Sábado, 2 de Novembro de 2019

«O Deus dos trabalhadores»

 

Um extraordinário texto, da autoria de Marcelo Lafontana, o qual convida a uma profunda reflexão

 

Cristo.jpg

 

Por Marcelo Lafontana



«O único exercício moral válido para a Igreja Católica seria tentar seguir os ensinamentos e imitar o comportamento do mesmo Cristo que adora.


Vejamos:


Jesus aceitaria a desigualdade social ou defenderia oportunidades para todos?


Jesus veria com bons olhos a distribuição da riqueza de forma igualitária?


Jesus promoveria a guerra em nome da fé?


Jesus perseguiria, torturaria, prenderia e queimaria gente em nome da religião?


Jesus acumularia tanta riqueza e ostentaria tanto luxo como o Vaticano?


Jesus daria igual oportunidades a homens e mulheres?


Jesus teria aceite um acordo com Mussolini e o fascismo para ter um Estado independente da Itália?


Jesus perseguiria ou mesmo hostilizaria homossexuais?


Jesus aprovaria ter o infame General Franco enterrado num monumento religioso construída por presos políticos?


Jesus oprimiria cientistas como Galileu Galilei ou artistas como Miguel Ângelo só por terem uma ideia diferente da sua?


Bem, a lista não teria mais fim.

 

Fonte:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10218354449365575&set=a.10201991215414953&type=3&theater

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:40

link do post | Comentar | Adicionar aos favoritos
Terça-feira, 5 de Agosto de 2014

Esta imagem diz da extrema brutalidade, crueldade e ignomínia que é a tauromaquia

 

Se isto é arte... ou cultura, o que dizer da Pietá de Miguel Ângelo, que os tauricidas provavelmente desconhecem...?


Estas imagens têm de ser banidas, para sempre, da face da terra.  

 

 

 

«Ontem, uma vez mais, na sequência da manif Anti-Tourada em Mira, tive o desprazer de ouvir um torcionário esgrimir o argumento do respeito.


Disse a besta que respeita a posição de quem não gosta de touradas, e que quem não gosta deve fazer o mesmo: respeitar quem gosta. Argumento imbecil e fora de contexto.

A tortura não é respeitável. Ninguém pode torturar e exigir respeito.

 

Ninguém pode achar divertido assistir ao sofrimento de outro ser e exigir respeito. Esse argumento é tão descabido quanto o de um pedófilo achar que deve ser respeitado por violar uma criança, ou um violador querer respeito quando viola uma mulher.

 

A tourada, e todos aqueles que nela participam, de forma directa ou indirecta, não são merecedores de respeito. Pelo contrário, a tourada é em si uma grave ofensa a todos os valores humanos. Não se trata de gostar ou não. Trata-se de respeitar os outros, coisa que esse abjecto evento não faz.


O respeito é uma via de dois sentidos. Só pode pedir respeito quem respeita. Os que não respeitam os outros não são merecedores de respeito.

 

E quem gosta ou participa em touradas não só não merece ser respeitado como está a ofender gravemente toda a Humanidade».

 

Luís Martins

 

in https://www.facebook.com/luisbarrmat?fref=nf


Faço minhas as palavras do Luís Martins.

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:15

link do post | Comentar | Ver comentários (2) | Adicionar aos favoritos
Segunda-feira, 11 de Agosto de 2008

Auto-retrato

 

ALMA.png

Copyright © Isabel A. Ferreira 2008
 
  
Não sou um ser extra-terrestre, nem a mulher que veio do futuro, nem sequer sou sofisticada ou bela. Talvez a minha única extravagância esteja numa simplicidade que já não se usa.
 
Por vezes, costumam comentar: «Se não fumas, não bebes, não te pintas, nem te enfeitas, não és deste tempo».
 
E eu respondo: «Bom, não fumo essencialmente porque gosto de mim, e desagrada-me o gosto e o cheiro pestilento do tabaco. Não bebo, por hábito, porque gosto de refresco de limão. Não me pinto porque acho que já nasci colorida, o bastante; nem me enfeito, porque não sou uma árvore de Natal. Que mal tem isto? Sou como sou».
 
Não sou um ser extraterrestre, mas admito que vivo num outro planeta. Num planeta extremamente tudo: louco, vivo, terrível, belo, barulhento, silencioso, bom e mau. Num mundo onde tudo é colorido: as flores, as casas, as pessoas, o céu, a terra, o mar… O meu planeta é louco, porque autêntico. Para sermos autênticos devemos ser um pouco loucos, porque só os loucos vivem realmente. Os outros (os ditos ajuizados) andam por aí desiludidos, às cabeçadas à vida.
 
Não sou a mulher que veio do futuro, mas vivo para além do século XXI. Estou-me nas tintas para os preconceitos, para as manias, para as frustrações colectivas de uma sociedade que não sabe viver.
 
Na minha filosofia de vida não há lugar para lugares comuns. Não gosto de frases feitas, nem de imitar o mundo só porque é moda, nem de frequentar os mesmos lugares, ver os mesmos rostos, percorrer as mesmas ruas, todos os dias. Viver é tão fácil e belo como o voo das aves. Mas os homens complicam tudo.
 
Por vezes, desencontro-me. Não sei se sou eu que guerreio a vida, ou a vida que me guerreia a mim. Só sei que uma de nós declarou guerra à outra, e o conflito parece ser eterno: hoje, quero. Amanhã, não quero. Hoje sinto, amanhã não sinto. Hoje gosto, amanhã não gosto. Hoje, tudo. Amanhã, nada. Hoje, sou. Amanhã, não sou. Hoje, penso. Amanhã, não penso. Hoje fico. Amanhã, não fico. Hoje, sei. Amanhã, não sei. Hoje, estou. Amanhã, não estou. Hoje, bem. Amanhã, mal. Hoje, sim. Amanhã, não. Hoje, eu. Amanhã… quem?... Por isso, refugio-me num universo só meu. Subo a uma nuvem de onde fico a olhar o mundo. É muito menos monótono observá-lo lá de cima. Por isso, chamam-me nefelibata.
 
Apesar disso, não sou uma pessoa complicada: amo as flores, os bosques, as crianças, os rios, as aves, os animais, o Sol, a Lua, o mar… Amo a Natureza como a mim mesma. Amo a simplicidade, e a tentativa de simplificar tudo o que é complicado à minha volta é, com certeza, a base de todo o meu conflito com a vida.
 
Eu vivo. Gostava que todos vivessem também. Eu estou no mundo. Gostava que todos estivessem também. Mas não gostam. Não sentem. Não sonham. Não estão no mundo. Deambulam por aí, como zombies.
 
Identifico-me com o mês de Setembro, com o Outono e com o Mar.
Sinto-me Setembro porque o mês prenuncia o fim do rebuliço do Verão, e o início de uma paz  trazida pelo Outono. Por isso, também me sinto Outono: sou calma, sou folha caída, sou brisa suave, sou natureza palidamente colorida, sou calor morno de um Sol distante.
 
Sou mar, pois foi no mar que em criança tive o meu primeiro encontro com a Morte. Desde então, aprendi a temê-lo, mas também a respeitá-lo e a amá-lo profundamente. Foi num areal deserto que brinquei as mais felizes brincadeiras da minha infância, com o meu cão e as aves marinhas. Foi sobre o mar que vivi os momentos mais fascinantes da minha juventude. E é à beira-mar que me refugio, quando a vida me chicoteia.
 
A minha virtude preferida, quer no homem, quer na mulher, é a espontaneidade, fazer e dizer o que se entende por bem, no momento exacto, e sem ligar a convenções.
 
A minha ocupação preferida é deitar-me no chão de uma sala escura e imaginar que sou uma laranja.
 
O principal defeito do meu carácter é confiar nas pessoas.
Se pudesse voltar a ter 20 anos e soubesse o que sei hoje, talvez acreditasse na felicidade.
 
A desgraça? É não saber o que fazer dos segundos, minutos, horas, dias, noites e anos que temos para viver.
 
Gosto de todas as flores, porque em todas elas encontro a magia da cor, da beleza, da forma e da harmonia perfeita…Nelas vislumbro a Arte de Deus.
 
As cores minhas preferidas? Gosto do vermelho das papoilas, do amarelo dos girassóis, do verde das folhagens e do azul do céu.
 
Se eu não fosse quem sou, gostava de ser um cavalo negro e selvagem, solto numa planície onde pudesse correr desenfreado e jamais ser domado por homem algum.
 
O meu lugar preferido parar viver? Longe das multidões, numa pequena cabana, no meio das árvores, ou num jardim cercado de água e habitado por pássaros, para lhes ouvir o canto; num lugar onde houvesse música envolvente nas ruas e, principalmente, onde as pessoas não fossem insípidas.
 
Os meus autores e poetas predilectos são todos aqueles que se expressam através da linguagem do amor; que são autênticos e livres, e sabem tirar partido das suas vivências para poder transmitir-nos, de um modo pessoal, as suas mensagens.
 
Quanto a pintores, de Miguel Ângelo a Salvador Dali, todos quantos conseguem pintar a dor, a alegria, a luz, a cor, o luar, o amanhecer, o pôr-do-sol, a penumbra, e retratar os sentimentos humanos num olhar, num gesto, num sorriso ou num pranto.
 
Música? De Chopin aos Beatles todos os compositores que me façam vibrar, ir às nuvens, dar ao pé, sonhar, ou simplesmente baloiçar o corpo.
 
A minha divisa favorita é a da tartaruga: «Piano, piano se va lontano…», e nunca desanimar.
 
A crueldade é a coisa que mais me causa aversão, e a maior angústia é ver o sofrimento das crianças, dos velhos e dos animais não-humanos.
 
As faltas que me inspiram maior indulgência são as cometidas pela ignorância não-optativa, e a  qualidade minha preferida é a simplicidade.
 
Quanto à minha situação espiritual, neste momento, é a tentativa da busca do tempo perdido…
 
Isabel A. Ferreira
 
publicado por Isabel A. Ferreira às 11:09

link do post | Comentar | Adicionar aos favoritos

Mais sobre mim

Pesquisar neste blog

 

Março 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
14
15
16
17
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Posts recentes

«O Deus dos trabalhadores...

Esta imagem diz da extrem...

Auto-retrato

Arquivos

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Direitos

© Todos os direitos reservados Os textos publicados neste blogue têm © A autora agradece a todos os que os divulgarem que indiquem, por favor, a fonte e os links dos mesmos. Obrigada.
RSS

AO90

Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.

Comentários

Este Blogue aceita comentários de todas as pessoas, e os comentários serão publicados desde que seja claro que a pessoa que comentou interpretou correctamente o conteúdo da publicação. 1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome. 2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas". 3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias. Serão eliminados os comentários que contenham linguagem ordinária e insultos, ou de conteúdo racista e xenófobo. Em resumo: comente com educação, atendendo ao conteúdo da publicação, para que o seu comentário seja mantido.

Contacto

isabelferreira@net.sapo.pt