O circo Nery está a anunciar “espectáculos inesquecíveis”, em Alverca do Alentejo, que exibirão TIGRES BRANCOS.
Ora acontece que o Tigre Branco é um animal da Selva, NÃO do circo.
Quem for ver estes degradantes espectáculos tem de saber que está a contribuir para a infelicidade de belos animais da Selva, confinados a gaiolas e torturados para fazerem aquilo para o qual não nasceram.
É lamentável que se continuem a transportar e exibir animais selvagens enjaulados de terra em terra. Qual é a pedagogia desta barbaridade?
Existe uma moratória para acabar com estes maus-tratos a animais selvagens, mas as autarquias têm de fazer a sua parte, actualizando os seus regulamentos, e não licenciar esta exploração de seres vivos. Se cidades Portuguesas e de todo o mundo já estão conscientes e já o proibiram, para quando Alverca do Ribatejo?
Os circos devem limitar-se às Artes Circenses protagonizadas por ARTISTAS HUMANOS. Os circos devem acabar com a exploração dos animais selvagens que mantém aprisionados e em grande sofrimento. Os circos devem entregá-los aos responsáveis por Santuários, que os acolherão, para mais tarde serem libertados nos seus habitats.
É hora de acabar com esta exploração que não dignifica a Arte Circense.
Por isso, BOICOTE o Circo Nery, se não quiser ser cúmplice do SOFRIMENTO dos Animais Selvagens.
***
Apela-se a todos os que têm esta consciência, para que escrevam às seguintes autoridades a dizerem do vosso desagrado em relação a esta barbárie.
Enviar e-mail para:
Presidente da Junta de Freguesia de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, Exmo. Carlos Manuel Gonçalves.
E-mail: presidente@jf-alvercasobralinho.pt
Delegação da Câmara Municipal em Alverca do Ribatejo
Telefone: 219 583 149/99
E-mail: del.alverca@cm-vfxira.pt
SEPNA: sepna@gnr.pt
E deixem mensagens de repúdio neste link do Circo Nery:
https://www.facebook.com/Circo-Nery-190175794849116/
Matança de porco em Vila Meã - Sobral, Mortágua (Viseu)
Atentem neste cartaz da Associação Recreativa, Social, Cultural e Desportiva de Vila Meã
É a maior demonstração do quinto-mundismo de Portugal, promovido pela hipocrisia dos governantes, que, apesar da existência de algumas leis que declaram proteger os animais, e uma até que reconhece a sua natureza de seres vivos dotados de sensibilidade, permitem que se mate publicamente, num ritual bárbaro, o terceiro animal mais inteligente a seguir ao Homem inteligente (porque os há completamente irracionais, como os que levam a cabo estes actos bárbaros e medievalescos).
Isto vai acontecer em Vila Meã, Sobral Mortágua (Viseu) num país cujos governantes apoiam costumes sanguinários.
Matar brutalmente animais em público, diante de crianças, é algo inconcebível num país que se quer evoluído e civilizado; num país que se quer de primeiro-mundo.
Mandemos uma queixa para:
(ASAE) - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica
Tel. 217 983 600
Email: correio.asae@asae.pt
Tel. 225 070 900
CC:
O SEPNA não pode fazer nada.
(Sugestão de texto):
Exmos. Srs.
Tomei conhecimento, através deste vergonhoso cartaz, da prática ilegal e macabra que se realizará daqui a duas semanas, em Vila Meã.
Venho por este meio alertar Vossas Exas. para este facto impróprio de um país visitado por tantos estrangeiros que já se manifestam nas redes sociais perante o cartaz.
Não desejamos passar a imagem medieval que ele traduz e muito menos a cena degradante que se irá desenrolar, caso a vossa intervenção não seja atempada e eficaz.
Atenciosamente,
(Nome)
(Peço desculpa à Câmara Municipal de Amarante por ter confundido Vila Meã de Viseu, com Vila Meã de Amarante. O erro já foi corrigido.)
Isabel A. Ferreira
Uma vez que os governantes portugueses ganham salários pagos com os nossos impostos para SERVIR Portugal e os Portugueses e nada mais do que isso, eu (mas não só eu) quis saber (até porque temos esse direito) se a tourada subsidiada também com os nossos impostos, realizada em Agosto, no Carregado (concelho de Alenquer) cumpria os requisitos exigidos no RET (o triste regulamento de “espectáculos” tauromáquicos), nomeadamente quanto à existência de curros, na arena amovível que foi montada no centro urbano, e à qual foi passada uma licença.
Depois de muita insistência lá veio esta inacreditável resposta:
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA GUARDA NACIONAL REPUBLICANA COMANDO OPERACIONAL DIREÇÃO DO SERVIÇO DE PROTEÇÃO DA NATUREZA E DO AMBIENTE |
| 31AGO16 |
| N.º | 2281/16/DSEPNA |
«Sobre o assunto em epígrafe, encarrega-me o Exmo. Major – general Rui Fernando Batista Moura, Comandante do Comando Operacional, de informar que após a situação comunicada por Vª. Ex.ª em 31 de agosto de 2016, cuja denúncia ficou registada com o n.º 27899 /2016, o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR, através do Núcleo de Proteção Ambiental do Destacamento Territorial de Alenquer, deslocou-se ao local visado, juntamente com o Médico Veterinário Municipal de Alenquer.
Das averiguações efetuadas, foi possível verificar a presença de quatro exemplares da espécie brava de Touros de Lide, tendo o Veterinário Municipal em causa verificado que todos os animais envolvidos encontravam-se devidamente identificados e certificados, não apresentando sinais de maus-tratos ou outras patologias higino-sanitárias, encontrando-se aptos para participarem no evento em apreço.
A firma promotora do espétaculo denunciado era portadora de Licença de Funcionamento de Recinto Itinerante emitido pela Câmara Municipal de Alenquer, bem como de comunicação previa à Inspeção Geral das Atividades Culturais, nos termos do Decreto - Lei n.º 89/2014, de 11 de junho, não tido sido verificada qualquer infração.
Estando a Guarda profundamente empenhada na defesa dos valores ambientais e numa melhor segurança e bem-estar das populações, o SEPNA agradece a sua participação, continuando sempre disponível a novos contributos que poderão ser feitos através da Linha SOS Ambiente e Território n.º 808 200 520, da denúncia On-line no site www.gnr.pt ou do mail sepna@gnr.pt.
Com os melhores cumprimentos,
O DIRETOR DO SEPNA
ANTÓNIO ALBUQUERQUE
CORONEL»
(Os termos a vermelho são erros ortográficos detectados pelo meu computador)
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Excelentíssimo Senhor DireCtor do SEPNA,
Agradeço a resposta.
Mas não foi isto que perguntei exaCtamente.
O que peço a gentileza de me responder é se a praça amovível do Carregado tinha as condições exigidas no RET para a tourada que lá se realizou, poder ter sido realizada dentro da LEGALIDADE, ou seja, a praça estava dotada de CURROS?
A informação que temos é que os CURROS não existiam. E a Lei exige-o, logo, aquela tourada (aliás como a maioria das touradas em Portugal) foi realizada ILEGALMENTE.
A questão é esta. E nenhuma outra.
Até porque o que se disse dos touros e o que se disse das licenças, todos sabemos que os touros são muito bem tratados para serem torturados; e que são passadas licenças de olhos fechados.
Continuarei à espera de uma resposta concreta e objeCtiva. Na arena amovível do Carregado havia curros?
E já agora, se me permite, gostaria de uma resposta escrita na Língua Oficial Portuguesa.
A ortografia aqui aplicada é ILEGAL e INCONSTITUCIONAL, o que não dignifica o SEPNA e os organismos governamentais que consideram a tourada “herança cultural portuguesa” que o Estado (pasmemo-nos) tem a incumbência de promover e proteger, mas não considera herança cultural portuguesa a Língua que nos identifica como Nação, e que o Estado português, por mais incrível que pareça, não tem a incumbência de proteger, embora este dever esteja consignado na Constituição da República Portuguesa, colocando, deste modo inacreditável e ignóbil, a Língua Portuguesa abaixo da selvajaria tauromáquica.
Vivemos num país a sério?????
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
Fizeram-se denúncias ao SEPNA, e o SEPNA respondeu assim:
Isto é simplesmente uma VERGONHA.
Uma VERGONHA NACIONAL.
Quando se sabe que animais foram torturados e feridos neste triste episódio que ocorreu numa praia pública (que só podia ser na MOITA, uma terra onde a civilização ainda não chegou).
Veja-se neste link, o que aconteceu, naquela praia, naquele dia fatídico para uns tantos desventurados bovinos: precisamente o CONTRÁRIO do que o SPNA relata.
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/tourear-numa-praia-publica-com-a-517251
Repare-se na ponta afiada da lança que FERE o infeliz bovino… um acto bárbaro e COBARDE praticado num espaço que é público.
Para que servirão as leis?
Para que servirão as autoridades?
Vivemos num país à deriva. Sem rei nem roque. Com leis e autoridades que não servem para nada.
Sinto VERGONHA. Uma imensa vergonha.
Como cidadã portuguesa sinto-me defraudada e indignada.
Não podemos confiar nem nas autoridades, nem na justiça, nem nos governantes portugueses.
A quem devemos recorrer?
A quem?
O voto é uma poderosa arma, mas o povo português não sabe utilizá-la para fazer evoluir Portugal.
Quanta mediocridade!
Isabel A. Ferreira
Esta é uma lei falaciosa. Mal redigida. Elaborada por quem não entende nada de leis, por quem não sabe fazer leis; por quem quer apenas atirar areia aos olhos dos defensores dos animais, para que estes fiquem contentinhos e caladinhos, e não levantem grandes “ondas”.
Acontece que nem todos os portugueses são parvos.
E esta é uma lei, cuja eficácia, infelizmente, fui obrigada a colocar à prova, devido ao infortúnio de um cãozinho semi-abandonado, exposto ao frio, à chuva e à geada, no Inverno, e ao calor do Verão, de noite e de dia, num terraço aberto. E abandonado à sua pouca sorte em tempo de férias.
Aqui fica a lei, cheia de lacunas. Uma lei que se deve à infeliz intervenção do Doutor Paulo Portas, vice-primeiro-ministro de Portugal.
Na qual coelhos, cavalos, burros, pássaros, bois, touros, vacas, novilhos, galinhas, perus, cabras, cabritos, porcos, ovelhas e muitos outros, não são considerados nem animais, nem animais domésticos; e cães, ursos, leões, macacos, elefantes, tigres, golfinhos, tubarões, piranhas, pinguins, e tantos outros animais utilizados nos circos, não são sequer considerados animais.
Os maus-tratos a uns poucos (apenas cães e gatos) e muito bem são agora criminalizados.
Os outros (onde também estão incluídos cães de circo) podem ser maltratados e torturados, com o aval dos governantes portugueses.
Logo que me seja permitido, contarei a história desse cãozinho semi-abandonado, algo que configura um crime público, de acordo com a autoridade a que me socorri, e a qual está na origem desta crítica à lei vigente, até porque a lei não prevê a protecção de quem denuncia estes crimes públicos.
E quem denuncia fica completamente à mercê de “gente” com muito maus instintos e sem qualquer carácter.
***
Lei n.º 69/2014, de 29 de Agosto (versão actualizada)
Lei de protecção dos Animais
(Abrir o link:)
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«Como denunciar (o crime público de) maus-tratos a animais
Apesar de existirem lacunas legislativas e algum sentimento de impunidade quando as vítimas são animais, é proibido e punível por lei cometer actos de violência contra animais (salvo em justificada legítima defesa), negligência e outros tipos de maus-tratos, posse ilegal e/ou irresponsável, abandono, tráfico, promoção de lutas e outras situações anormais que coloquem em causa a segurança e o bem-estar dos animais, bem como a segurança e a saúde públicas.
Sempre que conheceres ou presenciares uma destas situações, efectua uma denúncia ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana (GNR), cujos contactos são os seguintes:
Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (SEPNA)
Largo do Carmo
1200-092 Lisboa
Tel: 213 217 291/2
Linha SOS : 808 200 520
Email: sepna@gnr.pt / dsepna@gnr.pt
Para aceder aos contactos territoriais por favor aceda a esta página.
Caso não seja possível o contacto com o SEPNA, ou se for necessária a presença imediata de agentes da autoridade, qualquer autoridade policial na área, seja a Polícia Municipal, a PSP ou a GNR, tem o dever de responder e comparecer no local, impedindo qualquer acto de violência, abuso ou negligência para com animais, bem como identificar os autores das infracções e registar a tua participação/queixa.
Também recomendamos que faças uma participação ao Médico Veterinário Municipal, da câmara municipal, que tem a responsabilidade de fiscalizar e aplicar a legislação em vigor no que à protecção dos animais diz respeito.
Nunca deixes de denunciar e nunca aceites um “não” como resposta das autoridades. É dever das mesmas impedir estas situações e agir de acordo com a lei. A defesa dos direitos e bem-estar dos animais começa em cada um de nós.
O que acontece depois de apresentar queixa?
Geralmente, as autoridades policiais, após intervirem e registarem a participação, enviam o caso para o Ministério Público, que por sua vez determina se o caso é de natureza criminal ou contra-ordenacional. Uma vez que, tal como referido no primeiro parágrafo, ainda existem algumas lacunas legislativas no que aos animais diz respeito, uma situação de violência para com animais só é considerada criminal se o animal tiver dono (e não for o próprio dono o autor dos actos). Situações como abandono e negligência são considerados contra-ordenacionais e não crime.
As autoridades podem também reencaminhar o caso para o Médico Veterinário Municipal ou a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
O que posso fazer mais para ajudar?
Para além da apresentação da queixa junto das autoridades, poderá ser útil contactares as associações zoófilas da localidade onde ocorreu o ilícito.
Geralmente, os responsáveis e voluntários das associações de protecção animal têm conhecimento dos “donos problemáticos” ou outras pessoas que já apresentem algum historial de negligência ou violência para com os animais na região. Esta informação pode ajudar a tomar medidas de prevenção essenciais, como por exemplo, evitar que pessoas com historial (comprovado) de abandonos ou maus-tratos possam vir a adoptar novos animais.
Se tiveres dúvidas ou precisares de mais informação sobre como agir perante uma situação destas, podes também contactar a Associação ANIMAL, que tem como área de actuação todo o território nacional e recebe frequentemente denúncias de maus-tratos a animais. A ANIMAL pode ser contactada através do e-mail info@animal.org.pt ou do nº 96 1320818.
Mais uma vez, não deixes de denunciar e não aceites um “não” como resposta à tua denúncia. Está nas mãos de todos e de cada um proteger os animais e fazer aplicar a justiça sobre quem comete actos de violência contra eles.
Fonte
http://www.mundodosanimais.pt/guia-ajuda-animal/como-denunciar/
(Nota: porque Portugal (ainda) é um país livre, este texto foi reescrito na grafia portuguesa).
Aqui esmiúça-se a questão da psicopatia existente (também) na tauromaquia e na caça desportiva, uma ligação real, funesta e abominável.
Ler para crer. Está aqui tudo.
Uma coisa é certa, os tauricidas e os caçadores são psicopatas. Os que os aplaudem e apoiam e promovem são sádicos, a resvalarem para a psicopatia.
Não é cliché afirmar que um indivíduo que maltrata animais terá coragem de fazer o mesmo com o seu semelhante: obviamente que erramos ao cair numa falácia de generalização precipitada ao considerar todas as pessoas, com esta característica, farinha do mesmo saco, mas no entanto não devemos ficar indiferentes quando alguém violenta um animal; o que aparenta ser um acto lamentável à vista de muitos pode, na verdade, ser um alerta para o perigo.
Através de várias investigações levadas a cabo pelo FBI, chegou-se à conclusão de que cerca de 80% dos homicidas começam a tecer os seus mantos criminosos matando animais. Um dos casos mais horrendos que revela o paralelismo entre a crueldade com animais e a crueldade com humanos é, provavelmente, o dos dois jovens serial-killers que ficaram conhecidos como os maníacos de Dnepropetrovsk: os comportamentos bárbaros de Viktor Sayenko e Igor Suprunyuck principiaram-se com tortura extrema contra animais, resultando na morte deles. Insatisfeitos com o sadismo que aplicavam, decidiram expor os seus actos na rede, publicando fotografias de cães e gatos enforcados, posando frequentemente ao lado das vítimas numa postura zombeteira.
Não demoraram muito em substituir os animais pelos humanos. Dos alegados vinte e um assassinatos cometidos chegaram a filmar um, cuja gravação pode ainda ser encontrada na internet. No vídeo, é possível ver um deles a golpear brutalmente a vítima na cabeça, perfurando-lhe postumamente o corpo com uma chave-de-fendas. O riso que deixam escapar ocasionalmente sufoca ainda mais o ambiente macabro protagonizado. Sergei Yatzenko tinha 41 anos.
Para além de desfigurarem as vítimas com golpes de martelo ou com uma barra de ferro, os dois jovens costumavam mutilá-la arrancando os olhos, cortando orelhas ou eviscerando-as, exactamente como faziam com os animais.
Viktor Sayenko e Igor Suprunyuck acabaram por ser condenados a prisão perpétua: a crueldade com animais também foi listada em ambas as condenações.
Notificação: a Quebra do Silêncio não publica imagens violentas, cujo conteúdo denuncie tortura e/ou morte de animais, e muito menos divulga vídeos snuff. Caso deseje comprovar a veracidade do caso dos maníacos de Dnepropetrovsk pode aceder aqui. Aviso importante: contém imagens chocantes, capazes de ferir a susceptibilidade.
O abuso contra animais não deve ser ignorado, mas encarado como uma manifestação de agressividade latente que pode evoluir para um comportamento violento contra humanos. Proteger os animais é proteger as pessoas: a urgência de uma verdadeira lei que penalize os maltratos e a morte de animais constituirá uma barreira de segurança no seio da sociedade.
Relatos históricos bastante antigos também ajudam a demonstrar o carácter instável de alguém que barbariza e mata pessoas, assim como barbariza e mata animais:
Não foi por acaso que Vlad Tepes inspirou Bram Stoker na criação do Drácula, personagem épica que ficou imortalizada no nosso imaginário. O príncipe da Valáquia era popular pelo seu sadismo sem limites, que exibia nas suas horas de almoço com requintes de malvadez: Draculea tinha como hábito matar os seus inimigos por meio do empalamento, deixando-os a agonizar durante horas ou até mesmo dias. As vítimas sofriam ininterruptamente, enquanto o sol queimava-lhes a epiderme que ocultava os seus órgãos a sucumbir ao sistema tortuoso.
Quando Vlad Tepes foi preso a mando do rei Matthius Corvinus, em 1462, continuou com o seu passatempo preferido, mutilando e torturando pequenos animais que conseguia capturar na sua cela. Pássaros e camundongos acabavam decapitados ou esfolados e depois soltos, embora muitos fossem empalados em pequenas lanças improvisadas.
Vlad Tepes não foi o único a descarregar a sua agressividade nos animais: Thomas Edison, o famoso inventor e cientista, também protagonizou cenas lamentáveis por encontrar-se em guerra aberta com o também inventor Nikola Tesla. O primeiro defendia o uso da corrente contínua, e o segundo, o uso da corrente alternada. Este atrito enfureceu de tal forma Edison, que este decidiu começar a electrocutar animais para convencer o público dos perigos da corrente alternada. O vídeo que o próprio gravou da electrocussão de Topsy, a elefanta, pode ser encontrado na internet.
Electrocutando um elefante, 1903.
Os direitos dos animais ainda é um tema calorosamente debatido que divide a opinião pública. Quem desconsidera a existência dos direitos de animais não-humanos, no geral, argumenta que estes não têm deveres, o que retira-lhes quaisquer privilégios. Coincidência ou não, quando esta ideia foi filosoficamente enraizada no Humanismo, houve uma queda de valores no que toca ao respeito pela natureza: o Homem caracterizou os recursos naturais como puramente mecânicos e que podem e devem ser explorados incessantemente.
Francis Bacon (1561-1626), considerado o pai da ciência moderna, afirmou que o conhecimento científico tem como finalidade servir o Homem e dar-lhe poder sobre a natureza. Gradualmente, a anulação dos direitos dos animais e da natureza propagou-se até aos direitos das próprias mulheres: com os avanços científicos e médicos, cujo acesso era exclusivo aos homens, as mulheres começaram a ser proibidas de exercer os seus cargos como parteiras. As mãos de carne foram substituídas pelas mãos de ferro, e qualquer mulher que insistisse em assistir alguém era automaticamente condenada. Este flagelo que estigmatizou as mulheres levou ao nascimento do ecofeminismo*.
* Ecofeminismo: “(…) um sistema de valores, um movimento social e uma prática, mas também oferece uma análise política que explora as relações entre o androcentrismo e a destruição ambiental. É uma consciência que começa com a compreensão de que a exploração da natureza está intimamente ligada com a atitude do homem ocidental para com as mulheres e as culturas tribais, ou (…) que há um paralelismo no pensamento dos homens entre o seu direito, por um lado, de explorar a Natureza e por outro o uso que fazem das mulheres.”
Janis Birkeland, Ecofeminism: Living Theory and Pratice
Ao reflectir-se sobre esta filosofia no feminino (ou filosofia feminista, segundo outras interpretações), é possível interligar a crueldade com animais aos casos de violência doméstica. Pesquisas revelam a ligação entre os dois problemas supratranscritos, alertando para o problema da violência exercida no seio familiar, não só com as mulheres, mas também com as crianças e os idosos.*
*Rita de Cassia Garcia
Coordenadora do Controlo de Doenças SES/SP
A violência doméstica, muitas vezes, é motivada através do abuso ou maltratos em animais. Um estudo realizado por DeViney, Dickert & Lockwood (1983) confirmou que 88% das famílias em que ocorreu abuso físico contra crianças têm antecedentes de violência com animais. Uma pesquisa mais recente, em 2004, também salientou que entre 45% a 60% dos lares onde a violência doméstica é presente, o risco relativamente a abusos administrados em crianças é maior.
Violentar um animal é indicador de um lar caótico que pode espelhar a falta de segurança dos elementos mais frágeis, e precisamente por essa razão deve ser documentado como um caso de violência doméstica. Por sua vez, é necessário aprender a reconhecer e denunciar todas as formas desta violência.
Para além disso, também é um problema a transmissão de valores errados, seja de pai para filho ou no próprio ambiente escolar: torturar animais à frente de uma criança ou dar a entender que maltratar animais não é errado influenciará negativamente a conduta da mesma.
Uma criança desinformada poderá tornar-se num adulto problemático. Tais valores erradamente incutidos podem ser visualizados facilmente nos dias de hoje, como a defesa da tauromaquia, a utilização de animais em circos, rodeios, garraiadas, etc.
Um grupo de investigação de uma universidade espanhola realizou um estudo sobre os efeitos que assistir a uma tourada produz em crianças. O estudo efectuou-se com duzentas e quarenta crianças de vários grupos socioeconómicos, repartidos em cento e vinte rapazes e cento e vinte raparigas, com idades compreendidas entre os oito e os dez anos. Foi-lhes apresentado vídeos tauromáquicos com três narrações distintas: uma apresentava o conteúdo como uma “festa nacional”; outra relatava-a como violenta e a terceira era imparcial e neutra.
60% das crianças referiu a morte do touro como o que menos gostaram das touradas. A nível emocional e cognitivo, 52% sentiu mágoa na visualização do evento: mais de metade considerou errado o que estava a ser feito ao animal e um quarto classificou o evento como um exemplo claro de maltrato animal.
As crianças que visionaram o vídeo com a narrativa a favor do evento obtiveram a pontuação mais elevada na escala de agressão e de ansiedade, em comparação aos que viram o vídeo com a narrativa oposta. O vídeo com a narração violenta desencadeou um impacto emocional mais negativo, concluindo que a mensagem passada produz consequências na agressividade e na ansiedade.
Assistir episódios violentos tem um impacto mais profundo nas crianças do que nos adultos, sendo que as raparigas conseguem discernir melhor a realidade da ficção enquanto os rapazes tendem mais a analisar a possibilidade de acontecer o que estão a ver. Quanto mais as cenas agressivas são justificadas, mais a tolerância das crianças face a comportamentos violentos vai crescendo, aumentando o seu nível de aceitação relativamente a essas atitudes agressivas.
Da tolerância para a prática o fio é muito ténue, como os inúmeros casos que vitimaram várias pessoas, cuja matança de animais é uma constante nos perfis dos indivíduos que matam. Eis alguns casos:
• 21 de Março de 1998, Springfield: Kip Kinkel, de quinze anos, abriu fogo sobre os alunos que estavam no bar da escola. Amigos e familiares relataram que Kinkel tem uma história de abusos e de tortura em animais.
• 9 de Abril de 1998, West Dallas: Dois irmãos com sete e oito anos de idade foram, juntamente com um amigo de onze anos, presos por sequestro, espancamento e agressão sexual a uma menina de três anos. Os dois irmãos já tinham estado envolvidos em violência contra animais.
• 1 de Outubro de 1997, Pearl: Luke Woodham, com dezasseis anos, esfaqueou a sua mãe até à morte. Após o assassinato da sua progenitora, foi para a escola que frequentava onde disparou à esmo, matando dois alunos e ferindo sete. No seu diário descrevera a forma como matou o seu próprio cão:
No sábado da semana passada cometi o meu primeiro assassinato. Após espancar brutalmente o Sparkle, nós pulverizámos fluído pela sua garganta abaixo. O seu pescoço foi tomado pelo fogo por dentro e por fora. Foi uma verdadeira beleza.
Serial-killers que ficaram famosos por crimes surrealmente hediondos costumavam massacrar e matar animais.
Jeffrey Dahmer (1960 – 1994), que assassinou e canibalizou dezassete homens, dissecava e matava animais quando ainda era jovem. Também tinha o costume de empalá-los. Os seus crimes ganharam notoriedade quando o inventário realizado no seu apartamento foi levado a público: desde fotografias das vítimas, já mortas, em poses sexuais às cabeças encontradas no frigorífico, a polícia também contabilizou cadáveres em vasilhas cheias de ácido e um altar repleto de velas e de crânios dentro do armário.
Edmund Kemper (1948) foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional por ter cometido dez assassinatos, incluindo o da própria mãe. Também matou os avós. O inspirador do personagem Hannibal Lecter em O Silêncio dos Inocentes torturava e matava animais enquanto não estava a simular relações sexuais com as bonecas da sua irmã.
É, para alguns, o serial-killer mais bizarro e insano: Richard Chase (1950 – 1980) matou seis pessoas no período de um mês em Sacramento, na Califórnia. A alcunha “O Vampiro de Sacramento” deveu-se por este beber o sangue das vítimas. Também comia-as parcialmente.
Aos dez anos já apresentava sinais claros da Síndrome de Macdonald*. Nas horas de solidão, capturava, desmembrava e matava animais, os quais ele devorava crus ou misturava-os com Coca-Cola num liquidificador: depois, bebia a mistura como se fosse um batido.
* A Síndrome de MacDonald é uma tríade comportamental precursora da sociopatia. Os seus sinais podem ser descodificados a partir da infância: enurese (incapacidade de controlar a bexiga), piromania e zoosadismo.
Por fim, o hábito de matar animais já demonstrou a evolução negativa no comportamento de indivíduos cujas profissões estão ligadas precisamente ao abate. Várias investigações feitas pela PETA mostraram atitudes, no mínimo, perturbadoras: trabalhadores a violentarem sexualmente animais, inserindo os dedos na cloaca de uma perua ou colocando instrumentos na vagina de uma porca. Todos estes molestamentos são acompanhados com outras agressões físicas e comentários irados dos trabalhadores. A violência sexual ocorre em várias indústrias de criação intensiva, pelo que não deve ser levada como um mero caso isolado. É claro como água o poder que a violência tem num ambiente igualmente violento: é capaz de manipular a mente humana, tornando a pessoa ainda mais agressiva do que já era.
Abater animais acaba por não bastar; a necessidade de maltratá-los impera. É o que sucede-se dentro das quatro paredes de cimento de imensas pecuárias.
Sempre que tiver conhecimento de qualquer tipo de violência com animais, por favor, não hesite em contactar a SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente), a Sociedade Protectora dos Animais ou a ANIMAL.
Fonte: http://grito-silenciado.blogspot.pt/2013/12/nao-e-cliche-afirmar-que-um-individuo.html
Enquanto as autoridades portuguesas permitirem esta barbárie não teremos um povo consciente da própria humanidade, nem um Portugal evoluído
«Situação arrasta-se há meses com o conhecimento das autoridades. Câmara pede às entidades competentes que ponham cobro, com celeridade, à "horrenda situação", que "envergonha".»
Maria Soares
A denúncia partiu da associação de defesa de animais SOS Algarve Animals: cerca de 20 cães são alvo de maus tratos num canil particular na freguesia de Rogil, em Aljezur, no Algarve.
A situação arrasta-se há meses com o conhecimento das autoridades, que em Dezembro visitaram o local. Para esta sexta-feira está marcada nova visita.
A descrição feita na página de Facebook da associação, acompanhada de dezenas de fotografias dos animais, é impressionante: os cães, que serão utilizados para caça, estão sempre presos com um metro de corrente, ou em jaulas imundas. Muitos apresentam ferimentos e sinais evidentes de subnutrição.
“Há fêmeas a procriarem enquanto presas à corrente curta, junto de outros cães presos da mesma forma, vivendo num chão de cimento imundo”, lê-se no texto da denúncia. A mesma nota refere que, após uma primeira queixa feita há cinco meses, “seis cães foram removidos pelo veterinário municipal com o consentimento do dono, dez cães simplesmente desapareceram”. Restam 20 animais, que são alimentados por vizinhos, uma vez que “o proprietário poucas vezes vai ao local”, uma zona de mato.
A situação é do conhecimento do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (Sepna) da GNR, que em Dezembro do ano passado fez uma acção de fiscalização, depois de ter recebido uma queixa por causa do ruído provocado pelos cães. “O canil tinha irregularidades e foram levantados 28 autos por infracções diversas, que foram encaminhados para as entidades competentes, como a Direcção Geral de Veterinária de Portimão e a Junta de Freguesia de Rogil”, diz ao PÚBLICO o coronel Oliveira, director do Sepna.
Porém, olhando para as fotografias tiradas pela associação, “o caso parece mais grave agora”, admite. O Sepna recebeu nova denúncia nesta terça-feira e a delegação de Portimão já tomou conta do caso. Uma vez que não existe um médico veterinário municipal em Aljezur, terá de ser a médica da Direcção-Geral de Veterinária de Portimão a deslocar-se ao local para avaliar as condições em que vivem os animais. A visita está marcada para sexta-feira de manhã, segundo o director do Sepna.
O PÚBLICO tentou contactar a Câmara de Aljezur, sem sucesso. Numa nota publicada esta tarde na página do Facebook do município, este faz saber que teve conhecimento do caso através de denúncias feitas por telefone, email e através das redes sociais. A autarquia não tem médico veterinário “por impossibilidade contratual”, o que a impede de agir imediatamente.
Garante, no entanto, que já contactou as autoridades para resolver a situação que “infelizmente se confirma e envergonha”. “Aguardamos a celeridade das competentes autoridades e tudo faremos para pôr cobro no imediato à horrenda situação”, lê-se no comunicado.
O concelho tem um canil municipal, gerido pela Associação Ecologista e Zoófila de Aljezur, que recebe da câmara mil euros por mês para garantir a alimentação e o bem-estar dos animais.
Contactado nesta quinta-feira pelo PÚBLICO, o presidente da Junta de Freguesia de Rogil, Eliezer Candeias, disse que "desconhecia o estado dos animais", do qual teve conhecimento apenas agora através das redes sociais. "A Câmara de Aljezur está ao corrente e estão a ser tomadas medidas", afirmou. Sobre o proprietário, que considera uma pessoa "séria", nunca recebeu qualquer queixa na junta, garantiu.»
Notícia corrigida às 9h30 de 23/05: a associação que fez a denúncia inicialmente foi a SOS Algarve Animals. Acrescenta declarações do presidente da Junta de Freguesia de Rogil
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