Na Moita, obviamente…
Agradecemos ao "nosso" amigo Miguel Alvarenga os conselhos!
(Leiam com atenção… e divulguem)
«Ao primeiro cartel da Moita, na segunda-feira, faltava força e carisma para atrair público às bancadas. E a realidade é que não foi ninguém. Independentemente do deprimente que é ver uma praça completamente vazia (terá sido a corrida com menos público dos últimos anos na Moita)...»
«Moita, ontem: pior era impossível...
Miguel Alvarenga - Cada vez me convenço mais - e raramente me engano - de que a nossa sorte é mesmo a desatenção dos anti-taurinos aos descalabros que vão ocorrendo na Festa por obra e graça dos próprios homens da Festa e, na maioria das vezes, mercê da sua escassa inteligência e quase nula visão. O que ontem aconteceu na Moita foi um verdadeiro quadro de miséria que, se aproveitado pelos antis (andam a dormir, só pode...), dava pano para mangas para pôr de rastos muitos dos mitos (e desmitos) de que vive a nossa gente.
Primeiro: a afición da Moita ao toureio a pé é uma daquelas mentiras que se alimentam há não sei quantos anos e nada têm, mesmo nada, de realidade. Lembro-me sempre da praça vazia naquela tarde em que Pedrito fez um festival para que o ajudassem a pagar a multa pela morte de um toiro naquela mesma arena. Os mesmos que no dia da estocada tinham enlouquecido com o seu acto, não puseram o pé na praça no dia em que ele precisou que o ajudassem. A Moita é uma terra aficionada ao toureio a pé? Eu vou ali e já venho, mas não pensem que gozam com a minha inteligência...
Segundo: João Pedro Bolota é um empresário experiente. Não acredito que alguma vez tivesse imaginado que a "salganhada" do elenco de ontem ia, alguma vez, em tempo algum, levar gente às bancadas da Moita. Por amor da santa... Alguém o influenciou mal, porque não acredito que a experiência empresarial do João Pedro, ainda para mais aliado agora a Possidónio Matias (um homem que sabe disto), o levasse a acreditar que aquele cartel pudesse suscitar o interesse de quem quer que fosse...
Terceiro: "Parrita" esteve seis anos sem tourear na "sua" Moita e, pelos vistos, ninguém tinha saudades dele, ninguém o foi ver, pode estar mais seis anos sem lá ir, ou seja, pode regressar em 2020...
("Parrita" colhido, sem consequências, quando toureava de capote o seu primeiro toiro no degradante espectáculo que ontem abriu a Feira da Moita)
Sexto: (2 forcados "lesionados")
Oitavo: as bancadas estavam completamente vazias, um ambiente desolador e confrangedor, frio, chuva e tudo o mais que não deve ter o glamour e o colorido de uma tourada.
Resumindo e concluindo: não há aficionado que resista a uma seca como a de ontem. Entre o mete e tira burladeros, o entra não entra o(s) toiro(s), o espeta e não espeta ferros, o diz e não diz "obrigado", o dá e não dá muletazos, o apanha e não apanha cagalhões, o alisa e não alisa a arena, estivemos a gramar quase três horas de um degradante "espectáculo".
Nem os toureiros, nem a Festa e muito menos a Feira da Moita sairam beneficiados com uma coisinha tão má, má de mais para ser verdade.
Por fim, deixo um conselho de amigo aos anti-taurinos: procurem vídeos, fotos, escritos da tourada de ontem na Moita e gozem à farta com isso. Pode ser que os homens dos bois aprendam de uma vez por todas (não aprendem, mas...) e se mentalizem que, para isto não acabar de repente e de vez, há que cuidar mais das coisas e ter mais respeito por eles próprios e pela história e cultura que envolvem, há tantos anos, a corrida de toiros. Que não tem nada a ver, mesmo nada, com a fita degradante a que ontem assistimos. Tive vergonha, confesso, de ser (já nem isso consigo ser...) aficionado. Isto está mesmo a chegar ao fim.
Mais dramático, mais gritante, mais confrangedor e mais degradante que a trágica tourada de ontem na Moita, insisto, só mesmo as imagens (ao lado) dos jornalistas degolados por terroristas islâmicos. Que coisa horrível!»
...
Vimos a mesma corrida! Miguel Ortega Cláudio sobre o desastre de ontem na Moita
Com a devida vénia, aqui reproduzimos, pela sua verdade, pela sua clareza, pela sua pertinência, a apreciação que o jovem e valoroso cronista Miguel Ortega Cláudio (foto) fez no site "naturales" da triste e degradante tourada de ontem na Moita. Pelos vistos e ao contrário de quem parece estar tão incomodado com o que aqui se escreveu hoje, certamente porque a consciência lhes pesa e têm responsabilidades no descalabro que ontem causaram aos empresários João Pedro Bolota e Possidónio Matias (uma praça assim tão vazia não se via em Portugal já muitos anos...), houve quem tivesse visto precisamente a mesma corrida que nós vimos:
«Ontem fui à Moita ver a primeira corrida da Feira de 2014, muitos amigos me chamaram louco... Que vais tu ver, aquilo não mete ninguém, aquilo vai ser uma seca...
Mas eu fui como vou a todas com, a expectativa de que alguma coisa podia acontecer... Mas não aconteceu... O melhor seria nem escrever, nem falar...
Já vou aos toiros à Feira da Moita à um par de anos e depois e antes das corridas costuma haver umas simpáticas tertúlias... Ontem antes ainda se falou de toiros, mas depois da corrida a debandada dos poucos que foram aos toiros, uns 200 foi geral, 10 minutos depois da corrida nem parecia que tinha havido tal coisa por aquelas bandas!
Fomos 200 porque veio uma excursão (50) do Alentejo em apoio a Parrita, uns 20 com o grupo de Coruche, uns 15 com João Augusto Moura... Nem os accionistas da praça de toiros lá foram!
De quem é a culpa deste desastre Do tempo, do toureio a pé, da bola que não havia, do concerto que estava a acontecer ao mesmo tempo? Não, a culpa foi mesmo do cartel sem pés nem cabeça que estava montado! Se não vejamos, corridas à chuva já houve muitas a meter mais que duzentos e ontem mal pingou, a corrida de toureio a pé o ano passado encheu na mesma praça e na mesma feira, do concerto, também estava a chover para os do concerto, era de borla e nos toiros tem que se pagar... Pergunto eu se tivesse sido de borla a malta tinha ido aos toiros? Respondo eu Não!
Do espectáculo nada ficou além das alternativas dos bandarilheiros (...) e de uma monumental maçada de 3 horas...
"Corridas" como as de ontem fazem mal à Festa dos Toiros!"
- Miguel Ortega Cláudio in naturales-tauromaquia.com
in farpasblog
Fonte:
https://www.facebook.com/moitaantitouradas/photos/a.439340326165584.1073741828.420883554677928/565687953530820/?type=1&theater
Maravilha! Tudo corre mal na tauromaquia...
Diz-se aqui que o campo pequeno “encheu”, na tourada da passada 5ª feira…Encheu? À custa de quê? Claro, da LUX, e a maioria dos bilhetes foi oferecida, e com certeza até pagaram às “vedetas”, para estarem presentes (sabemos que elas vivem destes expedientes).
Praça cheia, de borla? E a coisa correu mal? Que MARAVILHA!
Vejamos o que dizem os aficionados:
«Miguel Alvarenga - A praça encheu - cheia, mesmo! -, o ambiente era enorme, mas a tourada de ontem à noite no Campo Pequeno foi uma total e completa decepção. Mais que isso: pode mesmo ter constituído a machadada fatal num espectáculo que já viveu melhores dias e cujo fim, por este andar, está agora mesmo por um fio.
Demos ontem de mão beijada aos anti-taurinos a vitória por que eles lutam empenhadamente - e, se calhar, com razão - há muito tempo.
Não faz sentido algum que uma praça encha, que o entusiasmo seja tanto como o que ontem se vivia antes da tourada e que, depois, aconteça o que aconteceu.
Não faz sentido que a primeira figura mundial do rejoneio venha ao Campo Pequeno, justifique, de facto, a tremenda força de bilheteira que tem, encha a praça e depois... tenha faltado o principal, ou seja, o toiro.
Os toiros "nhoc-nhoc" de ontem eram mais "nhoc-nhoc" que os "nhoc-nhoc" e tudo o que é demais, enjoa. Um homem a empurrar uma tourinha tinha surtido um maior efeito que "aquilo". Pelo menos, "investia" pelo caminho certo e os toiros (aquilo eram toiros?...) de ontem... nem isso fizeram.
Abstenho-me, pela degradação a que assisti (ao quinto toiro, fui-me embora incomodado com uma coisa tão deprimente), de comentar o que quer que seja. Toureiros e forcados fizeram ontem o ridículo diante de uma vergonhosa "carneirada". Quando se chega onde ontem se chegou, isto é, quando se bate no fundo, o melhor é fechar a luz e ir embora. É o que vou fazer.
O melhor da festa foi mesmo a festa do "Farpas", à tarde, no bar "Volapié". Entregámos o troféu a Pablo Hermoso de Mendoza (foto o lado) e reunimos um punhado de grandes e bons aficionados numa sala cheia e num ambiente fora de série - é disso e só disso que vos vamos hoje aqui apresentar reportagens. O resto, a tourada, essa não valeu mesmo a pena. Irra, que pior era impossível!»
Fonte:
http://farpasblogue.blogspot.pt/2013/09/campo-pequeno-ontem-irra-que-pior-era.html
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Desta vez foi com muito gosto que citei este Blog.
Façam as malinhas e emigrem todos para o Planeta Marte.
Um texto que diz da derrapagem da tauromaquia… Uma aberração em franca decadência
«Qualquer dia é como a foto o documenta: um espectador por corrida e mesmo assim não irá a todas...»
«Soluções para a crise: existem?
«Miguel Alvarenga - A corrida de domingo na Moita terá desmotivado uma das nossas primeiríssimas Figuras, António Ribeiro Telles, levando-o mesmo a equacionar a possibilidade de parar, como outros já o fizeram. É a solução? Penso que não. Nem acredito que António o faça. É natural o desânimo, é natural o seu estado de espírito, tendo em conta que é um toureiro que vive de tourear - e precisa de receber.
Não houve dinheiro na Moita, dizem. A culpa é do empresário? "Nené" leva mais de trinta anos de carreira profissional - séria. De um momento para o outro deixou de ser sério e deixou de pagar? Claro que não. Os toureiros também têm culpa? Claro que têm. Anunciando-se em todo o lado, como pensam levar gente às praças? Se os artistas que vêm, por exemplo, ao "Rock in Rio", andassem a cantar todas as semanas em todas as terras, alguém os ia ver? Podem os toureiros exigir elevados cachet's às empresas quando não têm força de bilheteira para levar gente às praças? Não podem.
Há uma crise económica - todo o mundo sabe. Mas há, na tauromaquia, uma assustadora crise de valores. As praças não podem encher quando se anunciam sempre os mesmos toureiros.
E há novos que despertem o interesse do público? Também não há. Que fazer, então?
(…)
Continuar como está - não dá. Corridas a toda a hora e sempre com os mesmos toureiros? Viu-se domingo na Moita: o público não vai, não pode ir. Santarém no próximo domingo é outro teste importante: oxalá não seja outro "buraco". Na próxima semana, Rouxinol, por exemplo, toureia três ou quatro corridas seguidas: é a Figura do momento, o toureiro imparável no que a triunfos diz respeito. Mas ir vê-lo dias seguidos, acham que o público vai? Rui Bento tem carradas de razão quando diz que a gestão dos toureiros devia ser mais cuidada. Mas essa não é a única solução para fazer frente à crise.
Organizem-se, reúnam-se, tomem decisões. Mas não passem a vida a perder tempo, a discutir apenas e só o sexo dos anjos. Assim não se chega a lado nenhum.»
Fonte:
http://farpasblogue.blogspot.pt/2012/05/solucoes-para-crise-existem.html
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Tauricidas, deixem-se de sonhar com impossíveis.
A tauromaquia já era. É coisa que passou.
Hoje em dia, ninguém mais está interessado em andar a ver TORTURAR Touros e Cavalos, e passar por primitivos e broncos, e serem mal vistos na sociedade.
Pertencer ao meio tauromáquico, nem que seja apenas como espectador, é coisa de gente de baixo nível cultural e moral. Cheia de traumas, de complexos, de frustrações, de melindres. Gente sem alma. Sem cultura, que ficou presa a uma herança que lhe deixaram os antepassados broncos.
Hoje em dia, pertencer à tauromaquia é ser o rebotalho da Humanidade.
Poucos serão aqueles que quererão ser ignorantes e estúpidos na era de todas as evoluções, e de todas as informações sobre o que é a realidade da tauromaquia.
Rendei-vos às evidências.
Mudai de vida, enquanto o ano de 2013 não acaba. Depois, será demasiado tarde para recuperarem o prestígio perdido.
É isto o que o governo português e a igreja católica portuguesa apoiam e aplaudem – O que foi feito desde 2003, para acabar com estes crimes?
Os pajens utilizados na corrida à portuguesa – meninos que perderam toda a sua inocência a partir do momento que os atiraram para arena do campo pequeno…
«Pedofilia preocupa Tauromaquia
NAS BARBAS DA POLÍCIA JUDICIÁRIA
Era a empresa "António da Paula Lopes e Herdeiros Ltd" quem trajava e ensaiava os menores da Casa Pia que participavam como figurantes – pajens – nas touradas de gala à antiga portuguesa.
Correio da Manhã - 19 Setembro 2003
Por: Jorge Araújo
De acordo com vários testemunhos, as corridas eram meros pretextos já que no final da festa brava muitas destas crianças eram vítimas de abusos sexuais. Pedro Namora confirma que o Campo Pequeno era palco de recrutamento de menores para práticas pedófilas. "Alguns ex-alunos da Casa Pia disseram-me que logo após as touradas eram distribuídos por diversas casas onde faziam sexo ao mesmo tempo que eram filmados", afirmou Namora ao CM no início desta investigação jornalística. Ao que tudo indica estas cenas eram filmadas com material e técnicos ligados à RTP.
Pedro Namora diz ainda que todos os dias têm surgido "em catadupa" novas pistas relativas às ligações entre os menores da Casa Pia e o mundo da tauromaquia. Depreende-se, das suas palavras que a procissão ainda só vai no adro. Em entrevista concedida, domingo passado, ao Jornal Nacional da TVI, aquele que é um dos principais denunciadores deste escândalo de pedofilia acrescenta, referindo-se a um antigo homem forte da RTP: “Ainda hoje estive numa superfície comercial com ex-alunos que me diziam, olha que fulano de tal quando mudavam as roupas dos pagens também se tentava aproveitar".
DUQUE CONFIRMA
Luís Duque, durante anos vice-presidente da "Campo Pequeno S.A." – a responsável pela gestão da praça de Touros de Lisboa – confirmou ao CM que " a empresa Paula Lopes era quem ensaiava os meninos da Casa Pia que participavam nas touradas à antiga portuguesa". A mesma informação foi também confirmada por Maurício do Vale, antigo responsável pelo sector tauromáquico na RTP. Mas tanto um como outro juram desconhecer qualquer tipo de actividades pedófilas. " Nunca ouvi um rumor sequer sobre este assunto" frisa o antigo dirigente sportinguista, Luís Duque, que no entanto se recusa a colocar as mãos no fogo. Maurício do Vale afina pelo mesmo diapasão.
Mas tanto um como o outro afirmaram ao CM que a presença de crianças da Casa Pia nas touradas à antiga portuguesa lhes parecia algo de perfeitamente normal. Por uma razão muito simples. "A Casa Pia é a proprietária da praça de touros do Campo Pequeno". Fonte da Casa Pia disse ao CM que a presença destes menores nas touradas inseria-se no "âmbito de um acordo entre a Casa Pia e a empresa concessionária".
GRANJA ESPANTADO
Adelino Granja um ex-casapiano que participou como pagem em pelo menos cinco corridas à portuguesa disse ao CM que na passada terça-feira ficou "espantado" quando ao sair da PJ reparou que a Paula Lopes e Herdeiros Ltd ainda continuava em actividade. "Por acaso tive interesse em saber se a casa em que eu em 1980 me tinha deslocado para alugar vestimentas à antiga portuguesa ainda estava aberta ou não. Qual não foi o meu espanto, estava mesmo aberta". Granja entrou no interior do estabelecimento e viu uma cara que lhe era conhecida: “Era a pessoa que nos dava as roupas quando lá íamos experimentar". Durante o diálogo com este velho conhecido Granja perguntou por "um senhor baixinho, de cabelo russo, que tomava conta das roupas no Campo Pequeno”. A resposta não se fez esperar. “Era o Manuel Andrade Lopes. Morreu há cerca de cinco anos” afirmou o empregado.
De acordo com Adelino Granja, o seu interlocutor mostrava-se “bastante abatido” com as alegadas ligações da sua empresa ao escândalo da pedofilia. “Ele disse-me que estavam a denegrir a imagem da empresa”. Um rude golpe para uma casa especializada em “guarda-roupa e adereços” com créditos firmados no meio teatral português.
BÊ-Á-BÁ DE UM PAJEM
TRANSPORTE
Os menores da Casa Pia que participavam nas corridas à antiga portuguesa eram transportados para a praça de touros do Campo Pequeno nas carrinhas da própria instituição.
REMUNERAÇÕES
Os casapianos que faziam de pagens - figurantes - recebiam entre cem a duzentos escudos por cada participação. O trabalho não durava mais de vinte minutos.
TRABALHO
Normalmente o pagem dava uma ou duas voltas à praça antes do início da corrida. Os miúdos, entre os 15 e 16 anos, iam sempre à volta de uma carruagem puxada por cavalos.
CRÓNICA DE UM CONTACTO IMPOSSÍVEL
O CM tentou repetidamente contactar o gerente da firma “António da Paula Lopes e Herdeiros Ltd”. Sem sucesso. A primeira tentativa deu-se na quarta-feira da semana passada. “O gerente está de férias. Só volta na segunda-feira, dia 15” disse um dos empregados. Mesmo assim o jornalista deixou as suas referências e pediu para ser contactado.
Na Segunda-Feira indicada, nova tentativa. Sem sucesso. “O gerente só volta, quarta ou quinta-feira” afirmou o mesmo empregado. Dito isto acrescentou: “Mas pode dizer-me qual é o assunto porque eu também sou da família”.
A conversa decorreu num pequeno escritório nas traseiras da loja. O jornalista explicou o teor da investigação. O empregado – que sempre recusou identificar-se – não parece ter gostado muito do que ouviu: “Isso só o patrão é que pode responder.” O CM tentou nos últimos dois dias chegar à fala com o gerente da “Paula Lopes”. Sem sucesso. Desta vez a empresa tinha as portas encerradas. E ninguém respondia ao telefone.
CURSO DE TOUREIO NA CASA PIA ALIMENTA POLÉMICA
O antigo bandarilheiro e matador de touros, Mário Coelho, foi um do principais impulsionadores do curso de toureiros no interior da Casa Pia. No início dos anos 90, Mário Coelho, um dos co-fundadores da Associação Tauromáquica Nacional (ATN), entretanto extinta, tinha no Provedor Adjunto, Victor Manuel Videira Barreto o seu principal aliado no seio da instituição.
A ATN chegou a celebrar um protocolo com a Casa Pia com vista a ministrar aulas de toureio aos "gansos" – assim são conhecidos os alunos daquela instituição – mas o projecto praticamente não saiu do papel. Ainda chegou a haver umas aulas práticas, uma ou outra palestra, mas oficialmente o curso não chegou a funcionar. "Porque o projecto não tinha contornos bem definidos mas também por falta de verbas", disse ao CM fonte da Casa Pia. Mesmo assim as negociações estenderam-se durante cerca de dois anos.
A edição de ontem do "Farpas" escreve que é ao antigo matador Mário Coelho que o "Expresso" se refere no artigo que estabelece as alegadas ligações perigosas entre o mundo da tauromaquia e o escândalo da pedofilia na Casa Pia." Embora não cite o nome de Mário Coelho, a jornalista dá todas as pistas que levam ao antigo matador" escreve o semanário taurino. A investigação do ‘Expresso’ concluía que " a ligação da rede da Casa Pia ao mundo da tauromaquia (...) era garantida por um toureiro de Vila Franca de Xira que chegou a convencer a anterior Provedoria a abrir um curso de toureio no interior da instituição". Mas o jornal vai mais longe: "Toureiro aliciava sob a promessa de uma carreira brilhante, porque o próprio conheceria muitos actores de Hollywood interessados pela festa brava".
Esta investigação do ‘Expresso’ está a abalar o universo tauromáquico nacional. E as reacções não se fizeram esperar. “Se havia recrutamento de miúdos no Campo Pequeno (...) isso nada tinha a ver connosco. Acontecia no cenário das corridas da corridas de gala como podia acontecer noutro local qualquer (...)”, refere o director do “Farpas”, Miguel Alvarenga.
O CM tentou insistentemente contactar Mário Coelho. Sem sucesso. Em declarações recentes a “O Crime” o toureiro diz estar “convencido a duzentos por cento que a nível taurino não havia absolutamente nada, porque é uma raça de gente que de maneira alguma poderia estar envolvida numa coisa destas”. Já quanto aos pedófilos propõe uma solução radical. “Eu capava-os”.»
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/atualidade/nas-barbas-da-policia-judiciaria
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O Mário Coelho diz que capava os pedófilos, e nós muito gostaríamos de capar todos os que são cúmplices destas práticas imundas que recheiam o mundo imundo da tauromaquia, utilizando crianças tão inocentes como os touros e cavalos que servem de pretexto para um divertimento de bêbados, sádicos e psicopatas.
Tudo, na tauromaquia é do que há de mais baixo na escala das baixezas perpetradas pelo cascalho humano.
Isabel A. Ferreira