Quinta-feira, 15 de Março de 2012

«A LEAL TOURADA DE RAMOS» OU QUANDO NA AZAMBUJA UMA NOVA PRAÇA DE TOUROS É MAIS NECESSÁRIA E IMPORTANTE DO QUE UMA PISCINA PÚBLICA

 

 

Eis um texto publicado no link: http://semtouradas.posterous.com que aqui transcrevo por dizer do absurdo de uma atitude, em nome de outro absurdo que é a Tortura de Touros e Cavalos. E continuamos a ter mais do mesmo: em mentalidades cegas a luz não entra nem por decreto.

 

Mas isto acontece em muitas terras portuguesas, que teimam erm não evoluir. Não há dinheiro para escolas, centros de saúde, equipamentos públicos, há aldeias sem água canalizada, sem luz eléctrica, sem transportes, tudo num país onde se subsidia a TORTURA DE TOUROS E CAVALOS com dinheiros públicos.

 

Para tal monstruosidade há dinheiro. Para as necessidades do povo, não há.

 

Os governantes não têm a lucidez necessária para governar este país.

 

Então DEMITAM-SE!

 

E vocês, torturadores de seres vivos, vão divertir-se com os da vossa espécie, porque os Touros e os Cavalos têm aquela dignidade que vos falta. São seres SUPERIORES a qualquer um de vós.

Ainda não perceberam que TAUROMAQUIA não passa de COVARDIA?

 

Não se sintam orgulhosos de tal façanha.

 

Como são ridículos! E muitos de vós, como a deputada Gabriela Canavilhas, até têm VERGONHA de se dizerem aficionados, em público.

 

PORQUÊ?

 

Porque a tauromaquia é algo que até envergonha uma pedra, quanto mais o ser humano e a nação portuguesa.

 

***

 

«A LEAL TOURADA DE RAMOS»

 

 por Nuno Cláudio

 

(Artigo de opinião publicado no jornal regional Fundamental de 6/3/2012)

 

A verdadeira natureza dos autarcas que de facto e de forma efectiva são preocupados com a causa pública abrangente vê-se nas prioridades da sua gestão à frente dos respectivos municípios. Joaquim Ramos tinha 600 mil euros disponíveis - enfim, não tinha, mas já lá vou – e a recuperação das piscinas da Santa Casa da Misericórdia custa exactamente essa verba, ou qualquer quantia que anda lá perto. Mas a opção do presidente foi clara e inequívoca: que se gaste o dinheiro na praça de touros e as piscinas que esperem; até quando, ninguém sabe.

 

Quero lembrar aos leitores do Fundamental que Azambuja é o único município da região que não tem um complexo de piscinas ao dispor dos seus habitantes.

 

Alenquer tem o Complexo Municipal Vítor Santos, no Cartaxo funciona em pleno a piscina da Quinta das Pratas, em Benavente e em Samora Correia há dois equipamentos excelentes e praticamente simétricos e em Salvaterra também funcionam as piscinas municipais. Já para não falar nos concelhos limítrofes que não são abrangidos pelo Fundamental mas que também não fogem à regra e apresentam excelentes equipamentos para a prática da natação: em Arruda dos Vinhos há piscina municipal, tal como em Sobral de Monte Agraço; em Vila Franca de Xira perco a conta às piscinas municipais, quase uma por freguesia. Cadaval tem piscina municipal, Rio Maior tem piscina municipal. Só em Azambuja é que não há piscina municipal, caro leitor. A Câmara investiu, em tempos, alguns recursos num tanque pertença da Santa Casa da Misericórdia de Azambuja, que transformou numa espécie de piscinas públicas, ainda que qualquer pessoa de bom senso percebesse desde logo que aquele acordo/protocolo – chamem-lhe o que quiserem – iria dar para o torto.

 

Não era casamento que se adivinhasse para a eternidade. Enquanto todos os municípios sem excepção aqui à volta aproveitavam os fundos comunitários e investiam nas suas verdadeiras piscinas municipais, Azambuja assumia a incapacidade dos seus governantes de construir de raiz um equipamento desta natureza.

 

Em boa verdade, nunca algum munícipe em Azambuja sentiu aquela piscina como um equipamento verdadeiramente municipal. Estava na cara que aquilo era e seria sempre da Santa Casa, como agora vem a comprovar-se com o braço de ferro mantido entre a Câmara e a instituição, já que a autarquia necessita de deter a totalidade da propriedade das piscinas para arranjar dinheiro da União Europeia com vista às necessárias obras de reconversão, ao passo que a Santa Casa não parece estar pelos ajustes de abdicar de um património que naturalmente considera seu.

 

Mas mesmo no meio deste impasse Joaquim Ramos poderia ter em conta os superiores interesses dos munícipes e investir na reconversão do equipamento, quanto mais não fosse para não continuar a passar pela vergonha de ser o único autarca que em doze anos não conseguiu construir um complexo de piscinas, vendo ao mesmo tempo os munícipes do seu concelho a ter que recorrer aos concelhos vizinhos quando pretendem proporcionar aos seus filhos a prática de um desporto reconhecidamente tão salutar e completo.

 

Qual quê! Ramos está mais virado para outras touradas e mais depressa gastou os tais 600 mil euros numa praça de touros que é utilizada uma vez por ano e mesmo assim só fica composta porque é a Câmara que compra metade dos bilhetes para distribuir pelos que estão na lista das "alembrancinhas". Em bom rigor governativo, esse dinheiro deveria ter sido devolvido às entidades bancárias que o emprestaram para realizar as obras que depois permitiram o reembolso dessa quantia via União Europeia, mas já que o empréstimo estava mesmo consumado e o dinheiro ali tão disponível, ao menos que o mesmo fosse investido em algo que verdadeiramente constituísse uma mais-valia para o concelho de Azambuja.

 

Uma reflexão final para que os leitores percebam o porquê destas opções: a malta dos touros de Azambuja caiu – salvo seja – em cima de Joaquim Ramos, que não se imaginava a deambular pelas ruas de Azambuja encarando a todo o instante com esta família de munícipes taurinos e exigentes e tendo o peso na consciência de não lhes ter feito a vontade, ou satisfeito o ego, como o leitor preferir, não lhes oferecendo uma praça de touros.

 

Luís de Sousa jamais poderia ter voz activa nesta decisão, ele que nestes aspectos é um verdadeiro verbo de encher; e Marco Leal, que poderia ter influenciado a decisão de investir os 600 mil euros nas piscinas, é assim uma espécie de vereador do desporto com mais sensibilidade para as raves, as new waves e outras ondas que normalmente andam desfasadas do mundo das pessoas comuns, que têm filhos e que pretendem proporcionar-lhes a possibilidade de praticar natação como complemento educacional inserido numa prática desportiva reconhecidamente necessária. Isso de tomar banho numa piscina? Água com cloro... ai, que desconforto.

 

(Sublinhados da responsabilidade de Portugal sem touradas)

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:28

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