Recuso-me a aplicar o AO90. Primeiro, porque não sou obrigada, uma vez que não faço parte da máquina estatal. Só esses serão (não são) obrigados a tal, porque se tiverem coragem e brio não o aplicam.
Segundo, ainda que fosse, usaria do meu direito à desobediência civil. Portanto, jamais usarei este acordo ortográfico, que não passa de uma falta de respeito para com a Língua Portuguesa.
Uma coisa é a evolução natural de uma Língua. Outra coisa é transformá-la num aborto ortográfico, sem o mínimo nexo, a partir de uma negociata política, que envolve os subservientes governantes portugueses e os governantes brasileiros, que andam a lutar pela vidinha deles.
E querem impor-nos, à força de uma casmurrice sem precedentes, esta aberração ortográfica, mal concebida e altamente lesiva da Língua Portuguesa.
Eu recuso-me, terminantemente, a escrever MAL a Língua Mãe de Portugal, de Camões e de Fernando Pessoa. E também minha Língua.
A única coisa que neste texto está desactualizada é o facto de os ministros serem inteligentes (*), escreverem BEM e discursarem com cortesia e pura dicção… Os actuais ministrio falham nestes três pontos.
(*) Ser inteligente implica tomar decisões inteligentes, o que em Portugal é algo raríssimo.
O resto está intocável desde 1867, altura em que este texto foi escrito, por um Homem que soube HONRAR a Língua Portuguesa.
Isabel A. Ferreira