Poderá um sujeito destes ter crédito como médico-cirurgião, depois de ter escrito o que escreveu, num artigo para um jornal de Estremoz, com ódio a sair-lhe por todos os poros?
“Desejo, àqueles que ladraram felizes pelo sucedido ao Nuno, que numa estrada qualquer um touro bravo lhes entre pelo vidro do carro e depois de os cobrir com a sua bosta lhes arranque as cabeças com as suas hastes afiadas!” (António Peças)
Cuidado, anti-touradas de Estremoz, isto é conversa de FORCADO, não de médico-cirurgião.
E o que diz da AMI (Assistência Médica Internacional) não será dor de cotovelo?
Mas quem se atreverá a convidar um ex-forcado (que aliás nunca deixou de o ser, pela linguagem que utilizou no seu texto) a ser médico da AMI?
No meio de toda esta guerra suja, quem será o bandalho?
É preciso que esta gente que tira um CURSO SUPERIOR, não fique só pelo curso, na superioridade, mas também no carácter, nas atitudes e na postura perante a sociedade, para poder ter alguma credibilidade e dar exemplo aos MENOS ESCLARECIDOS.
Isabel A. Ferreira
Fonte:
http://www.imprensaregional.com.pt/linhasdeelvas/index.php?info=YTozOntzOjU6Im9wY2FvIjtzOjExOiJub3RpY2lhX2xlciI7czoxMDoiaWRfbm90aWNpYSI7czo0OiI1MzUwIjtzOjk6ImlkX3NlY2NhbyI7czoyOiI3NyI7fQ%3D%3D
De Arsénio Pires a 13 de Setembro de 2012 às 15:13
Sr João Almeida:
Obrigado por ter entrado em diálogo.
Fico contente por verificar que também o Sr. João Almeida anseia pelo fim desta excepção à lei geral dos Direitos dos Animais, que é a tourada. Sabemos que o fim deste triste espectáculo vai demorar uma vez que estão em jogo muitos valores (?) económicos que se sobrepõem ao valor do respeito e protecção da vida dos seres vivos como nós. Mas temos que fazer alguma coisa ainda que saibamos que esta barbárie muito provavelmente não acabará no tempo das nossas vidas. Se não fizermos nada é que dificilmente acabará.
Quanto ao médico em questão, nada tenho de pessoal contra ele uma vez que não o conheço. Não posso é deixar de manifestar a minha estranheza e até certa repugnância por alguns termos e expressões que ele utilizou. Acho-os de muito baixo nível educacional e nada condizentes com o estatuto dum médico que, à partida, esperamos seja pessoa respeitadora dos outros para merecer respeito também. Tanto mais que esses termos e expressões ficaram escritos o que lhe acarreta uma maior responsabilidade moral e, perante os ofendidos, cívica ou até criminal.
Era só isso.
Cumprimentos.
Faço inteiramente minhas, as palavras de Arsénio Pires.
Se o João Almeida quiser responder, esteja à vontade.
De João Almeida a 13 de Setembro de 2012 às 19:47
Caro Arsénio,
Grato pelas suas palavras.
Sabe, se alguém luta pelo fim disto sou eu.
Mas, se quero justiça pelos animais, também a quero pelos homens. Não compreendi este post. Ele sugere que o médico tem problemas por não ter conseguido fazer parte da AMI...
Claro que quando li as palavras do médico fiquei irritado. Quem não sente não é filho de boa gente... E eu sou dos que já se manifestaram à porta do CP a quem ele "quer dar porrada". Mas... mas ele disse aquilo num momento de dor e empatia pelo Nuno. Por menos, eu já vi o "nosso lado" desejar mal aos outros... Só quem passa por aquilo é que entende a fragilidade, raiva, e a dor que o tal médico sentiu quando se deparou com a desgraça do amigo e "os nossos" a gozar!
Eu quero o fim das touradas e sou mais activo que muitos que por aqui andam (pela internet) a defender os animais. Mas não desejo mal a ninguém. Esse, não é, aliás, o caminho. O médico errou nas palavras (proferidas num momento de raiva) mas quantos de nós não desejámos já mal aos toureiros, forcados, aficionados?
E como disse uma amiga minha, se eu acordar de uma operação são e salvo, alguma vez vou perguntar ou querer saber se o médico que me operou é aficionado? Ou preferia morrer a ser salvo por um médico aficionado? Ridículo. Tão ridículo quanto um aficionado vir dizer que preferia morrer a ser operado por um cirurgião anti-touradas que se manifesta à porta do CP...
Mas uma coisa que eu aprendi é que somos todos muito convictos da nossa integridade, como se todos os aficionados fossem más pessoas. Gostar daquilo é cruel aos nossos olhos, mas (infelizmente) não é cruel aos olhos de quem foi formatado desde pequeno para gostar. O que eu sei, é que aquele médico, aficionado ou não, já salvou mais vidas do que eu. E eu sou anti e ele é aficionado. E é um aficionado que disse mal da AMI por isto:
http://www.linhasdeelvas.net/pagina/edicao/4/2/noticia-arquivo/5372/comentarios
Às vezes, o "nosso lado", deixa-me triste. Parece que temos de seguir todos o caminho da agressão. Um "dos nossos" diz "mata", o coro tem de dizer "esfola".
Lucidez, é só o que eu peço. Nem eles são todos maus, nem nós somos todos bons.
De Joao Almeida a 13 de Setembro de 2012 às 19:58
Cara Isabel, e desculpe-me o facto de estar a utilizar este espaço, que é seu, de forma abusiva.
Dou-lhe todo o espaço do mundo. E não acho que o esteja a usar de forma abusiva.
Este espaço é de todos, excepto dos que escrevem obscenidades.
Penso que devemos discutir civilizadamente, como faz o João, estes assuntos.
Esteja à vontade.
O Arsénio responder-lhe-á, João.
Ninguém anti-tourada deseja que nenhum pró-tourada fique paraplégico.
Nenhum anti-tourada deseja que os Touros sejam torturados, e isso dói. E por vezes sai "da boca" alguma coisa que não devia ser dita.
Mas ESCREVER? Já é outra coisa. Já podemos pôr travão à mão que escreve. O que não aconteceu. Está escrito.
Onde vê o João escrito o DESEJO de que o Nuno fique paraplégico? Em lado nenhum.
Não tem perdão, este ex-forcado.
De Arsénio Pires a 13 de Setembro de 2012 às 21:31
Caro João:
Gostei da serenidade deste seu post. E sou levado a concluir que concordo com o que nele você nos diz.
De facto, todos nós quando numa situação de stresse e, ainda por cima, inseridos num grupo, temos reacções mais ou menos irracionais e proferimos palavras de que nem sequer nos lembramos. A chamada “psicologia dos grupos” fala-nos disto mesmo.
Outra coisa diferente é, como disse, quando escrevemos pois supõe-se que a maior componente seja racional em detrimento da componente emocional. Foi só neste sentido que não achei correctas algumas palavras e expressões do referido médico.
Quanto ao malogrado Nuno, nem sequer quero pensar que alguém, no seu perfeito equilíbrio emocional e racional, tenha proferido o desejo de que ele ficasse paraplégico! Se, por acaso, num grupo e numa situação de protesto contra uma tourada, alguém disse tal barbaridade, não foi de certeza a razão que funcionou mas a emoção. Foi mais o desejo de que não se torture um ser vivo do que o ódio ou malquerença para com o torturador.
No meu círculo de amigos costumo dizer: Eu não sou contra as touradas ou contra os toureiros! Sou a FAVOR DO RESPEITO PELA VIDA. No caso, quero DAR VOZ aos touros e cavalos que são sacrificados num espectáculo bárbaro para gozo de gente sádica e desprovida de sentimentos para com o seu semelhante. Semelhante porque sente, porque sofre, porque ama e porque quer viver como todos nós.
Mas concordo consigo: Nós, os que lutamos pelo fim desta barbaridade, temos obrigação de sermos mais lúcidos do que os aficionados. Até porque a nossa força é a razão! Mas, às vezes... o coração não aguenta tanta agressão ao sentimento!
Os meus cumprimentos
Arsénio
João e Arsénio, gostei deste debate,
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