, touros e cavalos, no espectáculo, e não o do próprio espectáculo.

 

Tal como os montados e os touros bravos podem sobreviver ao fim da tauromaquia, convertendo-se em santuários da vida selvagem, reservas ecológicas e pólos de atracção turística, também o actual espectáculo, sem animais, se pode converter numa encenação não-violenta, mantendo a sua estética tradicional, a exemplo do que aconteceu com práticas semelhantes em todo o mundo, hoje apreciadas como artes lúdicas, livres de sangue e morte, como as antigas artes marciais do sabre japonês, o kendo, e da capoeira afro-brasileira. 
 
Livre de animais, o actual espectáculo continuará a ser uma festa de convívio e coesão social, mas deixará de ser a festa da violência e da dor que actualmente indigna e envergonha a nossa consciência e fere o mais fundo da nossa sensibilidade humana à dor do outro, à aflição do próximo, humano ou não humano.»

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:06

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TORTURA À PORTUGUESA, NA MARINHA GRANDE…

 
 
 
 
 

Antes deste Touro entrar na arena esteve 24 horas sob tortura.

 

No momento desta filmagem, além do desventurado animal já estar trespassado com ferros e a sangrar abundantemente, tem uma perna partida.

 

E digam-me lá se é de GENTE QUE ESTÁ NO SEU JUÍZO PERFEITO continuar a TORTURAR o animal naquele estado.

 

A TORTURAR UM SER EM AGONIA.

 

A APLAUDIR O ENORME SOFRIMENTO EM QUE SE ENCONTRA AQUELA INOCENTE CRIATURA.

 

A SABOREAR A DOR IMENSA DE UM SER VIVO.

 

Não terá isto a ver com PSICOPATAS?

 

Está nos livros de Psiquiatria e Psicologia.

 

Um dia, estes torcionários terão de prestar contas de tanta CRUELDADE.

 

E não haverá Santo nem Santa que os valha.

 

Mas são tão ignorantes que nem sabem que eles próprios, também são animais, de carne e osso, e têm pernas e sangue… Mas não têm cérebro, nem coração, nem sentimentos, e isso fá-los ser muito INFERIORES ao Touro que estão a torturar, porque o Touro tem EMOÇÕES, que estes psicopatas nem sabem o que é.

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 12:11

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Quinta-feira, 29 de Novembro de 2012

QUE RAZÕES CULTURAIS, TRADICIONAIS, IDENTITÁRIAS, SOCIAIS, ECONÓMICAS E ECOLÓGICAS PODEM LEGITIMAR A TORTURA DE TOUROS E CAVALOS?

 

 

Foto tirada nas traseiras do Campo Pequeno (Lisboa): imagem onde está estampado o enorme sofrimento do Touro, causado pelas “ervas daninhas”, com forma humana, que infectam as sociedades civilizadas.  

 

 

Vou ver se consigo ser politicamente correcta, perante as alucinações de um torcionário, publicadas na Revista CAIS (178), de Novembro de 2012, e redigidas por um indivíduo da prótoiro (federação portuguesa das associações taurinas), de nome José do Carmo Reis (JCR) – que além de ODIAR TOUROS E CAVALOS, é caçador desportivo e ADORA MATAR  ANIMAIS e exibi-los mortos publicamente – num texto que pretende defender o indefensável, caindo no ridículo dos inscientes.

 

Ora esse cidadão tenta sublimar e legitimar o que nós estamos a ver na imagem que ilustra este texto, como se essa fosse a missão maior e mais nobre do ser humano, isto é, TORTURAR seres vivos, por interesses económicos e sádicos.

 

Diz esse cidadão que «ser aficionado e defender a tauromaquia supera, hoje em dia, o exercício de apontar as razões culturais, tradicionais, identitárias, sociais, económicas e ecológicas que legitimam a Festa Brava».

 

Quem tem capacidade de discernir, basta olhar para o sofrimento estampado no semblante daquele Touro, para ficar elucidado quanto às razões que o ficcionista quer legitimar.

 

Depois o dito articulista diz que «quem a ela (à festa brava) se opõe (agora repararem na poética da cegueira), fá-lo vislumbrando o amanhecer de uma nova ética que suportará a tão almejada e moderna moral. O deslumbre do inócuo “não fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós”, está no caso do relacionamento do Homem com os restantes animais, além da quimera».

 

O JCR citou o preceito máximo de Jesus Cristo (“não fazer aos outros…”), já utilizado por grandes revolucionários mais antigos, e que bastava ser seguido por todos os seres humanos, para que a Humanidade pudesse até dispensar as mal engendradas leis dos homens.  

 

Mas o JCR, não sabe, porque a Igreja Católica também não sabe, embora ande enrodilhada lá pelas arenas, o significado e a profundidade desta mensagem.

   
Este é o efeito negativo da interpretação errada que a Igreja Católica faz da mensagem de Cristo, e a transmite aos falsos devotos que se benzem e pedem a protecção de Deus antes de ir TORTURAR Touros e Cavalos para uma arena.

 

Mas querem saber o que pensa o JCR a propósito deste preceito?

 

Diz que ROÇA AS MARGENS DA IRRACIONALIDADE e é uma ABSURDA ILUSÃO, porque «embate na inevitabilidade das constantes e impiedosas regras que a própria natureza impõe a todos

 

A mente deste aficionado é tão retorcida que confunde a MÃE NATUREZA e as suas regras implacáveis, mas sábias, com a natureza ignorante e cruel do homem predador, que se acha dono e senhor de todas as criaturas, inclusive das humanas, e inevitável a aniquilação delas pela bestialidade que lhe ocupa a mente.

 

A seguir o JCR diz uma coisa espantosa: «Sobrepondo-se à fantástica e pueril visão do mundo natural segundo Walt Disney, estão as filmagens da National Geographic Society, revelando a vida selvagem e relembrando o acordo, embora arrebatado que temos com a natureza. E esta verdade, nem o mais piedoso dos anti-taurinos poderá fugir

 

O JCR confunde a VIDA SELVAGEM com as suas regras cósmicas, primorosamente elaboradas, com a execrável SELVAJARIA praticada pelos tauricidas sobre Touros e Cavalos. Isto é de uma IGNORÂNCIA atroz.

 

Depois divaga com uma verborreia desviante, que não interessa nem ao papa nem ao bispo, e que nada acrescenta de útil à causa que pretende defender, isto é: a da TORTURA de Touros e Cavalos. 

Mistura terrorismo, veganismo, vegetarianismo, abortos, gatos vadios, braços armados, cancro na mama… bem aquelas coisas que eles dizem para fugirem à principal questão, que é a doença psicopata denominada “tauromaquia”.

 

E termina o JCR com algo, no mínimo, irracional. Diz ele:

 

«No fundo, e contrariamente ao que apregoam os movimentos anti-taurinos, ser aficionado no século XXI não deriva de nenhuma estagnação evolutiva, desvio comportamental, falta de ética, nem está directamente relacionado com uma falha moral. É, acima de tudo, não pactuar com a visão extremista que uma franja da sociedade pretende impor aos restantes membros. É rejeitar radicalismos, fanatismos estéreis, uniformizações e negar o abraço da globalização. É defender a nossa cultura, identidade e liberdade, mas no processo, assegurar ao Homem a sua dignidade. Sempre! »

 

Ora resumindo, o JCR quis dizer apenas isto: «ser aficionado no século XXI, é como ter sido aficionado no século XXI ANTES DE CRISTO, isto é, ser aficionado é sentir o prazer mórbido em TORTURAR ou VER TORTURAR Touros e Cavalos, assegurando ao homem a sua indignidade. Sempre!»

 

Porque a tauromaquia não passa de um desvio comportamental grave.

 

Obrigada, JCR. Prestou um bom contributo à Causa Abolicionista.

 

***

 

Na mesma revista CAIS (178) Paulo Borges, Presidente do PAN (Partido pelos Animais e pela Natureza), apresentou uma visão racional e lúcida em relação a este tema, num texto que publicarei noutro espaço, pois neste ficaria CONSPURCADO.

 

Apenas adiantarei um tópico:

 

« (…) A ABOLIÇÃO DA TAUROMAQUIA, QUE LENTA MAS FIRMEMENTE SE DESENHA NO HORIZONTE DA CIVILIZAÇÃO, APENAS EXIGE O FIM DA PRESENÇA DOS ANIMAIS, TOUROS E CAVALOS, NO ESPECTÁCULO, E NÃO O DO PRÓPRIO ESPECTÁCULO».

 

Isto não é algo brilhante?

 


 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:25

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Animais selvagens exibidos num circo dentro do ginásio de uma escola é quebrar todas as regras da educação para a infância

 
 
 

Um duplo atentado: aos Direitos das Crianças e aos Direitos dos Animais Não-Humanos.

 

A todas as pessoas singulares ou colectivas, solicita-se o envio do correio electrónico, abaixo dirigido à directora regional da educação do Governo regional dos Açores.

 

Muito obrigada.

 

Enviar para:

 

dref.info@azores.gov.pt

 

Cc: apacores@gmail.com, cantinhoanimaisacores@hotmail.com, acoresmelhores@gmail.com

 

 Exmos. Senhores,

 

Através da comunicação social tomámos conhecimento de um anúncio onde se mencionava a exibição de um circo “dentro do ginásio de uma escola” na freguesia dos Ginetes, na ilha de São Miguel (Açores).

 

Confirmando o que o senso comum nos induz, na recente Declaração de Cambridge sobre a consciência, assinada por uma plêiade dos mais competentes cientistas, afirma-se que muitas espécies animais, incluindo os mamíferos e as aves, além de serem seres sencientes, são seres conscientes, muito à semelhança dos seres humanos.

 

A utilização de animais em espectáculos circenses é cada vez mais condenada pelas sociedades contemporâneas. A utilização de animais para entretenimento já não faz qualquer sentido nos tempos que correm.

 

Existem muitas razões para esta tomada de posição, nomeadamente, as condições inadequadas de cativeiro a que os animais são submetidos, o uso de violência nos treinos e condicionamento dos animais, a privação de liberdade e de contacto com membros da sua espécie, entre outras.

 

Uma outra razão que conduz a este repúdio prende-se com o facto dos supostos objectivos educacionais, resultantes da exibição de animais em actividades circenses, junto das crianças e jovens, falharem por completo. Quando as crianças e jovens observam os animais a “actuarem” num circo não são levados a reflectir sobre a importância da protecção das espécies selvagens em liberdade. Muito pelo contrário.

 

Os animais utilizados nos circos são submetidos a restrições físicas e sociais graves, na medida em que estão privados de viver no seu meio ambiente natural e de interacção com outros animais da mesma espécie. Estes animais são coagidos a ter comportamentos muito distintos dos que habitualmente têm no seu meio ambiente natural, pelo que, nos circos com animais, as crianças e jovens assimilam e interiorizam que é normal e socialmente aceite privar os animais da sua liberdade apenas para o nosso divertimento.

 

Os animais não escolheram ser artistas de circo e não é desta forma que queremos que as nossas crianças e jovens os vejam.

 

Tendo tomado conhecimento que o Circo Família Cardinali exibe animais selvagens em escolas, e por todas as razões acima descritas, vimos, por este meio, manifestar a nossa desaprovação na utilização de animais em actividades circenses e, particularmente, na sua exibição em estabelecimentos escolares cuja população-alvo preferencial são crianças e jovens.

 

Cumprimentos,

 

Isabel A. Ferreira

 

Fonte: «AÇORES MELHORES»

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 10:00

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Quarta-feira, 28 de Novembro de 2012

A SOCIEDADE QUE CONDENA AS TOURADAS ESTÁ CONDENADA A LER E OUVIR OS MAIORES DISPARATES

 

 
Vítor Luís

 

 

E aqui está um, dos bem GORDOS.

 

É inconcebível conceber a existência de alguém que consegue, de uma só assentada, dizer tantos disparates.

 

Primeiro convido-vos a ler os disparates.

 

Depois, a excelente análise que fez a PRÓTOURO, e que traduz exactamente aquilo que penso, e portanto uma vez que está escrito, escuso de me repetir. Faço minhas as palavras da PRÓTOURO, com a devida vénia.

 

A SOCIEDADE QUE CONDENA AS TOURADAS ESTÁ CONDENADA

 

Por VÍTOR LUÍS

 

«A Sociedade que condena as touradas está condenada a um olhar rápido e culto independente, esta nossa sociedade supostamente «avançada» não é nada avançada. Não passa de uma sociedade doente e decadente, tão relativa como todas as culturas, e sem nenhuma autoridade para se pretender «universal».

 

Francamente, funciona com um «software» básico, repleto de «bugs», que chega a ser insultuoso, quando, por exemplo, como no 1984 de George Orwell, considera uma espécie de «Crimideia!» as alegações dos defensores das touradas, já se vê...

 

Essa «sociedade democrática e progressista» em nome de quem falam aqueles que condenam as touradas é um «ecosistema degradado» político-economicamente arruinado e socialmente desconexo, que no entanto se alimenta «ideologicamente» do «politicamente correcto» em vias de se tornar totalitário, mais próprio de «andróides manipuláveis» que de seres humanos inteligentes.
 
Há quem considere as touradas «hábitos medievais» - tal como as missas e procissões, não? – e portanto «não mais aceites numa sociedade que se quer civilizada».

 

A Democracia Grega, muito mais antiga, também podemos considerá-la como «hábito obsoleto»? Também eu queria – que a sociedade fosse realmente civilizada e reconhecesse uma herança cultural que já vem desde da Alta Antiguidade, pelo menos dos tempos de Creta, e que se enraizou em toda a bacia do Mediterrâneo com expressões múltiplas e variadas...

 

À beira de se desintegrar, a nossa «sociedade avançada» só pode servir de modelo, no seu conjunto, para o que não deve ser feito.

 

Entretanto, vai revelando uma cobardia geral e organizada de quem está de mal com a Vida e com a Morte. Tem um medo terrível da Morte, do sangue e do combate - nem quer ouvir falar disso! Porque a «vida física» é tudo, «pensa», o que não a impede de definhar. Já nem consegue matar um coelho ou uma galinha, coitada, tão longe que anda a sua atitude e o seu carácter das linhas essenciais da Vida.

 

Uma insidiosa e gradual corrupção de ideias e conceitos-chave destruiu-lhe o plano Espiritual - que já deixou de considerar, por «pensar» que isso não existe, tal como a Verdade. E o mesmo foi sucedendo à Identidade, à Ética, à Honra, à Hierarquia, à noção de Dever, ao Sentido de Serviço, ao Sacrifício por Valores maiores e muitos outros «hábitos medievais» ou até muito mais antigos.

 

Está a autodestruir-se pelo «progresso» segundo o mesmo processo de degradação convergente. Por isso, entre muitas outras carências, já não percebe nada do «mundo dos toiros» - nem do mundo dos Homens, o que é ainda pior.»

 

Vítor Luís

 

FONTE:

http://ww2.atct.org.pt/informacao/opinioes/detalhe/2012-novembro/6835-a-sociedade-que-condena-as-touradas-esta-condenada

 

***

 

«Não fosse o facto do senhor Vítor Luís ter escrito um artigo intitulado: "A sociedade que condena as touradas está condenada", jamais teríamos o "prazer" de o conhecer.

 

No seu artigo, o senhor afirma entre outras coisas que a "sociedade democrática e progressista" é um "ecosistema degradado", político-economicamente arruinado e que se alimenta "ideologicamente" do politicamente correcto. Que há quem considere as touradas como "hábitos medievais" e como tal "não mais aceites numa sociedade que se quer civilizada".

 

Obviamente o senhor não acredita em democracia, está no seu direito. Mas não acredita porque não lhe dá jeito, porque num estado democrático, a maioria prevalece sobre a minoria e neste caso, os aficionados são uma minoria. E assim sendo a maioria pode acabar com os vossos gostinhos perversos.

 

E de facto a maioria dos cidadãos consideram que as touradas são hábitos medievais e como tal não podem continuar a ser aceites numa sociedade que se quer civilizada e evoluída.

 

Esta gente, continua a não perceber que os seus argumentos para além de serem facilmente desmontáveis, são ridículos e em última instância insultuosos para a maioria dos cidadãos que têm cabeça para pensar, raciocinar e saber que um ser senciente tem o direito a não ser torturado e morto num espectáculo maquiavélico.

 

Diz ainda o senhor que a sociedade revela uma cobardia geral e organizada de quem está de mal com a vida e com a morte e que tem um medo terrível da morte, do sangue e do combate!

 

Meu caro senhor sempre que alguém nasce, sabe que um dia vai morrer, é o destino, não há nada a fazer até que um dia se descubra o elixir da vida eterna. E mesmo assim, provavelmente muitos não o quererão beber. As pessoas podem ter medo da morte porque para todas elas é o desconhecido, mas isso não faz com que as pessoas andem à procura da mesma, bem pelo contrário. Equiparar as touradas com a vida e a morte com o sangue e o combate, não é próprio de pessoas normais!

 

Senhor Vítor Luís, a sociedade que não condena touradas, está condenada e sabe porquê? Porque é uma sociedade sem valores morais. É uma sociedade que não se preocupa com a vida. É uma sociedade decadente e que caminha a passos largos para a auto-destruição. Porque quem não respeita a vida de outro ser mesmo que esse ser seja um animal, também não respeita a vida do seu semelhante.

 

Prótouro

Pelos touros em liberdade»

 

http://protouro.wordpress.com/2012/11/28/uma-sociedade-que-nao-condena-touradas-esta-condenada/

 

***

 

Gostaria apenas de acrescentar um comentário a este parágrafo que achei o máximo:

 

Diz o Vítor Luís: Há quem considere as touradas «hábitos medievais» - tal como as missas e procissões, não? – e portanto «não mais aceites numa sociedade que se quer civilizada».

 

Pois você foi brilhante, Vítor Luís. «Há quem considere as touradas “hábitos medievais”, sim, e lembrou-se muito bem de as juntar às missas e procissões, que é isso que fazem os padres católicos. Até já vimos uma procissão a ser realizada numa arena, onde a seguir iam TORTURAR TOUROS.

 

Realmente usava-se muito isto na Idade Média. Mas se vamos aceitar esse medievalismo, diga-me, onde fica a EVOLUÇÃO? A Idade Moderna e a Idade Contemporânea nunca existiram?…

 

Mas se bem me lembro, estudei alguma coisa a propósito destas duas últimas Idades, na Faculdade…

 

Mas talvez eu esteja enganada.

 

Primeiro passámos pela Idade Moderna, depois pela Contemporânea, e agora é que estamos na Idade Média…

 

Não é isso, Vítor Luís? Com touradas, missas, procissões, vacadas, sangue, muito sangue, morte em praça pública, essas coisas todas na mesma arena… BRAVO!

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:08

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Terça-feira, 27 de Novembro de 2012

O responsável pelos inocentes bovinos de Idanha-a-Nova já foi detido, responsabilizado e vai ser condenado como merece?

 

 

A pergunta colocada no título é o que importa, depois da matança.

 

Recebi dois comentários, sobre as “preocupações” do povo de Idanha-a-Nova, com o facto de terem consentido que se ABATESSE A TIRO inocentes bovinos, que pagaram pelo CRIME do dono deles, o que me parece que anda o povo de Idanha-a-Nova com PESO NA CONSCIÊNCIA.

 

Nada do que o José João e o João Pedro disseram, JUSTIFICA o ABATE A TIRO, ainda mais por GNRs com fraca pontaria, de animais que não têm culpa do ABANDONO a que foram votados.

 

Mas quem as diz bem é o meu amigo CARLOS RICARDO:

 

«A DGAV já demonstrou várias vezes (p. ex. canis municipais não licenciados por não terem condições, mas que continuam a albergar e matar cães e gatos à revelia desta Direcção) que não prima pela defesa dos animais, dando SEMPRE A DESCULPA DE SE TRATAR DA DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA.

 

Infelizmente, e não sei se legalmente, utilizou uma força de segurança (GNR) para esta operação. GNR cuja história ao longo dos tempos demonstra ser uma força mais repressiva que de segurança das populações e bens.

 

Os elementos da GNR, que têm actuado nesta matança, têm falhado muitos tiros, já que em alguns vídeos se vêm animais feridos a correr pelo mato fora. Isto significa que não só não resolveram a situação como causaram enorme sofrimento aos animais.

 

Quanto ao indivíduo morto, ainda não foi provado que a sua morte foi provocada pela investida dum desses animais!!!
 
A finalizar e tendo em conta o ponto 8 da resposta da DGAV, desafio esta Direcção a demonstrar que o proprietário já foi detido, responsabilizado e VAI SER PUNIDO, como merece

 

Carlos Ricardo

 

***

 

Só me resta dizer umas coisinhas ao José e ao João.

 

JOSÉ JOÃO, deixou um comentário ao post Em Idanha-a-Nova prevalece a lei da selvajaria: dispara-se contra bovinos, alveja-se guardas da GNR... e o exemplo "vem de cima"…  

 

«Respeito a sua opinião. Gostaria apenas que pensasse da seguinte forma: A sua mãe, uma senhora de oitenta e tal anos, residente na aldeia de Segura, que gosta de ir á sua horta, buscar e regar a sua pequenina cultura, dá de caras com um boi de 500 e tal quilos, em puro estado selvagem e não manso, como a cara senhora descreve... animal que anda há aproximadamente uma década, à solta, sem vacinação contra absolutamente nada, tão só porque o dono dos animais originais, ou seja os primeiros, sendo ele veterinário, os meteu numa cerca (terras dele), para receber um subsídio, e os abandonou ao seu destino durante mais de dez anos. Como resolvia a senhora jornalista (freelancer) este problema? Ia lá apanhar os animais mansinhos?»

 

*

 

Pois o que tenho a dizer-lhe José, é que não posso, de modo algum, pensar da forma como sugeriu. Por uma simples razão: se a minha mãezinha de oitenta e tal anos tivesse uma hortinha na aldeia de Segura, e se andassem (e ainda por cima isto já tem UMA DÉCADA) uns bovinos abandonados pelos campos ao derredor, EU como filha da senhora idosa, teria MOVIDO CÉUS E TERRA para RESOLVER o problema dos bovinos, e consequentemente, o problema da minha Mãe, para que ela pudesse andar na hortinha dela, sem ter de ver pela frente um boi com 500 quilos, que se estivesse bem tratado, até nem poria em perigo a vida dela.

 

Teria feito tudo para meter o dono dos bovinos na CADEIA.

 

Eis como a senhora jornalista (freelancer) resolveria este problema.

 

O que é que o João José fez?

 

O que é que fez a Câmara Municipal?  

 

O que é que fez a DGAV, nesta última DÉCADA quanto a estes bovinos?

 

Contactaram o dono? Vedaram o terreno? Trataram dos animais?

 

Não mexeram UMA PALHA.

 

E agora vem para aqui tentar justificar uma atitude que não tem justificação possível.

 

***

 

João Pedro, deixou um comentário ao post Em Idanha-a-Nova prevalece a lei da selvajaria: dispara-se contra bovinos, alveja-se guardas da GNR... e o exemplo "vem de cima"…  

 

«Talvez devesse saber que os "bovinos mansos e inocentes" já mataram uma pessoa e perseguiram e mataram outras. Já várias vezes os tentaram apanhar mas não conseguiram. Os animais já andam à solta há anos, tornaram-se selvagens e agressivos, muitos deles apresentam sintomas de demência e são um perigo para as pessoas e para a saúde pública. E aquilo é uma região desertificada e com poucos meios. Por isso de mansos não têm nada, antes andam a espalhar o terror pela zona. Que queria que lhes fizessem?»

 

Pois, João Pedro eu já sei dessa SUPOSIÇÃO, gostaria que me provasse que os “bovinos mansos e inocentes” bem alimentados, já mataram uma pessoa e perseguiram e mataram outras…

 

Estamos a falar de BOVINOS HERBÍVOROS. Não estamos a falar de MAMÍFEROS CARNÍVOROS, que atacam o homem quando têm fome. E APENAS quando têm fome ou são provocados ou molestados, e estão no direito deles.

 

Um bovino também pode marrar em autodefesa. Com todo o seu direito. E conheço muita gente que gosta de maltratar os animais desprotegidos, e depois QUEIXAM-SE.

 

Os animais já andam à solta há anos… Pois é. E o João Pedro fez alguma queixa contra o abandono destes INOCENTES E MANSOS ANIMAIS? Fez alguma coisa pelo bem deles?

 

Tornaram-se selvagens? Não seria o contrário? As gentes de Idanha-a-Nova é que se tornaram selvagens em relação a eles?

 

Estamos a falar de BOVINOS.

 

Andaram a espalhar o terror pela zona? Como? Com panos pretos pela cabeça?

 

O único ser que “espalha terror” é o homem-predador.

 

O que fizeram aos pobres animais?

 

ABATÊ-LOS A TIRO (com fraca pontaria) foi o modo mais fácil.

 

Não, o povo de Idanha-a-Nova nada fez nesta DÉCADA para resolver o problema civilizadamente, como era da sua obrigação.

 

Os bovinos são animais pacíficos. Mas ainda que não fossem, tinham todo o direito à sobrevivência.

 

Agora mata-se por tudo e por nada.

 

O homem destrói o habitat dos animais. Estes, levados pela fome, procuram comida onde ela existe, e são corridos à bala.

 

Quem são os criminosos?

 

Respondam-me.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:16

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A INFORMAÇÃO ESTÁ TODA AQUI: SÓ GENTE IGNORANTE FREQUENTA CIRCOS QUE EXPLORAM ANIMAIS

 

 

Chega a época do Natal e com ela a época dos circos.

 

Nada temos contra os circos, temos tudo contra a utilização de animais nos circos: estes animais são maltratados, espancados, "ensinados" debaixo de enorme violência que chega a causar a morte, são retirados do seu habitat, separados das crias, acorrentados, enjaulados...

 

Há alternativas sem animais.

 

Lembre-se disso quando os seus filhos pedirem para ir ao circo.

 

Fonte:

https://www.facebook.com/luisbarrmat#!/photo.php?fbid=491155294261878&set=a.365516993492376.90559.137689042941840&type=1&theater

 

***

(O título é da responsabilidade da autora do Blog)

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:43

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FIM DOS DINHEIROS PÚBLICOS PARA AS TOURADAS, JÁ!

 

 

 

 

Participe nesta causa! Pelos Animais e pela Justiça. Vamos apoiar a Inês Real para que seja recebida pelo Primeiro-Ministro de Portugal.

 

FIM DOS DINHEIROS PÚBLICOS PARA AS TOURADAS, JÁ!

http://www.portugal.gov.pt/pt/o-meu-movimento/ver-movimentos.aspx?m=1335

 

Fonte:

https://www.facebook.com/#!/photo.php?fbid=500072366690241&set=a.472890756075069.108951.143034799060668&type=1&theater

publicado por Isabel A. Ferreira às 10:58

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Segunda-feira, 26 de Novembro de 2012

CONDUTOR QUE ARRASTOU CÃO PELAS RUAS FOI IDENTIFICADO, MAS NÃO SERÁ CONDENADO, PORQUE À LUZ DA NOSSA LEI OS ANIMAIS SÃO “COISAS”!!!!!

 

 

 

Este é o Sparky, que está a recuperar bem do acto criminoso de alguém que devia ser condenado e ir para a prisão, e vai ficar IMPUNE… ou quase… Isto só acontece num país onde existem leis idiotas, elaboradas por idiotas, que consideram que um animal é uma “coisa”...

 

 

Eis a notícia que incomoda até uma pedra

 

«A PSP já sabe quem é o condutor da carrinha que, há três semanas, arrastou um cão acorrentado ao para-choques, em Vila Real, e o abandonou no parque do Lidl.

 

No momento da fuga, duas estudantes da Universidade de Trás-os-Montes anotaram a matrícula e forneceram-na à PSP. Segundo o comissário Soares, do comando da PSP de Vila Real, esses dados já foram fornecidos ao veterinário municipal, tribunal e à Sociedade Protetora dos Animais.

 

Depois de identificado o veículo, a investigação seguiu no sentido de identificar o condutor e de produzir prova para o incriminar", esclareceu.

 

Nesta altura, o processo encontra-se com o veterinário municipal, que depois o encaminhará para a Direção-Geral de Veterinária, que é a entidade que punirá o responsável. "À luz da nossa Lei, um animal é uma coisa e, como tal, o máximo que pode acontecer ao condutor é uma coima", explicou o comissário, esclarecendo que "deverá rondar os 500 euros". Segundo a legislação, a multa pode ir até aos 3640 euros "mas, por norma, o Estado aplica o valor mínimo", elucidou.

 

Entretanto, Sparky, assim foi batizado pela enfermeira que o salvou, já saiu do Hospital Veterinário da UTAD e ficou com Ana Beatriz Loureiro. Graças ao Facebook, Ana angariou muitos amigos e também dinheiro suficiente para pagar as despesas hospitalares do animal. No final do tratamento, se sobrar algum, Ana Beatriz vai doá-lo a uma instituição escolhida pelos amigos da rede social.»

 

Fonte: 

http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Vila%20Real&Concelho=Vila%20Real&Option=Interior&content_id=2909625

 

O cão chama-se Sparky.

E o energúmeno que o arrastou pelas ruas, nem nome tem.

Um dia será arrastado pelas ruas, tal como aconteceu ao Sparky. E quem se importará?

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:13

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Um fartar de vilanagem... E ninguém vai preso?

 

 

 

(Recebido via e-mail)

 

Aqui está um excelente exemplo da utilidade das parcerias público-privadas

 

Arbitragem e património público:

 

O Município de Barcelos foi condenado, em Janeiro deste ano, por um tribunal arbitral de Lisboa a pagar mais de 172 milhões de euros à empresa Águas de Barcelos (ADB), uma sociedade anónima com sede nesse concelho a quem tinha sido adjudicada, em Janeiro de 2005, a concessão da exploração e gestão dos serviços públicos municipais de abastecimento de água e de saneamento do município. Aquela verba constitui uma compensação à ADB por os consumos de água dos habitantes de Barcelos entre 2005 e 2035 serem inferiores aos previstos no contrato de concessão.

 

Os termos e condições da concessão são escandalosamente leoninos a favor da empresa privada e à custa do património do município de Barcelos e dos interesses legítimos dos seus munícipes. A empresa não assumiu qualquer risco, pois ficou com o lucro garantido pelo preço dos elevados e irrealistas consumos de água fixados no contrato ou então pelas indemnizações a que o município se obrigou caso esses consumos fossem inferiores, como veio a acontecer.

 

De frisar que o contrato de concessão previa um consumo de água por dia de 126 litros por habitante em 2005, quando, na realidade, esse consumo foi apenas de 112 litros; para 2006, o consumo previsto era de 129 litros, mas diminuiu para 90 litros por dia; para 2007, era de 132 litros e o real foi de 81; em 2008, o consumo previsto foi de 135 litros e o real foi de 75 e em 2009, o previsto foi de 138 litros e o real de 75 litros por dia.

 

Ou seja, o contrato previa um aumento progressivo do consumo de água e a realidade mostrou uma diminuição, o que, no mínimo, demonstra a leviandade ou má-fé de quem fez ou aceitou essas previsões sem os estudos que as sustentassem. Ou será que tais estimativas foram deliberadamente exageradas? Saliente-se que a ADB é propriedade da AGS - Administração e Gestão de Sistemas de Salubridade, SA (propriedade da Somague), uma empresa muito experiente no ramo, pois está há muitos anos no mercado e detém idênticas concessões em muitos outros municípios.

 

Atente-se, por outro lado, que os contadores de água, que custavam 17 euros, eram obrigatoriamente alugados pela empresa concessionária por 3 euros por mês aos munícipes; ou seja, só em um ano a empresa ganhava com esse aluguer mais do dobro do seu custo. Por outro lado, se fosse necessário substituir um contador o consumidor teria de pagar uma taxa para retirar o antigo e outra taxa para colocar o novo. Além disso, os ramais que ligam as redes domésticas à rede pública de saneamento tinham de ser adquiridos à concessionária que os vendia a mais de mil euros quando custavam menos de 100 euros. Já nem nos países do terceiro Mundo se fazem negócios assim.

 

Tratou-se, pois, de um contrato feito à medida dos interesses da concessionária à custa dos direitos e interesses do município e dos munícipes de Barcelos. Isso mesmo parece ter sido detectado pela IGAL (Inspecção-geral da Administração Local) que enviou o relatório de uma inspecção ao DCIAP (para procedimento criminal), ao Tribunal de Contas (para efeito de responsabilização financeira) e ao Ministério Público junto do Tribunal Administrativo de Braga (para uma acção de anulação do contrato). Está-se à espera.

 

Este caso suscita muitas dúvidas e perplexidades. Por que é que o município de Barcelos e uma empresa de Barcelos fixaram uma arbitragem em Lisboa para um litígio judicial? Por que é que num contrato de concessão de um serviço público a uma empresa privada, envolvendo relevante interesse público e quantias tão elevadas, se renuncia aos tribunais do Estado e a juízes independentes? Por que é que as partes renunciaram ao direito de recurso? Serão infalíveis os advogados transformados em "juízes" nos tribunais arbitrais? O mínimo que se pode dizer da sentença é que ignorou princípios fundamentais de Direito, como os do erro, da boa-fé, do abuso de Direito, da alteração superveniente das circunstâncias, entre outros.

 

De salientar que os três "juízes" do tribunal arbitral cobraram em conjunto mais de quinhentos mil euros de honorários, ou seja, cada um ganhou, só com este processo, mais do que um juiz de Direito ganha em dois anos de trabalho a despachar milhares de processos e a fazer centenas de julgamentos.

 

Quantos mais contratos destes não haverá por esse Portugal fora???? !!!!!!!!

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 10:51

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