E o que parece verdade é apenas ilusão.
Mas os aficionados ficaram contentes.
Precisaram de encher a arena da morte, para mostrarem que ainda estão “vivos”. À custa de quê? De um prejuízo descomunal.
Com o campo pequeno à beira da insolvência, e depois de o formidável banho de água fria que os aficionados tomaram no Prós e Contras, que os estendeu ao comprido, era preciso mostrar que ainda estão de pé.
Foi deste modo, que parece grandioso mas é apenas falácia, que Roma se despediu dos “espectáculos” bárbaros no Coliseu de má memória.
Assim será com o campo pequeno.
A chusma, sedenta de sangue, aplaude a tortura de bovinos, bem à maneira dos Homo Obtusus Primarius da Roma antiga. O que mudou desde então? Apenas o vestuário e os penteados. De resto, a mentalidade e a atitude é a mesma. Não é vergonhoso em pleno século XXI, depois de Cristo, ainda existir uma tal incultura?
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A primeira tortura de bovinos, do ano de 2014, levou ao campo pequeno a habitual minoria inculta e marialva, que de facto encheu o recinto.
Mas ninguém se iluda: a esmagadora maioria de quem lá esteve não pagou bilhete, e só assim (os torcionários sabem disso) é que arena encheu. De outro modo, seria um fiasco, como têm sido as touradas e garraiadas e vacadas realizadas este ano.
É o fim.
Não pintem os lábios a um cadáver já apodrecido. Podem ficar com restos putrefactos nas mãos.
Isabel A. Ferreira
Fonte da foto: http://farpasblogue.blogspot.pt/2014/05/momentos-de-gloria-ontem-no-campo.html
Por que terá de ser o carneiro sacrificado, para o prazer da gula, de vulgares seres mortais?
Por que terão os ditos homens de viver como os carrascos de seres também criados por Deus?
Por quais funduras andará o espírito humano?
Ninguém poderá considerar-se verdadeiramente Homem, se não viver em harmonia com o cosmos…
Jamais a força física vencerá a energia universal que existe em toda a criação divina…
Sintam-se sujos, todos aqueles que mancham as próprias mãos com o sangue de um qualquer ser vivo…
Isabel A. Ferreira