Quarta-feira, 15 de Setembro de 2021

População das Ilhas Faroé revoltada com o massacre de 1400 Golfinhos num só dia

 

Aliás é todo o mundo civilizado  que está revoltado com este e todos os outros massacres que todos os anos tingem as águas do oceano de vermelho do sangue de fabulosos animais.

 

 Sabendo-se, como se sabe, que os Golfinhos são animais quase-humanos, é revoltante o que o governo dinamarquês permite que se faça a estes seres fabulosos.

 

Porquê? Em nome de quê? Se não há a mínima necessidade.

 

Massacre de Golfinhos.jpg

 

Embora a violenta e cruel caça às Baleias e Golfinhos seja praticada nas Ilhas Faroé (território pertencente à Dinamarca) há centenas de anos, ainda é legal, apesar de toda a actual informação científica sobre a Senciência Animal, não sendo admissível que 1400 Golfinhos de faces brancas fossem mortos no passado domingo, deixando a população em choque. Mas ainda que fosse um só Golfinho, a população deveria manifestar-se, porque, hoje em dia, já não é NORMAL nem NECESSÁRIO massacrar Golfinhos, para os comerem.

 

Segundo as autoridades das Ilhas Faroé, todos os anos são assassinadas, em média, 600 baleias, e cerca de 35 Golfinhos em 2020, e 10 em 2019. Se estes números já são aterradores, o que dizer de 1400 animais assassinados (para consumo dos moradores) deixando as águas do mar em vermelho vivo?

 

O presidente da Associação de Baleeiros das Ilhas Faroé, Olavur Sjurdarberg, em entrevista à BBC, reconheceu que «foi um grande erro» e referiu que se estimava que a matança envolvesse apenas 200 golfinhos e não 1400, deixando, no entanto, claro, que esta prática foi autorizada pelas autoridades locais e nenhuma lei foi infringida. Ainda assim, nem que matassem apenas UM Golfinho, já teria sido um GRANDE ERRO.

 

Quem defende esta prática na região, refere que a caça às baleias é uma forma sustentável de recolher alimentos da natureza e uma parte importante da identidade cultural nas Ilhas Faroé. Contudo, os Activistas dos Direitos dos Animais discordam há bastante tempo desta matança de mamíferos, considerando ser um “massacre cruel e desnecessário”.

 

Na passada segunda-feira, o deputado dinamarquês das Ilhas Faroé, Sjurdur Skaale, visitou a praia de Skalabotnur para falar aos habitantes e referiu que «matar Golfinhos de faces brancas é legal, mas não é popular», e pôde comprovar que as «pessoas ficaram furiosas e em choque» com tamanho massacre, mas defendeu que a caça aos mamíferos pode ser feita, se for da “maneira correcta”, esquecendo-se o deputado de que não há maneira correcta de MATAR seres vivos, a não ser em legítima defesa.   

 

E Sjurdur Skaale disse ainda que «do ponto de vista do bem-estar animal, é uma boa maneira de providenciar carne – e muito melhor do que manter vacas e porcos presos», afirmações prontamente contestadas pelo grupo Sea Shepherd, que alegou que «as caçadas de Golfinhos podem transformar-se em massacres prolongados e frequentemente desorganizados».

 

As críticas ao massacre de Baleias e Golfinhos nas Ilhas Faroé têm subido de tom nestes últimos anos, porque estamos já no século XXI d.C. em que estas práticas cruéis contra animais quase-humanos não têm a mínima razão de existir.

 

Já era altura de a Dinamarca evoluir.

 

Fonte:

https://blogcontraatauromaquia.wordpress.com/2021/09/15/sociedade-ilhas-faroe-em-revolta-1400-golfinhos-foram-mortos-num-so-dia/

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:32

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Terça-feira, 18 de Agosto de 2020

Senciência animal segundo António Damásio

 

(Uma informação preciosa para os legisladores portugueses, que talvez não estejam esclarecidos sobre esta matéria, por isso permitem a selvajaria tauromáquica e a tortura dos animais nos circos…)

 

«Estou disposto a acreditar que sempre que o cérebro começa a gerar sentimentos primordiais - e isso poderá acontecer bastante cedo na história evolutiva - os organismos tornam-se sencientes numa forma primitiva. A partir desse momento, poderá vir a desenvolver-se um processo de eu [self] organizado que se acrescenta à mente, garantindo assim o início de mentes mais complexas. Os répteis, por exemplo, merecem esta distinção, as aves mais, e para os mamíferos não há qualquer dúvida».

 

ANTÓNIO DAMÁSIO.jpg

 

António Rosa Damásio (Lisboa, 25 de Fevereiro de 1944) é um médico neurologista, neurocientista português que trabalha nos estudos do cérebro e das emoções humanas. É professor de Neurociência na University of Southern California. Entre os anos de 1996-2005 Damásio trabalhou no hospital da University of Iowa.

 

Licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde veio também a doutorar-se. Após uma estadia no Centro de Investigação da Aphasia de Boston (Estados Unidos), regressou ao Departamento de Neurologia do Hospital Universitário de Lisboa.

 

Publicou o seu primeiro livro: «O Erro de Descartes - Emoção, Razão e Cérebro Humano» assim como «O Sentimento de Si» (2001), eleito um dos dez livros do ano pelo New York Times. Também escreveu «Ao encontro de Espinosa». Recebeu, entre muitos outros prémios, o Prémio Pessoa e o Prémio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica, em Junho de 2005. Em 2010 editou o seu mais recente livro "O Livro da Consciência"

 

Estudioso de neurobiologia do comportamento humano e investigador das áreas cerebrais responsáveis pela tomada de decisões e conduta. Observou o comportamento em centenas de doentes com lesões no córtex pré-frontal, permitindo concluir que, embora a capacidade intelectual se mantivesse intacta, esses doentes apresentavam mudanças constantes do comportamento social e incapacidade de estabelecer e respeitar regras sociais.

 

Os seus estudos debruçam-se sobre a área designada por ciência cognitiva, e têm sido decisivos para o conhecimento das bases cerebrais da linguagem e da memória.

(fonte)

https://www.facebook.com/lists/461244453889652

***

Se o saber de António Damásio não convencer os legisladores portugueses de que estão completamente errados, quando permitem a selvajaria tauromáquica e a tortura de animais nos Circos, melhor será colocarem os seus cargos à disposição de quem tenha a capacidade de reconhecer os seus próprios erros.

 

Para os que não sabem o que é Senciência recomendo a leitura deste texto fiável:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Senci%C3%AAncia

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:17

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Segunda-feira, 5 de Novembro de 2018

O caçador Manuel Alegre ficou melindrado porque a ministra da Cultura defendeu a civilização

 

Pois é! É que a caça está no mesmo patamar das touradas, ou seja, ambas são práticas bárbaras, onde se tortura e mata animais indefesos, por mero divertimento.

 

Os caçadores matam animais e dizem que fazem muito por eles (pelos animais) e pela Natureza, como se nós fôssemos muito estúpidos.

A etapa de caçador, no percurso evolutivo do homem, é a etapa mais primitiva. De caçador passou a colector, de colector a agricultor, e hoje o Homem vai à Lua.

Manuel Alegre é caçador. Não seria preciso dizer mais nada.

Mas vou dizer, porque me repugna os poetas que gostam de matar ou ver matar e torturar animais indefesos, algo que não faz parte da Cultura e da Civilização do Homem Contemporâneo.

 

alegre.jpg

Origem da imagem: Internet

 

O ex-candidato presidencial Manuel Alegre manifestou-se esta quinta-feira muito incomodado com as declarações da ministra da Cultura, Graça Fonseca, sobre as touradas no Parlamento. "É este tipo de intolerâncias que cria os Bolsonaros", disse Manuel Alegre ao jornal PÚBLICO.

 

Contudo, de acordo com Leonardo Boff, com o qual estou completamente de acordo, «tudo tem limites, também a tolerância, pois nem tudo vale neste mundo. Os profetas de ontem e de hoje sacrificaram as suas vidas porque ergueram a sua voz e tiveram a coragem de dizer: "não te é permitido fazer o que fazes". Há situações em que a tolerância significa cumplicidade com o crime, omissão culposa, insensibilidade ética ou comodismo. Não devemos ter tolerância com aqueles que têm poder de erradicar a vida do Planeta e de destruir grande parte da biosfera

 

Não devemos ter tolerância com aqueles que se divertem a matar e a torturar animais indefesos, porque tal não faz parte da Ética, da Civilização, da Evolução Humana.

 

Não podemos ser tolerantes com gente que não respeita a Vida. A vida de qualquer ser vivo é tão importante para ele, como a nossa vida é importante para nós. Daí que não possamos ser tolerantes com gente que mata e tortura animais apenas para se divertir ou passar o tempo.

 

Não podemos ser tolerantes com os trogloditas, sejam eles caçadores/poetas, ou escritores, ou pintores, ou presidentes da República, ou tauricidas.

 

Incomodado com a posição defendida pela ministra da Cultura relativamente às touradas, Manuel Alegre assume que "atitudes como" a de Graça Fonseca "colocam a democracia em causa".

 

Mas qual democracia? Torturar e matar animais não-humanos é uma atitude antidemocrática, porque não farás aos outros (sejam esses outros animais humanos ou não-humanos) o que não gostas que te façam a ti. E este é um princípio democrático, que remonta quase ao início dos tempos. Um preceito universal já conhecido entre os povos muito antigos.

 

Ao explicar que o Governo não pretende recuar no fim da isenção do IVA para toureiros, Graça Fonseca disse: "Quanto à tauromaquia não é uma questão de gosto, é de civilização e manteremos como está". O CDS logo se indignou, no hemiciclo e fora dele, mas agora também os socialistas estão a mostrar o seu desagrado.

 

Eu direi: estão a mostrar o seu IMO. Não estão a demonstrar o seu desagrado. Os socialistas (não serão todos, mas como não se manifestam, são medidos pelo mesmo alqueire) estão de conluio com as máfias da tauromaquia e da caça. Os socialistas apoiam estas políticas carniceiras da monarquia e da direita republicana.

 

E Manuel Alegre diz ao PÚBLICO, esta coisa espantosa: «O que está aqui em causa com as suas [da Ministra da Cultura] declarações é a liberdade de uma grande tradição ibérica reflectida por muitos escritores e artistas de todas as áreas. […] Agora são as touradas, depois há-de ser a caça e depois o livro que podemos ou não ler ou o filme que podemos ou não ver".

 

Pois. O problema aqui é que a caça pode vir a ser atingida pela flecha certeira da Civilização. O que vale é que os caçadores são uma espécie em extinção. A nova geração é feita de outro barro. Jamais a Cultura Culta, da qual fazem parte os livros e os filmes, estará no mesmo saco da caça e das touradas.

 

Como é possível aliar um costume bárbaro, introduzido em Portugal pelo rei espanhol Filipe I (II de Espanha, e que não regulava lá muito bem da cabeça) a uma tradição ibérica, reflectida por muitos escritores e artistas de todas as áreas, como se os tais escritores e artistas, que os trogloditas tanto gostam de citar, fossem deuses intocáveis ou gente de boa índole, e não tivessem grandes pancas, ou não fossem cruéis como Picasso, ou com graves problemas psicológicos, como Hemingway (que se suicidou) e Garcia Lorca. Além disso, na época dessa gente não se sabia o que hoje se sabe sobre a senciência animal. Mas a dúvida persistirá: uma vez bárbaro, bárbaro para sempre? Os contemporâneos têm toda a informação, e continuam aficionados, porque pau que nasce torto nunca se endireita (são raríssimos os que se endireitam), e o facto de serem artistas ou escritores ou frequentarem universidades não implica que tenham boa índole. Os maiores assassinos da História da Humanidade foram (e são) gente com cursos e cargos dos mais superiores. Porque isto da boa índole, do carácter, do IMO forma-se no berço.

 

Manuel Alegre diz que a introdução do IVA agora decidida "é uma perseguição aos toureiros e a uma actividade que mexe com milhares de pessoas". Mas que milhares de pessoas? Talvez umas centenas. Contudo, uma actividade sangrenta, brutal, irracional, inculta, estúpida, cruel e desumana, ainda que mexa com centenas de pessoas, não pode justificar a sua existência. Essas pessoas que vão plantar batatas, porque plantar batatas também alimenta bocas, e é uma profissão digna. Ser toureiro nem profissão é. Plantar batatas poderá não dar para comprar Ferraris e Porches, mas enche o estômago.

 

E Manuel Alegre não se contentou a fazer uma triste figura com estas declarações anti-civilização. Teve o desplante de deixar um aviso a Graça Fonseca e a outros políticos, como se ele fosse o dono do mundo, e disse esta coisa incrível: "Falar de touradas pode dar muita visibilidade, mas há problemas mais graves de que os deputados e governantes não falam, como por exemplo o desaparecimento dos cavalos marinhos da Ria Formosa ou a proliferação de eucaliptos por todo o país".

 

Pois o governo da geringonça não fala desses problemas e de muitos outros mais, aliás muito cabeludos, como o da ilegalidade do acordo ortográfico de 1990, por exemplo, porque não lhes convém, o que não tira que a actual Ministra da Cultura, confrontada com a pergunta da deputada do CDS/PP, não tivesse o direito e o dever de lhe responder adequadamente, pondo a questão no plano da Civilização.

 

Era o que mais faltava, um caçador vir admoestar uma Ministra da Cultura, a mais equilibrada que já tivemos desde há longos, longos anos, apenas porque esta defendeu a Civilização!

 

E Manuel Alegre conclui, de um modo, inacreditável, apenas condizente com mentalidade da direita: «Isto não é uma questão de gostar ou não gostar. Isto não pode ser uma questão de natureza filosófica como a ministra quer fazer crer».

 

Pois esta coisa das touradas nada mais é do que uma questão filosófica, uma questão social, uma questão cultural, uma questão moral, uma questão civilizacional, que a senhora Ministra da Cultura teve a lucidez e a coragem de levar para um hemiciclo que, na sua maioria, pugna pela incultura e pela incivilização.

 

E nós, a esmagadora maioria dos Portugueses, estamos com a senhora Ministra da Cultura, nesta questão, e vaiamos o poeta da carnificina.

 

Faço inteiramente minhas as palavras do Comandante Manuel Figueiredo, um dos muitos portugueses que enviaram à senhora Ministra Graça Fonseca, o seu apoio:

 

DECLARAÇÃO.png

 

Para terminar, diz a notícia que o primeiro socialista a mostrar a sua indignação foi o deputado Luís Moreira Testa, que escreveu no Facebook: «Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa, Ernest Hemingway ou Federico García Lorca. É desta civilização que eu faço parte, mas também da de Goya, Dalí ou Picasso e de tantos outros, como Jorge Sampaio ou Manuel Alegre».

 

Pois o senhor Luís Moreira Testa tem todo o direito de expressar o que lhe vai na alma, e os seus gostos literários e de amizade. Contudo, é preciso dizer que a todos os cidadãos citados, falta-lhes o sentimento maior que faz de um ser, um verdadeiro Ser Humano: a empatia. Dir-se-á, igualmente, que todos esses senhores ficarão para a História, quando a bárbara tauromaquia estiver extinta, do mesmo modo que ficaram os imperadores romanos, apoiantes do bárbaro Circo Romano, ou seja, serão lembrados como seres incivilizados, incultos, primitivos, dotados de instintos cruéis, ou seja, ficarão lembrados como seres desumanos.

 

Todos esses nomes já constam do Livro Negro da Tauromaquia, facto que não dá prestígio a nenhum deles.

 

Isabel A. Ferreira

 

Fonte da notícia:

https://www.publico.pt/2018/11/01/politica/noticia/manuel-alegre-tipo-intolerancias-touradas-cria-bolsonaros-1849611#comments

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:40

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Segunda-feira, 12 de Dezembro de 2016

Alma, Razão e Senciência nos Animais

 

(Texto dedicado a todos os animais humanos da "espécie" ICE

(Incompatível Com Evolução)

 

JEREMY.jpg

 

Texto de Sônia T. Felipe (***)

 

«No livro «Acertos Abolicionistas» publiquei um texto (A dignidade dos cadáveres e lugares sagrados, p. 55) abordando a proibição do bispo D. Odilo de enterrar animais de estimação junto com seus pais adoptivos nos cemitérios humanos. Para esse bispo da Igreja Católica, fazer isso tira a dignidade dos humanos. Comer cadáveres não tira, mas enterrar os cadáveres dos animais amados junto com o cadáver de quem os amou tiraria.

 

O Papa Francisco acaba de declarar que os animais têm alma e que elas vão para o céu. Finalmente! É a primeira vez na história papal que o dogma do vivo-vazio de alma, disseminado por Descartes no século XVII é derrotado por um Papa. E eu estava esperando por isso há quase quatro séculos.

 

Enfim, se os animais têm alma, o que todos nós sempre soubemos acerca de todos os animais, inclusive dos que são comidos pelo Papa Francisco (não estou atacando o Papa, não, tenho aqui em casa o livro das receitas predilectas de todos os papas e não há uma sequer vegana!) e por todos os católicos e cristãos ao redor do mundo, eles têm senciência.

 

Se há senciência em qualquer animal, a capacidade de sentir como dor ou prazer os estímulos do ambiente natural ou social, então há racionalidade também, ainda que cada animal tenha sua forma de raciocinar (que já expus nos outros dois livros, «Ética e Experimentação Animal» e «Por uma Questão de Princípios»), uma forma adequada ao tipo de sensibilidade e de consciência de sua espécie e do indivíduo que vive experiências que outros podem não viver.

 

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, ser racional não é ser apenas frio e calculista, não é visar obter apenas vantagens para si. Portanto, a razão não é apenas a capacidade mental de planejar vinganças, típica da mente humana, embora ela esteja imbricada nessas acções. Geralmente, a prática do mal está mais ligada às emoções fora do controle do que, justamente, ao controle delas pelo raciocínio.

 

A racionalidade é a capacidade de raciocinar para manter-se vivo da forma mais segura possível. Essa existe em cada espécie animal e é desenvolvida no ambiente natural delas e pelas interacções sociais. Os animais são seres políticos, no sentido aristotélico que designa a vida só possível "entre os muitos".

 

Nossas vidas e as vidas de todos os animais incluem a presença de outros animais que cada indivíduo animal deve aprender a conhecer para poder distinguir se neles há, ou não, ameaça e riscos para sua própria sobrevivência. Esse é um aprendizado da razão.

 

A senciência é a capacidade de sentir as coisas e de as traduzir com alguma emoção-chave, do tipo: muita dor, dor, desagradável, desconfortável; ou, muito prazeroso, prazeroso, agradável, confortável.

 

Uma vez arrumadas essas informações na memória, cada animal segue se orientando por elas e procurando se aproximar mais das coisas e dos outros animais que propiciam sensações de prazer em todas aquelas gradações, ou se afastar das coisas e dos outros animais que provocam as sensações ruins.

 

Mas para que esse arquivo possa ser ordenado e consultado de cada vez, é preciso que ali haja também a capacidade da razão. E a razão vai se ampliando a cada nova experiência, porque na memória do animal existem muitas informações que ele pode usar para se preservar em vida e preservar a vida dos que dependem dele para isso, seus filhos pequenos, seus pares na hierarquia social. Isso é racionalidade. Todos os animais são racionais a seu modo específico, a seu próprio modo.

 

Apenas os humanos usam a razão e são racionais no sentido de planejar obter o máximo de vantagens para si à custa do máximo de desvantagem para outros animais: éguas, vacas, porcas, galinhas, ovelhas etc., e seus pares machos.

 

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Todos os animais são racionais, cada um dentro do parâmetro de raciocínios que sua mente específica requer e possibilita. Se não houvesse razão nos animais, para que serviria sua capacidade de sentir dor e de sofrer, de sentir-se bem e de estar feliz?

 

A dor e o sofrimento são as duas chaves das portas de entrada das informações ambientais para que o animal possa se defender delas a seu próprio modo, evitá-las e comportar-se de modo a não pôr sua vida em risco quando não há outros meios (e no caso dos animais os meios são muito escassos) para se defender do mal.

 

E, para que possamos entender a evolução moral da nossa espécie, que agora inclui os animais no âmbito do devido respeito moral e jurídico, é bom lembrar do que afirma Frans de Waal: «temos a capacidade de agir moralmente, porque somos animais

 

É a racionalidade presente em todos os animais que permite a cada um deles entender que o bem do seu grupo é uma garantia para o próprio bem; que o mal de seu grupo é ameaça contra seu bem próprio.

 

 

Confúcio também se refere à capacidade ou incapacidade da mente humana de suportar a dor no outro, porque essa mente sabe muito bem que toda dor que se espalha no mundo espalha-se de tal modo que ela tem efeito bumerangue. Um dia, sem que a gente menos espere, ela está à nossa porta. Não é vingança. É colheita.

 

Para essa semana pré-natalina, é bom que pensemos que todos os animais sentem dor e sofrem, todos querem estar na vida sem essa dor e tormento, e todos sabem que o que causa dor é sempre algo que ameaça a integridade física, psíquica ou social de cada animal senciente.

 

Todos os animais são racionais, no sentido explicitado, e, agora, acabamos de saber pelo Papa Francisco, que todos os animais têm alma, conforme já o escreveu Irvênia Prada (Médica e Professora da Faculdade de Veterinária da USP), em seu livro sobre a alma nos animais.

 

O círculo está cada vez mais apertado para os antropocentristas, especistas e bem-estaristas. É melhor desassinar esse contrato cheio de cláusulas perversas desfavoráveis a todos os animais. Moralidade é a capacidade de ampliar o campo da racionalidade. E já não somos mais inocentes no que diz respeito à senciência, racionalidade e à alma dos animais outros que não os humanos.»

 

(***) Sônia T. Felipe é doutorada em Filosofia Moral e Teoria Política, pela Universidade de Konstanz, Alemanha; professora reformada da graduação e pós-graduação em Filosofia, e do doutorado interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina; orientou dissertações e teses nas áreas de Teorias da Justiça, Ética Animal e Ética ambiental.

 

(Aviso: este texto foi reescrito para Língua Portuguesa, através de corrector ortográfico).

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:36

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Sábado, 6 de Agosto de 2016

ONTEM NA PÓVOA DE VARZIM TORTURARAM-SE TOUROS QUE AGUARDAM MORRER NA SEGUNDA–FEIRA

 

 

Ontem (sexta-feira) houve um a manifestação em frente à praça da tortura de Touros e Cavalos na Póvoa de Varzim, onde se realizou uma tourada para satisfazer os instintos mórbidos dos caçadores da Estela e criaturas afins.

 

Os Touros, esses, depois da tortura atroz a que foram submetidos, numa arena quase sem “gente”, estão a agonizar nos camiões, feridos, febris e sem ajuda, aguardando a morte, até poderem libertar-se do sofrimento, na segunda-feira.

 

As autoridades foram chamadas para fazerem cumprir a lei das 5 horas para o abate, mas ninguém APARECEU!!!!!!!

 

MANIFESTAÇÃO.jpg

 Origem da foto:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1292911204076827&set=a.1292915107409770&type=3&theater

 

Diz-nos Deolinda Sousa: «O Verão é a época da tortura destes seres belos e mansos que diabolicamente o homem inventou como um touro de lide e é torturado sem qualquer razão. Isto já não é admissível, pois desde o Manifesto de Harvard, em 2012 que os cientistas provaram a senciência animal, e a partir daí deixou-se de se utilizar o termo “animal irracional”, e passou a utilizar-se a designação animal não humano, pois em tudo somos iguais, apenas de espécie diferente.

 

Por isso, isto é um crime que se comete contra os bovinos

 

***

Sim. Um crime.

Ainda mais crime é quando existe um regulamento tauromáquico que prevê o abate dos Touros feridos, num espaço de 5 horas depois de serem torturados.

 

E isso não é cumprido. E nenhuma autoridade tem a hombridade de fazer cumprir a lei.

 

Os animais ficam fechados, agonizando, sem água ou tratamento, sofrendo atrozmente durante dois dias, até que as bestas humanas os venham libertar de tamanho sofrimento.

 

Isto é um crime que quem o comete pagará caro, mais dia, menos dia. Podem crer.


publicado por Isabel A. Ferreira às 19:16

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Quarta-feira, 13 de Abril de 2016

MINISTRA DA JUSTIÇA ADMITE NECESSIDADE DE ALTERAR CÓDIGO CIVIL EM RELAÇÃO AOS ANIMAIS

 

A Senciência Animal é uma realidade que ninguém pode ignorar, a não ser que não vivam no século XXI d. C.

 

Congratulo-me com esta abertura por parte da Senhora Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e com o Deputado do PAN, André Silva, que levou à Assembleia da República um discurso novo.

 

Este é o avanço de que Portugal precisa, para poder ser considerado um país realmente evoluído.

 

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Origem da foto:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1277820695581431&set=a.148486151848230.26807.100000605386955&type=3&theater

 

Estará a Senciência Animal a caminho de Portugal?

 

«Não importa se os animais são incapazes ou não de pensar. O que importa é que são capazes de sofrer" Jeremy Bentham

 

- Ministra da Justiça defende que animais deixem de ser “coisas” no Código Civil, na conferência organizada hoje pelo PAN na Assembleia da República "Reflexão sobre a lei da criminalização de maus tratos a animais".

 

***

«O PAN – Partido Pessoas, Animais, Natureza vai apresentar no Parlamento esta sexta-feira um projecto destinado a alterar o estatuto jurídico dos animais, de forma a que a lei os deixe de encarar como coisas e passe a conferir-lhes uma nova categoria intermédia entre os objectos e as pessoas.

 

A necessidade de alterar o Código Civil nesta matéria foi reconhecida esta terça-feira pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, numa conferência promovida pelo PAN na Assembleia da República. Admitindo que a lei que criminaliza os maus tratos, com escasso ano e meio de vigência, também precisa de ser aperfeiçoada, a governante defendeu que se deixe amadurecer a sua aplicação antes de levar a cabo quaisquer alterações. Posição diferente tem a ministra sobre a mudança do estatuto jurídico dos animais, que entende que pode avançar já, assim o entenda o Parlamento.

 

Essa é também a esperança do deputado do PAN, André Silva, que depois de ter falado com os diferentes grupos parlamentares entende existir consenso suficiente para fazer aprovar uma alteração legal que, mais do que consequências práticas, diz ter um valor proclamatório. Afinal, observa, não é possível maltratar uma coisa.

 

E o número de queixas apresentadas às autoridades por maus tratos ou abandono está a aumentar exponencialmente. Segundo dados apresentados pela PSP, ao longo de 2015 foram apresentadas 728 denúncias, cem das quais logo no primeiro trimestre do ano. Mas entre Janeiro e Março deste ano o número de queixas praticamente duplicou em relação ao mesmo período do ano passado.

 

Perfil do criminoso

 

O GNR tentou esboçar um perfil deste tipo de criminosos: são maioritariamente homens, mas só no caso dos maus tratos; quando se trata de abandono, eles e elas estão sensivelmente em pé de igualdade. Trata-se de pessoas mais velhas e, pelo que já foi estudado nalguns países, muitos deles já têm cadastro por outros crimes. Uma procuradora que se especializou na matéria, Eunice Marcelino, confirma-o: “Há uma profunda ligação destes a outros crimes, nomeadamente à violência interpessoal, e a problemas de saúde mental”. Quem abusa dos animais é mais propenso a maltratar crianças e mulheres, dizem alguns estudos.

 

Além de querer sanar a lei dos maus tratos das suas numerosas incongruências, André Silva vai apresentar um terceiro projecto na Assembleia da República para a permitir a entrada de animais de companhia em estabelecimentos comerciais. No que diz respeito ao estatuto jurídico dos animais, foram os próprios socialistas a propor, na anterior legislatura, a sua alteração – o que voltarão a fazer na actual legislatura, quando o assunto for agendado, explicou ao PÚBLICO o deputado do PS Pedro Delgado Alves, adiantando que isso deverá suceder até ao Verão. Por outro lado, o grupo parlamentar do PS reconhece falhas na lei que criminaliza os maus tratos, fruto de um acordo com a anterior maioria PSD/CDS que implicou cedências de ambas as partes. “Estamos disponíveis para melhorar o texto da lei”, refere o mesmo deputado.

 

Para o PAN, em causa está, por exemplo, a punição prevista para quem matar um animal de companhia, que só sucede, segundo a letra da lei, se lhe essa pessoa causar previamente sofrimento ao bicho. E o que fazer quando o dono resolve envenená-lo? Como provar que foi mesmo ele, e não um vizinho mal-intencionado, o autor do crime? As mortes praticadas “de forma mais insidiosa”, por vezes para contornar a criminalização dos maus tratos, exigem técnicas de investigação que nem sempre são baratas, assinalou outro orador da conferência, o major Ricardo Alves, da GNR. Uma análise toxicológica para determinar se houve envenenamento pode custar cem euros. Não é incomum os donos dos animais recorrerem a fertilizantes que usam nos seus terrenos para se verem livres deles, assinalou.

 

O destino dos animais retirados aos donos por maus tratos constitui outro problema. Têm de ser entregues a centros de recolha. Mas que condições têm estes centros? Uma dirigente da associação de defesa dos animais Midas, Lígia Andrade, explicou na conferência desta terça-feira como o resgate de uma centena de animais de um abrigo ilegal sem condições de higiene ou salubridade na zona de Matosinhos, no final do ano passado, descambou na sua colocação num canil “que não tinha capacidade para acolher mais de 50”, enquanto o Ministério Público não decidia o seu destino.

 

A mesma responsável também relatou o caso de um gato com problemas de insuficiência renal que ficou oito meses num canil, à espera de uma decisão de um tribunal, em vez de ser dado para adopção. “Felizmente sobreviveu”, observou Lígia Andrade. A alteração do Código Civil pode evitar que casos como estes continuem a suceder, considera Eunice Marcelino.

 

Outra insuficiência apontada à lei que criminaliza os maus tratos, quer por activistas quer por juristas que estudaram o assunto, relaciona-se com o facto de ela se restringir aos bichos considerados de companhia – deixando assim de fora um enorme universo de animais, dos que actuam nos circos até aos animais de trabalho ou de caça. André Silva explica que isso faz com que dois cães da mesma ninhada possam ter graus de protecção legal diferentes, se um for usado na caça e outro mantido como animal de companhia.

 

A proposta de permissão de entrada de animais em estabelecimentos comerciais é aplaudida pelo bastonário dos veterinários, Jorge Cid, no entender de quem essa possibilidade deve ser alargada aos transportes públicos. E não deverá enfrentar objecções do PS, pelo que diz Pedro Delgado Alves: “Em teoria nada temos a opor”.»

 

Fonte:

https://www.publico.pt/sociedade/noticia/animais-em-vias-de-deixarem-de-ser-encarados-como-objectos-1728823?page=-1

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:43

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Segunda-feira, 28 de Março de 2016

CARTA ABERTA À PRESIDENTE DO CE DA EB1 DE ANGRA DO HEROÍSMO E AO SECRETÁRIO REGIONAL DA EDUCAÇÃO E CULTURA

 

Este é o vídeo da vergonhosa acção deseducativa dos Açores

 

 

Exma. Senhora Presidente do Conselho Executivo da EB1 de Angra do Heroísmo

Exmo. Senhor Secretário Regional da Educação e Cultura

 

Foi com enorme indignação e estranheza que tomei conhecimento, através do programa da XIV Semana da Ciência, promovida pelo Departamento de Ciências da EB1 de Angra do Heroísmo, de que a conferência «Importância da Festa Brava na Ilha Terceira» constava da lista das temáticas a abordar.

 

Não é compreensível que para promover a Ciência – que é o conhecimento rigoroso e racional de um determinado tema, obtido mediante um método próprio; é o domínio organizado do saber; é o conjunto organizado de conhecimentos baseados em relações objectivas verificáveis e dotados de valor universal – tenha sido imponderavelmente aproveitada a selvajaria tauromáquica, para incutir em crianças, pré-adolescentes e adolescentes a prática da tortura e maus-tratos a seres vivos.

 

É pública, no vídeo da conferência, a forma como o tema é abordado, pela Doutora Fátima Ferreira, docente do 1º ciclo e (pasmemos!) ganadeira, que incute a barbárie como uma “ciência” incontestável.

 

Daí a minha mais veemente indignação pelo lugar e o momento escolhidos para esta acção que, vinda de uma docente, proprietária de uma ganadaria, é legítimo considerá-la infectada de intuitos comerciais, ainda mais apresentada numa Escola Pública, onde terá sido forçosamente autorizada pelos respectivos órgãos de gestão, e no âmbito de uma Semana da Ciência, no qual não se compreende a pertinência deste tema integrar um programa no qual o objectivo é despertar e sensibilizar para a Ciência.

 

O que terá a selvajaria tauromáquica a ver com Ciência…?

 

Já a quiseram ter como Cultura e Arte… Acrescentam-lhe agora a Ciência, qualquer dia temo-la como Hermenêutica…

 

Desta forma, e tendo em conta toda a contestação aos níveis regional, nacional e internacional de que tem sido alvo a prática desta selvajaria por questões de natureza ética; face a estudos científicos que comprovam a senciência animal; face às recomendações feitas a Portugal pela ONU, através do seu Comité dos Direitos da Criança, no sentido de tomar medidas para proteger os jovens portugueses da violência ligada à actividade tauromáquica, violência da qual não está isenta a tourada à corda; considera-se que integrar o tema da tauromaquia na Semana da Ciência é despropositado, desenquadrado, abusivo, deseducativo, irracional e, consequentemente, em todos os sentidos, altamente nocivo e antipedagógico.

 

Posto isto, venho sugerir a Vossas Excelências, que sejam tomadas todas as medidas, para que esta situação não se repita em nenhuma instituição de ensino, em toda a Região Autónoma dos Açores.

 

Uma tal iniciativa arrasta o Arquipélago dos Açores para a lama da iniquidade. E os Açorianos Cultos não merecem esta vergonha.

 

Com os meus cumprimentos,

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:23

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Quinta-feira, 19 de Março de 2015

CARTA ABERTA A FERREIRA FERNANDES (REDACTOR-PRINCIPAL DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS)

 

A propósito do seu artigo no Diário de Notícias, sob o título «Simba, Passos, CR7, Shakira e Varoufakis», publicado a 17 de Março do corrente ano

ferreira_final FERREIRA FERNANDES.jpg

 

Exmo. Senhor Ferreira Fernandes,

 

É sempre com inquietação que leio crónicas de ilustres jornalistas abordando o que se faz em excesso pelos ditos animais não humanos, e à míngua pelos animais humanos.

 

Diz V. Exa. no artigo acima citado: «A morte de Simba, o cão, teve mais letras impressas do que, neste ano, qualquer das mulheres assassinadas (da única subespécie, Homo sapiens sapiens, que imprime letras). Alguém se lembra do nome de uma? Houve, ainda, mais assinaturas para que se investigue a morte do Simba do que gente a assinar a petição pela demissão de Passos Coelho»

 

Bem, se perguntarmos, assim, de chofre, a V. Exa. o nome de uma dessas mulheres assassinadas, conseguirá dizê-lo?

 

Quanto a assinar uma petição para demitir Passos Coelho adiantaria alguma coisa? Adiantou? Adiantará, se está no poder de pedra e cal?

 

Mas a questão nem sequer importa colocar deste modo. Porque saber os nomes das mulheres assassinadas não as traz de volta, nem sequer evita que outras sejam assassinadas, e demitir Passos Coelho seria uma inutilidade, uma vez que o povinho português se prepara para lá colocar mais do mesmo.

 

Também é um facto que o Diário de Notícias, bem como a generalidade dos media, esmaga-nos com noticiários dos assassinatos dessas mulheres, esmiuçados ao pormenor mais mórbido… porque isso vende… seja o que for, mas vende… Interesse o que interesse, mas vende… se bem que o principal fique por dizer: a origem de tanta violência… Isso já não interessa esmiuçar. E ninguém o faz.

 

E nesta vossa “falta de interesse” (ou seja lá falta do que for) começa a explicação da intervenção dos Defensores dos Animais ditos não humanos.

 

É que se o Diário de Notícias (e os outros media) cumprisse o seu DEVER de informar formando, não haveria necessidade de dedicarmos tanta atenção aos milhares de Simbas, que são assassinados por quem também assassina mulheres e crianças, pois significaria que vivíamos numa sociedade civilizada.

 

De um modo inadequado (apenas com o intuito de vender notícias) os media fartam-nos com o assassinato de mulheres, com os despassos de Passos, com os “likes” do CR7 e da Shakira, ou com a ousadia de Varoufakis (que os políticos da União (ou devo dizer desunião?) Europeia tanto INVEJAM.

 

E os pobres coitados dos ditos animais não humanos, que são torturados e assassinados às mãos de carrascos cruéis não merecem nenhuma parangonazinha a favor deles?

 

Alguém tem de gritar por eles.

V. Exa. “grita” pelas mulheres assassinadas pelos violentos maridos que as matam com caçadeiras, e, pelos vistos, até deve saber o nome de todas elas de cor… Mas nunca se atreveu a escrever sobre, por exemplo, a Abolição das Touradas, ou a favor de uma lei que pugne pela Senciência Animal, pelo contrário, o DN defende a existência da selvajaria tauromáquica, logo, a tortura de bovinos, e consequentemente é a desfavor da Senciência Animal, que a falaciosa nova Lei de Protecção dos Animais não contempla.

 

Logo, tem de haver alguém que grite pelos desprotegidos, indefesos, inofensivos e inocentes animais ditos não humanos, aos quais os media não dão importância alguma.

 

Não se admire, pois, V. Exa. de ver muitas assinaturas nas petições a favor dos desprotegidos Simbas do mundo, e poucas nas dos mais do que protegidos senhores do mundo…

 

No dia em que os media deixarem de ser subservientes ao lobby da violência e da crueldade sobre animais ditos não humanos, nós deixaremos de ser tão necessariamente excessivos na defesa deles.

 

Com os meus cumprimentos,

 

Isabel A. Ferreira

 

***

Já agora, deixo aqui um textinho muito interessante, que anda a circular na Internet:

 

«Ouroboros

 

Falas do caso do cão que morreu? Isso não é nada, ao pé das mulheres que morrem às mãos dos maridos, disso não falas, não é?

Falas das mulheres que morrem? E as crianças de África que morrem de fome, que insensível és tu que nem uma palavra tens para as crianças de África!

 

Falas das crianças de África que morrem de fome? E aquelas que morrem na Ucrânia, que além de fome morrem da guerra?

 

Falas da Ucrânia? Não é preciso ires tão longe, fica sabendo que aqui, bem perto de nós, onde podemos actuar, ainda um dia destes morreu um cão? Disso não falas tu.»

 

Fonte:

http://farpasecornadas.blogspot.pt/

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:10

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Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014

Senciência animal segundo António Damásio

 

(Uma informação preciosa para os legisladores portugueses, que talvez não estejam esclarecidos sobre esta matéria, por isso permitem a selvajaria tauromáquica e a tortura dos animais nos circos…)

 

«Estou disposto a acreditar que sempre que o cérebro começa a gerar sentimentos primordiais - e isso poderá acontecer bastante cedo na história evolutiva - os organismos tornam-se sencientes numa forma primitiva. A partir desse momento, poderá vir a desenvolver-se um processo de eu [self] organizado que se acrescenta à mente, garantindo assim o início de mentes mais complexas. Os répteis, por exemplo, merecem esta distinção, as aves mais, e para os mamíferos não há qualquer dúvida».

 

ANTÓNIO DAMÁSIO.jpg

 

António Rosa Damásio (Lisboa, 25 de Fevereiro de 1944) é um médico neurologista, neurocientista português que trabalha nos estudos do cérebro e das emoções humanas. É professor de Neurociência na University of Southern California. Entre os anos de 1996-2005 Damásio trabalhou no hospital da University of Iowa.

 

Licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde veio também a doutorar-se. Após uma estadia no Centro de Investigação da Aphasia de Boston (Estados Unidos), regressou ao Departamento de Neurologia do Hospital Universitário de Lisboa.

 

Publicou o seu primeiro livro: «O Erro de Descartes - Emoção, Razão e Cérebro Humano» assim como «O Sentimento de Si» (2001), eleito um dos dez livros do ano pelo New York Times. Também escreveu «Ao encontro de Espinosa». Recebeu, entre muitos outros prémios, o Prémio Pessoa e o Prémio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica, em Junho de 2005. Em 2010 editou o seu mais recente livro "O Livro da Consciência"

 

Estudioso de neurobiologia do comportamento humano e investigador das áreas cerebrais responsáveis pela tomada de decisões e conduta. Observou o comportamento em centenas de doentes com lesões no córtex pré-frontal, permitindo concluir que, embora a capacidade intelectual se mantivesse intacta, esses doentes apresentavam mudanças constantes do comportamento social e incapacidade de estabelecer e respeitar regras sociais.

 

Os seus estudos debruçam-se sobre a área designada por ciência cognitiva, e têm sido decisivos para o conhecimento das bases cerebrais da linguagem e da memória.

(fonte)

https://www.facebook.com/lists/461244453889652

***

Se o saber de António Damásio não convencer os legisladores portugueses de que estão completamente errados, quando permitem a selvajaria tauromáquica e a tortura de animais nos Circos, melhor será colocarem os seus cargos à disposição de quem tenha a capacidade de reconhecer os seus próprios erros.

 

Para os que não sabem o que é Senciência recomendo a leitura deste texto fiável:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Senci%C3%AAncia

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 10:21

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