Foram entregues no Parlamento Europeu as assinaturas de 70.000 pessoas que pugnam pelos Direitos dos Animais Não Humanos, apoiando a campanha “Rompe una Lanza» pelo fim do “Toro de la Vega”, uma das mais cruéis e inconcebíveis modalidades tauromáquicas de Espanha
«O Partido Animalista PACMA apresentou ontem no Parlamento Europeu a sua campanha contra o “Toro de la Vega”, juntamente com o eurodeputado Stefan Eck, do Partido do Meio Ambiente e Bem-Estar Animal alemão, e a eurodeputada holandesa Anja Hazekamp, do Partido Pelos Animais, os quais mostraram a sua total rejeição por esta celebração macabra.
No passado mês de Junho, a Comissão das Petições do Parlamento Europeu aceitou formalmente uma denúncia do PACMA, que foi enviada à Comissão Europeia para uma investigação preliminar.
Queremos agradecer a cada uma das 70.000 pessoas que assinaram a petição de apoio à campanha “Rompe una Lanza”.
Ontem entregámos as assinaturas à Presidente da Comissão das Petições do Parlamento Europeu, Cecilia Wikström, que tomou nota da grande rejeição social que o “Toro de la Vega” gera, e à qual pedimos que ponha fim a este costume bárbaro.
O PACMA está consciente de que a grande maioria da sociedade espanhola rejeita o maltrato animal implícito nesta polémica prática, que não nos representa como cidadãos europeus nem faz parte das nossas tradições, motivos suficientes para que o Parlamento Europeu ponha fim a esta barbaridade.
O Partido Animalista recorda que o Tratado de Lisboa, no seu artigo 13, reconhece os animais como seres sencientes, e exige aos Estados membros da União Europeia que implementem políticas que favoreçam o bem-estar animal.»
Fonte:
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Pois… o Tratado de Lisboa… cujo artigo 13 a maioria dos desiluminados deputados portugueses teimam em ignorar…
Porquê?...
Todos nós sabemos porquê.
SHAME ON YOU!
Esmiucemos esta “preocupaçãozinha” da ONU, que não me parece nada coerente com as “recomendações” que sugeriu a Portugal
(Origem da foto: http://www.anda.jor.br/13/07/2013/touradas-podem-ser-uma-semente-de-violencia-para-criancas-e-jovens)
Lemos que a ONU alerta Portugal para os riscos das escolas de toureio para crianças.
O que será uma “criança” para a ONU?
Se a tauromaquia transgride a Declaração dos Direitos das Crianças, porquê a ONU adverte Portugal para rever a idade com que elas podem ingressar nas “escolas taurinas” (em Portugal existem 12), não acautelando a menoridade que acaba apenas aos 18 anos?
Só neste ponto existe uma incoerência atroz, uma vez que as “escolas taurinas” são antros de tortura e de violência, onde crianças (algumas menores de seis anos), adolescentes e jovens aprendem a tourear a pé e são ensinadas a lutar usando capa e espada, recebendo aulas teóricas e práticas, manuseando bandarilhas verdadeiras, que ferem e fazem sangrar bezerros bebés vivos, pondo em risco a integridade física (é da natureza animal humana e não humana a autodefesa) e mental dessas crianças, que também aprendem a matar touros, sendo realizadas deslocações a Espanha para que os menores possam experimentar a sensação de matar um animal, o que é o culminar da violência gratuita, incutida em mentes ainda em formação, que comprovadamente coloca em perigo a saúde mental das crianças e jovens.
Se a ONU recomenda que se protejam os menores da violência das touradas, primeiro, reconhece que as touradas constituem uma actividade violenta, e segundo, deveria, por isso, exigir o encerramento imediato de tais antros de tortura e violência, que são as escolas de toureio, e não “recomendar” o aumento da idade para se ingressar nelas.
Lê-se que o Comité dos Direitos das Crianças das Nações Unidas aconselhou Portugal a criar legislação que restrinja a presença de crianças em touradas, quer como participantes quer como espectadores, mostrando preocupação com os efeitos na saúde física e mental dos menores.
Só o facto de a ONU reconhecer que a tourada tem efeitos nocivos na saúde física e mental dos menores, o que deveria fazer era aconselhar a proibição e não a restrição da presença de crianças até aos 18 anos, em touradas.
Posto isto, parece-me de uma insensatez incompreensível que a ONU, “preocupada” com a saúde mental e física das crianças expostas á violência das touradas tenha “recomendado” que em Portugal se “aumente” para 12 anos a idade de ingresso nas “escolas de tortura” e participação nas corridas, e que “aumentem” a idade mínima de seis anos para assistir a tais espectáculos sanguinários (o que já está previsto na lei existente, e que ninguém cumpre, pois até bebés de colo vão às touradas).
Se a tauromaquia é considerada uma actividade violenta, deveria ser simplesmente abolida, porque até para adultos ela é nociva, pois tem o “dom” de desumanizar o que devia ser humano.
Esta seria a atitude mais racional.
Daí recomendarmos à ONU que recomende aos governantes portugueses e aos governantes dos restantes sete países que ainda mantém esta prática sanguinária e cruel, a abolição total de todas as modalidades tauromáquicas.
Até porque os seres humanos devem manter-se humanos, os bovinos não são animais selvagens e perigosos, nem os Direitos das crianças ficaram aqui acautelados.
Fonte:
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3674572