Segunda-feira, 10 de Dezembro de 2012

CARTA ABERTA À PRÓTOIRO

 

 

 

 

Senhores da prótoiro:

 

Estamos quase a chegar ao fim do ano de 2012.

 

E como todos sabemos, Portugal inteiro sabe, o mundo inteiro sabe, que este foi o ano em que a tauromaquia foi ferida de morte, e está moribunda.

 

Não queria entrar no ano 2013, ano em que ENTERRAREMOS definitivamente esta peste negra, que polui o ar que respiramos, sem vos deixar um agradecimento e umas poucas sugestões.

 

Gostaria muito, de começar por umas palavras que li algures, e que dizem assim: «Contaram-me recentemente de uma tribo africana que faz uma coisa maravilhosa. Quando alguém faz algo mau ou que magoe outrem, pegam nessa pessoa e levam-na para o meio da tribo e durante dois dias toda a tribo o rodeia dizendo-lhe tudo de bom que ele já tenha feito. A tribo acredita que todos vimos ao mundo BONS e cada um desejando felicidade, paz, segurança e amor. Mas muitas vezes na procura dessas coisas, as pessoas cometem erros. A comunidade vê estes erros como um pedido de ajuda. Juntam-se todos pelo seu companheiro para o levantar e o religar à sua natureza e lhe lembrar quem ele é, até ele se lembrar da verdade a que se desligou temporariamente: "eu sou BOM".

 

Pois isto seria ouro sobre azul. Traria à humanidade alguma esperança de recuperação de seres desencaminhados.

 

Cada um dos que fazem parte desta “tribo”, denominada prótoiro, terá feito na vida uma ou outra coisa a que possamos chamar “boa”?

 

Essa é a grande dúvida, que me leva a rejeitar (mas não totalmente) o método dos Masai. Mas irei por outro caminho.

 

Este ano, que está quase a acabar, foi farto em abominações da vossa parte, que beneficiaram sobremaneira a Causa da Abolição das Touradas. Sabeis disso.

 

E é isso que gostaria de agradecer à prótoiro. Essa grande AJUDA, que nos deram, pois o vosso evidente desprestígio entre a população portuguesa, conduziu-vos à queda iminente.

 

Cada post, cada texto, cada fala, cada intervenção pública só serviu para vos desmascarar, e mostrar a vossa verdadeira índole.

 

Até quando tentam caluniar os anti-touradas (como já fizeram com a Rita Silva, com o Paulo Borges, comigo própria) estão a atirar a prótoiro para a lama.

 

Quem é que, em Portugal, (tirando os tauricidas e aficionados, uma minoria visível a olho nu), vos dá crédito?

 

Ninguém. Podeis crer. É um facto inegável.

 

Como diriam os nossos amigos brasileiros: vós estais mais sujos do que pau de galinheiro.

 

Como penso, contudo, que todos os seres devem ter uma oportunidade de se recuperarem, deixo-vos aqui um repto. Talvez nunca o tivessem feito com olhos de ver. Mas façam-no agora. É um favor que fazem a vós próprios.

 

Coloquem-se diante de um espelho e olhem bem para a vossa cara, ou melhor, olhem bem para os vossos olhos. Encarem-se, como se o do outro lado do espelho fosse outra pessoa. E perscrutem o que os vossos olhos que, como sabem (ou não) são as janelas por onde a alma espreita a Vida, vos dizem de vós. E deixem-se estar assim, olhos nos olhos, uns quinze minutos, no mínimo.

 

Entretanto vão perguntando a vós próprios: «Quem sou eu? O que sou eu? O que fiz eu? Quando tiver de prestar contas dos meus actos (e vocês, que são muito católicos, apostólicos, romanos, sabem que terão de prestar contas dos vossos actos ao verdadeiro Senhor do Universo que, como sabeis, não é ninguém da prótoiro, nem do governo português, nem o padre da paróquia que vos apoia) o que terei para dizer?

 

E então, no espelho, vereis desenhar-se umas novas caras. Enfrentai essas novas caras. Continuai a olhar para elas, com olhos de ver. Então, lentamente, vereis também outros olhos. Os olhos daqueles que sacrificastes à vossa ganância. Uns olhos suplicantes. Aguentai firme esses olhos. Não desvieis os vossos olhos desses olhos, de modo algum.

 

Lentamente o espelho transformar-se-á num mar de sangue. E entre esse sangue, encontrareis o vosso olhar estarrecido, e tereis então encontrado a resposta para as vossas perguntas: Quem sou eu? O que sou eu? O que fiz eu?

 

Sugiro-vos, veementemente, que façam esta experiência.

 

Saíreis dela com a verdadeira dimensão das vossas vidas e de quem sois.

 

É muito triste que determinados “homens” dos nossos dias continuem com índices tão elevados de irracionalidade e de falta de sensibilidade em relação ao sofrimento de outros seres vivos, apenas porque não se conhecem a si próprios.

 

Vocês sabem que os vossos nomes ficarão COLADOS à peste negra que é a tauromaquia, para todo o sempre. Até quando o vosso corpo estiver a sete palmos debaixo da terra, desfeito em pó, e o vosso espírito, diante de Deus, a prestar contas dos vossos actos.

 

Isto, os padres que vos abençoam, não vos dizem. Mas deviam dizer. Porém, eles, coitados, também estão nas mesmas circunstâncias. Terão de prestar contas daquilo que NÃO FIZERAM pela Humanidade, e deviam ter feito, uma vez que se consideram “representantes” de Deus na Terra.

 

Agora vou deixar-vos com este recado, extensivo a todos os aficionados e tauricidas, que MENTEM sobre o “Touro de lide”:

 

 

Pois todos nós já sabemos das vossas mentiras.

 

Todos nós já sabemos que o que vos move é o interesse económico. A ganância.

 

Todos nós já sabemos que o Sadismo é a vossa mola mestra.

 

Como pode um grupinho, que não teve acesso a uma instrução adequada, ter a pretensão de querer saber mais do que um Zoólogo?

 

Todos nós já sabemos que vós não tendes a mínima razão.

 

Rendei-vos às evidências.

 

Abandonem esta actividade, imprópria de seres humanos, com alguma dignidade (se é que a têm), enquanto podem.

 

Depois será demasiado tarde. Saíreis de rastos.

 

Não queiram ser atirados para o abismo como carcaças de uma espécie já em extinção.

 

Saiam pelo vosso pé, enquanto têm carne e ossos, e olhos para se olharem no espelho (e fazerem aquele exercício de que vos falei).

 

Saiam em grande, saindo humildemente. Não vos ficará mal.

 

2013 aproxima-se. Tenham isso em conta.

 

Pensem no que vos disse. A cabeça não serve apenas para usar chapéu.

 

Desejo a todos uma boa reflexão sobre este assunto, neste Natal e neste final de 2012, aquele que foi o ano de todas as mudanças (disse-o desde o início), pois uma nova era, uma nova Humanidade aproxima-se.

 

Com a minhas saudações abolicionistas,

 

Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:48

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