Quarta-feira, 12 de Setembro de 2012
Poderá um sujeito destes ter crédito como médico-cirurgião, depois de ter escrito o que escreveu, num artigo para um jornal de Estremoz, com ódio a sair-lhe por todos os poros?
“Desejo, àqueles que ladraram felizes pelo sucedido ao Nuno, que numa estrada qualquer um touro bravo lhes entre pelo vidro do carro e depois de os cobrir com a sua bosta lhes arranque as cabeças com as suas hastes afiadas!” (António Peças)
Cuidado, anti-touradas de Estremoz, isto é conversa de FORCADO, não de médico-cirurgião.
E o que diz da AMI (Assistência Médica Internacional) não será dor de cotovelo?
Mas quem se atreverá a convidar um ex-forcado (que aliás nunca deixou de o ser, pela linguagem que utilizou no seu texto) a ser médico da AMI?
No meio de toda esta guerra suja, quem será o bandalho?
É preciso que esta gente que tira um CURSO SUPERIOR, não fique só pelo curso, na superioridade, mas também no carácter, nas atitudes e na postura perante a sociedade, para poder ter alguma credibilidade e dar exemplo aos MENOS ESCLARECIDOS.
Isabel A. Ferreira
Fonte:
http://www.imprensaregional.com.pt/linhasdeelvas/index.php?info=YTozOntzOjU6Im9wY2FvIjtzOjExOiJub3RpY2lhX2xlciI7czoxMDoiaWRfbm90aWNpYSI7czo0OiI1MzUwIjtzOjk6ImlkX3NlY2NhbyI7czoyOiI3NyI7fQ%3D%3D
De João Almeida a 13 de Setembro de 2012 às 19:47
Caro Arsénio,
Grato pelas suas palavras.
Sabe, se alguém luta pelo fim disto sou eu.
Mas, se quero justiça pelos animais, também a quero pelos homens. Não compreendi este post. Ele sugere que o médico tem problemas por não ter conseguido fazer parte da AMI...
Claro que quando li as palavras do médico fiquei irritado. Quem não sente não é filho de boa gente... E eu sou dos que já se manifestaram à porta do CP a quem ele "quer dar porrada". Mas... mas ele disse aquilo num momento de dor e empatia pelo Nuno. Por menos, eu já vi o "nosso lado" desejar mal aos outros... Só quem passa por aquilo é que entende a fragilidade, raiva, e a dor que o tal médico sentiu quando se deparou com a desgraça do amigo e "os nossos" a gozar!
Eu quero o fim das touradas e sou mais activo que muitos que por aqui andam (pela internet) a defender os animais. Mas não desejo mal a ninguém. Esse, não é, aliás, o caminho. O médico errou nas palavras (proferidas num momento de raiva) mas quantos de nós não desejámos já mal aos toureiros, forcados, aficionados?
E como disse uma amiga minha, se eu acordar de uma operação são e salvo, alguma vez vou perguntar ou querer saber se o médico que me operou é aficionado? Ou preferia morrer a ser salvo por um médico aficionado? Ridículo. Tão ridículo quanto um aficionado vir dizer que preferia morrer a ser operado por um cirurgião anti-touradas que se manifesta à porta do CP...
Mas uma coisa que eu aprendi é que somos todos muito convictos da nossa integridade, como se todos os aficionados fossem más pessoas. Gostar daquilo é cruel aos nossos olhos, mas (infelizmente) não é cruel aos olhos de quem foi formatado desde pequeno para gostar. O que eu sei, é que aquele médico, aficionado ou não, já salvou mais vidas do que eu. E eu sou anti e ele é aficionado. E é um aficionado que disse mal da AMI por isto:
http://www.linhasdeelvas.net/pagina/edicao/4/2/noticia-arquivo/5372/comentarios
Às vezes, o "nosso lado", deixa-me triste. Parece que temos de seguir todos o caminho da agressão. Um "dos nossos" diz "mata", o coro tem de dizer "esfola".
Lucidez, é só o que eu peço. Nem eles são todos maus, nem nós somos todos bons.
De Joao Almeida a 13 de Setembro de 2012 às 19:58
Cara Isabel, e desculpe-me o facto de estar a utilizar este espaço, que é seu, de forma abusiva.
Dou-lhe todo o espaço do mundo. E não acho que o esteja a usar de forma abusiva.
Este espaço é de todos, excepto dos que escrevem obscenidades.
Penso que devemos discutir civilizadamente, como faz o João, estes assuntos.
Esteja à vontade.
O Arsénio responder-lhe-á, João.
Ninguém anti-tourada deseja que nenhum pró-tourada fique paraplégico.
Nenhum anti-tourada deseja que os Touros sejam torturados, e isso dói. E por vezes sai "da boca" alguma coisa que não devia ser dita.
Mas ESCREVER? Já é outra coisa. Já podemos pôr travão à mão que escreve. O que não aconteceu. Está escrito.
Onde vê o João escrito o DESEJO de que o Nuno fique paraplégico? Em lado nenhum.
Não tem perdão, este ex-forcado.
De Arsénio Pires a 13 de Setembro de 2012 às 21:31
Caro João:
Gostei da serenidade deste seu post. E sou levado a concluir que concordo com o que nele você nos diz.
De facto, todos nós quando numa situação de stresse e, ainda por cima, inseridos num grupo, temos reacções mais ou menos irracionais e proferimos palavras de que nem sequer nos lembramos. A chamada “psicologia dos grupos” fala-nos disto mesmo.
Outra coisa diferente é, como disse, quando escrevemos pois supõe-se que a maior componente seja racional em detrimento da componente emocional. Foi só neste sentido que não achei correctas algumas palavras e expressões do referido médico.
Quanto ao malogrado Nuno, nem sequer quero pensar que alguém, no seu perfeito equilíbrio emocional e racional, tenha proferido o desejo de que ele ficasse paraplégico! Se, por acaso, num grupo e numa situação de protesto contra uma tourada, alguém disse tal barbaridade, não foi de certeza a razão que funcionou mas a emoção. Foi mais o desejo de que não se torture um ser vivo do que o ódio ou malquerença para com o torturador.
No meu círculo de amigos costumo dizer: Eu não sou contra as touradas ou contra os toureiros! Sou a FAVOR DO RESPEITO PELA VIDA. No caso, quero DAR VOZ aos touros e cavalos que são sacrificados num espectáculo bárbaro para gozo de gente sádica e desprovida de sentimentos para com o seu semelhante. Semelhante porque sente, porque sofre, porque ama e porque quer viver como todos nós.
Mas concordo consigo: Nós, os que lutamos pelo fim desta barbaridade, temos obrigação de sermos mais lúcidos do que os aficionados. Até porque a nossa força é a razão! Mas, às vezes... o coração não aguenta tanta agressão ao sentimento!
Os meus cumprimentos
Arsénio
João e Arsénio, gostei deste debate,
Comentar post