A propósito deste artigo publicado no Jornal Público
https://www.publico.pt/temas/jornal/ser-forcado-e-ser-forcado-27040004
a louvar a actuação dos forcados nas touradas, o Médico-Veterinário Dr. Vasco Reis *** (atenção que não é um veterinário com diploma tirado aos fins-de-semana!) escreveu este texto que diz tudo da cobardia extrema, destes que são os maiores carrascos dos Touros
Urge derrubar os falsos mitos
Oito matulões atacam um ser senciente e indefeso, esgotado, ferido, sangrado por arpões espetados por “cavaleiros”; oito matulões atacam um Touro moribundo. Será isto valentia ou uma descomunal cobardia? Isto é quase como bater num morto.
«Excelências do PÚBLICO!,
Acrescento que a intervenção dos forcados deve ser completamente desaprovada por se tratar de maltrato animal/ violência exercida sobre bovinos inocentes, os quais como "preparação" para a pega, acabaram de ser ludibriados, esgotados, feridos, sangrados por arpões espetados por cavaleiros tauromáquicos, subjugando e obrigando as suas montadas a transportá-los para os ataques contra o touro, com a finalidade de o enfraquecer extremamente, facilitando assim a pega.
Este touro pegado pelos forcados, tinha sido recentemente arrancado ao campo, violentamente empurrado e impulsionado por aguilhão eléctrico, metido e apertado em espaços exíguos, transportado em pânico, claustrofobia, luta, suportando maus tratos, privações, corte da extremidade dos cornos (de tal maneira stressante e doloroso, que alguns morrem durante essa intervenção), confinado suportando durante horas, altas temperaturas sob o sol do Verão, o que o desidrata, aflige e enfraquece.
Depois da lide e da pega, o touro é imobilizado com cordas à volta dos cornos, para que as bandarilhas lhe sejam arrancadas violentamente com ajuda de cortes sem qualquer anestesia.
A seguir são impelidos com aguilhão eléctrico, ao que reagem com os berros que se escutam ao longo deste cruel espectáculo.
Até que o abate violento o liberte do esgotamento, da intoxicação metabólica, da desidratação, do sofrimento físico e anímico, das dores e da febre, ainda terá de suportar durante uns dias alguns maus tratos, transportes, contenção.
Por estas e por outras, considero vergonhosa para o PÚBLICO a apresentação da condição de forcado como algo de admirável.
O artigo desperta, certamente, comentários falaciosos e disparatados sobre o diminuto ou ausente sofrimento de touros e cavalos, mais ou menos baseados em estudos pseudo científicos, mas que servem para " branquear" a tortura.
Das duas, uma: ou se trata de ignorância, ou de mentira consciente.
Considero que, através deste artigo, o "Público" prestou um mau serviço à informação e marcou muitos pontos negativos.
Com os melhores cumprimentos
Vasco Reis, Aljezur»
Texto publicado em 9/9/2016, aqui:
https://www.facebook.com/vmmreis?fref=ts
***
(***) O Dr. Vasco Reis estudou Medicina Veterinária em Tierärztliche Hochschule Hannover e na Escola Superior de Medicina Veterinária de Lisboa
Como Médico Veterinário trabalhou na Suiça, Alemanha e Poretugal
Como Médico Veterinário, que se preza de o ser, o Dr. Vasco Reis é Pelo direito à Vida de Todos os Animais.
Porque é preciso acabar com a praga social chamada tourada, que reduz os que nela se envolvem ao mais baixo nível da existência
(Abrir o link)
http://lugardoreal.com/video/um-documentario-bestial/
Como a quimera e o grifo, o touro é um animal inventado pelos homens. Na Antiguidade, os homens inventaram o touro como um animal mitológico.
Nos dias de hoje, o sociólogo inventa o touro como um animal de catarse.
O ganadeiro inventa o touro como um animal bravo. E com todas estas invenções, os homens acabaram por inventar o touro como um animal
Bestial!
E em torno do touro acabariam por inventar uma série de Bestialidades, como o touro não sofre ou a tradição é que manda.
Concebida segundo uma lógica conceptual, a narrativa do filme subdivide-se em três partes que permitem problematizar as diferentes bestialidades - científica, ética, legal, religiosa, psicológica e económica - presentes nas Corridas de Touros.
O que diz a ciência sobre o sofrimento do touro? O que nos faz gostar de uma Corrida de Touros? A tradição é um argumento per si? A Igreja concorda com a tauromaquia? As crianças deviam assistir a Corridas de Touros? Poderá haver alternativa ao negócio tauromáquico? Não serão estas perguntas anacrónicas quando ainda se torna necessário fazê-las em pleno século XXI? Para estas e muitas outras questões bestiais só mesmo respostas bestialíssimas.
E a mais improvável das respostas é-nos dada pelo protagonista do fenómeno sobre o qual foram inventadas todo o tipo de bestialidades: o touro. Porque ele, afinal, é capaz da mais bestial das respostas: o Amor.
Ficha Técnica:
Realização: Nuno Costa
Edição e Montagem: Abel Rosa
Narração: Adolfo Luxúria Canibal e Rui Reininho
Guião: Nuno Costa, Abel Rosa e Carla Pinho
Produção: Sofia Martinho
Animação: César Duarte
Câmaras: Zito Colaço, João Trindade, Abel Rosa, Sandro Costa e Bruno Alves
Sonoplastia: Nuno Andrade
Captação de Som: Hélder Fernandes
Estúdios de Som: Carlos Zíngaro e Fernando Matias (The Pentagon)
Design Gráfico: Hugo Costa e Eduardo Antunes
Banda-Sonora: Hors et Libre (Aura Lee) de Tozé Xavier, Maestro Myguel Santos e Castro com Vox Laci e Jovens Vozes de Lisboa ao vivo no Campo Pequeno (Imagine)
Making of (Photos): Zito Colaço e Helena Colaço Salazar
Agradecimentos: Praça de Touros do Campo Pequeno, Praça de Touros Celestino Graça, FLAG, Rodrigo Duarte, Diogo Peseiro e zZzUmBii (vídeos YouTube)