Segunda-feira, 3 de Setembro de 2012

O forcado que escolheu ir para a arena massacrar um Touro já torturado, ficará tetraplégico...

 

 

O jovem forcado tem apenas 26 anos. Ficará tetraplégico, na sequência de uma pega na tourada da passada quinta-feira no campo pequeno, em Lisboa, numa cena de tortura patrocinada e emitida pela RTP1, em directo.

 

A colhida do jovem foi transmitida também em directo.

 

Ao contrário do Touro, o forcado não foi forçado a ir para aquela arena, massacrar um Touro, já mais morto do que vivo, mas ainda assim suficientemente lúcido para tentar defender-se das investidas dos seus carrascos.

 

O Touro simplesmente defendeu-se, como era de seu direito.

 

A RTP1, que apoia, promove e transmite a tortura de seres vivos (neste caso, humanos e não- humanos) em directo, remeteu-se ao silêncio, cobardemente.

 

Este jovem, ao contrário do Touro, escolheu ir para a arena, sabendo os riscos que poderia correr.

 

Normalmente nada acontece aos forcados, uma vez que cobardemente tentam manietar um Touro ferido, moribundo, não esperando que um ou outro animal guarde as maiores forças deles para defender o pouco de vida que lhe resta. É o instinto de sobrevivência do animal não-humano, totalmente ignorado pelos torcionários.

 

Ficar tetraplégico, nestas circunstâncias, é um quase suicídio.

 

O Touro sofre barbaramente e acaba por morrer, mas não por vontade própria.

 

Os torcionários (alguns) morrem, ou ficam feridos, ou paraplégicos e tetraplégicos, por livre e espontânea vontade. Ninguém os obriga a ir para uma arena.

 

Obviamente que não vamos aplaudir a desgraça que se abateu sobre este jovem ou sobre outro qualquer, que sofra ferimentos ou morra durante uma tourada, do mesmíssimo modo que não aplaudimos a tortura dos Touros e dos Cavalos.

 

Os tauricidas dizem que é uma “glória” ser morto ou ferido na arena. Sentem-se uns “heróis”. E o pior é que são aplaudidos como tal. Os sádicos aplaudem  entusiasticamente, quando morre um toureiro ou ou forcado na arena.

 

Infeliz glória. Triste heroicidade.

 

O que aqui há a lamentar, e lamentamos profundamente, é que exista uma LEI que permite torturar Touros e Cavalos (excluindo-os da espécie animal) para divertimento de sádicos, de bêbados e de necrófilos, ao mesmo tempo que se encoraja jovens a colocarem a vida em risco, em nome da estupidez.

 

Nós, pedimos a ABOLIÇÃO DAS TOURADAS, pelo direito à liberdade que os Touros e os Cavalos têm, mas também para que jovens como este não sejam OBRIGADOS a ficar tetraplégicos, apenas porque uma LEI IDIOTA o permite.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:57

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Comentários:
De Susana Paço a 3 de Setembro de 2012 às 16:27
Nunca um herói mas um infeliz coitado pobre de espirito. Que tenha um recuperação calma que lhe dê tempo para pensar nas parvoeiras que fez.
De Isabel A. Ferreira a 3 de Setembro de 2012 às 16:51
Tem razão Susana.

Gostaria muito de poder vê-lo, e perguntar-lhe se acha que valeu a pena dedicar-se a massacrar touros moribundos...

É terrrível!
O pior é que a LEI portuguesa PERMITIU-LHE ficar paraplégico.

Será que ninguém no GOVERNO terá a lucidez de tirar daqui uma lição?

Ou ele próprio, lutar, daqui em diante, para que outros jovens não fiquem paraplégicos?
De Ines a 3 de Setembro de 2012 às 17:51
"Que Deus me perdoe mas ele só colheu o k escolheu !!!! Pois tambem usou os touros como objeto esquecendo se que são seres vivos ! Ele ainda tem a sorte de estar vivo ja os toiros que feriu não têm a sorte dele !"
De Isabel A. Ferreira a 3 de Setembro de 2012 às 19:09
Sempre ouvi dizer, Inês, que quem com ferros mata, com ferros morre.

Mais tarde ou mais cedo quem faz o mal, o mal recebe.

Mas é triste este jovem ter escolhido, ele próprio, a sua má sorte.
De rita a 3 de Setembro de 2012 às 17:59
Os forcados massacram o touro?

Não acha que está a exagerar? Para se levar a água ao moínho, convém ser-se isento.
De Isabel A. Ferreira a 3 de Setembro de 2012 às 19:17
Rita, primeiro, se não sabe o significado de "massacrar" vá ao dicionário.

Segundo, se estar a "brincar" com um touro que já foi bastante torturado, está moribundo, quase não se aguenta em pé, não é massacrá-lo, não sei o que será. Estarão os forcados a acariciá-lo? A acarinhá-lo?

Tenham vergonha. Um forcado também é um torcionário, tão repugnante quanto os tauricidas.

Não aplaudo o que aconteceu a este jovem forcado, porque não sou sádica, como os que aplaudem o que acontece aos Touros numa corrida.

Ambos são seres vivos. Ambos são animais. Ambos merecem respeito. Aquele respeito que os tauricidas não têm pelos pobres Touros e Cavalos.
De José Dores a 4 de Setembro de 2012 às 13:27
Esta coisa de se considerar os forcados e a pega uma coisa de menos tem que se lhe diga, quem é aficionado e gosta de transmitir uma ideia de compreensão pelo touro diz que o que gosta mais é da pega... bem há muito que a dor no touro é assumida por todos dentro e fora da tauromaquia, não está quantificada, mas existe, será que é preciso quantificar, na minha opinião é desumano e ridiculo andar a argumentar que doi pouco ou doi muito, agora do que se trata hoje em dia é que os animais sentem, têm consciência, têm uma qualquer noção do mundo que os rodeia que nós desconhecemos mas que já sabemos que está lá, por isso seja a pega, o transporte até à praça, o curro, as bandarilhas, tudo o que se passa numa tourada se traduz em sofrimento para o touro, já passamos a fase do doi ou não doi, estamos na fase de o touro não é uma coisa, é um ser sensivel, logo divertirmos com o seu sofrimento não é etico.

Será isto muito dificil de entender para que se tenha de repetir isto vezes sem conta... ou será que são os seres humanos com uma visão extritamente utilitária dos outros animais que lhes están a cair mal tudo isto... acho que é mais a segunda hipótese!

Relativamente ao forcado, acho revelador o fato que vi noticiado de não haver seguro... mais uma falta de respeito das instituições a tauromaquia e como estou farto de dizer esta coisa de querer acabar com a tourada não é apenas e só pelo touro é também pela humanidade, ou pelo sentimento de uma verdadeira humanidade que não está presente neste país, levar crianças com menos de 6 anos a praças de touros, a igreja patrocinar a tourada, o estado apoiar uma atividade de risco que é ser forcado e depois querer que ninguém fume ou beba bebidas alcoolicas, é tudo de uma falta de valores, de coerência, de ética sem limites, só neste país sem rei nem roque é que isto é possivel!

Precisam-se de valores inamoviveis, onde uma criança deve ser salvaguardada, a religião dá o exemplo de compaixão e tolerância e os comportamentos nocivos são despromovidos pelo estado, sejam eles uma tradição ou não, porque o resultado disto é uma vida destruida, uma familia destruida, encargos para o estado e para todos nós nos cuidados necessários a uma pessoa que os merece, mas que os podia ter evitado.

Cpts,
José Dores
De Isabel A. Ferreira a 4 de Setembro de 2012 às 13:56
Excelente, José Dores.

Faço minhas as suas palavras.

Neste país, onde há tanta gente néscia, vamos encontrando a lucidez e o bom senso em seres humanos como o José Dores.

Obrigada pelo seu brilhante testemunho.
De XPTO a 4 de Setembro de 2012 às 14:19
Já agora... as despesas que virão desta ocorrência, virão do Estado, ou seja, de nós todos? Os meus impostos irão pagar os tratamentos deste senhor? Não deixo no entanto de lamentar a sua pouca sorte (que a escolheu) e a minha tristeza pelo animal que sofreu. Já agora também, observei os "tios" com as suas criancinhas, a incentivar nelas a crueldade para com os animais. Será que eles não têm cães e gatos, a quem lhes dão festas?
De Isabel A. Ferreira a 4 de Setembro de 2012 às 15:55
XPTO, são as despesas do infeliz paraplégico, são os apoios financeiros para as touradas, tudo saírá dos nossos bolsos.

É a governação que temos, e o povo MANSO que também temos.

E os "tios e tias" mais as suas desprotegidas criancinhas, com o apoio do governo.

Poderá chamar-se Governo a isto?
Não me parece.
De José Dores a 4 de Setembro de 2012 às 16:29
Repare, vivemos num mundo onde existe pelos paises civilizados a cadeia de acontecimentos que vou de seguida descrever: uma pessoa tem um cão com o qual deixou de poder coabitar, devido a um problema comportamental do cão e falta de tempo, como existem leis contra o abandono, que é considerado um ato de crueldade punivel por lei, o dono leva o cão até uma associação de cães abandonados e faz uma rendição (não é abandono), nessa rendição explica a sua situação, diz que comportamentos tem o cão e que motivos a levam a abdicar dele, ficando assim a associação melhor preparada para mudar o comportamento do cão e encontrar uma familia adequada, a associação fica com o cão se tiver espaço e dinheiro para isso, coloca os seus treinadores de cães a resolver os problemas comportamentais, faz-lhe uma avaliação comportamental final e o cão fica apto para adopção, nisto uma cadeia que tem um programa de treino de cães, pelos reclusos, para deteção de ataques epilepticos, decide receber esse cão no programa de treino, por ter um carater adequado, educa-o para essa função e no final entrega-o a uma familia onde existe uma pessoa com epilepsia, onde vive vários anos e é apreciado pela familia.

Existem paises onde esta situação que descrevi acontece com frequência, onde não é uma coisa boa que acontece, as coisas boas acontecem em cadeia... nesta situação tudo funciona, toda a gente beneficia, não existem lesados. Mas isto não é possivel num país com touradas, onde as crianças as vêm, onde são educados a achar que os animais são coisas e são para uso humano, neste país quase não existem cães para cegos, quase não existem cães de terapia, quase não existem cães nos lares, hospitais e outras instituições onde podem ser uteis, existem canis municipais cheios de cães abandonados. Quem acha que as coisas não estão ligadas entre si está enganado, quem acha que defender os direitos dos idosos, das mulheres, das crianças, das minorias, etc. não se faz através da defesa dos direitos dos animais está redondamente enganado, lutar por isto é luta por um mundo melhor.
De Isabel A. Ferreira a 4 de Setembro de 2012 às 19:39
Exactamente, José Dores.

Mas há quem não compreenda assim.

Lutar pela Causa Animal é lutar pelo animal humano e não humano. E se formos benévolos para os não humanos, seremos com toda a certeza benévolos para com os humanos.

E é isso que essa gente não entende.
De master a 17 de Setembro de 2012 às 02:01
..
De Isabel A. Ferreira a 17 de Setembro de 2012 às 09:50
Uma notícia destas dá para FICAR MUDO, não é master?

Haver uma LEI que PERMITE que jovens fiquem PARAPLÉGICOS.

É INACREDITÁVEL.

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