Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2013

O actor Ruy de Carvalho, tal como mais de 65 mil pessoas, defendeu o Pitbull Zico, acusado de ter matado uma criança, e foi enxovalhado na Net. Isto só num país onde grassa a ignorância…

 

RUY de Carvalho.png

 

A notícia veio no JN de hoje.

 

Pasmei. Eu também defendi e defendo o Zico, do mesmo modo que lamento a morte da inocente criança.

 

Como pode uma pessoa de tão elevado nível intelectual e humano, como de Ruy de Carvalho, ser “enxovalhada” por defender um animal inocente?

 

Todos nós lamentamos profundamente a morte da criança, mas a culpa jamais pode ser atribuída ao cão.

 

A criança foi uma vítima infeliz da irresponsabilidade dos adultos, que tinham a seu cargo a criança e o cão.

 

E o cão foi outra vítima, por ter sido acusado de algo completamente alheio à sua VONTADE.

Essa gente que enxovalhou o actor, não tem um pingo de lucidez nem de humanidade para saber interpretar um acto, à luz da razão.

 

Engole todas as patranhas que a comunicação social diz, sem fazer um juízo crítico.

 

Ruy de Carvalho é um homem culto, civilizado, evoluído, por isso não embarcou no facilitismo: é mais fácil culpar um cão inocente, que não pode defender-se, do que um dono mentiroso e irresponsável.

 

Senis, confusas e absolutamente nada lúcidas são essas pessoas que julgam os outros com argumentos irracionais, e ainda por cima são portadoras de um alto grau de ILITERACIA, pois não conseguem interpretar correctamente o que se escreve.

 

«Como defender um cão mais do que uma criança?» Isto é uma pergunta de quem não sabe o que diz, nem sequer sabe interpretar o que lê. Não sabe nada da VIDA e das emoções, e da verdadeira ESSÊNCIA HUMANA.

 

Ruy de Carvalho pertence àquele (ainda) enorme grupo de pessoas que sabe distinguir o bem do mal. Sabe onde está o perigo. Sabe quem é perigoso para a sociedade e para a Natureza.

 

Sabe distinguir o humano do desumano.

 

O Actor diz que a filha foi mordida três vezes, e ele nunca mandou abater um animal. Por que haveria de fazê-lo?

 

Eu  também posso dar o meu testemunho: fui mordida várias vezes, VÁRIAS, pelo meu gato mais querido, ao dar-lhe injecções de insulina, porque era diabético, enquanto ele não se habituou a elas. Tive várias infecções graves. Uma delas resultou numa septicémia, que quase me levou à morte.

Nunca culpei o gato. Ele apenas estava a defender-se. Legitimamente. Se eu morresse, morria. Faz parte da vida. Viveu comigo durante 19 anos, e morreu agarradinho a mim, e quando ele partiu, partiu também um pedaço de mim.

 

Quem não consegue entender isto, não pode dizer-se HUMANO.

 

Ruy de Carvalho, tem todo o nosso apoio.

 

É um GRANDE SER HUMANO. UM HOMEM LÚCIDO.

 

Deixe falar quem tem apenas boca.

 

Porque quem tem coração e cérebro age como o Ruy agiu e como mais de 65 mil pessoas agiram.

 

Seremos todos insanos?

 

E nem o Ruy e nem nenhum de nós jamais sairemos de cena. Defenderemos sempre os INOCENTES, sejam eles seres humanos ou seres não-humanos. Para poder haver justiça justa.

 

Que o menino morto, pela negligência e irresponsabilidade dos seus cuidadores, possa descansar em paz. Todos nós o lamentamos.

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 12:51

link do post | Comentar | Ver comentários (18) | Adicionar aos favoritos
Quarta-feira, 9 de Janeiro de 2013

No caso do Pitbull que foi envolvido na morte de uma criança, fez-se o mais fácil, como sempre: condenaram o único ser vivo que não tem culpa nem voz para se defender

 

 

 

A caminho da morte, lá vai o Pitbull que, no meio desta triste história, é o mais inocente dos seres, tão inocente como a criança que morreu… Isto só acontece num país sem leis e cheio de gente sem um pingo de lucidz e de empatia.

 

 

Os donos de um Pitbull foram responsáveis pela morte de uma criança.

 

Um Pitbull não ataca ninguém se não tiver um motivo.

 

A criança morreu.

 

O Pitbull está em vias de ser abatido, sem culpa nenhuma.

 

E aos donos do Pitbull o que lhes acontecerá?

 

Naturalmente nada, e no entanto foram os responsáveis pela morte da criança.

Ninguém em seu juízo perfeito tem um Pitbull fechado num apartamento.

 

Como seria tratado este Pitbull?

 

Um Pitbull não é agressivo se não o incentivarem a ser.

Por que há-de, então, pagar pelos erros dos donos?

 

Porquê o animal tem de morrer, quando os donos é que são os verdadeiros culpados?

 

***

Transcrevo aqui um texto que subscrevo inteiramente, porque diz também do meu sentir e do meu pensar. Também eu estou triste, mas triplamente: pela morte da criança, pela condenação de um inocente Pitbull, e por viver num país ainda tão primitivo, onde uma veterinária (e não lhe chamarei médica) devia estar a picar chão num deserto.

 

***

 

Duplamente triste

 

por Filomena Marta

 

«Começou ontem a saga da criança que alegadamente foi atacada por um cão, de raça considerada perigosa. Hoje, estou duplamente triste, pois dois seres vivos encontraram a morte. A criança morreu e o cão está no corredor da morte. Duplamente triste.

 

Muita gente, com certeza, vai espumar e ficar indignada com esta crónica. A raiva e a fúria toldam a razão. Primeiro, gostaria de não ter de escrevê-la, de todo. Depois, gostaria de a escrever noutras circunstâncias que não após a morte de uma criança. E isso acontece precisamente porque decidi não a escrever no calor do momento, quis esperar que o meu discernimento tranquilizasse e me permitisse tratar este delicado e triste assunto com justiça. Justiça para a criança e para o cão.

 

E para que a justiça impere é necessário saber o que realmente aconteceu. Nada se disse sobre isso. Em todos os noticiários os mais básicos critérios jornalísticos foram atropelados, não foram cumpridos. Aquilo que qualquer jornalista deve aprender na primeira lição de jornalismo falhou redondamente ao não serem respondidas as seis perguntas fundamentais: ficámos a saber “quem”, “quando” e “onde”, ficámos com sérias dúvidas em “o quê”, o “como” e “porquê” ficaram sem resposta, porque nem sequer foram questionados.

 

Após várias notícias em diversos meios de comunicação, continuei sem saber o que realmente tinha acontecido. Sabia apenas que “um cão” tinha “atacado uma criança de 18 meses em Beja”, que esse cão era da família e conviveu pacificamente durante nove anos, que a criança tinha um traumatismo crânio-encefálico, e que o cão fora levado para o canil onde será abatido após os oito dias legais. Como? Porquê? O que aconteceu?

 

De que forma o cão atacou a criança? Um traumatismo crânio-encefálico é geralmente fruto de uma queda/pancada. Se um cão como o referido, possante, atacasse alguém de forma viciosa e agressiva, principalmente uma criança, os ferimentos por laceração seriam graves. Só foi sempre mencionado o traumatismo.

 

É uma criança, é trágico e triste, mas isso não cessa o dever de questionar e informar acima de qualquer suspeita. Ninguém perguntou como foi o ataque? Em que circunstâncias e como ocorreu? Investiu agressivamente e mordeu? Correu para a criança, derrubando-a e fazendo com que batesse com a cabeça no chão, provocando o traumatismo? Como foi?

 

Foi esta a informação que tivemos.

 

Esta informação não me chegou, mas eu não sou a maior parte da população. Para a maioria, diria a esmagadora maioria, esta informação chegou e estava dito tudo o que era preciso ouvir: um cão atacou uma criança, que foi para o hospital em estado grave.

 

Procurei mais dados. No meio do jornalismo-papagaio encontrei finalmente uma notícia “quase” bem construída, pelo menos uma notícia que explicava relativamente os factos.

 

O cão afinal atacou a criança? Não.

 

“O animal pertence a um tio do menino, que vive na mesma casa com os pais e os avós da vítima. Em declarações aos jornalistas, o avô da criança, Jacinto Pinto, disse que o cão estava «às escuras» na cozinha da casa quando o menino foi àquela divisão e «caiu-lhe em cima» e o animal atacou-o. O que aconteceu «não tem explicação» porque o cão «era meigo», «sempre conviveu com crianças» e em nove anos de vida «nunca» antes tinha atacado ou feito mal a alguém (…)”, in www.publico.pt

 

“O miúdo caiu em cima dele e ele atacou”, são palavras de Linda Rosa, a veterinária municipal de Beja que adianta uma declaração incompreensível: “Como ou porquê ao final de nove anos de convivência com a família? Está na natureza de todos os cães, particularmente estes cruzados de raças potencialmente perigosas, como o pitbull”. Uma pérola de sabedoria nestas palavras.

 

Senhora veterinária, se a senhora fosse um cão, estivesse deitado num quarto às escuras e lhe caíssem em cima, mesmo que fosse um Yorkshire miniatura iria com certeza reagir!

 

Quando foi recolhido pela Câmara, e segundo o testemunho da veterinária municipal, o cão “estava bem tranquilo e não mostrou agressividade nenhuma”.

 

Não sou uma “dog person” e sinto muito respeito por cães possantes e de grande porte. Mas sei que o primeiro e principal problema comportamental da esmagadora maioria dos cães tem um nome: dono. E por coincidência, apesar de ter todas as provas de ser um animal dócil, Jacinto Pinto, o avô, confessou que estava “desejando” que o animal fosse abatido e que “há uma ano e tal” tinha ido à AMALGA (N.A. vulgo canil municipal) para o tentar abater, porque “não tinha condições para ter o cão em casa”. Palavras para quê…?

 

Na imagem, viu-se um cão com aspecto submisso e tranquilo, com a coleira de tal modo presa às grades que não conseguia mover a cabeça. Não se viu ponta de agressividade. E a mim, que tenho a péssima mania de pensar, tudo me parecia tão estranho, tão mal contado. E estava.

 

Compreendo a angústia dos pais da criança. A mesma angústia que sentiriam se o filho fosse empurrado por outra criança e caísse e batesse com a cabeça e ficasse gravemente ferido.

 

Que pena o cão não ter pais.

 

Que pena a criança ter morrido.

 

O cão, esse está no corredor da morte, e a sentença não estava dependente da sobrevivência ou não da criança, pois seria morto e ponto final. Não se trata de um violador de crianças cuja pena é mais leve se a criança abusada não morrer, e que é protegido por guarda policial, e que tem uma cela confortável onde não fica preso pelo pescoço.

 

O cão morreu no momento em que declararam o presumível ataque. Porquê? Alguém sabe? Alguém tentou saber?

 

Ah, já me esquecia… é só um cão.

 

E no meio de toda esta tragédia, de toda esta desgraça… como se deixa um bebé de 18 meses entrar sozinho numa cozinha escura onde está um cão a dormir…?

 
 
***
 
Porque é de toda a justiça, aqui deixo o link para a petição que está a circular, para que este Pitbull não seja abatido, mas sim recuperado para uma sociedade que ser civilizada e a favor da VIDA.
 
Se uma pessoa fôr assassinada por outra, esse assassino também é abatido ? No entanto é muito mais responsável que um cão !!! Abater um animal por estas razões é INJUSTO porque o animal não tem a capacidade de apresentar defesa, contando a sua versão !!! (Carlos Ricardo)
 
 
Mais informação referente a este caso aqui:
 
 
Um apelo:
 

Este é o Zico, o Pitbull que está no corredor da morte, para pagar um crime que não cometeu. É um ser vivo. Merece respeito. O mesmo respeito que merece a criança que morreu, devido à negligência de adultos. Por que dois inocentes hão-de pagar os erros de irresponsáveis,  que não merecem, esses sim, a vida que têm?
 
 
 
 
Isabel A. Ferreira
 
publicado por Isabel A. Ferreira às 10:09

link do post | Comentar | Ver comentários (10) | Adicionar aos favoritos (1)

Mais sobre mim

Pesquisar neste blog

 

Março 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
14
15
16
17
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Posts recentes

O actor Ruy de Carvalho,...

No caso do Pitbull que ...

Arquivos

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Direitos

© Todos os direitos reservados Os textos publicados neste blogue têm © A autora agradece a todos os que os divulgarem que indiquem, por favor, a fonte e os links dos mesmos. Obrigada.
RSS

AO90

Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.

Comentários

Este Blogue aceita comentários de todas as pessoas, e os comentários serão publicados desde que seja claro que a pessoa que comentou interpretou correctamente o conteúdo da publicação. 1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome. 2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas". 3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias. Serão eliminados os comentários que contenham linguagem ordinária e insultos, ou de conteúdo racista e xenófobo. Em resumo: comente com educação, atendendo ao conteúdo da publicação, para que o seu comentário seja mantido.

Contacto

isabelferreira@net.sapo.pt