Só no nosso Portugal terceiro-mundista é que ainda se vê animais acorrentados uma vida inteira, nomeadamente, nas aldeias, por onde passa a GNR, a qual, apesar disto configurar um crime de maus-tratos a animais de companhia, mas também a muitos outros animais que apesar de não serem de companhia, são ANIMAIS, e que, em princípio, deveriam estar protegidos por duas leis (Leis de Protecção e Estatuto Jurídico dos Animais) já aprovadas, mas confinadas às gavetas, nada se faz para acabar com a imagem triste que ilustra este texto.
Isabel A. Ferreira
Mahatma Gandhi asseverava que «a grandeza de uma Nação pode ser julgada pelo modo como os seus animais são tratados». É fácil pois, mediante esta imagem, avaliar a desgrandeza de Portugal.
O projecto de lei do PAN visa regular o acorrentamento e o alojamento em varandas e espaços afins dos animais de companhia, defendendo a criação de um Plano Nacional de Desacorrentamento.
Nenhum animal de companhia pode ser permanentemente acorrentado ou amarrado. Esta é a proposta do Grupo Parlamentar do PAN – Pessoas-Animais-Natureza.
E isto, não obstante as alterações legislativas que se têm registado em matéria de protecção e de bem-estar animal desde 2001 - ano em que foram fixadas em diploma as condições de detenção e de alojamento dos animais de companhia - “são inúmeras as denúncias que existem, por todo o país, de animais que vivem permanentemente acorrentados, sem condições de alojamento, com impactos muito negativos no seu bem-estar.
A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real quer, por isso, um «Plano Nacional de Desacorrentamento e a alteração do diploma, que passará a limitar a possibilidade de alojar animais em varandas ou espaço exíguos ou mantê-los 24/24 horas acorrentados, corrigindo o desajustamento da legislação, que esteve cerca de duas décadas sem qualquer actualização, à realidade actual».
A proposta do PAN procura, assim, introduzir a interdição do recurso ao acorrentamento ou a amarração, salvo no caso de se revelar indispensável para a segurança de pessoas, do próprio animal ou de outros animais. Nas situações em que não existe alternativa, o acorrentamento/amarração do animal deve ser limitado ao mais curto período de tempo possível, sem ultrapassar as três horas diárias. «E devem, claro, ser sempre salvaguardadas as necessidades de exercício, de abrigo, de alimentação, de abeberamento, de higiene e de lazer do animal», acrescenta Inês de Sousa Real.
Com este projecto de lei, o PAN procura, consequentemente, pôr fim a vários anos de inoperância da legislação vigente, em parte devido a disposições de conteúdo excessivamente indeterminado ou subjectivo, bem como às consequências decorrentes também do carácter qualitativo de algumas das normas que, desprovidas de referenciais objectivos, impossibilitam a devida fiscalização e geram dúvidas de interpretação. Segundo Inês de Sousa Real, «a actual legislação peca por uma indefinição prática ao dispor que «os animais devem dispor do espaço adequado às suas necessidades fisiológicas e etológicas, devendo o mesmo permitir a prática de exercício físico adequado». Ora, o que se entende exactamente por adequado?»
Defende ainda a porta-voz do PAN que «não resulta admissível nem conforme aos presentes regimes legais, nem aos valores do nosso tempo, que um animal de companhia possa ser alojado em varandas ou outros espaços semelhantes e mantido acorrentado uma vida inteira, muitas vezes em condições insalubres condenado a uma existência miserável, privada de liberdade de movimentos que é, afinal, a essência da condição animal». Com efeito, vários são os estudos que dão nota, nomeadamente, de que os cães, enquanto animais sociáveis, necessitam da socialização para poderem desenvolver-se de forma saudável. Se permanecerem acorrentados ou confinados a uma área exígua durante horas, dias, meses ou até anos, podem sofrer sérios danos emocionais e físicos devido aos efeitos acumulados do isolamento, da frustração e do tédio, podendo até consequentemente tornar-se agressivos. De entre os danos físicos a que estão sujeitos os animais amarrados ou acorrentados, contam-se as feridas e os cortes na pele e músculos do pescoço em resultado dos puxões das amarras. Há também o risco de o animal poder asfixiar ao tentar libertar-se, no caso de a corrente ou amarra se enrolar e prender.
Nos últimos anos, o acorrentamento de animais de companhia tem sido alvo de grande divulgação na sociedade civil, sendo que a proibição do acorrentamento permanente é já uma realidade, por exemplo, em diversos municípios e comunidades de Espanha, tais como Galiza, Madrid, Catalunha, Saragoça, Valência, Aragão, Andaluzia, Tenerife; na Alemanha; em França e em 23 Estados norte-americanos.
Consulte aqui o projecto de lei do PAN.
Esta é uma história surrealista, onde um grupo de crianças espanholas mostra ser muito mais lúcido do que monjas católicas adultas, sem o mínimo sentimento de responsabilidade cristã.
Ainda há esperança… porque nos restam as crianças lúcidas…
Dirigentes da “El Cuarto Hocico”, com Jane Goodall, que escreveram: «Para nós, crianças, é muito importante que os adultos nos ensinem como nos comportarmos com um ser que pode sofrer. Se estivermos bem esclarecidos sobre isto, desde a infância, saberemos como agir quando crescermos. Por isso, quando nos inteirámos de que queriam fazer uma corrida de touros para angariar dinheiros, pensámos em ajudá-las, mas ajudá-las de outra maneira. (Esperamos servir-lhes de ajuda!!!)»
(Fonte: “Infância sem Violência”)
Há uns dias atrás, as Irmãs da Congregação Religiosa Católica “Iesu Communio”, ordem de religiosas que vive no mosteiro de San Pedro Regalado em La Aguilera, (Burgos, Espanha), anunciaram a realização de um festival taurino, para o dia 4 de Maio de 2013 (no próximo sábado), com a finalidade de arrecadar fundos para poder restaurar o mosteiro.
Alertadas para esta situação, as crianças da organização “El Cuarto Hocico”, formada e dirigida por alunos de uma escola de Muel (Saragoça), decidiram destinar os seus recursos económicos e esforços, começando pelos primeiros mil Euros, doando-os às monjas, para que estas não tenham de torturar animais para conseguir o dinheiro.
Com esta finalidade, escreveram uma carta às freiras, onde demonstraram a sua preocupação com a tourada anunciada, pedindo-lhes para não torturar os animais, oferecendo os tais mil euros e todo o dinheiro que conseguirem arrecadar em donativos para que desistam da iniciativa.
“Queremos colaborar com vocês oferecendo 1000 € que já temos”, explicaram as crianças na sua carta.
Além disso, pretendem organizar várias acções para poderem conseguir mais dinheiro para as monjas para que não tenham que realizar mais corridas de touros.
As crianças do «El Cuarto Hocico», na carta dirigida às religiosas, expressam a sua preocupação não só pela crueldade a que serão submetidos os animais, mas também mostraram-se muito surpreendidas pelo facto de uma entidade religiosa organizar eventos onde até mesmo um ser humano pode ser ferido ou morto, e salientaram os danos que estas práticas causam na sociedade, que se habitua à violência e se insensibiliza perante o sofrimento alheio.
“Queremos colaborar com vocês oferecendo 1000 € que já temos”, explicaram as crianças na sua carta, esclarecendo “não podemos entender que para obter algo material seja necessário ferir outro ser, muito menos num espectáculo público que nos dá um mau exemplo e transmite uma mensagem para a sociedade de que a violência é uma coisa boa”.
Desta forma querem estas crianças oferecer às monjas uma alternativa ética e respeitosa para angariar fundos, e que estas aceitem cancelar o festival organizado para o próximo dia 04 de Maio, em Burgos.
Recorde-se que “El Cuarto Hocico” recebeu em Fevereiro passado o Prémio Nacional APDDA 2012, atribuído pela Associação Parlamentar em Defesa dos Animais, partilhando esta distinção com a famosa primatologista Jane Goodall, que recebeu o Prémio Internacional.
Além disso a “El Cuarto Hocico” desenvolveu a iniciativa “Children for Animals” apoiada por personalidades da educação e da ciência, um projecto através do qual as crianças de Muel convidam todas as crianças do mundo a criar as suas próprias organizações e a trabalhar em conjunto numa rede global de protecção de animais dirigidas por crianças. Outro dos prémios que recebeu a organização foi concedido pela própria Jane Goodall, o prémio de melhor projecto do III Concurso Nacional de Ecoiniciativas. Receberam ainda o Prémio Nacional CreArte do Ministério da Cultura espanhol, entre outros.
Fonte: http://basta.pt/criancas-pedem-o-cancelamento-de-tourada/
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O que é «El cuarto Hocico»?
http://elcuartohocico.blogspot.com.es/
Fonte:
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Em Portugal isto seria impossível! Porquê?
Os responsáveis pela "educação" que respondam…
Seria bom que as nossas crianças fossem assim educadas para a cidadania harmoniosa e responsável.
E a igreja católica, uma vez mais… a falhar a sua missão cristã…
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Que vergonha, monjas de "Iesu Communio"! Que péssimo exemplo!
O que vale é que existem crianças como as de Muel…
(Texto enviado para a Conferência Episcopal espanhola)
Isabel A. Ferreira