Terça-feira, 16 de Junho de 2015

Lá... entre a quietude, a harmonia, a paz e a Natureza que me anima… estarei…

 

Poderia ter escolhido viver tranquilamente, nos refúgios onde, por vezes, me afasto do mundo cruel que me rodeia.

 

Poderia permanecer lá… até ao fim dos meus dias, entre os seres que me animam e que são meus iguais…

 

DSC01710 REFÚGIO.jpg

 

Mas há um grito que me convoca para a luta que venho travando contra o animal-homem-predador… um mísero ser que ataca a Humanidade, a Natureza e a Vida…

 

Uma luta árdua… que me exaure a alma…

 

Necessito desta fuga…

 

Lá… entre a quietude da Criação, estarei um tempo efémero…

 

Mas regressarei ao ninho dos pérfidos, para continuar a combater a crueza da selvática natureza humana…

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:34

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Sexta-feira, 4 de Maio de 2012

«Touradas: violência como espectáculo»

 

 

Foto: BELSHI.COM/FLICKR 

 

«Até que ponto, em nome da “cultura” de um país, devemos aceitar, de braços em riste e com um sorriso escancarado, a tortura e a morte de um animal indefeso?»

 

Transcrevemos aqui uma excelente crónica escrita por Ana Chaves, que diz da tortura dos Touros antes de ser levado para a arena, e muito mais...

 

Texto de Ana Chaves • 03/05/2012 - 16:46

 

in: http://p3.publico.pt/actualidade/sociedade/2938/touradas-violencia-como-espectaculo

 

«No passado domingo, dia 29 de Abril de 2012, o cavalo Xelim de Rui Fernandes morreu durante a corrida Real Maestranza, em Sevilha, vítima de uma cornada tão violenta que lhe deixou as vísceras de fora. Posto isto, Rui Fernandes, digno de um notável respeito pela vida animal, decidiu matar o touro, cortando-lhe uma orelha, com petição de segunda.

 

Disseminada a imagem em que o toureiro segurava a orelha do touro que acabara de sacrificar, os comentários na página oficial de Facebook do próprio começavam a multiplicar-se. Se para uns gerava a mais profunda comoção pela perda de um animal “tão nobre quanto o cavalo”, lia-se por lá, por outro, a indignação multiplicava-se na caixa de comentários do “herói” da Caparica. Mas as críticas não haviam de lá permanecer por muito tempo, mesmo as não insultuosas.

 

Crendices seculares, tradição, herança cultural ou simples desfile cruel e venal, a tourada representa uma das facetas mais sombrias da natureza humana.

 

O que muitos não sabem (ou fingem não saber) – e atenção que isto pode conter “spoilers”! – é o que se passa antes da cena que move os aficionados à praça. Cerca de 24 horas (muitas vezes mais) antes da tourada, o touro é colocado num recinto minúsculo, fechado, sendo privado de água e comida, ao mesmo tempo em que lhe são colocados pesos hiperbólicos nas costas e administrados laxantes que originam a rápida desidratação.

 

Como se isso não bastasse, e não raras vezes, as pontas dos cornos são serradas, ficando o animal sensível ao mais leve toque, agudizando a sua dor. Para além disto, os olhos são molhados com um líquido que lhe dificulta a visão. É assim que o touro, debilitado, é levado para a praça. É assim que o touro é, ainda, perfurado por bandarilhas que lhe dilaceram as entranhas para gaúdio e regozijo de muitos.

 

E antes que as críticas a esta crónica se iniciem, parece-me pouco justo dizer que a tourada é similar à exploração de gado para consumo, ao negócio das peles, ou outros que tais. Há ainda quem diga que se não fossem os toureiros já não existiam touros, dada a extinção da raça tourina brava. Esta afirmação está na mesma linha de raciocínio de que quem defendia as vítimas de tortura era o torcionário.

 

Mas se queremos manter as tradições, voltemos à Inquisição e à morte na fogueira, voltemos ao Circo Romano onde os cristãos cantavam, sem temor, enquanto aguardavam a morte.


 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:19

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Quarta-feira, 8 de Junho de 2011

DA POBREZA E DA RIQUEZA

 

 

 

 Se tenho acesso a uma vinha, não vou colher todas as uvas só para mim...

 

 

Os ricos existem para que haja pobres

 

Pobreza e riqueza.

Duas condições de vida. Ambas injustas, porquanto nem a pobreza nem a riqueza são a medida do homem. Ambas condenáveis à luz da razão, porque uma é imprópria e a outra abusiva da natureza humana.

 

O mundo foi criado para que nele vivessem todos os Homens em plena condição de igualdade, sem necessidade de passarem qualquer privação, porquanto na Natureza existe, em abundância, tudo o que é preciso para a adequada sobrevivência de todos os seres viventes.

 

Por isso, a pobreza não tem razão de existir, bem como também a riqueza. No equilíbrio entre uma condição e outra é que assenta a lógica da coexistência pacífica.

 

Porquê é a pobreza imprópria da natureza humana?

Porque todos os seres humanos nascem iguais, com o mesmo direito de usufruir do que no mundo existe à sua disposição. Se tenho acesso a uma vinha, não vou colher todas as uvas só para mim. Colho apenas as necessárias para saciar o meu desejo de as comer. As restantes, deixá-las-ei para outros que tiverem o mesmo desejo.

 

Porquê é a riqueza abusiva da natureza humana?

Porque se todos os seres humanos nascem iguais e com o mesmo direito de usufruir do que no mundo existe à sua disposição, não devo apoderar-me do que é para repartir com todos esses outros. Não vou colher todas as uvas apenas para as acumular e mostrar que sou rico, privando as outras pessoas de saborearem as que deixo apodrecer, porque são demasiado para mim.

 

Uma sociedade só será justa quando todas as pessoas, sem excepção, tiverem o seu pão com manteiga, o seu copo de leite e a sua banana – o essencial – para matarem o seu jejum. Porquê hão-de uns comer dois pães, quando um só bastava, e outros hão-de não comer nenhum?

 

No mundo, o pão existe em quantidade suficiente para alimentar todos os seres humanos. Mas porquê hão-de uns passar fome para que outros vomitem o excesso dos alimentos que não precisam?

 

Uma questão de pura ganância e mesquinhez, que conduz à má distribuição dos bens necessários à sobrevivência justa e condigna de todos os seres humanos.

 

Os ricos existem para que haja pobres. Podes crer. Se os ricos fossem menos ricos, a riqueza estaria equitativamente distribuída, e a pobreza deixaria de existir à face da Terra. Porquê haveríamos de ter seis mãos, quando duas são a medida exacta da nossa mestria?

 

 in «Manual de Civilidade» © Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:07

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Sexta-feira, 2 de Janeiro de 2009

Ao Amanhecer de um Novo Ano…

 
Texto e foto Copyright © Isabel A. Ferreira 2008
 
 
 
Encontro-me só, na minha sala-de-estar, junto à janela, a saborear uma chávena de café quente, enquanto ouço o silêncio, perturbado apenas pelo monótono tic-tac do relógio, que me dá a percepção do passar do tempo… Lá fora, a chuva molha a estrada.
 
Nunca me senti tão lúcida, tão consciente da minha própria existência, tão profundamente empenhada em aproveitar todos os momentos que a vida terá, com certeza, reservado para mim. Nunca estive tão decidida a vencer (não sei o quê ainda)…
 
Não! Não é manhã para prantos ou tristezas. Não seria justo. É dia sim, de acolher com um sorriso o amanhecer deste Novo Ano.
 
O silêncio e a paz deste momento fazem-me recordar um outro alvorecer nostálgico e cinzento, naquele primeiro dia do ano de 1970, quando me encontrava não numa sala-de-estar, mas percorrendo as ruas estreitas e ainda desertas de Coimbra, saboreando, não uma chávena de café quente, mas o harmonioso silêncio que saudava aquela manhã…
 
Subi então o Quebra-Costas, sem rumo definido. Fui caminhando apenas, e eis-me, de súbito, diante da Sé Nova. Decidi entrar. Fazia-o sempre que me encontrava sem rumo. Procurava a solidão e o silêncio do templo para me reencontrar.
 
Naquela manhã cinzenta do primeiro dia do ano de 1970, porém, nem tudo era silêncio na Sé. Ouvia-se o som melódico do órgão que um jovem músico dedilhava com suavidade. Sentei-me para ouvi-lo tocar e deu-se o inevitável encontro: eu e a Música. E sempre que isso acontece, algo de estranho se passa em mim. Foi então que, envolvida pelos acordes mágicos de um cântico litúrgico, fiz uma reflexão que representou uma nova maneira de estar no mundo.
 
Por circunstâncias várias, encontrava-me só e triste, naquela manhã. Mas que direito teria eu à minha tristeza se havia tanta miséria espalhada à minha volta? Que motivos seriam os meus? Ter amanhecido com o Novo Ano sem qualquer esperança no futuro? Só isso?... E a fome? A doença? As tragédias? A guerra, que atingia directamente tantos seres humanos, mas não a mim?
 
Todos os dias, encontrava nas ruas, nos cafés, nos eléctricos, em toda a parte, gente que precisava de um sorriso, de uma palavra, de um gesto de amizade e de compreensão. E se eu sorrisse, falasse ou compreendesse essas pessoas não estaria a contribuir, de algum modo, para amenizar essas carências? Talvez! Mas não seria tudo. A natureza humana é muito, muito estranha e, ainda que entre sorrisos e palavras de conforto somos capazes de nos sentirmos abandonados.
 
Que direito teria eu então à minha tristeza? Eu, que podia ver o Sol; que partilhava a mesma Natureza do Universo; que tinha Pais; que não sentia fome, nem sede, nem frio; que era física e mentalmente sã, porque não estava doente, tinha consciência do que fazia, possuía o dom do discernimento!
 
Que teria eu a menos do que aquela pobre mulher esfarrapada que, segurando um filho nos braços, todos os dias, à mesma hora e na mesma esquina, pedia esmola para poder alimentá-lo? Não seria eu mais privilegiada? Claro que era! E uma lágrima caída dos meus olhos seria um verdadeiro sacrilégio, porque a lágrima é o refúgio dos que sentem na carne a dureza da vida. Eu não tinha o direito de chorar com pena de mim, porque outros chorariam por mim. Tinha sim, o dever de sorrir, de transmitir coragem, de espalhar alegria entre aqueles que não a tinham…
 
Esta foi a minha reflexão naquela manhã monótona e cinzenta do 1º dia do ano de 1970, quando, sentada num dos bancos no interior da Sé, ouvia os acordes de um cântico litúrgico, executado ao órgão por um jovem músico.
 
Quando abandonei o templo, espalhei sorrisos pela baixa coimbrã. Foi a maneira que encontrei para desejar um feliz Ano Novo às pessoas que por mim passavam na rua. Talvez me tivessem tomado por “louca”. Se sorrimos quando tudo à nossa volta é tumulto, é revolta, é vazio, é ódio, é violência, é tragédia, chamam-nos “loucos”, porque não compreendem que um sorriso é a arma dos inocentes, faz parte do lado bom da vida e é o íman que poderá atrair os menos felizes para fora do fosso profundo onde se encontram. Mas talvez, por ser apenas um sorriso, não tenha a força necessária para magnetizar os seres humanos…
 
 
Acabo de saborear a minha chávena de café quente. Continuo a ouvir o silêncio, perturbado apenas pelo monótono tic-tac do relógio.
 
Esta manhã recuei no tempo e recordei uma outra manhã…
Diz-se que “recordar é viver”, sim, porém, sobretudo, é saber vencer as dificuldades e sorrir. Sorrir constantemente… ainda que um tímido sorriso.
E é exactamente com um tímido sorriso que me entrego ao amanhecer deste Novo Ano, deixando para trás os dias trágicos que o ano de 2008 proporcionou ao mundo…
 
 
publicado por Isabel A. Ferreira às 15:20

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Terça-feira, 2 de Setembro de 2008

Reflexão ao redor da Vida

 

 

Copyright © Isabel A. Ferreira 2008
 
 
 
* A vida tem uma história muito comprida, mas cada indivíduo tem um começo muito preciso: o momento da sua concepção. Se um óvulo fecundado não é por si só um ser humano, ele não poderia tornar-se um, pois nada é acrescentado a ele. (…) Aceitar o facto de que, depois da fertilização, um novo ser humano começou a existir não é uma questão de gosto ou de opinião. A natureza humana do ser humano, desde a sua concepção até à sua velhice não é uma disputa metafísica. É uma simples evidência experimental. No princípio do ser há uma mensagem, essa mensagem contém a vida e essa mensagem é uma vida humana. (Jerôme Lejeune, médico e investigador francês)
 
 
A origem de um organismo biológico coincide com o início do seu ciclo vital. Para ser quem hoje sou, já fui zigoto, mórula, blástula, pré-embrião, embrião, feto, fruto da união de um ovócito humano e de um espermatozóide também humano, isto é, o que geralmente a mulher chama de um filho. Permitiram que eu me desenvolvesse dentro de um útero de mulher e deram-me o direito de nascer. Mas mais do que isso, deram-me a possibilidade de chamar Mãe ePai aos seres da minha origem. Nasci. Fui bebé, criança, adolescente, jovem, mulher adulta e sigo envelhecendo…
 
* Não darei veneno a ninguém, mesmo que mo peça, nem lhe sugerirei essa possibilidade. (Juramento de Hipócrates, médico da antiga Grécia, Pai da Medicina)
 
Se na minha fase embrionária eu não fosse já um ser vivo humano, o que seria então? Poderia ter nascido rã?
 
* O direito à vida não deveria comportar discussões nem ser objecto de polémicas, pois representa o mais sagrado direito do homem: o direito de existir. Todos os demais direitos, direito à saúde, direito à propriedade, direito a ter e criar filhos, direito de se expressar etc., são decorrentes do direito que o homem tem de nascer. (Prof. Humberto L. Vieira)
 
Posso, serenamente, chamar Mãe à minha Mãe, porque ela nunca me considerou outra coisa, senão filha, desde o momento em que soube da sua gravidez. Ela não disse: Tenho dentro de mim um monte indiferenciado de células, um fragmento de tecido, que está a provocar-me enjoos. Não! Dentro do seu corpo estava EU. Sua filha. Aquele monte indiferenciado de células continha tudo o que hoje sou.
 
* Na realidade, viver como um homem significa escolher um objectivo  e dirigir-se para ele com toda a conduta, pois não ordenar a vida a um fim é sinal de grande estupidez. (Aristóteles, filósofo grego da Antiguidade)
 
Devo ficar agradecida à minha Mãe, por não me considerar um rebotalho e não me desmanchar, enquanto feto, por um qualquer motivo social? Não, não devo agradecer-lhe nada. Porque ela é uma mulher, e uma mulher sabe que não é dona do seu corpo quando engravida, uma vez que não foi ela, mas a Natureza que escolheu um corpo de mulher para gerar Vida Humana. Poderia ter escolhido a corola de uma flor. Mas optou por um útero de mulher – um santuário de vida, não um lugar de morte.
 
* Cada criança, ao nascer, traz-nos a mensagem de que Deus ainda não perdeu a esperança no homem. (Tagore, escritor, poeta e músico indiano)
 
As bolotas não são carvalhos, logo um ovócito de mulher fecundado por um espermatozóide de um homem também não é um ser humano. O que acontece, então? As bolotas de um carvalho, quando se desenvolvem, transformam-se num lagarto verde, e a larva desse lagarto verde, por sua vez, transforma-se num belo carvalho, quando sai do seu casulo. O mesmo se passará com o ovócito fecundado da mulher? Se não é um ser humano nos seus primórdios, será um girino? Então poderá transformar-se numa rã, quando nascer. Eis a lógica dos que rejeitam o ciclo vital.
 
* Se possuímos a liberdade de destruir a vida humana e negar-lhe a dignidade numa etapa, por que não em outras? Se, pelo contrário, a criança por nascer tem direitos pessoais ainda antes de ter nascido, e se esses direitos têm implicações públicas, então o ser humano tem o direito à protecção ainda quando não possa proteger-se a si mesmo. (F. H. Henry, teólogo baptista dos E.U.A.)
 
Uma criança nunca será um intruso no ventre materno, ainda que essa criança seja gerada à margem da vontade de quem a fabrica. Onde mais, senão no útero da mulher um ser humano poderá desenvolver-se? O útero é o lugar, por excelência, de um feto. O útero pertence ao nasciturno. Uma mulher não precisa do útero para nada, se não quer procriar. O útero não pertence à mulher. Um útero de mulher é o lugar que a Natureza escolheu para gerar seres humanos. Pertence ao mundo.
 
* Só uma vida dedicada aos outros merece ser vivida. (Albert Einstein, físico alemão)
 
Quando se fala de um feto ou de um embrião, na verdade, está a falar-se de um filho. Ou não será um filho? Se, por acaso, permitirem que esse feto ou esse embrião se desenvolva e nasça, não chamarão filho a esse ser que o corpo da mulher dá ao mundo?
 
* Os maiores inimigos da liberdade não são aqueles que a oprimem, mas sim aqueles que a sujam. (Vincenzo Giobertí, filósofo e estadista italiano)
 
 Às três ou quatro semanas, o ser que vive dentro do útero materno dá início aos batimentos cardíacos. Às sete semanas já existem respostas reflexas à dor e à pressão. Às oito semanas registam-se ondas electroencefalográficas. Às dez semanasjá possui sistema nervoso central, já é sensível à dor, tem movimentos espontâneos e um coraçãozinho (lugar onde se acolhem as emoções) a bater…
 
*Se uma mulher expulsa o feto do seu ventre com drogas, isso é um crime inexplicável. Por Deus, a vida deve continuar. (João Calvino, teólogo e reformador protestante francês)
 
Em tempos recuados, quando grassava uma ignorância imensa, os homens consideravam que as mulheres não tinham alma; outros tempos houve, quando a ignorância tinha uma dimensão ainda mais desmedida, os homens diziam que os escravos (negros ou brancos) não tinham alma. Hoje, em pleno século XXI, da era cristã, alguns homens dizem que um feto ou um embrião, alojado num útero de mulher, ainda não é vida humana. Então o que será? Vida extraterrestre?
 
* Certamente, no momento da concepção, a ordem da natureza estabelecida por Deus, deve continuar. (Martinho Lutero, padre alemão, reformador da Igreja Católica)
 
 A evolução de uma vida humana processa-se como numa pintura: primeiro, o pintor esboça uma figura na tela; depois completa-a com detalhes; por fim, procede aos retoques finais. No primeiro trimestre, a Natureza faz um esboço do ser; no segundo trimestre, completa-o com detalhes; no terceiro trimestre, procede aos retoques finais. E o ser esboçado está lá, desde o início…
 
* O aborto é o desprezo pela vida humana no seu mais alto grau. (Julián Marías, filósofo espanhol)
Se um homem não sabe como e quando a sua vida começou, ignora algo que é do homem e da mulher, única união capaz de realizar uma vida humana. E, ao desprezar o seu começo, esse homem nega a sua própria natureza humana.
 
* Parece-me tão claro como o dia que o aborto é um crime. (Mahatma Ghandi, político e líder pacifista indiano)
 
O aborto encerra um princípio nazista: há seres que são dignos de viver. Há outros seres que, por não lhes reconhecerem a dignidade de viver, são votados ao extermínio.
 
* A destruição do embrião no útero materno é uma violação ao direito à vida que Deus deu ao nascituro... e isto não é mais que um assassinato. (Dietrich Bonhoeffer, teólogo protestante, enforcado pelos nazistas em 1945)
 
Numa discussão sobre o aborto, o que está em causa é o feto, não a mulher. Quem vai ser morto é o feto. Não a mulher. E se a mulher morre ou fica estropiada na prática desse aborto, a opção é dela, pois há outros caminhos. O feto não pede para ser gerado. Não pede para que o matem. Não lhe dão nenhuma outra opção. Não há lei alguma queobriguea mulhera esconder-se num vão de uma qualquer escada, para, clandestinamente, matar um filho. E se o faz, essa clandestinidade não se combate com a descriminalização de um acto que conduz à sua liberalização, por simples vontade da mulher, até às 10 semanas de vida do seu próprio filho. A mulher tem, sim, o dever de aprender a evitar uma gravidez, e se a prevenção, por um qualquer motivo, falha, deve responsabilizar-se pelo seu acto, tanto quanto o homem. Porque a mulher não faz um filho sozinha, e nem um nem outro, quando o fazem, estão propriamente pendurados numa forca. O aborto não é uma questão religiosa nem política. É tão-somente uma questão de Humanidade, de Consciência, de Valores, de Princípios, de Bom-senso, de Lucidez, de Educação, de Instrução, de Cultura, de Civilização, de Sensibilidade…
 
* Só é útil o conhecimento que nos torna melhores. (Sócrates, filósofo grego da Antiguidade).
 
É tão legítimo matar um feto humano, que dizem não ter consciência de si, como matar um ser que nasce deficiente mental profundo, cego, surdo, mudo, que também não tem consciência de si. Abortar, nos dias de hoje,é uma das grandes vergonhas do mundo. Passada uma eternidade, desde os primórdios do homem na Terra, ele aprendeu que as mulheres e os negros têm alma, mas ainda não sabe que a Vida não se discute: defende-se e preserva-se instintivamente. Há perguntas que não se fazem, porque são desprovidas de sentido humano. A vida é uma dádiva. Um milagre. Não um castigo.
 
* Não morreram, partiram primeiro. (Ditado inglês).
 
Subitamente, os nasciturnos são surpreendidos pela morte, no lugar onde deviam estar supostamente protegidos – no útero materno. Mas eles não morrem. Partem primeiro, entre o silêncio e a escuridão desse útero. E ninguém vê os seus espasmos, os seus esgares de dor, os seus olhos imensos, perplexos, diante dos ferros prestes a desmembrá-los, ou dos venenos prontos a tingi-los de negro e a reduzi-los a nada mais do que seres inertes, mirrados, sem vida…
 
É bem verdade que não sabemos quantos desses nasciturnos poderiam ser os novos Neros, os novos Hitlers, os novos Estalines, os novos Saddams, os novos Bin Ladens do mundo. Contudo, quantos, de entre eles, plantariam árvores e flores na Terra!

Isabl A. Ferreira
 
publicado por Isabel A. Ferreira às 15:25

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