Foi esta semana tornado público o "Relatório da Actividade Tauromáquica 2017", da IGAC - Inspecção-geral das Actividades Culturais (entidade tutelada pelo Secretário de Estado da Cultura). Os dados oficiais contidos no referido relatório permitem constatar o seguinte:
Desde 2009 que, ano após ano, o número de "espectáculos" tauromáquicos tem vindo a decrescer.
De acordo com um método de contagem de espectadores que incorpora uma enorme margem de erro*, e ainda que em 2016 o número de espectadores tenha sido menor que o de 2015, mas aparentemente também ligeiramente menor que o de 2017 (ver quadro IGAC), não há dúvidas de que a o número de espectadores vai decrescendo e tendendo para zero, conforme se pode perceber melhor pelo quadro seguinte:
Tal como mencionado nos gráficos acima, os mesmos foram elaborados por nós, mas os dados são os da IGAC. Segue-se uma cópia do quadro de onde foram retirados.
As estatísticas são animadoras, pois demonstram que a tauromaquia vai perdendo público e que a indústria tauromáquica, a contar com cada vez menos touradas, menos entradas e, como tal, menos receitas, vai ficando enfraquecida. Este enfraquecimento, a par de toda a contestação de que as touradas vão sendo alvo, traduzir-se-á, muito em breve, na abolição da tauromaquia.
_______ * Conforme referido no relatório da IGAC "(...) efectuou-se cálculo por estimativa do número de espectadores presente nos espectáculos. Este número é calculado com base nos números identificados pelos Delegados Técnicos Tauromáquicos em cada espectáculo." Ou seja, há um elemento subjectivo no cálculo do número de espectadores. Cada delegado técnico tauromáquico refere que há, por exemplo, 1/2 ou 1/3 ou 1/4 de lugares preenchidos, sendo que é com base nesta técnica (e no número de lugares que determinada praça de touros tem) que o número de espectadores é apurado, nunca sendo, como tal, rigoroso.
Fonte:
Lisboa, 29 de Abril de 2015 – O PAN – Pessoas-Animais-Natureza acaba de apresentar uma queixa ao provedor de justiça no âmbito da aprovação da Proposta de Lei n.º 209/XII (3ª), expondo as suas preocupações com a compatibilidade daquele diploma com os direitos fundamentais intrínsecos das crianças.
Segundo aquele diploma, as actividades de artista tauromáquico e auxiliar podem ser exercidas por menores de 18 anos e por crianças menores de 16 anos mediante autorização da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco. Comissão, essa que, a par de outras entidades, reconheceu que a actividade tauromáquica “pode colocar em perigo crianças e jovens” (in Circular n.º 4/2009).
A Amnistia Internacional emitiu parecer no mesmo sentido. Mais expressivo ainda, é o parecer da Comissão de Regulação do Acesso a Profissões, que recomendou que, tendo a legislação fixado a escolaridade obrigatória até aos 18 anos, então também só deveriam participar neste tipo de actividades indivíduos cuja escolaridade obrigatória esteja já cumprida. Para além disso, a idade mínima de 16 anos corresponde à idade mínima de admissão ao trabalho subordinado (n.º 2 do art. 68.º do Código do Trabalho).
«A tourada é uma actividade violenta e, como tal, deve estar sujeita às mesmas restrições etárias que outras actividades de natureza artística e outros divertimentos públicos considerados violentos. Nomeadamente, não faz sentido proibir um menor de 18 anos de assistir a um filme de ficção no cinema, mas depois permitir que uma criança de 12 anos esteja envolvida na morte de um animal, seja por frequentar a escola de toureio, seja por assistir à morte de um animal para mero entretenimento de quem assiste», defende André Silva, porta-voz do PAN.
Diversos estudos a que o PAN recorreu para elaborar a queixa ao provedor confirmam que a exposição das crianças a violência explícita provoca efeitos significativos no seu desenvolvimento, donde resulta a necessidade de proteger os menores de tais impactos, como manda a Constituição.
No que diz respeito especificamente ao trabalho infantil, o Comité de Direitos da Criança, já expressou a sua preocupação ao referir que «O Comité (…) continua profundamente preocupado com o envolvimento persistente de crianças em trabalhos perigosos e/ou degradantes como o trabalho agrícola em culturas ilegais, tráfico de drogas, mineração ilegal e touradas».
Face ao exposto, o PAN conclui que o diploma em causa enfrenta uma série de constrangimentos legais nacionais e internacionais mas, mais importante que isso, efectivamente revela uma desconsideração pelos direitos fundamentais das crianças a um desenvolvimento saudável.
Importa ainda referir que, no âmbito do supra mencionado processo legislativo, foram ouvidas as seguintes entidades: Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide; Associação Nacional dos Grupos de Forcados; Associação Nacional de Toureiros Portugueses; Associação Nacional de Empresários Taurinos; Secretário de Estado da Cultura e Presidente da Comissão Nacional de Protecção de Dados.
Não foi ouvido um único representante dos direitos das crianças, o Comité dos Direitos da Criança da ONU, assim como não foi ouvida nenhuma ONG que defenda os direitos de animais humanos e não humanos.
Fonte:
http://www.pan.com.pt/comunicacao/noticias/item/573-provedor.html
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Apenas umas dúvidas:
Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide; Associação Nacional dos Grupos de Forcados; Associação Nacional de Toureiros Portugueses; Associação Nacional de Empresários Taurinos são ENTIDADES de quê?
O secretário de estado da cultura acima mencionado é secretário de estado de que CULTURA?
Não foi ouvido um único representante dos Direitos das Crianças, o Comité dos Direitos da Criança da ONU, assim como não foi ouvida nenhuma ONG que defenda os direitos de animais humanos e não humanos, porquê?
Na audição do Secretário de Estado da (In) cultura, Jorge Barreto Xavier, realizada no passado dia 6 de Janeiro, o tema discutido com uma “solenidade” que abeirou o ridículo, foi o “acesso à profissão de artista e auxiliar tauromáquico», ou seja, o acesso à prática da crueldade, da tortura e da violência gratuitas contra inofensivos, indefesos e inocentes bovinos, a qual é aqui considerada “profissão de artista”, o que além de ser a demonstração de uma tremenda ignorância sobre o que é um artista, entende-se que ser carrasco é uma profissão ainda viável no século XXI, depois de Cristo.
Desconhecem que a profissão de carrasco (que é o tal artista tauromáquico) ficou lá muito para trás, com a extinção dos costumes bárbaros praticados num tempo em que a mente humana estava mergulhada no mais profundo obscurantismo, do qual os governantes portugueses ainda não se libertaram.
(Pode ver-se esta intervenção de muito baixo nível cultural aqui)
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/audicao-do-secretario-de-estado-da-in-502321
Em Portugal, com os governantes retrógrados que temos, não, não serão capazes de notar a diferença nesta imagem: a amorosa criança, doce e mansa, e o monstrinho, que numa idade tão precoce, já mostra a expressão diabólica dos que se dedicam à violência e a matar bovinos por prazer.
Nesta audiência, estiveram a discutir qual a idade mais apropriada para as crianças portuguesas (que têm a infelicidade de ver o seu destino nas mãos de desassisados), serem iniciadas nesta brutalidade, como sendo algo (para os intervenientes nesta discussão) importantíssimo para o futuro de Portugal.
Ora isto além de ser um atentado a tudo quanto é da essência racional humana e cívica, é inconstitucional e viola a Declaração Universal dos Direitos das Crianças, hipocritamente assinada pelo governo português.
E só não vê isto quem é cego mental e muito tacanho das ideias.
Ora sabendo-se, como se sabe (e isto é um dado universal adquirido) que a violência, a crueldade, a banalização do acto de torturar e de matar, a imbecilidade, a cobardia, a brutalidade, enfim, tudo o que caracteriza a selvajaria tauromáquica, não faz parte da Cultura de nenhum povo, nem da identidade cultural de nenhum povo, a não ser de uma minoria bronca, que os governantes teimam em manter bronca. De uma minoria inculta. De uma minoria a quem não deram e continuam anão dar a oportunidade de evoluir.
Mahatma Gandhi, um dos grandes mestres iluminados e bafejados pela sublimidade da sabedoria, diz que a violência é a lei do bruto, e outra coisa não poderia ser.
Para os governantes portugueses, contudo, a violência é uma lei que pretendem impor às crianças, enviando-as para antros, onde as ensinam a ser monstrinhos indesejáveis e inúteis à sociedade.
Enquanto esta mentalidade pacóvia perversa continuar a prevalecer nestes “debates” de secretários de estado de uma incultura crassa, Portugal nunca avançará para o século XXI depois de Cristo.
Continuaremos a ter brutos entre nós, o que comprometerá o futuro civilizado que todos desejamos.
Senhor Doutor Jorge Barreto Xavier, não sei o que lhe ensinaram na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, mas quase posso garantir que não lhe ensinaram que da Cultura Culta não faz parte a selvajaria tauromáquica em todas as suas cruéis modalidades.
Abra-se este link para ver o “curriculum” deste governante apologista da brutalidade.
O que levará um governante, com um tal “curriculum”, a ver na selvajaria tauromáquica, uma alternativa válida para a educação de crianças e jovens portugueses?
Que futuro pretende para Portugal, Senhor Doutor Jorge Barreto Xavier?
Um futuro terceiro-mundista?
Agora veja-se como é constituído o Gabinete do Secretário de Estado da Cultura, para que a Cultura Culta em Portugal, seja apenas a miragem que é:
http://www.portugal.gov.pt/pt/o-governo/nomeacoes/secretario-de-estado-da-cultura.aspx
Não há dinheiro para as Academias de Música, de Teatro, de Dança, de Cinema, de Artes Plásticas?
Pois não. Como poderá haver, se o dinheiro é canalizado para tanta gente inútil e para a tauromaquia?
Há apenas lugar para o “fabrico” de broncos, como um tal João Amaro, de Vila Franca de Xira, que me enviou um comentário a propósito de algo que eu disse acerca de uma montagem abusiva que a prótoiro fez da imagem de Cristiano Ronaldo: «Há quem odeie tanto o Ronaldo, ao ponto de o vestir à moda do que há de pior no ser humano: um cobarde forcado», porque um forcado, na realidade, não passa disso mesmo: um cobarde que ataca bovinos moribundos.
E então o génio inculto com o "valor" da marca «made in Portugal» declarou o seguinte (a linguagem é a original):
«Um cobarde forcardo excelentíssimos gostaria de os ver a pegar um toiro, vocês em vez de se preocuparem com as barbaridades mundiais, como a fome e a pobreza preocupam-se com as touradas. Gostaria que um dia fossem a vila franca de xira exporem a vossa insatisfação com as touradas. Gostava mesmo.»
Esta é a “cultura” que os governantes portugueses fomentam.
Miserável povo, aquele a quem não dão oportunidade de evoluir.
Não precisamos de ir a Vila Franca de Xira para expormos a nossa insatisfação acerca das touradas, João Amaro.
Daqui mesmo dizemos que as touradas são a identidade cultural de uma minoria bronca de portugueses, fomentada por aqueles que têm a seu cargo a função de promover a Educação, a Cultura e o Desenvolvimento da Personalidade no sentido do progresso da sociedade, ou seja, fomentada pelo Estado Português, o qual, contrariando a Constituição, favorece a deseducação, a incultura, e a germinação da psicopatia no seio da sociedade, no sentido do retrocesso e do obscurantismo.
Demitam-se todos aqueles que servem o lobby tauromáquico e o obscurantismo.
Envergonham Portugal e os Portugueses.
Se tivessem VERGONHA NA CARA iam para casa lavar o chão, ou cavar batatas no quintal. Era algo muito mais DIGNO.
200 alunos da Academia de Música de Almada em dificuldades porque o Estado não paga o que lhe é devido.
Que "governantes" são estes?
Discutir SELVAJARIA TAUROMÁQUICA?
Algo que deveria estar banida há muito da sociedade portuguesa, porque é o que de mais baixo existe entre as actividades humanas, depois do terrorismo contra seres humanos?
Estão a perder tempo a discutir uma prática PODRE e PRIMITIVA como se de algo muito importante se tratasse?
Que VERGONHA!
Vá para casa, Senhor Secretário de Estado da INCULTURA!
Vá para casa, Senhora Idália Serrão. É a vergonha do género feminino.
O seu discurso é o discurso da incultura.
Se tem filhos, coloque-os numa arena a enfrentar um touro inteiro e eu irei aplaudir.
Quanta ignorância.
Querem, à força, fabricar MONSTRINHOS para o futuro?
Não percam o vosso tempo.
A selvajaria tauromáquica tem os dias contados.
EVOLUAM.
E por favor... não chamem ARTISTAS aos COBARDES que entram numa arena, para torturar seres vivos.
Isso é INSULTAR os verdadeiros artistas, e toda a CULTURA CULTA.
Ver e ouvir este vídeo provocou-me NÁUSEAS.
O que aqui ouvi pertence ao domínio dos loucos.
Um excelente texto que tenho a honra de transcrever, e que sintetiza na perfeição o que andam, ou melhor não andam a fazer os nossos “governantes” no que respeita à Cultura, que em qualquer país que se preze é uma mais-valia… mas não em Portugal.
Por Manuel CD Figueiredo
(Comandante da Marinha Portuguesa)
«Pelas touradas se torturam animais. A tortura dos animais é crime. A tourada é um crime.
Apoiadas por governantes insensíveis e incultos, assim são elas, as touradas!
Suportadas com dinheiros públicos.
Em Portugal, hoje, os impostos pagam touradas! Pagam o crime da tortura de animais! E pagam a transmissão de espectáculos degradantes!
Os deputados da Nação fogem às suas responsabilidades e obrigações: depois de adiarem, sem justificação, a discussão de uma proposta de lei visando a revogação da actual legislação vergonhosa, no sentido de acabar com a tortura animal, particularmente com as touradas, predispõem-se a manter os interesses instalados, mesmo que isso constitua uma violação das suas próprias consciências.
Inconcebível num país culto!
Inimaginável num país civilizado!
Cabe aqui uma especial chamada de atenção à entidade que tem a obrigação de reprovar a lei que autoriza as touradas e permite a tortura dos animais: a entidade governamental responsável pela Cultura em Portugal - a Secretaria de Estado da Cultura.
Só por grande distracção poderá o Senhor Secretário de Estado da Cultura permitir a existência de leis irracionais e incultas que colocam Portugal na lista dos países subdesenvolvidos e sem cultura.
Acredito que o Senhor Secretário de Estado não deseje que no nosso país seja legalizada a tortura de animais. Por isso - por acreditar nisso - espero que promova a lei que faça abolir as touradas!
Que faça de Portugal um país respeitado!
Que mostre ao Mundo que Portugal quer voltar a ser um país onde a Cultura é vasta e predominante!
Que seja um marco da Civilização.»
Fonte:
http://sextante-poveiro.blogspot.pt/2013/11/a-incultura-lusitana-pelas-touradas-se.html
Existe um “Regulamento Tauromáquico” em Portugal que (pasme-se) regula o modo como se deve TORTURAR seres vivos, numa arena, para divertir psicopatas e sádicos, e encher os bolsos de uns poucos.
Esta aberração legislativa pertencerá à área da Cultura, ou ao âmbito da Loucura?
Jorge Barreto Xavier, Secretário de Estado da Cultura
Pois este senhor, que tem o deve de zelar pela Cultura Culta do nosso País, com certeza vergado ao lobby tauromáquico, que “conduz” a maioria dos deputados com assento na Assembleia da República, teve o desplante de proferir as seguintes palavras:
“Obviamente tem havido alguma dificuldade de articular os interesses dos aficionados da tauromaquia com os interesses da defesa dos animais e nós estamos a tentar encontrar aqui um equilíbrio que possa de alguma forma ser o melhor para ambas as partes o que nunca será, porque aquilo que uns querem os outros não querem.”
Tem havido dificuldade em articular os “interesses dos aficionados da tauromaquia”?
Que interesses? Os de TORTURAR seres vivos?
Estão a tentar “encontrar um equilíbrio” entre TORTURA e CULTURA?
O Senhor Secretário de Estado tem a noção do despautério que proferiu?
Depois de tudo o que tem vindo a público sobre a psicopatia da tauromaquia, com bases científicas; depois de todas as sondagens, pelo mundo inteiro, serem esmagadoras contra essa aberração social, que só desprestigia os poucos países terceiro-mundistas que ainda a mantém, o Senhor Secretário de Estado ainda tem dúvidas quanto ao que fazer, no ano de 2013, depois de Cristo?
Assim como a violência, a pedofilia, o homicídio, o suicídio (quando morre um toureiro na arena significa um suicídio permitido por lei), a automutilação (quando um forcado fica tetraplégico devido à sua exibição cobarde e voluntária na arena é algo permitido por lei) não são para consentir. Ou serão?
Sigam a lógica.
No próximo dia 6 de Dezembro, a Assembleia da República só tem uma saída: ABOLIR A TAUROMAQUIA e legislar no sentido de proteger os nossos animais não humanos, humanamente.
O Senhor Secretário de Estado não ocupa esse cargo para proteger os “interesses sinistros” de uma MINORIA, que não tem representatividade alguma no País. Apenas a abolição é válida. Nada mais. O fazer que se faz é demasiado infantil para ser posto em prática por quem já tem barba na cara.
A era dos ganadeiros já lá vai. A tauromaquia está morta.
ENTERRE-SE A TAUROMAQUIA!
Será um ACTO RACIONAL.
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Ouçam as declarações do Sec. de Estado clicando na setinha ao fundo, abrindo este link:
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Para saber mais sobre Jorge Barreto Xavier abram este outro link:
https://www.facebook.com/miguel.andrade.9883/posts/555204147895867
Senhor Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, nesta matéria, estaremos atentos: terá em conta a CULTURA ou a TORTURA? Não queríamos estar no lugar de V. Exa. Porque, neste momento, o senhor está na berlinda. E os Portugueses estarão atentos à decisão que se vier a tomar. E a questão formular-se-á deste modo: viveremos num país civilizado ou num país inculto?
Refiro-me ao Decreto Regulamentar nº 62/91, de 29 de Novembro.
Nossa opinião:este regulamento deve ser deitado ao lixo imediatamente.
Porquê?
Porque este regulamento
... não serve os interesses de um povo civilizado, e muito menos os interesses dos seres vivos não humanos, aos quais estas obtusas normas se referem.
... apenas serve os interesses económicos de uns poucos (porque são poucos, não tenhamos dúvidas) indivíduos primitivos, que ainda não se deram conta de que já estamos no século XXI depois de Cristo, e se serve apenas uns poucos, porquê haver um regulamento para regular os interesses sangrentos desses poucos?
Porque Portugal não pode continuar a estar na cauda do mundo, como sendo um país atrasado, onde ainda vive uma fatia de população lerda, sanguinolenta, sádica, necrófila e extremamente ignorante.
(Emprego estes termos, porque não gosto de chamar Joaquim a quem se chama João).
Este regulamento é extremamente desprezível, e diz da pequenez dos legisladores, que pretendem ainda discutir algo que não tem discussão possível: a TORTURA DE SERES VIVOS PARA DIVERSÃO.
Uma infâmia.
Por tudo isto, senhor secretário de Estado da Cultura e senhores deputados da Assembleia da República Portuguesa, atirem com este lixo, para o caixote de lixo, que é um lugar apropriado para essa papelada inútil, e tratem de fazer uma lei CIVILIZADA com PARÁGRAFO ÚNICO:
Estão proibidas, em todo o território nacional (ilhas inclusive), as chamadas corridas de touros; novilhadas; corridas mistas; novilhadas populares; todas as outras variedades taurinas; e todos os espectáculos que utilizem animais.
Numa segunda fase tratar-se-ia da lei dos maus-tratos a animais e das penas a aplicar.
Só assim, entraremos para o rol dos países civilizados, e (facto muito importante), só assim, os senhores deputados da Assembleia da República Portuguesa limparão o nome, que está mais sujo de sangue do que as arenas, no fim das lides.
Deixem-se de manobras de diversão.
Se querem, na verdade, fazerem LEIS, façam-nas com INTELIGÊNCIA, e não andem a fazer de conta que fazem.
Isabel A. Ferreira
COMUNICADO DA PRÓTOIRO
A PRÓTOIRO deu a público este comunicado que é uma “pérola” do DESESPERO em que se encontram, porquanto nem se dão conta do ridículo esta atitude...
Vamos sublinhar e comentar em bolt, os pontos mais caricatos, que dizem da aflição desta gente e da figura burlesca que fazem, por desconhecerem totalmente o significado das palavras que empregam.
Quanto mais dizem, mais se enterram...
Eis o teor desta laracha:
«O Sr. Secretário de Estado da Cultura receberá, hoje, movimentos anti taurinos a propósito do novo regulamento tauromáquico.
Este gesto sem qualquer fundamento, denota uma total irresponsabilidade e falta de respeito pelo sector da cultura taurina, pelo impacto económico desta atividade cultural, pelos seus profissionais e pelos milhões de aficionados por todo o país. Atitude ainda agravada pelo facto de ser realizada por quem deve ser o primeiro defensor da cultura portuguesa.»
(Os milhões de aficionados são mais do que as mães de todo o mundo... Esta será para rir?...)
«Como pode ser aceitável que para a definição de um regulamento e de um estatuto profissional, se oiça quem pura e simplesmente quer eliminar essa atividade? Onde estaríamos nós se o Ministério da Administração Interna adiasse a aprovação de um regulamento sobre bombeiros, fruto de consensos, por decidir ouvir associações de pirómanos?»
(Esta é das boas! Que comparação mais disparatada, mesmo de quem não tem a noção do que diz...)
«O Sr. Senhor Secretário de Estado tem o regulamento pronto desde o início da legislatura e que mereceu o consenso de todos os agentes da Tauromaquia, da Associação Nacional de Municípios e de todas as demais entidades estatais que supervisionam o sector, como é o caso da Direcção-Geral de Veterinária. Trata-se de um projeto que está pronto e que vai atualizar uma regulamentação com mais de 20 anos. Só falta a coragem política de aprová-lo.»
(Entretanto houve uma EVOLUÇÃO? Não repararam ainda? A esmagadora maioria dos Portugueses NÃO QUER A TORTURA DE TOUROS E CAVALOS. Ainda não se deram conta disso? O tal regulamento mereceu o consenso apenas de uma MINORIA)...
«Francisco José Viegas já afirmou publicamente, por diversas vezes, que a aprovação estava iminente. Mas primeiro foi a Troika, depois foram os problemas no “acesso a profissões” e agora a aprovação vai aguardar, sem justificação alguma, pela audição de movimentos extremistas e radicais, que nada têm que ver com este setor. E depois, qual será a desculpa para não aprovar um diploma que está concluído há anos?»
(Este diploma, tal como está, é um ATENTADO À CIVILIZAÇÃO, à INTELIGÊNCIA, à CULTURA, à ÉTICA.... Ainda não entenderam?)
«Num momento grave da vida económica e cultural do país, quando o cinema, o teatro e toda a demais produção cultural estão em pré-falência, arriscando os seus profissionais caírem no fosso do desemprego, as preocupações da Secretaria da Cultura não se focam nos agentes culturais que tutela, mas sim em agentes destruidores da cultura portuguesa.»
(A produção cultural está em pré-falência, é verdade, mas os SUBSÍDIOS PARA A TAUROMAQUIA CONTINUAM A SAIR DOS IMPOSTOS DO POVO, por isso a verdadeira CULTURA PORTUGUESA está em decadência, e a TORTURA DE TOUROS E CAVALOS a valer-se disso... Mas por pouco tempo...)
«A Prótoiro exige do Sr. Secretário de Estado da Cultura a imediata aprovação do novo regulamento e o fim deste capítulo lamentável.»
(EXIGE? EXIGE que o Governo Português continue a ser CÚMPLICE e a APOIAR a BARBÁRIE? Não acham que isto é demasiado RIDÍCULO?)
PRÓTOIRO
Federação Portuguesa das Associações Taurinas
VENHAM MAIS DESTAS. OS ABOLICIONISTAS AGRADECEM. E OS TOUROS E OS CAVALOS TAMBÉM.
D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, esteve esta tarde, na Póvoa de Varzim, a proferir uma brilhante conferência, iniciando desse modo, os trabalhos do Correntes d’Escritas, como se sabe, um acontecimento cultural de qualidade, que prestigia não só aquela cidade como Portugal. A exemplo do que fiz com o Secretário de Estado da Cultura, aproveitei para entregar-lhe, em mãos, a seguinte carta, onde se fala da tortura de Touros e Cavalos, no nosso País, para que a Igreja acorde para a verdadeira realidade cultural, e deixe de apoiar e abençoar os torturadores de seres vivos.
Póvoa de Varzim, 23 de Fevereiro de 2012
Exmo. Sr. D. Manuel Clemente, Bispo do Porto,
Já, por várias vezes, nos encontrámos em Arouca, em Braga, no último Congresso de Cister, enfim, e pelo que tive oportunidade de observar, fiquei com a impressão de que o Senhor Bispo do Porto é um homem inteligente, sensível e zeloso das suas obrigações Cristãs.
Por isso atrevo-me a dirigir-lhe estas linhas, com todo o respeito.
É que sendo eu uma defensora dos Direitos dos Animais Humanos e Não-Humanos, e estando neste momento envolvida na Causa da Abolição das Touradas em Portugal e no Mundo, não compreendo a posição da Igreja Católica Portuguesa a este respeito, sabendo, como sabemos, que «a Tauromaquia é uma modalidade que assenta em primeira linha na exploração violenta e cruel do touro, sempre, e do cavalo nos programas em que ele é utilizado como veículo do actor tauromáquico e obrigado a tornar-se “cúmplice” da lide, sofrendo ansiedade e esgotamento e arriscando ferimento e morte», segundo a opinião do Dr. Vasco Reis, Médico-Veterinário.
Sabendo, como sabemos, que «a não-violência é a lei da nossa espécie assim como a violência é a lei dos brutos. O espírito jaz dormente no bruto e ele não conhece nenhuma outra lei a não ser a da força física. A dignidade do ser humano requer obediência a outra lei – à força do Espírito!», de acordo com Mahatma Gandhi.
E ainda, sabendo, como sabemos, que «(...) se fazem reclames entusiastas de espectáculos, como as touradas de praça onde por simples prazer se martirizam animais e onde os jorros de sangue quente, os urros de raiva e de dor e os estertores de agonia só podem servir para perverter cada vez mais aqueles que se deleitam com o aparato dessa luta bruta e violenta, sem qualquer razão que a justifique», como refere Adriano Botelho (ilustre cidadão da Ilha Terceira – Açores).
Posto isto, Senhor D. Manuel Clemente, pergunto por que motivo a Igreja Católica é CÚMPLICE desta selvajaria (há muitos padres católicos aficionados), e “abençoa” os torturadores de Touros (vulgo toureiros), antes destes irem para arena massacrar um ser vivo, que tem um ADN semelhante ao humano? Um ser que sofre e sente a dor tal como nós a sentimos?
Não serão o Touro e o Cavalo também criaturas de Deus?
Jesus Cristo ensinaria ao homem a prática da violência sobre os seres vivos? Foi para isso que viria ao mundo?
Escrevo-lhe para solicitar a douta interferência do Senhor Bispo do Porto, nesta matéria, para que a Igreja Católica Portuguesa tome uma posição pública contra esta barbárie, como é de seu DEVER, até porque se a Igreja interferir, estes massacres acabam por acabar.
Não é de um bom cristão torturar seres vivos para se divertir, mas os torturadores de Touros e Cavalos são cristãos e torturam seres vivos para ganharem dinheiro e divertir os sádicos.
Penso que o Senhor D. Clemente estará de acordo comigo.
São estes ensinamentos que a Igreja pretende que se transmita às crianças?
Repare na cara patética deste “cristão” que além de torturador é cobarde, e no sofrimento atroz estampado na expressão do Touro, caído no chão, exaurido, dorido. Esvaziado da sua dignidade de ser vivo.
E a Igreja Católica Portuguesa nada terá a dizer sobre isto?
Isto faz parte de um tempo primitivo e obscuro. Estamos no Século XXI, depois de Cristo. É preciso evoluir, Sr. D. Manuel Clemente.
É preciso colocar Portugal entre os países evoluídos. E a Igreja Católica, tendo a influência que tem no nosso povinho, ainda tão ignorante, tem o DEVER de esclarecer esse povo, e não ser passiva quanto a esta matéria tão cruel, que só desprestigia o Ser Humano.
O senhor D. Manuel Clemente, tal como eu, historiador, saberá que os factos históricos são importantes. A Igreja Católica ficará manchada, para a História, como CÚMPLICE desta barbárie, se não tomar uma posição firme e essencialmente cristã, assim como ficou tristemente enlameada em tantas outras ocasiões, por nada ter feito, como na vergonhosa cumplicidade com as atrocidades cometidas durante a II Guerra Mundial contra os judeus, e nas Santas Cruzadas, e na Santa Inquisição, (apenas para referir os mais conhecidos casos de omissão da Igreja Católica). E é CÚMPLICE quem sabe e nada faz.
Espero que esta minha carta possa servir para acordar a “adormecida” Igreja Católica Portuguesa para esta grave lacuna, do seu apostulado. Os púlpitos são lugares apropriados para passar a mensagem da não-violência contra todos os seres humanos e não-humanos. Não é lugar para se falar de política. É lugar para se falar no que Jesus Cristo deixou ao mundo de mais valioso, o preceito áureo: «não faças aos outros (e nesses outros estão incluídos todos os seres não-humanos) o que não gostas que te façam a ti.» Se todos os homens cumprissem esta simples regra, o mundo seria o lugar ideal para se viver, sem leis, sem governantes, sem polícias, sem armas, sem guerras, sem todos esses horrores, que o animal humano, e apenas o animal humano inventou.
Porque é preciso acabar de uma vez por todas com esta macabra, patética, sangrenta e sádica prática chamada TOURADA, onde dois magníficos seres vivos (Touro e Cavalo) são barbaramente torturados por psicopatas.
E a Igreja Católica Portuguesa tem o seu quinhão de culpa nisto.
Com os meus melhores cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
(Ex-professora, Jornalista, Escritora, Licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e Presidente da Direcção da APOC (Associação Portuguesa de Cister).
Esta carta será publicada no seguinte Blogue:
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt
(O Blogue onde o Senhor D. Manuel Clemente poderá encontrar a história da minha luta pela Abolição da Tourada em Portugal e no Mundo. Cister pode esperar).
Aproveitando a presença do Senhor Secretário de Estado da Cultura, na Póvoa de Varzim, para a cerimónia de abertura do Correntes d'Escritas, um evento cultural de grande prestígio, entreguei-lhe em mãos a presente carta, a tratar de outro evento menos "cultural" mas que o Governo Português teima em considerar "Cultura e Arte", ou seja, a cultura e a arte da tortura de Touros e Cavalos. Entendi ser oportuno, este meu acto, num lugar onde se realizou CULTURA CULTA. Será que devemos meter tudo no mesmo saco?
Póvoa de Varzim, 23 de Fevereiro de 2012
Exmo. Sr. Dr. Francisco José Viegas, Secretário de Estado da Cultura:
Como defensora dos Direitos dos Animais Humanos e Não Humanos, cidadã portuguesa, com direito à indignação, venho expressar o meu profundo desagrado com a política cultural do meu País, que não tem culpa de não ser bem governado (estando muito mal visto lá por fora), e também a minha decepção quanto ao modo inculto como a Cultura Portuguesa está a ser tratada.
O Sr. Dr. Francisco José Viegas não quererá ficar para a História como o «Secretário de Estado da INCULTURA» do XIX Governo Constitucional de Portugal. Por isso, atrevo-me a deixar aqui uma sugestão, com todo o respeito.
Daquilo que me deu a entender numa entrevista que o Senhor Secretário deu, outro dia, sobre a questão do sórdido espectáculo denominado tourada, pareceu-me que titubeou, e nem foi carne, nem peixe, e não tem uma opinião definida. Aliás, salvo raras excepções, nenhum dos governantes portugueses parece ter uma opinião clara sobre algo que é indigno de um ser humano e de um país que se preze.
E porquê? Porque se baseiam numa lei absolutamente obsoleta, ultrapassada, a cair de podre, de tão velha. Mas se a lei está velha então faça-se uma nova lei, baseada em novos conceitos humanos, na lucidez, na evolução, na civilização, e não fiquem parados num tempo medieval, com contornos embrutecidos, pacóvios, ignorantes, de uma baixeza humana e moral atroz.
E um Secretário de Estado da Cultura, de quem se espera que defenda uma Cultura Culta, não tem opinião formada sobre algo que é a vergonha do País?
O Senhor Secretário olhe com olhos de ver esta imagem do Campo Pequeno, de uma “cultura” e de uma “arte” protegidas pela lei portuguesa, e diga alto e em bom som, se nela vê alguma DIGNIDADE.
Será que o que vê é de uma cultura requintada, digna de constar nos livros de Arte Universal? Tem a coragem de dizer isso aos portugueses?
Quem é a favor da tortura de Touros e de Cavalos numa arena dificilmente muda de opinião, ainda que lhes apresentemos argumentos suficientemente racionais e óbvios. E porquê? Porque são mentalmente cegos. E essa é a pior das cegueiras, pois não conseguem ver o que é visível aos olhos. Não lhes permitindo “beber” o néctar de uma cultura culta. Dizem: «sempre gostei de ver touradas, e é como gostar de futebol...».
Pois não é. No futebol ninguém tortura seres vivos. E o que está em causa numa tourada, não é o gosto pessoal, é o SOFRIMENTO de um animal não humano. Muito, muito diferente de qualquer outro espectáculo.
Os aficionados são deseducados desde o berço nessa escuridão, e crescem às apalpadelas, desconhecendo o chão que pisam e acreditando que a verdade é aquela mentira grosseira que lhes contaram logo à nascença: os Touros nasceram para serem toureados, e os Cavalos para servirem os torturadores.
Então tentam justificar a injustificável Tortura dos Touros, baseando-se em lugares comuns, que, no entanto, são facilmente contraditados.
Li algures que «as touradas enaltecem a nobreza do Touro».
E também li algures que «só uma mente muito ignorante ou distorcida pode realmente acreditar que os Touros quando vão para uma arena cumprem um qualquer desígnio divino. A justificação de que o Touro é nobre por lutar pela vida numa tourada vem de quem alimenta o seu negócio e enriquece à custa deste espectáculo perverso mas rentável. A nobreza é um conceito inventado pelo homem. Na natureza todos os animais são iguais e todos lutam pela sobrevivência. Ninguém duvida de que o Homem, numa luta com as suas armas e condições consegue ser superior a qualquer outro animal. Provar isso numa luta desigual não é nobre, é ESTÚPIDO».
Portanto Sr. Secretário de Estado, não existe a mínima justificação moral ou cultural para se causar sofrimento a um animal, em circunstância alguma, muito menos para diversão.
A insistência na preservação de um espectáculo cujo âmago é o sofrimento cruel de dois magníficos animais – o Touro e o Cavalo – tem a sua génese numa gritante falta de cultura e educação, na ignorância e estupidez, e numa chocante falta de carácter.
Vem o Senhor Secretário de Estado, presidir à abertura do Correntes d’Escritas, à Póvoa de Varzim, uma cidade que acolhe este evento de alto nível Cultural, mas também apoia a tourada, a batida às raposas, e possui um canil municipal à medida dos campos de concentração nazis.
Uma vergonha.
O que pretendo, Senhor Secretário de Estado?
Pretendo que Portugal evolua e o Governo Português destrua este lixo “cultural”, que só nos envergonha e suja o nome, para que possamos viver num País verdadeiramente civilizado, e não termos vergonha de sermos portugueses.
Com os meus melhores cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
(Jornalista, Autora, Licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra).
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