SERIA TRAIR OS SEUS ANIMAIS SE A UZ ACEITASSE A AJUDA INTERESSEIRA DE UM GRUPO QUE É MANIFESTAMENTE INIMIGO PÚBLICO NÚMERO UM DOS ANIMAIS.
SE EU ESTIVESSE NA UZ FARIA EXACTAMENTE O MESMO: REJEITARIA ESTA OFERTA ENVENENADA, NEM QUE ISSO ME CUSTASSE UM ORDENADO INTEIRO PARA REPOR A COMIDA NECESSÁRIA AOS MEUS PROTEGIDOS.
TENHAM VERGONHA Ó GENTE DA PRÓTOIRO!
VÃO SER HIPÓCRITAS PARA OUTRO LADO.
NÃO SE APERCEBEM DE QUE NINGUÉM ACREDITA NESSA VOSSA CARIDADEZINHA DISSIMULADA?
QUEM TORTURA TOUROS NÃO MERECE CONFIANÇA, E OS ANIMAIS DA UZ MORRERIAM INTOXICADOS COM A RAÇÃO VINDA DE GENTE FINGIDA.
FORÇA, UNIÃO ZOÓFILA. OS VOSSOS ANIMAIS ESTÃO BEM PROTEGIDOS.
Ao que chegou a idiotice: chamam ao edifício que se vê na imagem a catedral da tauromaquia do Norte, isto é, um lugar onde religiosamente (até porque a igreja católica apoia esta ignomínia) se torturam e violentam Touros e Cavalos, seres vivos e animais como nós.
Uma notícia que já tem barbas brancas, mas que é necessário retomar, porque na Póvoa de Varzim, cidade que se diz da "Cultura" e que organiza eventos dos mais abalizados do País, como o «Correntes d' Escritas» e o Festival Internacional de Música, é permitida a tortura de Touros e Cavalos.
Isto é uma VERGONHA para a cidade. E porquê? Porque a tal "Cultura" não é assim tão culta como parece.
É necessário, pois, que as mentes se iluminem, na Póvoa de Varzim, para que esta proposta de cidade anti-tourada seja uma realidade.
É que não diz a treta com a careta. Uma cidade onde se torturam seres vivos, não pode ser, de modo algum, uma cidade de CULTURA.
É uma cidade, sim, onde a ignorância e o barbarismo que ela traz, ainda predomina.
Isabel A. Ferreira
***
Texto publicado em 17 de Março de 2008
Lusa
«Viana do Castelo, 17 Mar (Lusa) - A Câmara da Póvoa de Varzim (PSD) chumbou hoje a proposta apresentada por um vereador do PS para a classificação da localidade como "cidade anti-touradas" do País, informou à agência Lusa o presidente da associação Animal.
Segundo Miguel Moutinho, a proposta, que foi apresentada pelo socialista Joaquim José Garcia e que transformaria a Póvoa de Varzim na primeira "cidade anti-tourada" do País, foi rejeitada com cinco votos contra da maioria PSD.
Dois vereadores do PS votaram a favor e um outro absteve-se.
"A Póvoa de Varzim perdeu uma oportunidade para dar um passo histórico e exemplar", lamentou Miguel Moutinho.
Lembrou que há uma empresa pertencente a um empresário alemão residente em Portugal interessada na compra da Praça de Touros da Póvoa de Varzim, que pertence à Câmara, para a transformar num "biergarten" (espaço de lazer, entretenimento e cultura) semelhante ao que existe em Munique, Alemanha.
"Seria a transformação de um espaço que até aqui tem sido usado para a tortura e derramamento de sangue de animais inocentes num espaço alegre, de diversão não-violenta e culturalmente interessante, que seria capaz de atrair muitos mais turistas para a cidade", frisou.
Garantiu que, apesar deste chumbo, a Animal não vai desistir da luta "anti-touradas" e incentivará outros autarcas de todo o País a seguir o exemplo de Joaquim José Garcia.
Na reunião de hoje, o executivo da Póvoa de Varzim não só chumbou a proposta do PS como também aprovou a realização de uma garraiada da Federação Académica do Porto, o que Miguel Moutinho considerou "duplamente lamentável"."Em pelo menos duas dessas garraiadas, o touro acabou por morrer na arena", referiu.
A associação Animal lembra que, segundo uma sondagem realizada em Março do ano passado, 50,5 por cento dos portugueses declaram querer que as touradas sejam proibidas por lei em todo o País.
A mesma sondagem revela que 52,4 por cento querem que as cidades e vilas em que residem sejam declaradas cidades e vilas anti-touradas pelos respectivos municípios, através da implementação de compromissos municipais de não-autorização da promoção e realização de touradas nos concelhos que administram.
A Animal refere mesmo o caso de Espanha, país considerado berço da tradição tauromáquica mas onde, segundo uma sondagem em Outubro de 2006, 72 por cento dos espanhóis declaram não ter qualquer interesse nas touradas.
"Em Espanha existem actualmente 42 cidades e vilas anti-touradas e, em França, existem já três", acrescenta a associação.
VCP.
Lusa/fim»
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=924135
Uma carta aberta que subscrevo inteiramente
«A Associação Projecto Animais de Barcelos (PAB) vem, pelo presente meio e de acordo com os Estatutos pelos quais se rege expressar a sua estupefacção e incredibilidade, assim como, o seu veemente protesto à Instituição Associação Humanitária Bombeiros Voluntários de Barcelos, na pessoa do seu Presidente Vítor Coutinho, pela promoção e apoio na realização de uma tourada, em Barcelos, no dia 6 de Maio de 2012.
A PAB, como associação humanitária de interesse público, entre outros objectivos, tem como propósito denunciar, opor-se e lutar contra todas as formas de abusos e maus-tratos infligidos aos animais, e, no que ao caso interessa, envolvendo todo o género de eventos culturais e desportivos que tenham como objectivo a exploração, o sofrimento e a violação da integridade física dos animais.
Sendo do conhecimento geral que a acção dos Bombeiros Voluntários, nomeadamente dos B. V. de Barcelos se pauta por valores como a solidariedade, a humanidade, o aliviar do sofrimento alheio, muitas vezes à custa da própria vida dos seus elementos, não pode a PAB compreender nem aceitar a promoção e o apoio na realização de uma tourada em Barcelos.
E, mais incrédula fica a PAB quando sabe que os propósitos dos B.V.B. são indiscutivelmente meritórios, até porque quando solicitou a ajuda da instituição para socorrer animais que se encontravam em risco de vida, a sua prestação foi irrepreensível e de uma valia indescritível, o que demonstrou que os B.V.B. têm em conta, não só o sofrimento humano, mas também o dos animais que vivem, sentem e sofrem.
Por isso, não obstante os objectivos para a realização da tourada – angariação de fundos e homenagear um ex-elemento já falecido - não podem os B.V. de Barcelos esquecer os valores pelos quais se regem e têm pautado a sua actuação há mais de um século.
A PAB, como associação que se preocupa e ocupa com o sofrimento dos animais, não pode deixar de relembrar aos B.V.B. e aos barcelenses, principalmente aos apoiantes da realização da tourada que os animais, tal como as pessoas, sofrem e não podem nem devem ser utilizados como meio para atingir fins que, isoladamente até são meritórios. De certeza que, que com bom senso e imaginação se encontram outras formas de resolver os problemas financeiros dos B.V. de Barcelos e de prestar homenagem a quem a merece.
Não existem razões objectivas e muito menos justificações éticas ou morais para a existência da tourada, que é uma actividade do culto de sangue e de violência sobre os animais, que envolve uma auto denominada elite que pratica “arte “ (no caso um grupo de Alenquer), que tenta a todo o custo defender uma prática que movimenta milhões de euros e permite um prazer doentio a quem a presencia.
Assim, a PAB apela aos Bombeiros Voluntários de Barcelos, porque acredita que na base do seu apoio à realização da tourada não existe crueldade e muito menos deliberada e aos Barcelenses que não pactuem com esta desumanidade, que não apoiem a realização de um espectáculo bárbaro, medieval, humilhante, violento e cruel para os animais e não edificante nem instrutivo para a sociedade em geral, mas principalmente para as novas gerações.
Por último, mas não menos importante, a PAB lembra que a Câmara Municipal de Barcelos tem aqui uma oportunidade única de elevar o estatuto mediático da cidade, como edilidade defensora dos valores da Humanidade, da Ética, da Natureza e do Ambiente, não tolerando atropelos à evolução da sociedade ao não permitir não só a realização da tourada para o dia 6 de Maio mas também ao declarar-se “cidade anti tourada” a exemplo de outras, até geograficamente mais próximas, como Viana do Castelo e Braga. (1)
Os animais sofrem como os humanos e também têm direito a ser felizes. Como dizia o Professor Agostinho da Silva “o animal não nasceu para ser nossa vítima nem nosso escravo”.
A Direcção»
(1) E também a cidade de Guimarães
Rodrigo Guedes de Carvalho, congratulo-me por ver um jornalista do seu gabarito a dar a cara pela causa dos animais não humanos, nesta excelente crónica. É que os órgãos de comunicação social portugueses pecam pelo silêncio que fazem ao redor deste assunto, quando deviam ser os primeiros a fazer disto uma bandeira, e ajudar a evoluir um povo que ainda se mantém na obscuridade.
Crónica de RODRIGO GUEDES DE CARVALHO
«Nunca aceitei dar a cara por uma campanha mas, desta vez, vou bater-me pelos bichos, que são mais que ser vivos...
Em tempo de crise, tenho pena de não poder fazer publicidade para reforçar o mealheiro... Estou a brincar.
Apesar de achar, como já aqui o disse, que os jornalistas arranjam ligações muito mais dúbias como assessores, isso não me leva a admitir que possamos fazer publicidade. Ainda recebi um convite aqui e ali, mas com o tempo as empresas percebem que estamos proibidos pelo nosso código deontológico. Mas há um outro tipo de convites, que muitos julgam não ter a ver com publicidade, o que nuns casos é verdade, noutros, nem por isso...
Refiro-me ao que vulgarmente se chama “campanhas”, sempre com uma face muito humanitária, sem ligações a partidos, clubes ou facções, sempre coisas muito politicamente correctas. Como beber um copo de leite, sorrir para a câmara e aconselhar as pessoas a prevenirem a osteoporose, ou ser filmado, sempre sorridente, a empacotar latas de atum e pacotes de arroz, pedindo às pessoas mais donativos para um qualquer banco alimentar contra a fome.
Não recebi muitos convites destes, mas os suficientes para poder dizer que nem a isso estou disposto. Não é uma questão de afirmação de algo, é mesmo feitio. Não gosto de me expor mais do que já me exponho (por inerência de funções...), e ao contrário de muita “figura pública”, que gosta de aparecer porque isso lhe permite aparecer mais e mais vezes, o que “apareço” chega e sobra-me.
Mas, aqui chegados, eis que informo que vou dar a cara por uma campanha. Contradição? Talvez, você julgará, depois de me explicar. Aceitei o convite para fazer parte de um vídeo que pretende reforçar a sensibilização da classe política que faz leis. Aceitei porque se trata de mudar (tentar mudar) a legislação absurda que, em Portugal, equipara os animais a objectos ou coisas. Não me vou alongar muito sobre o assunto, até porque me parece daqueles tão óbvios que não percebo porque têm sequer discussão.
E é precisamente isto, e apenas isto que direi. Que, com quase 50 anos de idade (e portanto, pouca paciência), e mais de 25 de jornalismo, posso afirmar que o meu entendimento das coisas se baseia em factos, mais do que ideias ou outras subjectividades. E os factos são claros e gritantes.
Os animais não podem ser equiparados a objectos porque... porque... não são objectos. Será tão difícil perceber? Será difícil perceber que não podem ser coisas se têm coração, sangue em veias e artérias, olhos para ver, mais todos os sentidos que nós temos, e que sentem fome, e sede, e medo, e solidão, e saudades? E que não só são seres vivos como nós, como nos ensinam tanta coisa que esquecemos depressa na nossa vida calculista, como dar incondicionalmente, sem saber o que receberão.
E por isso, por estas coisas tão simples, vou juntar a minha voz aos que querem lembrar aos responsáveis do País as coisas mais elementares. Faço--o para ajudar a “causa”, mas faço-o também por mim, pela minha “imagem”, quero, neste caso, que não restem dúvidas a ninguém sobre a minha posição na matéria. Quero que seja claro que defendo e defenderei sempre os animais, as vítimas mais fáceis e indefesas da bestialidade de que somos capazes.
Quero pedir à classe política que nos mostre, com uma nova lei, que não pactuará mais com abandonos selvagens (de facto, como se os bichos fossem coisas que se deitam para o lixo...), nem com mau tratos abjectos e gratuitos. E que quem o fizer enfrentará uma punição. E não me venham, por favor, como já ouvi, dizer-me que “em tempo de crise” a questão da defesa dos animais é uma questão “menor”.
Os tempos de crise têm costas largas, quando se quer. Mas, precisamente, os tempos de crise não são, seguramente, apenas financeiros. São tempos de crise civilizacional, moral, educacional. Repare que na base da “crise” estiveram, como hoje todos sabemos, homens e mulheres que demonstraram falta de honra e dignidade, com as suas falcatruas, as suas fraudes, gastos faraónicos em nome da ganância e da ambição medíocre, negociatas a favorecer amigos, obras que não servem para nada pagas com o dinheiro dos nosso impostos, um desvario que foi originando pequeninos buracos, que depois formaram uma bola de neve, e depois um tsunami de dívidas que invadiu um país, depois, outro, e é hoje uma doença mundial.
O dinheiro não tem vontade, não se mexe sozinho. Fomos nós que rolámos os dados assim. Foi a falta de solidez moral que levou à crise. Por isso, sim, a questão dos animais não só não é menor, como seria uma boa oportunidade para se começar a gerir povos com os princípios simples da defesa dos mais desprotegidos contra a lei selvagem do mais forte. Se pensar bem, aplica-se a tanta coisa...»
Este Touro não sabe, mas logo à noite será torturado na arena do Campo Pequeno, em Lisboa (capital de Portugal e adepta da tortura de seres vivos) na presença de um bando de sádicos, que inclui governantes portugueses, e lá por incluir governantes portugueses, não significa que esta iniciativa dignifique o País. Muito pelo contrário, é mais um daqueles tristes espectáculos que envergonha toda a Humanidade.
Não sei como te chamas, meu amigo, mas és o meu Herói.
Vais dar a tua carne (já tão marcada por ferros em brasa), o teu sangue, a tua vida para divertir uma caterva de gente perversa e pervertida, desclassificada e desumanizada.
Inculta gente, que não sabe que um dia terá de prestar contas desta sua entranhada e senil malignidade.
Esta macabra “festa” tem o apoio da RTP1, defensora da tortura de Touros e Cavalos, uma estação a boicotar, bem como as marcas que patrocinam esta iniquidade.
A imagem é oriunda do seguinte link:
http://farpasblogue.blogspot.pt/2012/04/campo-pequeno-5-feira-o-regresso-dos.html
A imagem da tal “identidade nacional” de um Portugal pequenino, que ainda persiste, com o aval de legisladores portugueses que sofrem de cegueira mental
Já tudo foi dito sobre a tauromaquia.
Esgotaram-se todas as palavras para definir esta “coisa” a que teimam em chamar “arte” e “cultura” e “identidade nacional”, que deve manter-se por ser "tradição".
Ora, arte até pode ser, sim, a “arte” cobarde de torturar Touros e Cavalos com requintes de malvadez, numa luta absolutamente desigual, onde a cobardia do torturador contrasta com a heroicidade do animal, previamente enfraquecido, o qual, ainda assim, luta valorosamente pela sua vida, enquanto é cruelmente flagelado física e psicologicamente, até à extrema exaustão, quando finalmente desiste de viver, e o torturador aproveita para vangloriar-se, levantando os braços, triunfante, como se fosse ele o herói, numa cena sinistra e patética.
Será a tauromaquia cultura?
Na Universidade aprendi que Cultura é o resultado da acção positiva do Homem sobre a Natureza; é a actividade preparatória que conduz o espírito do Homem a produzir frutos; é a realização de valores espirituais; é o conjunto orgânico dos valores expressos pela actividade intelectual do Homem na sua faceta construtiva.
Cultura é posse espiritual; é conquista interior; é a grandeza moral do Homem irradiada no seu agir construtivo; é a capacidade de escolher entre o saber e a erudição, e de ser capaz de utilizar positivamente esse saber.
A Cultura produz valores; é o conhecimento elaborado; é a assimilação do saber pela inteligência. Como formação, Cultura é a agilidade do espírito; é capacidade de síntese, de apreciar, de criticar e seleccionar os valores que nos são apresentados.
Cultura é, em suma, a atitude positiva do Homem em relação ao mundo.
Enquadrar-se-á a tauromaquia neste conjunto de significações de Cultura?
Quanto à tradição, só é válido manter uma tradição quando esta dignifica a Humanidade e está conforme a atitude positiva do Homem em relação ao mundo. Estará a tauromaquia dentro deste parâmetro?
Dalai Lama diz o seguinte: «A vida é tão preciosa para uma criatura muda quanto é para o Homem. Assim como ele busca a felicidade e teme a dor, assim como ele quer viver e não morrer, todas as outras criaturas anseiam o mesmo». E isto é tão verdade que basta conviver com qualquer animal, qualquer um que seja, para aferirmos esta certeza.
Então por que hão-de os tauricidas achar-se no direito de torturar Touros e Cavalos para se divertirem e ganharem dinheiro à custa desta tortura?
Nazaré Oliveira, uma abolicionista activista, no seu excelente Blog denominado Suricatina, escreveu um artigo intitulado «A Internet = arma contra as ditaduras», que podem ver neste link:
Neste artigo, Nazaré Oliveira aborda a informação global e refere: «Não há desculpa para o que desculpa nunca terá: a cumplicidade com os usurpadores do poder e para com a barbárie».
E não há mesmo.
Sabemos que a tauromaquia é uma prática cruel, que não tem lugar no mundo moderno, e as pessoas que ainda teimam em dirigir-se a uma arena para aplaudir esta barbárie e aquelas que a praticam, não têm desculpa alguma para dizerem «eu não sabia», quando se toca na questão da dor e do sofrimento dos animais.
Também não há razão para que os governantes sejam cúmplices desta barbárie.
Está tudo escrito e dito e falado e gritado na Internet. Só não sabe quem não quer ou quem é analfabeto ou não tem capacidade intelectual para compreender as palavras que se escrevem e se gritam.
No Facebook, esta matéria é tratada por um grupo de cidadãos portugueses, que, não sendo jornalistas, não têm obrigação de informar formando as pessoas, mas fazem-no, por se sentirem insultados na sua humanidade, pela prática subhumana da tauromaquia, fazendo aquilo que os órgãos de comunicação social deveriam fazer, e não fazem. (E até podemos imaginar porquê)!
Foi no Facebook que encontrei um texto magnífico da autoria de Luís Martins que, em poucas palavras, nos conduz ao submundo da tauromaquia.
Escreveu ele:
«Os aficionados tentam de formas cada vez mais desesperadas, tornar a defesa da tauromaquia num reduto inexpugnável. Sabem perfeitamente que não há argumento algum que possa justificar a tortura e o sofrimento de seres vivos sencientes, e isso assusta-os.
Primeiro tentaram de todas as formas colar a tourada à tradição, julgando ser esse o tal argumento que lhes iria proporcionar segurança no seu mórbido reduto. Enganaram-se! Agora, depois de terem comprado a dignidade da Canavilhas, afirmam que o Estado Português considera a tourada como uma forma de Arte, e que a Arte é indiscutível. Segundo os torcionários é apenas uma questão de gosto... ou se gosta ou não!!!
Não é preciso muito esforço para desmontar tão débil argumentação. Em primeiro lugar, o Estado é o Povo, e é patente a condenação do Povo Português a essa forma legalizada de tortura em que consiste a tourada.
No último inquérito conhecido, 71% dos portugueses manifestou-se contra a tourada! Mais expressividade que isto? O facto da tauromaquia ter conquistado um lugar na Secretaria da Cultura, mais não torna evidente, que os poderes obscuros dos seus defensores, que conseguiram comprar a dignidade de Canavilhas. E fosse ou não a tourada, uma forma de arte!
Justifica tal designação o uso da tortura? Quantas formas de violência foram já consideradas formas de arte? Os espectáculos com gladiadores foram durante centenas de anos, considerados formas de arte. Os vestígios que chegam até nós são muitos e variados, como se pode ver pelas fotos.
Deveremos exigir a reposição de tais espectáculos?
Ou devemos concluir que a designação de forma de arte, em espectáculos que promovem a violência, em vez de classificar o espectáculo, desqualifica quem a faz?
Bem podem os torcionários continuar a buscar nas suas mentes reduzidas e limitadas, justificações que só existem nos seus delírios. Essa argumentação caduca só nos ajuda, pela ignorância que traduz, pelo desconforto que revela. Em vão tentam recrutar mais apoiantes para as suas empobrecidas hostes. Não é de certeza com argumentos tão ridículos!»
***
O que será necessário dizer mais?
Ah! Sim! Falta falar nos subsídios que a tauromaquia recebe para poder manter-se neste país, onde não há dinheiro para o que faz falta, mas para torturar Touros e Cavalos há sempre dinheiros públicos.
Isto não será insultar o Povo Português?
E aquela iniciativa caricata, de alguns municípios (Barrancos, Sabugal, Vila Franca de Xira) terem elevado a tauromaquia a Património Cultural Imaterial? O que será isso? Uma anedota de mau gosto?
Talvez, mas é também o Portugal pequenino, no seu melhor.
Isabel A. Ferreira