Para os que nos “atiram” com o sofrimento das alfaces... quando querem justificar o consumo de animais, que eles dizem que não sofrem…
Imagem: Internet
Texto do Dr. Vasco Reis (Médico-Veterinário)
«As plantas são seres de vida vegetativa. Desenvolvem reacções a estímulos físicos, químicos, bioquímicos. Assim, assimilam, sintetizam a partir do que assimilam, crescem, reproduzem-se, sem consciência, sem raciocínio, sem decisão voluntária.
Pergunto: sentem como e que tipo de estímulos e com que finalidade útil? Onde estão as estruturas sensoriais? Algo comparável a órgãos de sentidos, nervos, Sistema Nervoso Central? Há várias décadas que opino, servindo-me de argumentos da ciência, da lógica, da filosofia.
Filosofemos: a natureza, que parece ser utilitária, não iria dar capacidade de sofrimento, sensibilidade álgica ou capacidade de sentir pânico a seres que não podem fugir daquilo que os fere, a seca, o fogo, o corte, certo? Sabes que há pseudocientistas que afirmam coisas de fantasia ou que servem interesses dos que fazem negócio com produtos de origem animal para a alimentação e que pretendem invalidar o argumento da compaixão e empatia dos vegetarianos e veganos, que para pouparem os seres sencientes animais, optam e servem-se exclusivamente dos seres não sencientes vegetais para se alimentarem? Não podemos acreditar em tudo o que se publica!!! Há muita asneira! Há muita vigarice! Acredito que a natureza "deu" a TODOS OS ANIMAIS a capacidade de sentirem desconfiança, medo, etc., e dor física para se afastarem do perigo ameaçador ou que já os fere. Isso é essencial para a fuga e tentativa de sobrevivência. Não teria sentido para as plantas!!! Abraço!»
(Noções científicas que caracterizam estes três mamíferos, e podem ser confirmadas por qualquer cientista honesto)
Origem da foto: http://acucar-e-arte.blogspot.pt/2011_09_01_archive.html
Por Dr. Vasco Reis (Médico Veterinário – Aljezur)
1ª - O desenvolvimento embrionário é idêntico nas primeiras fases e pouco diverge nas fases seguintes, além de aspectos morfológicos e de alguns órgãos não essenciais.
2ª - Pode verificar-se que o esquema anatómico (aparelhos e sistemas) é comum; fisiologia e neurologia são idênticas.
3ª - A semelhança de sistema nervoso (centros nervosos, nervos) é flagrante.
4ª - A partir de encéfalos (central onde se processa o sentir, o pensar, o compreender, o decidir, o reagir) com estruturas correspondentes nas três espécies, é de se esperar que senciência/sentidos, consciência, sentimentos, estados de disposição, reacções sejam muito semelhantes nas três.
5ª - Os vários comportamentos confirmam isso mesmo, implicando semelhanças de necessidades (ar, alimento, água, movimento, espaço, liberdade); de sentidos; de consciência do que se passa à volta; de sentimentos; de humores; de reacções a agressão, dor, ferimento, susto, prisão, cio; de confiança e desconfiança; de amizade; de sentido de guarda e de protecção; de ligação sentimental maternal, filial, paternal, fraternal, de grupo; de gosto por carícia, por desafio, por provocação, por brincadeira, etc..
6ª Agressão a um touro ou a um cavalo - seres sencientes - é causadora de sofrimento, não muito diverso do que sofreria um ser humano em circunstâncias análogas.
7ª - Sofrimento físico (dor) é fundamental para compelir o ser a defender-se, a afastar-se do agente causador e a procurar segurança e alívio. A dor é assim fundamental e imprescindível para a defesa e a sobrevivência do ser e da espécie.
8 ª - Não é reacção que se ponha de lado com mais ou menos excitação ou com mais ou menos hormonas (ao contrário do que Illera pretende na sua pseudo-ciência).
9ª - As plantas são seres desprovidos de sistema nervoso e, portanto, não podem sentir dor, não têm consciência, não podem reagir rapidamente, não podem fugir. Não sofrem!
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Os animais não humanos têm consciência e sentimentos não muito diferentes dos nossos, o que um senso comum desperto compreende e como a ciência comprova.
Os bovinos vivem em grupo (manada) habitualmente e aí mantêm laços de companhia, solidariedade e, também de tranquilidade e habituação em relação ao sítio.
O sofrimento físico causado por violência (perseguição, captura, contenção, e castigo por aguilhão eléctrico, prisão, aperto na caixa de transporte, movimento e travagens do veículo) é acompanhado de enorme sofrimento psicológico (separação do grupo e do sítio, percepção da violência humana, claustrofobia, etc.).
E isto é só o início do martírio imposto pela tauromaquia. Não há paliativos eficazes a não ser a total abolição desta prática cruel.